Os estados de alma são o que nos ajuda a tomar
as decisões certas. Quem tiver dúvidas que leia “O Erro de Descartes”, do
Damásio.
Seja na gestão, seja na política, os estados
de alma são fundamentais. Iluminam o caminho e ajudam-nos a intuir as
consequências dos nossos actos.
Quando ouvi, há uns meses, o ex-presidente da
PT afirmar que não tinha estados de alma (relativamente ao cambalacho com o
BES) pensei: que palhaço. Como é que esta gente chegou onde chegou, custa a
crer.
Relativamente ao caso Sócrates, todos devemos
ter estados de alma. Zangados, claro. Fulos, com certeza. O meu estado de alma
relativamente a este assunto, contudo, é apenas de tristeza.
Fico triste com o que se está a passar porque
nos prejudica a todos, prejudica a imagem de Portugal. E este estado de alma
ajuda-me a perspetivar a melhor "receita".
Neste caso, o melhor teria sido isolar a socrática
figura de qualquer influência política e varrer o assunto para debaixo do
tapete. Poderia não ser a solução mais justa, mas seria certamente a que nos
prejudica menos a todos.
59 comentários:
o que nos prejudica a todos são a perda do poder de compra , consequência da gestão danosa e corrupta de socrates que levou o país à bancarrota. Branquear isto foi o que fizeram o anterior PGR e restante hierarquia.
Enquanto eles andam à solta é o povo burro, atrasado, morcão, a corrupção, isto e aquilo. Quando são caçados, ai que prejudica a imagem do país, ai que eu estou muito triste!
Mas desde quando é que a imagem - e que importa a imagem, quando está em causa a substância?! - desde quando é que a imagem de um país é prejudicada por se prenderem os criminosos?
Arre que é de uma pessoa dar em maluco.
Volte para os Estados Unidos homem! Lá é que é bom!
Claro. Em África fazem o mesmo.
Péssimo serviço ao Pais, porque?
O socrates presta um péssimo serviço a ela próprio. É o mesmo que dizer que o Sarkozy (tambem ele metido em sarilhos) faz um mau serviço à França.
A Frnaça e os franceses não têm nada a ver com os pecados de um homem em a+articular (que por acaso é frances epor acso foi presidente)
O mesmo acontece em relção aPortugal e aos portugueses, a desonestidade do Socrates não diz nada acerca da honestidade de Portugale dos portugueses.
Rui Silva
Exactamente Joaquim.
Também o mesmo estado é de tristeza.
Sinto-me envergonhado por ver o nome do meu País ser só falado "lá fora" por causa da bola ou por causa de escândalos.
Que eu saiba os italianos não deixaram de estar prósperos e têm metido uma série de corruptos na cadeia.
Por cá é o inverso- quer-se uma republica das bananas para inglês ver.
e nao esquecer que prai umm quarto da divida que andamos a pagar e da construccaao de estradas adjudicadas ao grupo lena....
varrer para debaixo do tapete? e ficarmos com fama de idiotas ao quadrado?
Comentei com alguns colegas o sucedido. Admiraram-se com a maturidade democratica de um sistema que faz o que fez, quase todos tinham duvidas se o mesmo aconteceria aqui.
Embora eu acredite que isto nao demonstra nada disso mas sim ajustes de conta ou fait-divers. Mas isso guardei para mim :).
Elaites
Abraco para todos
Quando ouvimos dizer que a justiça italiana anda atrás do Berlusconi achamos que é este o corrupto e que o país até passa uma boa imagem. No Brasil há muita gente que gostaria de ver ex-dirigentes presos e invejam Portugal. Sócrates na cadeia não dá má imagem a Portugal, quem dá são aqueles que se entristecem por verem os corruptos apanhados.
Caro,
Eu não me entristeço por ver corruptos apanhados. Fico triste se se comprovar que um corrupto liderou o país.
Joaquim
Que um corrupto acabe liderando um país é mais ou menos inevitável acontecer uma vez por outra num sistema complexo. Não estamos nos primórdios da república romana, em que um Cincinato podia ser nomeado dictator temporariamente e depois do problema resolvido voltava ao trabalho no campo. Hoje, subir na hierarquia partidária implica uma "técnica política" alheia a todo o tipo de considerações éticas.
O que entristece no caso de Sócrates é outra coisa: há uns anos atrás fizeram uma sondagem, e as pessoas acreditavam que Sócrates era corrupto mas que, ainda assim, não havia razão para deixar de ser primeiro-ministro. Uma das tragédias da democracia é que o dito "cada povo tem os governantes que merece" torna-se numa profecia auto-realizada (como todas, aliás).
Só agora é que o Birgoolino se deu conta.
O que é estranho nos tugas é serem poetas para umas coisas e depois precisarem que a polícia mostre o que toda a gente sabe e eles também mas faziam de conta.
Mário:
E acreditam que é mentira mas agora têm vergonha.
Toda a malta artista e prof que eu conheço está calada que nem ratos.
Aão os mesmos que passam o tempo todo a berrar contra o "paulinho das feiras"; a jonet e o bpn.
O fenómeno mais estranho, quanto a mim, é mesmo o que isto espelha- que o preconceito de esquerda é uma laracha de fantasia.
É uma mentira da boca para fora. Basta um pequeno nada para um tipo ser patife de Direita ou Inocente de Esquerda.
Porque é que o Sócrates viveu em estado de graça?
Quem é que precisava de fazer de conta, convidar para comentador e até propor condecoração?
Quem souber responder faça o favor porque eu não sei nem nunca entendi.
É do foro psiquiátrico. É uma loucura mansa sob o manto da "democracia".
Temem as trevas se não se fizerem de ceguinhos e tolinhos de mãos dadas com medo do papão.
O morgadinho da cubata sofre desta síndrome.
":OP
E o Harry Lime também.
Não sei explicar. São saudosistas de uma fantasia que não viveram e julgam que assim é que se tornam modernos e iguais aos civilizados.
De vendas e com muito respeitinho por causa das coisas.
O Birgolino é igual- quer parecer estrangeiro mas não aprendeu nada na América.
Podia ser africano que não se notava a diferença.
E o AP também. Também sempre defendeu o Sócrates. Foi até a primeira discussão que tive com ele quando a fraude do canudo finalmente apaereceu nos jornais.
Também andaram a fingir que não sabiam e que nunca tinham lido no Portugal Profundo.
É sempre preciso chamar o senhor guarda para se darem conta que um bandido é um bandido.
E depois acham mal que o senhor guarda trate um bandido como um bandido quando o bandido é uma personagem que elegeram para um alto cargo da Nação.
Parece mal. Só não parece mal continuarem a aparicar o bandido e até fazer-lhe estátua se a polícia não aparecer.
O PA, queria dizer.
É igual.
O timing certo para ir de cana devia mesmo ter sido no dia da comemoração.
Em pleno momento de lhe bateerem a pala e cantarem o hino.
Isso sim. Isso era terem todos o que merecem.
A figura de ursos que são.
O povo sabe que a democracia que temos é uma fantochada e desabafam dizendo que “são todos uns ladrões”, mas nem querem dizer que são todos como o Sócrates, mas que vivem num clube restrito fingindo-se representantes do povo.
Mas o pessoal metido a intelectual acha que faz parte de uma elite que não pode se ver arredada do centro dos eventos, que está cheia de direitos e liberdades, que vive já fora dos grilhões da Idade das Trevas e assim por diante. Mas para isso têm de simular que vivem num clima de relativa normalidade, o que é um belo convite para auto-ilusão. Na verdade, a liberdade de que realmente gozam é esta: a de se auto-enganarem. Neste contexto, “a verdade escraviza”.
Mas sabes, Zazie, uma erupção surge sempre associada a um mal qualquer. É como o acne. Ou são as hormonas a pulular ou é um problema de saúde.
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No nosso caso parece-me que a erupção da corrupção tem que ver com a base do regime que é assente no poder dos partidos. No nosso caso e nas democracias em geral a corrupção rebenta-nos na cara despudoradamente.
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Na America até ao japão e frança e espanha...
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Não é possível eliminar a corrupção quando os partidos tem o poder de escolher quem mexe nas massas. Os partidos eligiveis para a governança rodam no poder e anseiam chegar lá com um único propósito. Ganhar umas massas em adjudicações e receber subornos. Uns recebem subornos quando antecipam que vão perder as eleições. Vou perder mas vou encher o saco. Outros estão ressacados nos fins de legislatura. Passamos tanto tempo a pão e água que quando chegarmos lá, pá, é que vai ser desbundar.
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Em suma, este sistema assenta na confiança que os partidos nos possam merecer. E eles não merecem confiança alguma. Não há ninguém acima deles que mire o longe e tenha o poder de os colocar no devido sitio.
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Rb
Não sei. O fenómeno é mais complexo.
Dá ideia que sentem vergonha de fingirem que acreditam e quanto mais vergonha sentem mais necessidade têm de promover a fraude.
Mas é um complexo por causa do abismo. Porque há uma qualquer etiqueta de Robin dos Bosques com que também beneficiam.
Depois é o efeito boa de neve e se não for o Robin dos Bosques vêm aí o facismo.
É uma cena patológica e a patologia é mais que pancada de esquerda-
e a pancada de se "ser democrata em Portugal"
Como se fossem selvagens que chegaram assim, de repetente, à civilização democrática e para se incluírem no grupo vale tudo- vale apadrinhar todos os bandidos qeu se digam da mesma genealogia.
Aliás, o mal que Sócrates fez a Portugal foi mais este.
Contribuiu para tornar o povo ainda mais poltrão.
Ele pode acabar politicamente mas os socretinos estão aí a cada esquina a querem imitar o "triunfo do animal feroz".
Existem Socrates e Portas e Dias Loureiros e Armandos Vara. Do PS e do PSD e do CDS.
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A justiça que se faz à posteriori tem de ser feita, mas é extemporanea e subserviente ao poder politico. Seria melhor termos um sistema que não produza tantos corruptos.
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A esse proposito vamos ver o que acontece com Socrates. Mal o poder judicial perceba que quem se mete com o PS (que tem boas possibilidades de aceder ao poder) leva nas trombas, amurcham. Acabrunham-se. Os partidos tem o poder de fazer a vida negra a qualquer um. Incluindo juizes.
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Rb
Como costuma dizer um que por aqui anda: "vergonha não é roubar; é ser apanhado".
Este é o lema socialista e do povo democrático educado pelo menino de ouro.
Já estava à espera desta comparação.
Devia ter-me antecipado.
O ladrão; o bandido, o grande bandido não é bandido porque parece que há outros bandidos menores que nunca chegaram a Primeiro Ministro nem estavam na calha para Presidentes da República.
É este o lema do pequeno filho da puta que quer ser como o grande filho da puta.
Tudo se iguala; nada é nada porque tudo é igual.
O poltrão é isto e eu sempre disse que esta é uma característica bem portuguesa.
Até no catolicismo gostam de poltranice- sempre a bem com Deus e o Diabo, não vá um deles trocar-lhes as voltas.
«Seria melhor termos um sistema que não produza tantos corruptos.»
Olha-me este.
Pensava que o único sistema bom era a dita cuja que os tem produzido.
Sabes qual é o mal. É centrarem-se em figuras.
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Vcs dão-lhe para o socrates quando o socrates é um entre muitos.
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E como fazem isso, provocam tribalites. O pessoal começa a defender a sua tribo e a coisa vai num crescendo de rivalidade que já ninguem se lembra dos motivos e passam as facções a lutar umas contra as outras.
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É isso que eles querem. Que vcs dirijam ataques pessoais para arregimentar as hostes e preparar o ataque em grupo.
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Não vamos a lado algum com a conversa esquerda e direita. São exactamente a mesma coisa. O da alegada esquerda até já diz que não se compromete com aquilo que há um mês jurava corrigir.
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Não foi assim tambem que Passos foi eleito? claro que foi.
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A mentir. Mentem tão descaradamente que chegam a pensar que é verdade as mentiras que realmente propalam...
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Rb
Porque a dita cuja é intocável e por isso tem de se deixar que produza bandidos não vá a dita cuja desaparecer e virem de novo as trevas.
A lógica é sempre essa.
O momento fundador teme o caos.
Porugal começou assim, com os filhos da puta dos lateiros, não pode mudar, nem tocar-lhes muito pois antes deles era o caos- cruzes canhoto que é melhor nem lhe dar nome.
É curioso que as pessoas falem de Sócrates como se fosse um caso de corrupção e como se esta fosse uma novidade e motivo de espanto.
Sócrates vivia uma vida escandalosamente faustosa, confiante de que ninguém se atreveria a tocar. O homem foi primeiro-ministro, num regime de democracia totalitária, com uma guarda pretoriana sempre pronta a defendê-lo de qualquer coisa. Vi muitos teóricos nos blogs no tempo de Sócrates defenderem que em democracia os governos não precisavam ter limites à sua actuação, porque depois vinham as eleições e o povo logo dizia se tinha gostado ou não, ficando implícito que a única punição era a perda do poder.
O que as pessoas não querem admitir é que sucumbiram a uma estratégia infantil de domínio mental. Agora toda a gente diz que Sócrates, apesar de tudo, é uma pessoa com carisma. Assim já ninguém tem que admitir que foi idiota em votar nele ou em defendê-lo quando os indícios de corrupção eram claríssimos.
Mas isso é o tribalismo.
O nosso tribalismo é uma merda sagrada.
Foi-se fechando o espectro. Dantes ainda lhes davam mais nomes; eram os comunistas; os sociais democratas; os do centro católico; os socialistas e por aí fora.
Depois a coisa mudou de nome; ficou mais besta, em dicotomia e agora é mesmo apenas "Esquerda e Direita.
Cabem nela os mesmos que podiam caber na recíproca mas reconhecem-nos por declaração tribal.
Poder pode e toca-lhes como se vê. O problema é que perfilam-se outros na calha para os substituir.
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Aposto que daqui a dois ou tres anos veremos membros deste governo acusados de qualquer coisa.
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Só depois de passarem por lá é que se sabe das coisas.
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E nessa altura tu vais continuar a dizer a mesma lenga-lenga e não percebes o que realmente está mal. Vais continuar e dessa vez vais dizer que o fulano y nunca te enganou. Vais andar enganada para todo o sempre porque recusas pensar, como a generalidade da populaça, em alternativas sérias.
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Rb
» Assim já ninguém tem que admitir que foi idiota em votar nele ou em defendê-lo quando os indícios de corrupção eram claríssimos.»
Sim. Tens razão. Sócrates é o espelho da imbecilidade deles.
E foi uma imbecilidade que durou muito e era para durar para sempre.
Semtem vergonha deles próprios.
Só pode.
É um fenómeno psico estranho. Não tem outra explicação.
Mas isto não acontecia se o dito Sócrates fosse do PSD ou CDS.
A questão também é esta.
«Aposto que daqui a dois ou tres anos veremos membros deste governo acusados de qualquer coisa»
Não creio que o Passos seja um pinócrates mas eu não tenho tribo.
Nunca votei num único para subir. Apenas para conttibuir que outro desça.
Não tenho tribo; não tenho ideologia; detesto a escardalhada porque a escardalhada manda e desgraçou Portugal.
Mas não sou por ninguém nem por nenhuma tribo.
Ah, e tenho pó a poltranices.
Nunca ganhei nada com a política; devo ser das raras pessoas da minha geração que não ganhou nada de nada.
E conheço-os a todos. Fomos todos colegas. Era natural que já tivesse também passado pelo poleiro ou tivesse alto cargo em qualquer treta.
Não tenho porque cada um é para o que nasce e eu nasci para não ter jeito para sabuja.
Nem eu, nem ninguém da minha família e a descendência pensa o mesmo que eu.
Não sou saudosista de nada mas este mundo de socretinos em que ser apanhado é que é vergonha, não é o meu mundo.
“Mas isto não acontecia se o dito Sócrates fosse do PSD ou CDS.”
Sim, dificilmente aconteceria, porque em Portugal só o PS é transversal em termos de poder: consegue condicionar a acção dos sindicatos, tem apoio de jornalistas, apoio de banqueiros, apoio da maçonaria, apoio dos “artistas”, apoio dos comentadores malabaristas e assim por diante.
Sócrates percebeu que o PS era o nó de confluência de todos estes focos e que tudo poderia se centrar na sua pessoa. E também percebeu que ao “falar grosso” toda a gente começava imediatamente a baixar a cabeça.
De certa forma, o Aleksandr Zinoviev já explicou estas coisas. Diz ele que quando as normas e valores da sociedade entram em crise, automaticamente passam a prevalecer as regras comunais, em que só conta a vantagem do momento, e as pessoas perdem de vista algo fora da esfera imediata. Neste tipo de sociedade, o único elemento agregador é o “grande líder”, que não é realmente amado mas admirado porque todos o temem.
No fundo, esta é a consequência da grande “vitória da razão” celebrada por liberais e socialistas.
Portugal é deles.
Ainda que eles sejam o mesmo que acusam nos outros.
Mas é deles; os jornais são deles; a cabeça dos tugas é deles.
O deles é uma miséria económica mas é uma poesia que lá vai alimentando a alminha da poltranice tuga.
A escola é deles. Eu diria memso que o mal começa aí.
Não se pode ensinar um único saber sem que seja filtado pelo crivo "deles".
Eu sou uma pária. Dou coisas "reaccionárias". Mando ler autores antigos- "reaccionários".
Ninguém pode fazer isto em Portugal.
Eu faço-o às escondidas e tenho de me esforçar 10 vezes mais para conseguir ter um ´decimo do que eles têm.
A diferença é esta.
Nos outros países há esta merda mas há mais coisas.
É natural ensinar-se tudo sem ser acusado de "reaccionário".
Cá não se pode.
Nunca notei este dogma censório por hunanimidade no Estado Novo, que tinha mesmo censura.
Agora a censura é esta- por acordo do lado certo da História nninguém pode ensinar ou falar em nada mais antigo que possa parecer "reaccionário".
E quem ensine tem a folha feita.
Não vai a lado nenhum. É um pária. Quanto mais anos passam desde o momento fundadador mais pária se torna e mais matilha existe a morder-lhe as canelas.
Não sei explicar este fenómeno e este fenómeno chama-se "esquerda".
Vou corrigir, em tom de provocação, porque a questão é mesmo semântica (Como o José a sabe morder)
Este fenómeno chama-se mais que "esquerda". Chama-se por cá, ser "democrata". E o sinónimo é "esquerda", para combater o "reaccionarismo".
O sentido das palavras é mais vasto que o dicionário. É uma forma mental e uma forma de vida- são 40 anos de Portugal.
Antes não era assim. Havia outros dogmas mas nunca conheci esta ditadura democrática da hunanimidade de pensamento.
O objectivo inicial do marxismo é a conquista do poder. Como o objectivo final do marxismo é inalcançável, então só existe realmente o primeiro objectivo.
Mas alcançar o poder em democracia não é o mesmo que em ditadura. Em ditadura basta ter o poder oficial, uma censura e uma polícia política, porque as pessoas resmungam mas não fazem nada. Em democracia é preciso tomar o poder sem retirar oficialmente as liberdades. Para isso é preciso amestrar as consciências, encher as pessoas de direitos – que as tornam mimadas mas também escravas do próximo – e criar um debate público sem qualquer inteligibilidade.
Em Portugal as coisas ficam ainda mais estranhas porque a modernização tornou-nos muito pequenos. Umas poucas pessoas organizadas conseguem dominar jornais, promover artistas, decretar currículos escolares, decidir promoções e assim por diante.
Restam três ou quatro doidos que acham que tudo isto é absurdo, e que no fim das contas servem de exemplo para os cínicos dizerem que o sistema é tolerante, que permite liberdade de expressão.
Vou-lhe dizer- na minha área não conheço um único doido para amostra.
Até eu me disfarço.
Tenho medo da matilha. Só falo de teoria em trabalho e em convívio de jardinagem ou de piadas secas.
ehehehe
A sério. Parece maluqueira mas não dá para se falar de mais nada.
As pessoas ganharam pavor à realidade. Em tempo gostava de assustar "criancinhas", agora já nem isso :)
Mas inventaram uma realidade.
Deixou de haver contra porque imaginam que o Poder não é deles.
Ainda falam no "pensamento dominante" e em serem "contra o pensamento dominante" - seja na mongalhice do "Que se lixe a Troika"; seja nos Gatos Fedorentos e nem se dão conta que o dito "pensamento dominante" é o deles.
"Mas inventaram uma realidade."
Sem dúvida. Mas o mais irónico é que é a dita direita que acredita mais na "realidade" inventada pela esquerda. A esquerda começou por destruir a percepção de realidade, o que deixou toda a gente sem "terra". Mas depois a esquerda oferece uma nova realidade que está à partida destinada a ser desfeita quando deixar de ter energia transformadora. Precisamente quando a "direita" se estava a habituar, e eis que fica novamente desamparada.
Não há direita. Há aventais.
Os aventais casam entre aventais e têm muitos filhinhos aventalícios.
Somos uma monarquia. Os tipos negam mas isto é tudo partilha entre clãs.
É tudo coisa de primos das choças.
http://i19.photobucket.com/albums/b159/panotea/ps2B89.jpg
São os nossos serviços de chá
http://www.cocanha.com/porcelanas-portuguesas-para-recordar/
Recordemos que este post fala de estados de alma e de como a emoção ajuda a decidir. Ou seja, se eu sinto que é assim é porque é mesmo. A emoção realmente é uma reacção ajustada ao estímulo, o problema é que esse estímulo pode corresponder a algo da realidade ou pode ser, no limite, uma fantasia paranóica. É uma idiotice falar em controlar as emoções, o que se tem de controlar é aquilo que se apresenta à emoção.
O socialismo sempre foi uma fraude. Alguém consegue apresentar um caso de sucesso?
O comentado Mário percebe da poda. A Zazie sempre incisiva.
"O socialismo sempre foi uma fraude. Alguém consegue apresentar um caso de sucesso?"
Existem vários casos de sucesso, dado que há vários socialistas entre os homens mais ricos do mundo. O socialismo é uma técnica eficaz de obter poder político, conseguindo amedrontar os capitalistas e adormecer as populações que eles empobrecem.
Ele estava a falar de países de regime socialista que tenham tido sucesso.
O problema é que o sucesso é sempre para os apparatchiks.
E por cá nem sequer houve algum regime socialista. Há saque dentro do Estado e promessas de distribuição do saque em quem os aparar.
Mas nem a 3ª via inglesa deu alguma mais valia à população.
Por muito que se não queira aceitar, a verdade é que foi graças à Tatcher que também eles saíram do atraso em que estavam.
Estava a ser irónico e não estava. Quem já conviveu de perto com socialistas sabe que para eles o sucesso é o poder, se o povo passa fome é irrelevante.
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