22 fevereiro 2015

não há alternativa

Nos termos do acordo feito com a UE há dois dias, o Governo grego vai ter de retomar e completar, sob supervisão da UE e do FMI, o programa de resgate que tentou renegar (incluindo a suspensão de algumas medidas já anunciadas) como condição de receção da fatia remanescente do empréstimo correspondente. É um profundo golpe no programa eleitoral do Syriza, por mais que a propaganda governamental tente dourar a pílula.
Mas o Governo grego pode aproveitar a oportunidade e o impulso político da UE para realizar as reformas de que o País carece e que continuam em grande parte por realizar: corte nos privilégios da elite política e económica, incluindo os da igreja ortodoxa (cujas salários e pensões são pagos pelo Estado!), reforma e racionalização da administração, criação de uma eficaz máquina fiscal e alargamento da base fiscal, liberalização da economia (ainda há preços tabelados no mercado de bens e serviços).
Vital Moreira 

Comentário: A narrativa que os socialistas não querem ouvir.

1 comentário:

Harry Lime disse...

Bem, esta é como a historia do copo. Para uns está meio cheio ara outros está meio vazio.

A forma objectiva de decidir quem venceu ou perdeu numa negociação é comparar o resultado final com as propostas iniciais de cada um.

Para começar vamos admitir que há aqui muita coisa que não interessa: a designação das "intituições" vs "troika" ou a "imposição" de supervisão e autorização por parte da troika (que a Grecia nunca tinha posto em causa). O primeiro passo foi uma cedencia à Grecia, o segundo à Alemanha. Ambos inocuos para ingles ver.

Assim vamos à substancia.

Posições inciais:

- A Alemanha dizia para não se mexer em ciscunstancia alguma no programa já aprovado.

- A Grecia propunha:
a) que pudesse alterar o program nalguns pontos (a famosa proposta do 70% do programa original mais 7 medidas supresa)

b) reduzir a imposiação do Balanço primario de 3% para 1,5%

c) alargamento do financiamento por 6 meses

Em face disto vamos ver o resultado.

- A Grecia vai ter alguma margem de alteração do programa (cedencia da Alemanha, que lembremo-nos não permitia qualquer alteração)

- Definição dos objectivos do balaço primário em função da performanace economica (cedencia de parte a parte, a Grecia queria redução para 1,5%, a Alemanha lembremo-nos não permitia qualquer alteração)

- 4 meses de finaciamneto procisorio em vez dos 6 (cedencia da Grecia... A Alemanha lembremo-nos opunha-se a qualquer finaciamento se o programa original não fosse cumprido...)

Este é resultado e as conclusões de cedencias ou não devem ser tiradas a partir duma analise deste tipo e não de qualquer analise futeboleira como a nossa imprensa economica parece gostar.

Rui Silva