Não nos iludamos, a questão de fundo está por resolver: as uniões monetárias não aceleram a convergência, antes acentuam as assimetrias, entre as diferentes economias.
Comentário: Aqui está uma afirmação que carece de prova. Se tivéssemos uma economia capitalista, a união monetária teria acelerado o processo de convergência. Infelizmente, como temos uma economia socializada, a união monetária conduziu-nos à bancarrota.
A solução é abraçar com convicção a "democracia liberal e capitalista" ou sair do Euro. António Costa, contudo, "pensa" que a solução está na coesão (rima propositada). Estender a mão aos países do Norte para manter o socialismo nos países do Sul. António Costa não aprendeu nada com a crise grega.
Em abono da verdade, devo acrescentar que a postura do PS, nesta matéria, não anda muito longe da prática da coligação PSD/CDS. O governo acusado de ser o mais liberal de sempre também não abraçou a "democracia liberal e capitalista". Pelo contrário, sufocou qualquer perspetiva de convergência com o famigerado "enorme aumento de impostos", para manter o Estado de bem-estar pessoal (Estado Social) e empresarial ("crony capitalism" ou bem-estar empresarial).
Se me permitem uma metáfora, o PS quer-nos "pobrezinhos mas limpinhos, a sonhar com uma esmola" e o PSD/CDS quer-nos "pobrezinhos mas limpinhos, resignados com a nossa condição".
‹‹T'arrenego Satanás››, digam em coro
7 comentários:
Joachim, se não houvesse 'coesao' nem países existiam, quanto mais uniões de paises...
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Coesão é tratar diferente aquilo que é diferente. A interioridade minimiza-se com diferenciacao na alocação de recursos públicos e privados. A função dos capitais públicos é criar condições de atractividade para os privados investirem nas periferias. Por exemplo, baixando impostos às empresas e famílias.
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Na minha opinião cada região periférica do país devia ter zonas francas. Impostos directos a zero. Para nacionais e estrangeiros.
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Aliás, todo o rendimento gerado em qualquer parte do país devia ser taxado à taxa zero. Taxar o consumo destaxar a produção de riqueza.
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Há muitas iniciativas q deixam de ser implementadas devido aos impostos. Olhe, por exemplo, eu andei este verão a ver se investia na produção de frutícolas no Alentejo ou Algarve ou Madeira. Ainda não desisti, mas a porra dos impostos estão a pesar na decisão. Estou à espera de estudo final a ver se não compensa mais produzir noutro país quente e pagar transporte internacional.
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Rb
Em suma, a solução para países periféricos é serem actrativos para o investimento. Não é dar dinheiro. É não meter o Bedelho na criação de riqueza. E só podem ser actrativos se as empresas do centro da UE acharem actrativo. Os capitais públicos só tem que construir condições para isso: boa energia, comunicações, impostos.
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Rb
> Se tivéssemos uma economia capitalista
("If I were a rich man, ba da da da ...")
Esse cúmulo de felicidade não está destinado a pecadores perseguidos pelas fadas amigas (chiu, medo e respeitinho) como nós.
Tem um plano B, ou vai ficar nessa?
Joaquim
Caia de uma vez por todas na real. O capitalismo dá muito trabalho, por conseguinte não vingará nunca em Portugal.
Jaquim,
Tens razão... se não existirem mecanismos de transferencia de excendentes dos paises fortes para os fracos. O Keynes afirmou-o abertamente. O Yannis varoufakis repetiu-o!
Nos EUA existe. Num momento de crise, o Governo Federal tem mecanismos de transferencia dos estados ricos para os estados pobres em dificuldades. Há até estados que dadas as suas dificuldades estruturais necessitam dessas transferencia em permenaencia (ex: Alabama e outros estados do Sul). Há outros estados que são contribuintes liquidos penrmentemente (ex. connecticut).
E não há mal nenhum nisso: uma organização politica saudavel tem de ter estruturas que ajudem os seus membros mais fracos (quer sejam provincias, estados, paises, municipios ou mesmo individous e familias). Temos de proteger os nossos!
Rui Silva
O Rui Alves continua com a perspectiva de que os portugueses são estruturalmente inferiores aos outros. Já o Salazar a tinha...
Rui Silva
Caro Rui Silva
Pode parecer, mas não é essa a minha perspectiva. Os engenheiros portugueses são muito requisitados no estrangeiro. Em épocas passadas, no tempo em que predominava a emigração não qualificada, os portugueses mereceram sempre a melhor reputação de seriedade e capacidade de trabalho nos países por onde passaram.
Simplesmente a cultura portuguesa não é uma cultura de capitalismo. Um português, imerso num meio capitalista, progredirá como os outros. Todos os meus tios emigrados, um deles nos EUA, chegaram a comerciantes. Tivessem permanecido cá e (quer antes quer depois de Salazar) nunca teriam escapado à lavoura de subsistência. Basta ver que com todo o dinheiro e juros baixos que a UE nos injectou, não nos tornamos um país de empreendedores, pelo contrário, falimos empresas de gerações e endividamo-nos.
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