25 fevereiro 2015

no meio é que está o vício

Há uma rede que utiliza o aparelho de Estado e da administração pública para concretizar atos ilícitos, muitos na área da corrupção", diz Joana Marques Vidal, acrescentando que "há áreas em que há maior risco", como a "área da contratação pública", entre outras.

Ora sigam o meu raciocínio. Se vivêssemos num regime minarquista a corrupção pública seria próxima do zero. Ninguém poderia utilizar o aparelho do Estado para concretizar atos ilícitos porque a administração pública estaria fora da esfera económica.
Por outro lado, se vivêssemos num regime comunista utópico, daqueles com igualdade absoluta, a corrupção também seria mínima porque ninguém poderia auferir benefícios superiores a todos os outros.
Entre o primeiro cenário - minarquista, e o segundo - comunista, podemos esperar, em termos teóricos, que a corrupção vá aumentando à medida que o Estado "engorda". E que depois vá diminuindo, à medida em que ninguém possa "engordar".
Quando o Estado administra 50% do PIB, a corrupção, naturalmente, está lá no topo. Porque há muito "toucinho" para distribuir aos amigalhaços. A curva da corrupção - vamos-lhe chamar curva do Joaquim :-) - deve portanto aproximar-se da famosa curva de Laffer.
Quem quiser menos corrupção deve lutar por menos Estado ou por um Estado concentracionário e igualitário. Eu prefiro o primeiro cenário, porque o segundo leva à miséria.
Neste caso, caros amig@s, no meio é que está o vício.

4 comentários:

Ricciardi disse...

Até concordo consigo.
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No entanto, se pensarmos por exemplo nos eua, onde o peso do estado é de cerca de 35%, verificamos que a corrupção não me parece ser menor lá do que cá. Lá legalizaram a corrupção. O lobbyng. E o lobbyng é trabalho árduo (e proficuo) junto dos poderes legislativos e governamentais.
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Anyway, se juntarmos aos 35% acima referidos, por hipotese, a Seg Social o peso do estado seria maior do que o nosso.
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Rb

Luís Lavoura disse...

Se vivêssemos num regime minarquista [...] se vivêssemos num regime comunista utópico

O regime minarquista é tão ou mais utópico do que o comunista.

É impossível o Estado estar arredado de obras públicas como a construção de estradas, ferrovias e portos.

tric disse...

"Quem quiser menos corrupção deve lutar por menos Estado ou por um Estado concentracionário e igualitário. Eu prefiro o primeiro cenário, porque o segundo leva à miséria
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quando um Estado "vende" os seus "activos estratégicos" para ser menos Estado...ainda se "admite" !... mas o que se passou com a Portugal Telecom...os Brasileiros ficarem com o dinheiro da venda da Portugal Telecom e ainda por cima vendeu a um Judeu-Marroquino!!!?? o Brasil !!!???...

Emanuel Lopes disse...

As minha ideias de organização económica situam-se próximas do minarquismo. Mas o problema da corrupção não passa por mais ou menos estado. Isso só serve na cabeça de quem sente menos remorsos prejudicando o estado em vez de prejudicar uma entidade privada. Apenas aceito que, com menos peso do estado na economia, os privados são sempre mais atentos no que toca a acautelar os seus interesses. De resto, seja publico ou privado, na mente de um corrupto nada interessa desde que sirva para meter mais ao bolso.

O que poderia reduzir a corrupção seria o fim de inúmera burocracia e licenças que são necessárias para abrir um negócio, por exemplo.