19 abril 2014

3 clusters da saúde 3

Luís Todo Bom, coordenador de um programa de gestão da saúde do ISCTE, afirma, no Expresso desta semana, que Coimbra tem todas as condições para desenvolver um cluster da saúde. Eis os seus argumentos (resumidos por mim):

  1. O Centro Hospitalar de Coimbra que é uma unidade de referência
  2. Uma Faculdade de Medicina
  3. Unidades de Investigação
  4. Parque hoteleiro
  5. Empresas da área dos sistemas de informação
  6. Parque tecnológico e incubadoras de empresas
  7. Profissionais de saúde
  8. Um ambiente tranquilo
  9. Perto de aeroportos
  10. Acessos fáceis dentro da cidade

Ora eu tenho uma excelente notícia para o professor e colega (deixem-me cá sacar do meu MBA) Luís Todo Bom: o Porto e Lisboa têm exatamente as mesmas condições e estão mais próximos dos aeroportos, portanto podemos ter, não 1, mas 3 clusters da saúde de categoria internacional.

Há só um pequeno problema, caro colega, é que nenhuma das estruturas que Vª Exª refere são fruto do mercado ou do investimento privado. São organismos do Estado, puro e duro, que nasceram e cresceram pendurados do OE e que assim pretendem continuar. Ora com um ethos destes, talvez seja mais realista refrearmos um pouco as nossas ambições.

6 comentários:

Euro2cent disse...

> deixem-me cá sacar do meu MBA

Por favor, isto é um blogue de família ...

Mas o todo-médio (aliás, um fulano de quem nunca gostei) tem uma réstia de razão. Penso que Coimbra, em saúde, faz uma coisa que os morcões do "bizness" chamam "punching above its weight" - faz mais, e atrai mais gente, do que seria de esperar para o tamanho do seu "mercado natural".

Mas eu nem sou da área, é uma impressão subjectiva. Pode ser que os números correspondam.

CCz disse...

Caro Joaquim,

Na mouche!

Ricciardi disse...

Um cluster na saúde onde, de todos os items considerados, apenas dois são organismos do estado. Excelentes por sinal (universidade e hospital). Do melhor que o país tem e comparaveis com os mehores a nível internacional.
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Um cluster é isso mesmo. Criar sinergias. Hoteis privados, universidades e centros de investgação publicos e privados. Aeroportos (privados todos eles), parque tecnologico privado, hospital público.
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Rb

Luís Lavoura disse...

O facto de resultarem do Estado é compeltamente irrelevante, desde que permitam exportar. Do ponto de vista das contas do país, tarelevante, desde que consigam exportatnto faz que o hospital que um doente estrangeiro frequenta em Portugal seja público como privado. O facto é que Portugal já hoje exporta mais em serviços de saúde do que em vinho ou em cortiça.

Luís Lavoura disse...

Eu frequento uma fisioterapeuta. Muito boa. E já perguntei a um colega meu que vive na Holanda como é a fisioterapia por lá. Ele respondeu-me que é inexistente ou péssima. Os nossos serviços de saúde e profissionais de saúde são bons não apenas por mérito do Estado.

Pedro Sá disse...

Vá lá ver o fiasco que LTB foi em Oeiras à frente da AICEP...isto não me surpreende nada.