Há dias deixei aqui uma pergunta a que
responderam 87 pessoas.
1.
Na actualidade
2.
No Salazarismo
77% respondeu “No Salazarismo”.
Desconfio que esta ínfima amostra corresponde
ao pensamento dos portugueses. No Estado Novo tínhamos menos liberdade
política, mas na atualidade temos menos liberdade em quase todos os outros
aspectos da vida.
Ora como a grande maioria das pessoas não anda
metida na política, é muito natural que se sinta agora menos livre.
Pensei nisto quando li esta notícia sobre o
aniversário de Mário Soares: “Quisemos sempre todos a mesma coisa: liberdade, democracia e respeito pelos outros”. Pois é, quisemos mais liberdade mas, em
muitos sentidos, acabamos com menos liberdade?
A livre-iniciativa está cerceada, o Estado
concorre de forma desleal com os cidadãos, a justiça não funciona, a prisão
preventiva é mais prolongada do que no Estado Novo e o fisco leva uma parte de
leão dos nossos rendimentos. Por fim, o Estado tem mais informação sobre a vida
privada de cada um de nós do que a PIDE no seu apogeu.
Há porém um grupo de pessoas que tem mais
liberdade do que no Salazarismo: os políticos. Por isso enchem a boca de
“liberdade”. Pena é que tenham usado essa liberdade, que o 25 lhes concedeu, para
encolher a dos seus compatriotas que não se dedicam à política.
1 comentário:
Liberdade não falta, a ponto de um presidiário de Évora se afirmar mais livre que nunca.
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