29 abril 2014

Ó mãe...


O que faria qualquer bom católico, na penosa situação em que me encontro?
-       Ia a correr para as saias da mamã – Certo?
Certo, foi o que eu acabei por fazer hoje, fui almoçar a casa da minha mãe que pôs o avental para me preparar uns Bifes de Panela com Batatas do Alho. Delicioso.
-       Gostas da minha comidinha? – perguntou, como quem diz: ‹‹As vossas mulheres (a minha e as cunhadas) não sabem do que vocês gostam.
Pois é. Entretanto, nos trajetos, fui pensando na ‹‹irracionalidade da procriação››. Serei fruto de uma decisão irracional dos meus pais? Uma espécie de aborto da razão?
Pode alguma existência humana consubstanciar uma irracionalidade primordial? Gostei desta pergunta, olhar para o problema na perspetiva do criaturo.
Se toda a vida é Criação Divina * (de Deus, Verbo, Logos) e portanto eminentemente racional, como é que um criaturo da Razão Suprema pode resultar de uma irracionalidade?
Deus teria de ‹‹escrever direito por linhas tortas››, por assim dizer. Para Sua eterna glória, o Homo Sapiens – criado à Sua imagem – teria de renegar a razão para fazer cumprir os Seus desígnios: ‹‹Crescei e Multiplicai-vos››.
‹‹There is something fishy here››, parece-me. Mas a batota não vale, há que responder na perspetiva dos pais porque foi nessa perspetiva que o CGP equacionou o problema.

* A Criação Divina é aqui invocada em relação à Leis Naturais que regem o Universo e não no sentido religioso.

5 comentários:

Anónimo disse...

Joaquim! É mesmo a sua mãe?… Digo-lhe uma coisa… é a carinha do filhinho querido.
Mas, se mal pergunto… o PA já não andou a responder a toda esta problemática? -- JRF

zazie disse...

ehehe Por acaso também achei que era igual ao Birgolino.

Se não é a mãe, bem que podia ser. Que ar mais catita.

Pedro Sá disse...

O erro de Descartes, outra vez. A paranóia da racionalidade, e à luz da lógica humana, outra vez.

Porque, desde logo, uma vida que seja criação divina não tem necessariamente que ser eminentemente racional.

Anónimo disse...

As bichezas reproduzem-se e são seres irracionais.
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O que é extremamente estranho é o facto de a senhora sua mãe, que é ser racional (e de resto mto bem conservada), o ter produzido sem dó nem piedade para com o resto de seres que o lêem e comentam. Rothbarth teria resolvido a coisa racionalmente.
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A única justificação lógica e plausível reside no facto da senhora sua mãe não ter podido antecipar a dimensão racional do criaturo que estava a gerar.
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Em suma, ter filhos não é coisa de qualquer dimensão racional ou irracional. É um instinto gravado nos genes que nos impele à continuidade da espécie. O instinto não é irracional. É fruto de muita evolução...
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Rb

Anónimo disse...

... isto sem considerar aquilo que é mais importante: o amor.
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A bicheza não faz filhos por amor.
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Acasala com o primeiro desconhecido forte e apto que encontrar. A bicha é empurrada a procriar quer queira quer não queira (nem terá consciencia disso) por causa da quimica do cio.
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A mulher não tem cio. Procria em consciência quando ama o seu parceiro. O homem é que está sempre pronto. É pior que cadela com cio.
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É uma diferença interessante - o cio- entre a bicharada e o ser humano que não o tem. Talvez seja a mão de Deus a dizer-nos epá oh humanos vcs não sejam tão racionais como a bicheza irracional que se reproduz porque Eu os programei para isso; tenham vosselencias em devida conta o amor por causa da felicidade.
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É bom de ver, a cadela reproduz-se e não quer saber do procriador para mais nada. Aliás, o cão põe-se logo a milhas a procurar outra fêmea.
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Tambem há humanos assim, mas esses são os animais irracionais da nossa espécie. Sobrevive-lhes apenas o instinto. Desarmados de amor e apaixonados pelas coisas mundanas.
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Rb