Uma semana passa depressa, mas é o suficiente
para alterar o nosso “Mapa do Mundo”, para usar a terminologia da PNL –
Programação Neurolinguística. Basta abrirmos os sentidos e a mente a novas
perspectivas.
Quando penso, por exemplo, no comentário que
fiz, neste post, à nossa mulher a dias, compreendo que fui de uma absoluta falta
de sensibilidade. A X. é uma mulher ainda jeitosa, bem escafonada, que cozinha
uma lasanha de comer e chorar por mais.
A displicência com que a cumprimentava quando
chegava a casa era bem despropositada. Dizia-lhe:
-
Então, está melhor? – E ficava a
aguardar a ladainha de pequenas queixas que se seguiam. Que estupidez, tudo o
que a senhora queria, obviamente, era um pouco de atenção e não ironia da barata.
Após uma semana “de Rodriguez”, compreendi que
devia mudar de atitude. Ontem, em vez de lhe perguntar pelo estado de saúde,
disse-lhe:
-
Olá X., está toda fresca...
-
Obrigado – respondeu e sorriu de
orelha a orelha.
A X. ainda é relativamente jovem e dizer que
parece minha mãe foi só para sacar uns sorrisos do auditório. Que juvenil!
Reparando bem, é uma mulher bem constituída.
Com umas glândulas mamárias volumosas e arrebitadas, e uma alcatra que não
deixaria ninguém esfomeado.
Quando fui da sala para o escritório, reparei
que a X. estava de joelhos na cozinha, de costas para a porta, a esfregar o
chão. Jesus, pensei que isto hoje em dia era tudo à máquina. Não disse nada,
mas notei que a ela acelerou o ritmo quando ouviu os meus passos... deve querer
mostrar serviço.
Terminou à hora habitual e despediu-se
dizendo-me:
-
Sr. Doutor, se precisar de mais
alguma coisa é só dizer... como a esposa não está...
-
Obrigado, ficou tudo impecável – e
retribuí o sorriso. A PNL põe um grande enfâse nas relações pessoais e é um
aspecto que eu estou a tentar melhorar.
Depois de jantar (uma Coca-Cola e uma sandes
de atum) fui-me deitar cedo, para ver se me livro de uma constipação que
apanhei quando, no sábado, fui levar a I. ao aeroporto às 4 da matina.
Enquanto adormecia, pensei no romance “O
Anatomista”, do Federico Andahazi. Segundo o autor, Matteo Colombo teria
recomendado ao Papa Julius III os serviços de uma conhecida ama de Roma, para o
ajudar a recuperar.
Eu também estou a precisar de recuperar desta
maldita gripe e começo a olhar para a X. como a minha tábua de salvação. Que
diferença faz uma semana na vida de um homem.
As Lolitas terão sempre o seu lugar, mas
quando nos sentimos mais debilitados, o que faz mesmo falta é uma boa matrona.
:-)
2 comentários:
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Joaquim! Tem de lhe dar com aquela sua ironia da boa!…
"E ficava a aguardar a ladainha de pequenas queixas que se seguiam."
Hehehe… É exactamente assim… devem ter todas formação na mesma escola. -- JRF
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