música celestial

Hoje sonhei com o Diabo. Apareceu-me na forma de uma velha com a cara pintada de preto e roxo, a discutir comigo. Sei que era o Diabo porque lhe perguntei, logo ao acordar: ‹‹Quem és?››. E a resposta foi imediata: ‹‹Eu sou o Diabo››.

Como veem, o Diabo existe. Existe na nossa matriz cultural e, obviamente, na minha imaginação. Não adianta os teólogos negarem-no, porque ele anda por aí. No meu sonho, o Diabo representou um papel relevante porque me abriu uma janela introspectiva. Obrigado Diabo; pela tua capacidade de recordares o Bem, negando-o, só podias ser obra de Deus.

Foi uma noite agitada, mas gratificante. O primeiro sonho de que acordei foi muito mais “placentero”. Sonhei que estava na cama com duas “vintaneras” belíssimas, completamente rendido aos seus encantos (na minha idade já é extraordinário que um episódio deste ocorra mesmo em sonhos). Decorrido algum tempo, de que não pretendo dar-vos conta neste post, as duas pequenas foram tomar banho e eu fiquei meio alucinado a ouví-las.

O tagarelar das miúdas e o barulho da água a correr era música celestial para os meus ouvidos. No sonho, não percebia de que tagarelavam, apenas ouvia o chilrear das suas vozes. A água e o chilrear devem-nos remeter para uma existência “arquétipica” de que já não guardamos memória consciente, mas que dá profunda alegria.

Certamente que estas duas garinas que caíram na minha cama ao início da noite, ali mesmo ao lado da minha mulher, só pode ter sido obra do Diabo e foi certamente por isso que este fez a sua aparição de madrugada.

É extraordinário como o tagarelar de uma fêmea connosco, homens, é altamente irritante, uma espécie de tortura chinesa. E contudo, o tagarelar de duas fêmeas, entre elas, sem solicitarem a atenção masculina, é um canto embalador. Foi uma grande descoberta para mim, que surgiu num sonho arquitectado pelo Demo.

A evolução é isto – um homem numa relação monogâmica, a sonhar com um harém.

- Queridas, se quiserem tagarelar, lembrem-se deste meu conselho - tragam uma amiga. Se possível, jovem, bonita e liberal. E tagarelem à vontade...