23 fevereiro 2015

não há ricos para redistribuir

Esta afirmação de Maria Luís Albuquerque demonstra que o Estado Previdência, em Portugal, não é tão redistributivo como parece.
O Estado saca recursos à classe média para lhe devolver serviços que esta poderia adquirir no mercado por um valor muito inferior,
Entretanto financia o monstro que produz esses serviços e que apenas serve, politicamente, para alimentar a "boyada".

15 comentários:

Ricciardi disse...

«O Estado saca recursos à classe média para lhe devolver serviços que esta poderia adquirir no mercado por um valor muito inferior,».
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Que serviços pode o estado devolver à população onde o mercado faria um valor muito inferior?
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1º Na saúde não. Nos EUA é a prova provada que esse serviços custam quase o dobro do que na Europa, sem maior beneficio nos macro indicadores de saúde.
2º Na defesa e na segurança interna o mercado não se pode substituir.
3º Na justiça o mercado não se pode substituir.
4º Na Educação o mercado pode substituir-se em parte. Não como financiador, mas como prestador de serviços do estado que deve assegurar a educação universal.
5º Nas pensões dos regimes contributivos é indiferente. Se é o estado ou se são seguradores vai dar ao mesmo: o pessoal desconta ou paga um prémio.
6º Nas pensões dos reg. não contributivos, bem como subsidios vários, pode o estado emagracer na exacta proporção e razão do estado de indigência da população e pujança economica.
7º Nas obras públicas (mesmo publicas: estradas, saneamentos, electrificação, hospitais etc) o mercado já bota a mão em parcerias fantásticas.
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Conclusão:
a) O problema fundamental reside na incapacidade em atrair negócios. Nacionais ou estrangeiros. E como eles aumentar a receita fiscal por via de uma redução drástica das taxas de impostos sobre rendimentos.
b) Barreiras burocraticas, de licenciamentos.
c) Tornar muito mais caro através de provisões o acesso a crédito para fins não industriais. Previligiar crédito para investimento a medio-longo prazo.
d) Dinamizar o acesso a uma Bolsa para PME's de forma a estas poderão autofinanciar-se.
e) Constituir banco de fomento industrial com investimentos prioritários na área energética, investigação ciencia industrial.
f) Reformar o sistema de ensino, especializando mais o pessoal desde tenra idade.
g) Dar incentivos à constituição de cooperativas de produtores e comerciais nas áreas agricola, pesca, etc.
h) incentivar o emparcelamento de terra agricolas para induzir economias de escala.
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etc etc etc
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Em suma, os governos em vez de dedicarem a ser bons alunos e ter por objectivo o 'roleman' da divida, podiam ficar satisfeitos em induzir inciativas privadas na economia real.
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Rb

Ricciardi disse...

Bem ou mal, nuns casos bem, noutros mal, Salazar pensava em termos economicos como eu mesmo. Ou melhor, eu é que penso como ele nessa matéria especifica (não venham por aí os devotos usar isto contra mim).
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Quer dizer, ele agia por missões. Vamos fazer escolas. E fazia.
Vamos poupar agora para fazer barragens. E fazia.
Vamos constituir um plano de fomento. E fazia (um bocado mal, mas pronto a intenção era boa).
Vamos valorizar o escudo para atrair capital estrangeiro. E fazia.
Vamos desvalorizar o escudo para competir com os bifes. E fazia.
Vamos usar Portugal como plataforma e refugio de capitais e ouro. E fazia.
Vamos agora dar aos pretinhos a possibilidade que tanto parecem ansiar de dizer se querem ser independentes ou não em parceria e paz com os do 'contenente'. E não fez e estragou tudo. Pronto. Não há bela sem senão.
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Rb

Ricciardi disse...

E o caro Joachim perguntará:
Então e o mises e o hayked e a escola austríaca e mais o liberalismo?
- meta-os na gaveta como o Soares meteu o socialismo.
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Rb

Luís Lavoura disse...

que esta poderia adquirir no mercado por um valor muito inferior

Não, porque no mercado as pessoas não têm poder negocial.

Por exemplo no caso da saúde, uma pessoa a pagar por si própria paga sempre muito mais do que aquilo que o Estado paga, porque o Estado tem poder negocial para exigir dos fornecedores preços com desconto.

Ricciardi disse...

O que é manifestamente prejudicial para o país e economia, ainda q teoricamente racional e bondoso, deve ser arrumado na gaveta. Se Soares percebeu isso, e não deve mto à inteligência, não vejo como vossencias não consigam também fazer lo.
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Rb

Ricciardi disse...

Faça lá um esforçozinho que vai ver q consegue. Não custa nada. Mete a ideologia na gaveta, fecha-a, e atira a chave fora.
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Dessa forma podem dedicar se a pensar em portugal e não num qualquer internacionalismo ideológico adverso aos nossos interesses.
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Rb
Rb

Anónimo disse...

É mais grave: o estado tira a todos, até aos mais pobres, e o que redistribui é uma pálida imagem do que saca.

Uma questão, para alguém que saiba responder: entre 2011 e 2013 a despesa da segurança social aumentou brutalmente. O estranho é que o total das prestações familiares, pensões e desemprego, aumentaram moderadamente, como se espera com esta demografia e a crise. O que aumentou brutalmente, foi uma rubrica "outras despesas", depois de tudo isso pago (subiu de 8MM para mais de 20MM!) Alguém sabe a que se referem estas? - os dados são do Pordata, podem ser consultados aqui:
http://www.pordata.pt/Portugal/Ambiente+de+Consulta/Gr%C3%A1fico

Anónimo disse...

Caro Luís Lavoura,

Se assim é, porque é que não há papel higiénico na Venezuela :-)

Joaquim

Anónimo disse...

para alguém que saiba responder: entre 2011 e 2013 a despesa da segurança social aumentou brutalmente. O estranho é que o total das prestações familiares, pensões e desemprego, aumentaram moderadamente, como se espera com esta demografia e a crise. O que aumentou brutalmente, foi uma rubrica "outras despesas", depois de tudo isso pago (subiu de 8MM para mais de 20MM!) Alguém sabe a que se referem estas?

http://www.pordata.pt/Portugal/Despesa+da+Seguranca+Social+total+e+por+tipo-100

Luís Lavoura disse...

Joaquim,
o que tenho eu a ver com papel higiénico e com Venezuela? Nada. Eu nunca fui à Venezuela e não uso papel higiénico. Nada tenho a ver com nada disso.
O que eu afirmei é que o Estado consegue pagar menos na saúde do que aquilo que eu pago se me apresentar como consumidor individual. Por exemplo, se eu fizer uma análise de sangue através da ADSE, o analista cobra menos à ADSE do que me cobraria a mim se eu me oferecesse para pagar ao balcão. (Eu já experimentei isto, sei o que afirmo.) Por quê? Porque a ADSE negoceia com o analista preços reduzidos, que este não aceita fazer a um cliente individual.
Portanto, fica de facto mais barato um serviço de saúde pago pelo Estado do que ficaria se fosse pago por cada um de nós.

Luís Lavoura disse...

Aliás, Joaquim, o mesmo é verdade para um seguro de saúde. Todos os americanos sabem isso. Se um americano que não tenha seguro de saúde se apresentar num hospital para fazer uma cirurgia, o hospital cobra muito mais a esse indivíduo do que cobraria à companhia de seguros caso ele estivesse segurado. As companhias de seguros negoceiam com os hospitais preços reduzidos, que os hospitais jamais fazem a indivíduos isolados.
Por isso, é de facto péssimo negócio um indivíduo querer pagar do seu bolso. Paga muito mais do que se estiver inserido num qualquer esquema coletivo (seja ele gerido por um privado ou pelo Estado).

Anónimo disse...

Caro Luís Lavoura,

No seu mapa do mundo, de facto é assim. Eu respeito, mas é sempre bom ter flexibilidade e escolhas.
Quem tem mais flexibilidade tem mais sucesso.
Gostaria de lhe propor um exercício mental: imagine que todos os produtos e serviços são comprados em grupo pelo estado.
A comida seria mais barata, os carros, as casas, etc.
Repare como o seu argumento começa a parecer esquisito.
Ou será a saúde uma excepção? Eu aceito que no seu mapa do mundo seja, no meu não é.
Na Venezuela tentaram controlar os preços no consumidor e o resultado foi a escassez.
Em Portugal tentaram controlar os preços dos medicamentos administrativamente e qual foi o resultado?
O público passou a pagar mais e alguns medicamentos desapareceram do mercado.
No meu mapa do mundo não há milagres, nem jantares grátis. E no seu?

Joaquim

lusitânea disse...

O SNS não tem tratamento de dentes.Deve andar tudo cheio de cáries...
Salazar tinha hospitais mas as pequenas coisas tinha a malta que tratar com o seu médico.Que ia a qualquer aldeia a qualquer hora e baratinho porque não havia SNS a fazer concorrência
Que o Estado fique com as coisas complicadas dos hospitais e deixe o resto para os privados e para as caridades...
Poupava-se muito...

Luís Lavoura disse...

Joaquim,
eu falei de coisas concretas. Você vem-me com conversas de mapas-mundo e de exercícios mentais.
Deixe-se de abstrações e fale de valores concretos. Números, preços. Diga lá se é ou não é verdade que um qualquer laboratório cobra menos à ADSE (ou a uma seguradora) por um qualquer exame do que cobraria a um privado.

Anónimo disse...

Caro Luís Lavoura,

Há sempre um caso anedótico para contrariar um princípio abstrato.
É verdade o que diz. E contudo os princípios que eu afirmei continuam corretos.

Joaquim