Uma cultura católica é uma cultura de tudo. Há de tudo, há sempre um caminho para se chegar a um certo fim. É preciso é procurá-lo. Acabará por se encontrar com certeza.
Foi assim que desde Janeiro eu me dediquei a procurar esse caminho, um caminho que libertasse Portugal deste regime político que nos sufoca e nos envergonha, que destruiu as instituições - a justiça, a economia, a protecção da velhice, a própria família -, e que não tem futuro nenhum. E um caminho que fosse pacífico, que tivesse o consentimento dos portugueses.
No final de Junho, depois de muito silêncio, telefonei ao Joaquim:
"Joaquim, estou a pensar em candidatar-me a Presidente da República no próximo ano.
O meu programa eleitoral é simples e que anunciarei claramente a todos os portugueses:
1. Só ocuparei o cargo durante três anos (e não pelos cinco do mandato) e sairei para nunca mais ocupar nenhuma função pública.
2. Declararei imediatamente o estado de emergência económica e financeira do país e suspenderei a Constituição e os partidos políticos, governando com plenos poderes.
3. O meu programa de governo só tem um objectivo - o bem comum (não me perguntem por medidas particulares porque essas serão tomadas conforme as circunstâncias da altura e obedecendo a este critério).
4. Nesses três anos, restauro as instituições e o crescimento económico e elaboro uma nova Constituição conforme às tradições portuguesas (que incluirá partidos políticos, embora com outro nome e outro arranjo organizacional que os fará concorrer para o bem comum). Esta Constituição será sujeita a referendo.
5. A nova Constituição prevê a restauração da Monarquia, uma das maiores tradições portuguesas. Ao fim de três anos, renuncio ao cargo de Presidente da República e o D. Duarte Pio de Bragança reassume o Trono de Portugal. Estabeleço com ele um acordo verbal de que só reinará durante três anos, ao fim dos quais abdica a favor do seu filho Afonso. Será o "começar de novo" para Portugal".
O Joaquim ouviu-me em silêncio.
Se perder?
Não há problema nenhum. Quem dá o que tem...
Uma colaboradora minha, a quem antes tinha exposto a mesma ideia, respondeu-me: "O Professor ainda leva mas é um tiro na cabeça..."
E eu fiquei a pensar: E qual seria o problema?
27 comentários:
Restaura o crescimento económico? Carrega no botão e o crescimento económico aparece.
Talvez seja a Economia que faz os presidentes, não um presidente que vai dar origem ao crescimento económico.
Tem já o meu voto e o apoio que poder dar nas conversas nas cozinhas e na salas de jantar que poderei frequentar.
É um Homem.
Revejo no seu projecto uma ínfima esperança de rejeitarmos o modelo importado que tão execráveis consequências tem vindo a gerar.
A Tradição Portuguesa é Católica.
A Instituição cuja legitimidade provém da Tradição é a Monarquia.
Com um programa de Governo assim teria o meu apoio.
Infelizmente o contágio do vírus Protestante será quase impossível de travar enquanto não houver uma crença geral de que esse Vírus É a Causa da Doença de padecemos.
Antes de tudo, PA terá de passar do Porto Canal para a TVI ou para a SIC.
PA teria sempre o meu voto e o da minha família.
O Birgolino ouviu-o em silêncio.
Pois é. Foi pena não ter falado assim ao nosso reizinho. Se calhar dava uma gargalhada
":OP
O PA é que é o reizinho do Otto Soglow.
Gostei do plano Pedro.
Bem ... as hipóteses são poucas, mas como toda a gente sabe, "million-to-one chances crop up nine times out of ten."
Se o PA está disposto a arriscar, que remédio temos nós senão dar o apoio que pudermos ;-)
Eu até nem tenho de ir lavar o cabelo nesse dia ...
Também já tenho a minha resposta: ser o voto popular a legitimar D. Duarte Pio. De facto, ultrapassaria com estilo as facções do partido (pois é. O PA tem razão. O PPM não deixa de ser um partido) popular monárquico.
Era bom, mas inviável.
O povo vai mais em batatas e murros, ainda que mentirosos, mas ditos como verdades à vista.
E depois ainda há esperança.
O Governo está a trabalhar”
É engraçado, “governo está a trabalhar”… Hoje, a ação de “roubar” os mais fracos, trabalhadores e pensionistas, diz-se que é “trabalhar”. E o povo, por vingança, gosta, pois que diz ele, é aos outros, que se lixem.
E é muito bem visto !
http://www.ionline.pt/artigos/portugal/governo-esta-trabalhar-reducao-da-carga-fiscal
E Don Pio não vai lá, já, antes da última guerra, dentro em breve, que também dizem terceira.
E eu votaria em si, levado em sua proposta, mon cher Pierre Arroja, de toda a maneira .
Deixa o vinho.
Não existe a figura de "estado de emergência económica e financeira". Fora isso não pense que os outros órgãos lhe permitiriam fazer tal coisa.
Entretanto, e por curiosidade mórbida: qual é esse arranjo organizacional?
Então faça o favor de se despachar e encontrar 7499 pessoas dispostas a assinar pela sua candidatura. Não se preocupe em procurar a assinatura nº 7500 porque já a tem, será a minha.
A questão aqui é mesmo o Rei.
Votar para reis é uma parvoíce. Os reis não são votados pelo povo, são aclamados.
Mas seria Duarte Pio - ou o filho, para o efeito - aclamado pelo povo?
E porque o seria?
Primeiro, não se vê em lado nenhum. Pessoalmente, não estou muito pelos ajustes de ter um indivíduo que apenas se conhece (bem ou mal, justa ou injustamente) das revistas cor-de-rosa, com uma atitude passiva perante o grave problema nacional, à espera que o ponham no trono. Também estou céptico em relação a certas opiniões que parece subscrever, nomeadamente acerca da legitimidade da guerra em África.
Que saia à rua. Calcorreie o país. Em cada recanto diga quem é e ao que vem. Com ou sem constituição.
O que me leva à questão da legitimidade. É Duarte Pio o legítimo herdeiro do trono português?
Poderá sê-lo por hereditariedade. Mas é esse o único critério? É esse o critério mais importante?
E faz sentido uma monarquia sem fidalguia? Uma monarquia onde todos são iguais? Se todos são iguais, porque há um que mais igual e manda?
Em que critérios se fundamentaria o reconhecimento e atribuição de um título desses?
Serviria e submeter-me-ia a um Rei português sem pestanejar. Mas um Rei a sério. Um Rei que chefiasse, não um personagem que é posto ou deposto conforme sopre o vento.
O Rei que tome o reino se acha que lhe pertence.
Se está à espera que lhe seja dado, então por mim pode esperar deitado. De mim não obterá senão desprezo.
A tradição monárquica não pode ser restaurada porque já não existe. Precisa de ser refundada.
Este post e comentários diz-nos muito sobre o que é ser português, um fator que não tem nada a ver com ser católico ou protestante; apenas com maturidade. Em que outro pais, que não este, pessoas aparentemente cultas e razoáveis comentariam com tanta candura um post destes, aceitando discuti-lo e dando sugestões? Em paises como o Brasil, é natural apresentarem-se candidatos assim, mas mesmo aí poucas pessoas minimamente escolarizadas os levam a sério. Resta, é claro, uma multidão suficiente para os eleger para um lugar de deputado, dando-lhes alguma glória provisória. Por exemplo, se aparece um candidato a prometer acabar com a inflação por decreto, ou a dizer “em três anos mudo isto, elejam-me que depois penso como fazer”, alguém votará nessa pessoa, é óbvio. Noutros paises, coisas destas são remetidas para o baú das curiosidades, uma espécie de freak show da internet.
Ou os senhores estão afinal gozando com o professor Arroja, fingindo que o levam a sério?
Em português escreve-se "factor". E "freak show" é língua bárbara.
Ora o senhor, se não é português, que tem que botar opinião sobre o que discutem ou como discutem os portugueses?
Vá lá para esses países botá-la a ver o crédito que lhe dão...
Louvo-lhe a coragem, não de ousar ser diferente, mas de estar disposto a assumi-lo publicamente num país como o nosso. Confesso que eu não seria capaz.
O que mais é napoleões de hospício e nunca vi ninguém "louvar-lhes a coragem".
":OP
Na volta tu não eras capaz porque já estás com a camisa
":O))))
Além disso parece que já estou a imaginar a esposa do PA a revirar os olhos a primeira vez que ouviu esta teoria, se bem que ela já adivinhasse ainda antes do PA onde isto iria parar!
Pedro Arroja, mas isto que você está aqui a tentar é coisa de massas, ou seja, cenas de protestantes (tipo Arroja can!).
Os homens providenciais da cultura católica não vêm das massas; são seleccionados pelos guardiões da tradição quando o meomento certo chega.
Ou sou eu que não tenho percebido nada?
mm,
Você tem razão.
Eu devia ter acrescentado: "Mas só faço se me pedirem".
PA
"Uma colaboradora minha, a quem antes tinha exposto a mesma ideia, respondeu-me: "O Professor ainda leva mas é um tiro na cabeça..."
Esperta, a rapariga. Ó senhor doutor, o senhor, que é tão inteligente e capaz de influenciar o povo, um verdadeiro homem providencial da elite, é melhor não manifestar as suas ideias em público, que há gente que se pode sentir ameaçada..."
Eu quero assim uma colaboradora. Eu acho que o joaquim já deve andar a rondar. "joaquim, você é um machão, ui, só por ser visto consigo as minhas amigas roem-se de inveja"
"Os homens providenciais da cultura católica não vêm das massas; são seleccionados pelos guardiões da tradição quando o momento certo chega."
Ou assim o é ou nada.
Primeiro temos de encontrar os homens dispostos a proteger a tradição. Esqueça as massas.
As elites procuraram Salazar. Hitler procurou as massas.
Guardiões da tradição:
Igreja
Forças Armadas
Tribunais
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