Erm... os nossos gestores formam-se nos mesmos sítios dos outros.
As nossas escolas de gestão ensinam o mesmo que as outras... não me parece que seja por aí.
Temos é que fazer com que os gestores levem a sério o que aprenderam. E isso parece-me ser um vício português.
Rui Silva, na caixa de comentários deste post.
Este comentário do Rui merece destaque pelo bom-senso que revela. O nosso défice de gestão não resulta de um problema de formação, mas da nossa cultura (vício português).
No post seguinte, os inimigos da gestão, mencionei algumas características e pechas culturais que envenenem uma boa gestão. De todas, a corrupção é a pior. Mas a desconfiança e o tribalismo também são dificuldades notórias.
Mencionei ainda, como inimigos de uma boa gestão, características opostas ou até contraditórias (individualismo/coletivismo; emocionalismo/racionalismo) porque uma boa gestão tem de ser equilibrada e os portugueses tendem a ser culturalmente radicais, um sério entrave para uma gestão de excelência.
Vamos continuar a falar deste DÉFICE DE GESTÃO que, no meu ponto de vista, é o mais grave problema do País.
5 comentários:
Aqui concordo com os mercados são provavelmente o melhor mecanismo de correcção: à medida que a economia se abrir e que os gestores portugueses descobrirem que são ultrapassados pela direita pelos estrangeiros (que levam a sério o que aprendem) vão aprendendo "à bruta" a fazer as coisas como deve ser.
É de assinalar que eu não penso que os estrangeiros sejam naturalmente mais virtuosos, o problema é que em mercados maiores e mais abertos a competição tende a ser maior. Mesmo assim, há muitos vicios em mercados "grandes" (veja-se o sector financeiro na Europa e EUA que dominam completamente o sistema e impedem qualquer reforma decente)
O problema com tudo isto é que este tipo de transformação não aocntece de um dia para o outro: o sistema apresenta inercia enorme (tal como de resto, no estrangeiro).
Por outras palavras, não é expectavel que nos trsnformemos em noruegueses nos proximos 20 anos, mas nada nos impede de caminahr nesse sentido aso nosso ritmo (a coisa não se faz com legislação nem com revoluções)
Rui Silva
o grande problema de Portugal é o facto de o Vaticano ter lançado um S.O.S. a Portugal! falta saber se Portugal vai assobiar para o lado, o que demonstrará que este regime a vigorar em Portugal é judaico-maçónico-saudita e em tal situação os militares da cristandade portuguesa tem o dever e a obrigação de promovêr um Pronunciamento Militar!
> O nosso défice de gestão não resulta de um problema de formação, mas da nossa cultura (vício português).
Já lhe ocorreu que o que chama vício possa ser uma virtude?
É que é preciso muita lata para uma perspectiva de vida que inclui chamar às pessoas "recursos humanos", vir acusar culturas nacionais de "vícios".
Vício é a mania da gestão. Se o Dante os conhecesse, arranjava-lhes um circulo catita no inferno, com tormentos servidos à máxima eficiência.
O nosso défice de gestão continua a passar muito pelo défice de formação sim senhor. É evidente que as nossas escolas ensinam o mesmo que as outras. Mas quantos gestores e empresários passam ou passaram por essas escolas? Muito poucos em comparação com o universo empresarial do país. Lido diariamente com um sector que produz bens transaccionáveis, muito aberto à competitividade internacional, muito à base de micro e pequenas empresas e 90% dos empresários não tem qualquer formação em gestão. É uma pecha real que afecta o nosso tecido empresarial e que só com mais 20/30 anos irá ser colmatada.
Há cerca de 30 anos os proprietários das PMEs começaram a mandar os filhos para cursos de Humanidades, para serviços e para o Funcionalismo Público.
Boa parte desses jovens deveriam ter tido sim formação para modernizar os negócios da família.
Agora muitos estão à beira dos 30 ou dos 40 anos sem emprego ou foram obrigados a emigrar.
Nos sectores tradicionais da nossa economia não ocorreu a devida modernização. Espanha não é exemplo mas neste campo está muito melhor que nós.
Os portugueses andam com a panca dos cursos superiores que viraram um belo negócio para as privadas. As famílias endividam-se e fazem grande esforço para dar o diploma. Mas a grande renovação das lideranças das PMEs está por fazer.
Nos anos 80 ainda havia proprietários de PMEs que quase não sabiam ler nem escrever!
O caldo cultural nestas pequenas empresas por vezes também é agreste. Por vezes encerram ou entram em decadência porque o proprietário faleceu e os herdeiros ao fim de 20 ou 30 anos não se conseguem entender! Ora isto são situações que deveria resolver em um ou dois anos, ou até menos tempo!
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