27 abril 2015

parolos

Uma start-up tecnológica quer contratar programadores e não consegue porque os interessados:

1. Não têm experiência
2. Têm experiência mas querem ganhar mais
3. Receiam apostar numa start-up

Ora bem, lendo a notícia percebemos imediatamente qual é o problema. A oferta de 1.800,00 €/ mês é insuficiente. Lá fora (EUA) estão a pagar 5 a 10 vezes mais.

A falta de programadores é quase como a falta de médicos, para o que lhes querem pagar não há candidatos.





Comentário da Cx do Observador:

Tiago Silva 27 Abr 2015


Só me dá vontade de rir esta notícia. Coitadinhas das empresas, são umas vítimas dos desnaturados dos programadores que não querem trabalhar em Portugal.
Vejamos então: Fevereiro 2012: Trabalhava 14 horas por dia, fds incluídos e recebia 1200€ + carro da empresa. Local: Lisboa
Maio 2012: Trabalho 8 horas por dia (úteis) e recebia 6000£ mês. Local: Londres
Atualmente: Trabalho 8 horas dia (úteis) e recebo 10500€ mes. Local: Bruxelas.
Portanto, deixem-me ver…mmm…apesar de ser tentador, acho que fico por aqui mais uns tempos.

22 comentários:

Rui Alves disse...

Estou estupefacto!

Sem reacção perante uma notícia tão mentirosa e sem-vergonha sobre a minha classe profissional.

Palavras para quê? O Diácono Remédios fala por mim aqui a partir do momento 1:42.

Rui Alves disse...

Joaquim
Antes de eu tecer mais comentários a semelhante peça de bosta que o Observador publicou, talvez lhe peça a si uns conselhos sobre a sua PNL para conseguir me acalmar e escrever racionalmente.

Harry Lime disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Harry Lime disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rui Alves disse...

"Queremos os nossos programadores de volta"

Estão a colher as tempestades dos ventos que semearam? Oh, temos pena!

Rui Alves disse...

Passo a palavra ao Dr. FBGP:

Caro Joaquim

Uma start-up tecnológica quer contratar programadores e não consegue porque os interessados:

1. Não têm experiência
2. Têm experiência mas querem ganhar mais
3. Receiam apostar numa start-up


Permita-me esclarecê-lo melhor nestes três pontos:

1. Não têm experiência

Ora bem, isto não é para ser tomado à letra. Na verdade a falta de experiência não é obstáculo, sobretudo se o fulano aceitar um estágio gratuito ou se o salário for subsidiado com alguma maminha QREN-PRODEP-POPH.

A chatice maior, isso sim, é saírem das universidades sem saberem programar na última tecnologia que por aí anda. As universidades deviam mudar os seus programas curriculares semestralmente, sempre que sai uma tecnologia nova, mesmo que daí a seis meses essa tecnologia se revele um flop. Não interessa. A formação técnica dos meus colaboradores tem que sair do bolso dos contribuintes, não do meu. É para isso que todos pagamos impostos. Afinal, as start-ups beneficiam a todos, não é?

2. Têm experiência mas querem ganhar mais

É verdade. Não é absurdo? Só porque estão há 20 anos na profissão e já percebem disto desde o tempo do Assembly e do MS-DOS, acham que podem salários com quatro dígitos. A malta dessa idade é toda igual. Decidiram ter filhos, acham que os filhos precisam de se vestir, calçar, estudar, ter uma casa com um quarto para eles, e ainda, imaginem só, dão-lhes três refeições por dia. E para não falar nos esbanjadores que resolvem metê-los em escolas particulares ou em educação musical. Depois têm a lata de pedir 1400 euros líquidos. Como se a empresa tivesse obrigação de financiar as suas extravagâncias. Não estão bem? Olhe, que emigrem!

(Ops, era a brincar! Não, não, por favor voltem!)

3. Receiam apostar numa start-up

Claro, esses idiotas. Isto é assim: quando nós lhes exigimos conhecimento numa tecnologia que eles não sabem, os mais experientes respondem que não sabem, que no seu tempo de universidade isso não existia, mas que com a sua experiência profissional, num mês ou dois ficam prolíficos e aptos a trabalhar nela. Nós obviamente nunca acreditamos nisso, o mais provável é o tipo ser um aldrabão e sair-nos um fiasco.

Agora, quando somos nós a dizer que a empresa ainda não é grande, mas que dentro de uns meses será uma titã da tecnologia e que eles poderão ir de férias para as Bahamas, eles sim, têm que acreditar em nós, porque nós cá falamos a verdade e somos de confiança.

Portanto, caro Joaquim, agradeço o espaço que o Rui Alves me concedeu aqui nesta caixa de comentários, e espero que as explicações que eu lhe deixei sejam úteis para começar a sua start-up já amanhã. E sem precisar de ir ao Shark Tank.

Assinado:
FBGP
(Futuro Bill Gates Português)

Rui Alves disse...

E quanto às bestas que andam por aí a arengar que a profissão de informático tem poucas mulheres, vão aos sites de emprego em tecnologia e vejam a pouca-vergonha ao que isto chegou. Tornou-se vulgar e moralmente aceitável exigir candidatos "habituados a trabalhar sob pressão" e "com prazos apertados". Ora quero ver exigirem isso a mulheres que desejam ser mães e amamentar os seus bebés.

De resto, para se aperceberem de quanto a notícia é miserável e a empresa em causa está a ser desonesta, é ler os pertinentes comentários que outros colegas meus de profissão lá deixaram.

Harry Lime disse...

1800 por mês é pouco para um programador experiente. Parece-me que os meninos empresarios dinamicos de alto potencial querem galinha gorda por pouco dinheiro. Já deviam saber que não há almoços gratis, como soi dizer-se.


Nalgumas empresas, pessoal experiente até está disposto a ganhar menos... No entanto, o problema com as start ups portuguesas é que têm um alto IJJ (ver Glossário o que leva a que o pessoal muito naturalmente queria compensar o risco que corre com salários mais altos.

Porque a verdade é que start ups a sério (das boas, das americanas) confiam de tal maneira na sua capacidade de se vender (primeiro aos investidores privados e mais tade numa IPO rechonchuda) que estão dispostas a pagar o que fôr preciso pelo talento. por outras plavars sabem que para ter galinha gorda têm de abrir os cordões à bolsa.

Espero que isto não pareça estranho aos gestores, doutorados e MBAs que pululam neste areopago.

Rui Silva

Glossário

IJJ = Indice de Jajão, traduzido normalmente pela presença de um numero elevado de bullshiteiros que na sua gestão. Empresas que apresentam ijj elevados normalemnte apresentam modelos de negócio da treta, não cumprem as suas obrigações fiscais e, a prazo, começam a esquecer-se de pagar salários (bem como dividas a fornecedores).

bullshiteiro forma cool de chamar aldrabão a um individuo.

Harry Lime disse...

O FBGP é o tipico bullshiteiro (sim, o termo foi criado para ele)

Uma universidade não tem de actualizar o seu curiiculum todas as semanas.

Até porque toda agente sabe que os "novos paradigmas" em termos de desenvolvimento de software têm no minimo 15 anos ou mais... o que faz muito em TIs é baralhar e dar de novo (e não há mal nenhum nisso: como dizia o Peter Drucker os imitadores criativos são normalmente os que vencem o jogo da inovação)

E atenção, a industria está muito raramente na "crista da onda" em termo de tecnologia. A universidade, pelo contrário, está (ao contrário do que bulsshiteiros como o FBG insinuam)

E digo e repito: uma start up tecnologica que se preocupa em poupar dinheiro em talento está morta à partida.

Rui Silva



Harry Lime disse...

Rui Alves,

Trabalhar sob pressão é muito relativo... a pressão na informatica não é muito diferente da de outras areas

Um nota apenas ao FBGP: sabes qual é o skill em termos de programção mais bem pago hoje em dia?

Não é em nenhuma das tecnologias de ultimo grito. É em COBOL, uma linguagem de programação com 50 anos, na qual foram desenvolvidas 70% das aplicações do sistema bancário e que hoje em dia pouca gente aprende esabe.

Daí que essa conversa da treta de "ah! aprendi MS-DOS e não quero aprender outra coisa" é conversa da treta, tipica do bull-shiteiro que és.

Rui Silva

Anónimo disse...

Concordo com o Rui Silva.

A universidade nao e a escola secundaria, nao e para dar papinha aos meninos, mas sim para ensinar conceitos e dar ferramentas para obteram o conhecimento por si proprios.

E sim o Cobol e a mais bem paga porque nunguem lhe toca, e como os gajos da bola ganha aquilo que mais puderes agora que em 10 anos ja nao ha...

Quanto aos vencimentos, tb punha aqui o meu mas e inutil porque o custo de vida e muito mais elevado por isso e comparar alhos com bugalhos.

Fui convidado para dar aulas na universidade aqui (Australia) e fiquei impressionado com e mentalidade dos putos, que pelo que leio se tornou a mesma em Portugal, fora um ou dois o resto e so meninos a espera da colherzinha na boca, e depois querem bons empregos.

Como eles lhes chamam aqui e a geracao do Entitlement.

O Google nao vai buscar pessoal com boas notas, vai buscar pessoal que programa nas horas livres em projectos pessoais ou ainda mais importante de colaboracao. Por isso o melhor conselho que dou aos meus alunos e, queres ir trabalhar para o google? Encontra ou funda um projecto open source e comeca a contribuir para ele.

Elaites

Rui Alves disse...

Caro Rui Silva

"ah! aprendi MS-DOS e não quero aprender outra coisa"

Não percebi de onde deduziu que eu tenha dito isso, tanto mais que eu trabalho com servidores Linux e já dei formação em Windows Server 2008.

O que eu quis insinuar, através da personagem do bull-shiteiro Dr. FBGP, foi que quem saiu da universidade no tempo de tecnologias hoje obsoletas como o MS-DOS e sobreviveu até hoje na informática, tem provas dadas de que é capaz de aprender, reaprender e se adaptar rapidamente à evolução tecnológica constante. Contudo, dificilmente por cá se acredita nisso e se aposta nessas pessoas.

E concordo com o que diz sobre programadores em COBOL. Só que esse cenário favorece aqueles que vêm de há muito com esse conhecimento e experiência profissional. Parece-me que hoje em dia dedicar tempo e esforço a estudar essa tecnologia, para se tornar num conhecedor teórico sem experiência profissional anterior, é uma aposta arriscadíssima. Não imagino a banca ou as seguradoras a contratarem alguém nessas condições.

Rui Alves disse...

Rui Silva
Por favor esqueça os dois primeiros parágrafos do meu comentário anterior. Acho que estava a falar para o Dr. FBGP e eu não percebi. :-)

Ricciardi disse...

Ai foda-se, a merda do salário (para o comum do pessoal) raramente tem a ver com qualidades intrínsecas mas, frequentemente, com falta ou excesso de profissionais da área.
.
Um gajo é obrigado a pagar uma fortuna a um tipo não porque o moço produz como uma besta e traz resultados enormes, mas simplesmente porque ha poucos disponíveis no mercado.
.
Um desemprego em cada área ali pelos 5% é coisa salutar. Mesmo ali. Nem mais, nem menos. Coloca o nível salarial onde deve estar colocado. A falta de pessoal provoca salários enormes para prejuízo dos empresarios. O excesso de pessoal, salários desmotivadores para os trabalhadores q basam para o estrangeiro por dá cá aquela palha.
.
Nada disto, porém, tem a ver com competência e, sobretudo, criatividade. Esta está sempre em défice. E para a ter tem q se pagar bem. Havendo ou não excesso. É indiferente.
.
Eu tenho gajos a ganhar 500 USD e gajos a ganhar 7000 USD. Se for a ver bem, e juro q é assunto q me irrita, ele há gahos essenciais q ganham muito menos do q outros gajos q ganham bem e não fazem um caralho. O problema é q, circunstancialmente, preciso de uns q são nabos mas existem em pouca quantidade e disponho de muitos bons noutras áreas ao preço da uva mijona.
Agora, o talento, não tem preço. Ou se tem sorte em nos sair um desses (e depois é preciso saber mante-lo) ou as multinacionais amarfanham tudo.
.
O exemplo do Rui é, digamos, exemplar. O rapaz do COBOL ganha mais massa q o rapaz doutra linguagem, independentemente da qualidade individual. É o q é.
.
Portanto, as universidades, a ter um papel na economia, para além da qualidade e dos curriculuns, devia ter objectivos de abertura de vagas q conseguisse produzir alunos ligeiramente em excesso. Se fecham vagas, ou como nos casos dis Médicos, controlam os influxos de candidatos, modificam artificualmente os preços do mercado de trabalho, pondo a receber mais do q a conta uns e outros e vice versa sem lógica de Valor associada.
.
Rb

Harry Lime disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Harry Lime disse...

Esse comentario do MS-DOS foi em relação ao FBGP (que não parece conhecer muito bem a industria). Eu pessoalemnte tambem trabalho em TIs. Mas tenho um percurso um bocado esquisito: licenciei-me em Eng. Quimica mas acabei a fazer desenvolvimtnode software por várias razões:

a) detestei trabalhar na industria quimica

b) tinha feito algum desenvolvimento na faculdade, tinha gostado e achava que conseguia fazer bom trabalho.

c) gosto de programar e de trabalhr em projectos de desenvolvimento de software (tambem gosto de outras coisas).

d) A cena da "area" nunca me disse muito: o que interessa é um tipo trabalhar naquilo que gosta. Se tal acontecer, os resultados e a qualidade aparecem naturalmente.

Mais, os tipos bons que tenho conhecido nas TIs estão em constante movimento e sempre a aprender. Mas é evidente que isso tem um preço. E os empresários portugueses aparentemente não estõa dispostos a pagar esse preço.

Daí que os comentários do BGP me pareçam completamente idiotas. Trata-se sem duvida de um bullshiteiro que não percebe minimamente a cultura da malta das TIs.

Rui Silva

PS. Por acaso já programei em COBOL. Detestei, por isso fui fazer outra coisa. Dinheiro não é tudo na vida :):)

Harry Lime disse...

O Rb tem toda a razão como sempre :):)

Rui Silva

Rui Alves disse...

"Esse comentario do MS-DOS foi em relação ao FBGP (que não parece conhecer muito bem a industria)."

Correcto. E é por predominarem os FBGPs cá no burgo que a malta está toda a pirar-se para o estrangeiro.

Ricciardi disse...

Eu não percebo um corno de programação. Na altura lembro me q aprendi o Turbo Pascal na universidade e fiquei cheio de orgulho qdo o software q desenvolvi CIM imenso trabalho fazia uma pergunta:
- introduza o primeiro numero da soma
.
Um gajo metia o numero e, espante-se, o programa perguntava pelo segundo numero.
- introduza o segundo numero.
.
Fabulosa a resposta, o meu orgulho:
- o resultado da soma é de x.
.
Mais do q isto, para mim, era impossível. Abencou-o, portanto, todos os programadores q conseguiram ir mais além .
.
Rb

Ricciardi disse...

Eu não percebo um corno de programação. Na altura lembro me q aprendi o Turbo Pascal na universidade e fiquei cheio de orgulho qdo o software q desenvolvi CIM imenso trabalho fazia uma pergunta:
- introduza o primeiro numero da soma
.
Um gajo metia o numero e, espante-se, o programa perguntava pelo segundo numero.
- introduza o segundo numero.
.
Fabulosa a resposta, o meu orgulho:
- o resultado da soma é de x.
.
Mais do q isto, para mim, era impossível. Abencou-o, portanto, todos os programadores q conseguiram ir mais além .
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Rb

Ricciardi disse...

Ai foda-se, a merda do salário (para o comum do pessoal) raramente tem a ver com qualidades intrínsecas mas, frequentemente, com falta ou excesso de profissionais da área.
.
Um gajo é obrigado a pagar uma fortuna a um tipo não porque o moço produz como uma besta e traz resultados enormes, mas simplesmente porque ha poucos disponíveis no mercado.
.
Um desemprego em cada área ali pelos 5% é coisa salutar. Mesmo ali. Nem mais, nem menos. Coloca o nível salarial onde deve estar colocado. A falta de pessoal provoca salários enormes para prejuízo dos empresarios. O excesso de pessoal, salários desmotivadores para os trabalhadores q basam para o estrangeiro por dá cá aquela palha.
.
Nada disto, porém, tem a ver com competência e, sobretudo, criatividade. Esta está sempre em défice. E para a ter tem q se pagar bem. Havendo ou não excesso. É indiferente.
.
Eu tenho gajos a ganhar 500 USD e gajos a ganhar 7000 USD. Se for a ver bem, e juro q é assunto q me irrita, ele há gahos essenciais q ganham muito menos do q outros gajos q ganham bem e não fazem um caralho. O problema é q, circunstancialmente, preciso de uns q são nabos mas existem em pouca quantidade e disponho de muitos bons noutras áreas ao preço da uva mijona.
Agora, o talento, não tem preço. Ou se tem sorte em nos sair um desses (e depois é preciso saber mante-lo) ou as multinacionais amarfanham tudo.
.
O exemplo do Rui é, digamos, exemplar. O rapaz do COBOL ganha mais massa q o rapaz doutra linguagem, independentemente da qualidade individual. É o q é.
.
Portanto, as universidades, a ter um papel na economia, para além da qualidade e dos curriculuns, devia ter objectivos de abertura de vagas q conseguisse produzir alunos ligeiramente em excesso. Se fecham vagas, ou como nos casos dis Médicos, controlam os influxos de candidatos, modificam artificualmente os preços do mercado de trabalho, pondo a receber mais do q a conta uns e outros e vice versa sem lógica de Valor associada.
.
Rb

Harry Lime disse...

Para programares bem só precisas de não estar bebado. É o estilo de actividade que exije alguma sobriedade

Mas podes estar ressacado. :):):)

Rui Silva