19 setembro 2014

aos filhos

E por que é que as ideologias e o protestantismo, pensando por exclusão (dialogicamente), pensam mal, e são sistemas de pensamento próprios de adolescentes e jovens adultos?

De outra maneira: Por que é que um adolescente ou um jovem adulto pensa por exclusão e, portanto, ao  excluir uma parte da realidade, pensa mal?

O que é que falta a um adolescente ou a um  jovem adulto (que pensa por exclusão, e portanto, mal) e que está presente num homem maduro, por exemplo, um velho pai de família (que pensa por analogia, por inclusão, em termos comunitários), e mais ainda numa velha mãe de família?

O que é que lhe falta?

Falta-lhe conhecer e amadurecer o maior, o mais forte, e o mais duradouro de todos os amores.

Que é o amor aos filhos.

É esta experiência que diferencia a maneira de pensar de um homem maduro (e mais ainda de uma mulher madura) da maneira de pensar do adolescente ou do jovem adulto. E o diálogo torna-se praticamente impossível. Só a experiência (que não o intelecto) ditará quem tem razão.

Deve ser o velho pai de família e a velha mãe de família (porque têm mais experiência).

44 comentários:

Unknown disse...

"É esta experiência que diferencia a maneira de pensar de um homem maduro (e mais ainda de uma mulher madura) da maneira de pensar do adolescente ou do jovem adulto."

Deve ser por isso que de vez em quando o homem maduro e em casos mais raros a mulher madura acaba de vez com a família toda. Deve ser em prol do bem comum.
Já os jovens da família não querem saber nada do bem comum. Nem se preocupam minimamente com o bem estar da família, claro que não Arroja.

"Falta-lhe conhecer e amadurecer o maior, o mais forte, e o mais duradouro de todos os amores."

Mas os adolescentes que têm filhos são exactamente iguais aos outros adolescentes. As teorias do Arroja dão para tudo. Não interessa a realidade, o que o Arroja diz, faz sempre todo o sentido. É como os comunistas, a realidade que se adapte
Continua assim Arroja, estou contigo

zazie disse...

Este gaspar é imbecil

Ricciardi disse...

O Ancião. Gosto muito desta figura.
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O Ancião que é parte dos Conselhos de Anciãos. Esta figura existiu em várias comunidades e eram uma espécie de consciência colectiva com poder efectivo e ultimo nas decisões importantes. O poder devinha do respeito, da experiencia, e das obras valorosas. Nem todos os mais velhos eram Anciãos. Sem obras, sem experiencia e sem respeito não eram reconhecidos como tal.
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A figura moderna nos países ocidentais mais próxima são os Senados. Nas Arabias tinham a congregação de Anciãos. As religiões sempre os souberam manter.
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A eles cabia o poder de veto.
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Se cada concelho ou cidade elegesse um Ancião podiam perfeitamente reunirem-se num Conselho de Anciãos por Distrito que seriam a consciencia dos interesses regionais, bem como um conselho geral de Anciãos nacional constituido por um Ancião de cada distrito. As monarquias tinham os procuradores de concelho que se faziam representar nas cortes.
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Formar-se-ia então um Senado de Anciãos que podia ser parte importante nas decisões importantes do país. A tradição em evolução.
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Rb

zazie disse...

O Ancião não existe.

Agora tem tudo de parecer jovem, incluindo os velhos.

Depois, os que não ficam bem no retrato do folclore, a parecerem jovens, são sedados e fechados em isolamento nos lares.

Unknown disse...

Não é chique ser velho hoje em dia, nem nada que se pareça, portanto a imaturidade é valorizada e como tal não teremos anciãos no futuro mas simplesmente velhos, no sentido da idade mas não da sabedoria.

Por isso para quê criar um conselho de anciãos uma vez que isso não significará nada em termo de virtudes ou competências?

Se querem mudar isto só impondo os valores e o resto do rebanho segue-vos, até que um dia possamos ter uma sociedade minimamente capaz de decidir e responsável. Pela democracia à portuguesa não se vai lá!

zazie disse...

Bastava resistir-se à perda de valores.

E também era importante que as pessoas não fizessem upgrade de novilíngua.

A malta nova já nem sabe o que são velhos e acham que os avós (caso saibam o que isso é) é gente com mentalidade retrógrada.

zazie disse...

Começa logo pelos pais quererem imitar os filhos e os profs falarem como os alunos, para parecerem todos irmãos.

Unknown disse...

Ser chamado de imbecil pela Zazie é elogioso. Muito obrigado querida Zazie

zazie disse...

Não tem de quê, gasparainho.

Agora vai brincar à carica e não apanhes muito sol na moleirinha.

Ricciardi disse...

Os avós estão mais jovens? optimo.
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Os profs e os alunos tem uma relação mais próxima? optimo
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As familias não tem que ser o que eram no passado. O passado tinha circunstancias que levavam a uma convivencia muito próxima. Desde logo porque não haviam reformas.
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No presente a convivencia deve ser diferente. Necessáriamente diferente.
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Os avós têm reformas e vivem mais tempo; querem aproveitar para finalmente viajar, ajudar os netos e os filhos naquilo que podem etc.
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Em idade ainda mais avançada, quando já estão dependentes de tratamentos, a familia não os pode acolher. A filha trabalha. E o filho tambem. Antigamente não era assim. A mulher não trabalhava fora de casa, por norma. Os lares de idosos vierem colmatar esta situação.
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Para mudar isto não é necessário acusar-mo-nos uns aos outros porque isso deprime-nos e não leva a lado algum por não se consegue mudar isso por palavras e acusações.
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Se quisermos mudar isto tem de se começar pela base. O papel da mulher e do homem de familia no mundo do trabalho.
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Se um dos elementos do casal não trabalhar fora, a familia volta a ser aquilo que sempre foi. Uma instituição de paz, harmonia e convivenia inter geracional.
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Se ambos os conjuges trabalham e chegam exaustos a casa não há outro remédio do que ser aquilo que hoje se vê que é. Ninguem tem tempo para alguem.
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Os avós sentem que os filhos não os visitam. E os filhos fazem um esforço dantesco para agradar a todos. Correm ao fim da tardinha a casa da mãe (avó) a dar um beijinho rápido porque ainda tem de ir buscar os filhos à escola e fazer o jantar e arrumar a casa...
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Boa parte dos casais parte-se ao meio por estas razões.
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Há formas de resolver estes problemas que assentam no facto de ambos os conjuges trabalharem fora de casa. Mas isso é assunto para outros foruns. Eu tenho as minhas ideias acerca disso, desde logo atacando o problema onde é mais caro ao conjuge que fica em casa - as garantias de vida futura caso o marido morra.
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Rb

zazie disse...

Não estão nada mais jovens.

Fazem palhaçada com eles para ficarem bem no retrato da assistência social.

Quando já não dá para fingirem que estão jovens isolam-nos e sedam-nos nos lares.

Os pais estão é mais parvos. Conseguem adiantar-se em bestialidade em relação aos filhos.

Alguns até já dão conselhos para as filhas saberem como abortar, ainda antes de fazerem sexo.

zazie disse...

Poder, podem.

A questão é outra. É mesmo para não terem de aturar.

A maior parte enfiam-nos nos lares podendo até pagar a pessoa que fizesse o mesmo em casa.

É para despachar.

Conheço assistente social, com mãe com 80 anos e completamente autónomoa (ainda lhes faz o almocinho) que diz que já não a atura e que qualquer dia também a despacha para lar.

zazie disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
manel z disse...

Será que o PCP encaixa no perfil? Adolescentes e jovens adultos?

Ou será que o Prof. Arroja também pensa por exclusão em relação a esta faixa etária?

Ricciardi disse...

Tens alguma razão. Há casos desses. Como sempre houve.
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É curioso que ainda hoje de manha depois de despachar o pessoal para o trabalho, fiquei a pensar na minha mãe que tens 76 anitos.
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Como é que vou compatibilizar o facto de ela ser metediça com a nora com a possibilidade de ela ter de vir morar connosco.
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Fiquei a pensar. Na mesma casa? epá a minha mulher não deve gostar lá muito da ideia, embora aceitasse. Mas vou ter problemas a prazo.
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Fazer-lhe uma casinha ao lado da minha? pode ser uma possibilidade. Está perto e ao mesmo tempo não mete o bedelho na governança da minha mulher e pode estar com os netos.
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Mete-la num lar de idosos? fico com o coração apertado. Não gosto da ideia e parece-me que ia ficar deprimido e ela não tem vocação para ser guiada.
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Ainda devem faltar uns anitos para esta decisão acontecer, mas não falta muito. Enquanto ela tiver energia ela faz questão de viver na casa dela.
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Por mim fica ali pertinho. Está decidido. Pensava eu. Até me ter lembrado que a minha mulher tambem tem mãe. A minha sogra. Ora porra. E a minha sogra? como posso ficar com as duas? nossa senhora.
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Rb

zazie disse...

eehehhe

Já pensas nisso.

A tua mulher é "metediça com a sogra"?

Tem piada.

Os filhos rapazes são uns amores com as mães.

Unknown disse...

A zazie odeia a net. Passa o dia a falar mal da net, mas não sai daqui. Passa o dia a falar mal de toda a gente. Já viram os exemplos que a zazie conhece de pessoas que não têm valores, de pessoas más, pessoas que abandonam a própria família, pessoas burras. A zazie conhece a pior estirpe de pessoas que existe no mundo.
O que me deixa optimista é o facto de existir a zazie. Imaginem como seriam essas pessoas se ela não existisse, qual seria o modelo a seguir?
A zazie pensa que o mundo devia ser igual ao mundo que existia quando nasceu. Espera sentada por esse mundo zazie. Vais sofrer muito á custa dessa ideia de mundo que não te sai da cabeça. É difícil alguém desejar-te mal sabendo o que sofres e vais continuar a sofrer. Felizmente serás sempre o mais alto padrão moral que a humanidade pode desejar.
Beijos e boa sorte zazie

zazie disse...

Retardado mental

zazie disse...

Olha, animalóide- vai visitar lares e depois fala, cona de merda.

Vai visitar e ver o que eu já vi e depois vamos a ver se fazes como os poltrões que fingem que isso não existe ou falas como eu.

Só um merdas que não sabe a realidade pode dizer o contrário.

E quem conhece e tapa ainda é pior.

Infelizmente já assisti em menos de um ano a uma velhota deixada a morrer sozinha, durante uma semana, num quarto às escuras, a outra que deixaram cair e em disseram nada e acabou pro morrer daí a um mês; a mais duas sedadas, uma delas está agora no hospital, para não falar dos relatos do que se passa fora de Lisboa.

Ponrtanto, ó cona-mole, vai levar na peida que eu estou apenas a relatar uma realidade que infelizmente conheci e acerca da qual já participei, incluindo à polícia.

Se fosses tu fingias que nem sabias, para pareceres um merda-alegre com a trampa à tua volta e à frente da fuça.

zazie disse...

E conas- sofrer sofres tu de hemorróidas no cérebro.

Para tu informação hei-de ser mais saudável e alegre que a que te cagou.

zazie disse...

Mais, nem contei todos os casos que aconteceram á minha volta em menos de um ano.

Uma outra foi agredida e o caso está também na polícia.

Nenhum destes casos teve a ver com família.

Mil vezes mais grave- todos eles resultaram de assistência social.

A coisa é de tal modo medonha que, no dia em que se souber de verdade- e não falo apenas dos casos dos lares privados com velhos a pão e água que já deu na tv, Portugal vai apanhar com vergonha maior que apanharam os países do Leste no tempo do comunismo.

Porque o que eu sei é uma ínfima parte da realidade de que ninguém fala.

Porquê? Por que é que quem sabe não conta e tudo isto existe sendo tapado por funcionárias públicas?

zazie disse...

Alguém tem coragem de contar o esquema que se passa entre farmácias, médicas, enfermeiras e responsáveis de lares?

Não. No entanto, basta conhecer farmacêuticos para confirmarem o negócio da sedação ilegal que se pratica.

zazie disse...

Estes merdas de gaspares são aqueles cabrões que também vão a visitas de estudo e depois lá fazem aqueles relatórios de merda a dizerem que atingiram os objectivos e que era tudo bué de giro.

A escola tornou-se isto. Andam a mentir-lhes e ainda fazem folclore com a desgraça alheia.

Na cadeira de Filosofia e Psicologia sei eu que é assim. Passam o tempo em pseudo-visitas de estudo apenas para verem e relatarem o tal folclore.

Depois é tudo cor-de-rosa e eu, que sei a verdade, é que não devia existir.

Estes cabrões que dizem que certas pessoas não deviam existir são os mesmos que até criam páginas no facebook a dizerem que a Jonet e maila Margarida rebolo Pinto também não deviam existir.

E depois usam a trampa de uma página com este título para fazerem propaganda ao Sócrates.

zazie disse...

Não só sei como não fiquei calada. Participei, denunciei, pedi audiência a tudo o que é responsável.

Bem que já tentaram que desistisse mas não desisto.

E respondi-lhes que não desisto porque sou tão portuguesa quanto eles. isto passa-se no meu país, calhou de eu saber, vou dar-lhes trabalho.

zazie disse...

Se há coisa de que tenho nojo e trato a pontapé (sem eufemismos e ao vivo) são merdas de gaspares poltrões que ainda se incomodam muito por haver quem lhes estrague a cobardia e a festa

zazie disse...

V.s só conhecem a trampa da cidadania para a imbecilidade do tribalismo partidário e da urna.

Eu não tenho partido, raramente voto, mas não deixo passar o que é mesmo questão de cidadania e não precisa de esperar 4 anos para ir a votos.

zazie disse...

Aliás. O PA tem razão.

A porcaria da democracia serve para isto.

Para tudo se estar nas tintas para o que o rodeia e ir à urna.

Vão à urna, em vez de irem às putas, como dizia o Dragão.

A puta da urna serve para se sentirem bem com a poltranice e descartarem-se de todas as responsabilidades.

zazie disse...

Os lares e os internamentos do Ceausescu também só se souberam no fim.

O que se passa em Portugal, no caso dos velhos e tambem de crianças com amas não anda longe.

E isto numa democracia moderna em pleno século XXI.

Por isso é que até negras e brasileiras já me disseram, em tom de desabafo, que nem sabiam que Portugal também era assim tão primitivo.

Pois é. Mas esse sub-mundo está escondido e faz comichões aos palermas alegres que preferem cuidar da vidinha e fecharem a boca.

Porque isto é fruto do mesmo- do socialismo de estado. Tudo tapado entre eles e tudo calado porque os favores pagam-se e são precisos.

zazie disse...

Aliás. Eu também não sabia. Pelo facto de ser coisa que tenho vindo a saber muito recentemente, é natural que não me esqueça quando o tema anda por perto.

zazie disse...

Isto não se sabe, porque as famílias também os despejam e nem querem saber.

Quando não fazem ainda pior e os que fazem isto ainda aparecem como salvadores e os internam.

Pronto.

zazie disse...

Este último caso que tive conhecimento, há pouco mais de uma semana, foi assim.

Veio semi-morta do lar. O marido, a filha e o genro, não só não participaram como nem médico chamaram durante 10 dias.

Não deixaram sequer chamar o 112.

Só quando o marido viu que a desgraçada batia a bota e ele ainda podia ter chatices é que lá chamaram a ambulância.

Denúncias?

Zero.

zazie disse...

E este foi um caso de uma pessoa que estava saudável. Apenas um pouco marada mas até brincava, segundo contou a moça que lá ia.

Foi um mês para um lar.

Veio assim. está em S. José.

zazie disse...

Quando chegar a altura dos gaspares, os gaspares eutanizam-se alegremente.

É esse futuro alegre que os animais querem.

Anónimo disse...

Caro Gaspar,
Eu raramente dou razão à zazie e ela ainda menos raramente me dá razão a mim.
Mas uma coisa é certa: você não tem idade para frequentar este blogue: "... o diálogo torna-se impossível..."
PA

Anónimo disse...

correcção "...ainda mais raramente..."
PA

Unknown disse...

«Caro Gaspar,
Eu raramente dou razão à zazie e ela ainda menos raramente me dá razão a mim.
Mas uma coisa é certa: você não tem idade para frequentar este blogue: "... o diálogo torna-se impossível..."
PA»


Depois de todos os comentários feitos pela zazie direccionados a mim e tendo em conta o teor desses comentários , este comentário do PA é claramente de uma pessoa idónea.
Cara zazie, quando escrevi aquele comentário não pensei tocar na ferida, se soubesse disso não o tinha feito.

Eu gosto da noção de responsabilidade, liberdade, e civismo de certas pessoas. Varia consoante o lado para que sopra o vento.

Amigo PA, realmente não tenho idade para frequentar este blog, e esta caixa de comentários demonstrou-o bem. Fica ao critério de cada um. Da minha parte está tudo dito

Anónimo disse...

O Pedro Arroja é um idiota...

Meu caro Gaspar,
Foi você que escreveu isto num comentário a um post anterior meu, não foi?

Responsabilidade,liberdade e civismo - diz você?

PA

Unknown disse...

Admito que fui demasiado brusco na forma como critiquei esse post.
Se fosse agora não teria feito o comentário dessa forma, e ainda assim teria colocado lá toda a argumentação que apresentei.
De qualquer forma, e embora o Pedro Arroja se possa ter sentido insultado pelo teor do meu comentário, não me parece que a comparação faça sentido. Penso que não será necessário transcrever algumas dessas frases para se perceber que essa comparação roça o absurdo.
Apesar disso, não me sentido ofendido. Dificilmente fico ofendido pelas palavras daquele exemplo. Ainda para mais feitas na net e através do anonimato. Já o seu primeiro comentário achei muito mais ofensivo, ou pelo menos intelectualmente desonesto. Mais uma vez, fica ao critério de cada qual.
Mas, reflectindo um pouco sobre o meu comentário, faço um sério pedido de desculpas ao Pedro Arroja. Isto sem retirar nada do que foi o meu argumento

Anónimo disse...

Caro Gaspar,
Está desculpado.
PA

Anónimo disse...


Caro PA,

Apenas quero chamar a sua atenção para um detalhe: no argumento do seu post há um pressuposto, sem dúvida a partir de uma falácia popular, de que a "experiência de vida" é equivalente à sabedoria.

Um homem pode ser extremamente sábio mesmo com pouca ou nenhuma "experiência de vida".
Inversamente um homem com bastante experiência de vida pode ser um incapaz ou mesmo imbecil.
Experiência e sabedoria não são critérios ou conceitos idênticos.

Será necessário ler os velhos racionalistas para perceber esta distinção e as suas implicações:
Platão, Hobbes, Locke, Hume...e...
horror dos horrores...
treme-me a mão...
mas terei de o escrever...
KANT !!

D. Costa



Unknown disse...

Há toda uma Verdade que não se mostra aos olhos da maioria das Pessoas que "alegremente" andam aí pelas ruas e que têm a ilusão de que o Mundo é só aquilo que os seus olhos vêem e tudo o que interessa é a satisfação dos seus desejos, aparentemente sem grande ligações às suas famílias que mais não seja a recepção da "renda".

E essa Verdade é que percorrendo as ruas duma Baixa do Porto, duma freguesia da Campanhã ou dum Bairro do Cerco, por exemplo, o que os olhos não conseguem ver acima dum rés-do-chão duma loja toda catita na Baixa, é que nos primeiros e segundos andares encontram-se Pessoas, despromovidas a sub-humanos, quer por filhos que têm uma filosofia utilitarista eque entendem que os pais já de nada lhes servem, quer famílias inteiras atingidas pela doença e pela miséria, incapazes de cuidar uns dos outros.
Encontram-se casos de pessoas que estão há dias cobertos das próprias fezes e com um fémur partido; de casais confinados a uma cama enquanto alguém está a receber a sua reforma e os esqueceu o dia todo na cama, ou com frio ou amontoados de roupa e a abafarem; ou catrafiados em dormitórios semelhantes a uma incubadora(no caso incineradora em espera), aprisionados num corpo inerte por vezes, a olharem-se uns aos outros, sem uma cortina a protegê-los num momento mais púdico como quando tomam o seu banho , em série, sentindo-se talvez como o frango que aguarda a faca no pescoço.

Podíamos pensar que são casos isolados, mas é uma grande percentagem de Portugueses que estão abandonados, deixados à sua sorte, que se escondem por detrás dum edifício com uma arquitectura bonita e requintada, e que ao passarmos na rua não o imaginamos. É um Mundo bem diferente da folia e "movida" que aparentemente é o que apenas interessa a uma grande parte das gerações actuais, olvidando que é o seu futuro próximo mas que julgam poder escamotear porque na sua altura poderão escolher a eutanásia... Esquecem-se que a Eutanásia não é uma escolha sua, mas sim o assumir duma incapacidade em o fazerem sozinhos. E julgam que por fingirem esquecer que têm o dever de cuidar dos que cuidaram deles mesmos, magicamente, na sua vez, alguém estará Lá.
Filho és, Pai serás... Avô acabarás... Terão tão pouco respeito por si mesmos que não entendem que o seu dever actual de cuidar dos seus, com o respeito que estes lhes merecem, se poderia converter no seu direito futuro a ter igual grau de cuidado?

A maioria não percebe os Infernos que estão por aí.... Isto tudo para dizer que a Zazie tem bastante razão no que diz e só quem finge não ter estes problemas ou quem de facto não convive com eles é que pode dizer que isto não é uma das maiores chagas da nossa sociedade... e que se agravará cada vez mais.

zazie disse...

É uma chaga que eu própria desconhecia. Não tenho sequer padrão de comparação com tempos mais recuados.

Nunca tinha convivido com esse mundo. Apenas tinha entrado em vários lares que existem em antigos conventos. Para fazer levantamento fotográfico.

Tenho até histórias divertidíssimas com os maluquinhos de Vilar de Frades.

Mas aí estavam todos ao ar livre. Loucura ao natural deve ser mais saudável.

Fechados só tinha visto de relance.

Mas lembro-me de uma cena matinal na Misericórdia de Albufeira que me pareceu assustadora. Não me deixaram entrar e nem pensei mais no assunto.

A questão que eu referi não se prende com o drama dos velhos. Conheço casos de cuidados abnegados por parte de filhos.

Trata-se de outra coisa que eu comparei ao horror dos internamentos do Ceausescu.

Ou seja- casos de polícia.

zazie disse...

Acredito até que a maior parte dos familiares nem se apercebam, porque apenas os vêem na hora da visita.

E depois, se a médica recomenda, é a médica que recomenda porque o respeitinho ao senhor doutor dá carta branca ao senhor doutor para fazer o que lhe pedem.

Não os vêem amarrados às cama, completamente sujos, em quartos fechados, por exemplo.

Ninguém visita isolamentos dos lares. E eles existem, tal e qual como o horror dos hospícios de séculos passados.

zazie disse...

Agora em relação aos jovens, contaram-me assistentes sociais que há cada vez mais casos de terem de os retirar de casa por serem brutalmente espancados pelos netos.

Não faço ideia do quadro social a que equivale este facto nem se acontecerão mais entre imigrantes ou não.