21 outubro 2013

asneiras

Um homem cujo espírito não está influenciado (controlado é uma palavra muito forte) por uma mulher só faz asneiras ou só diz asneiras.

O Kant é um excelente exemplo.

11 comentários:

Anónimo disse...

Caro Pedro Arroja, observe concomitantemente, embora comprometa a premissa primacial do seu débil silogismo, que eu próprio não comportei, de igual forma, uma existência gloriosa no que a saciar concupiscência feminina é atinente.

Vocábulos de cortesia,
René Descartes

Anónimo disse...

somos influenciados por dezenas de pessoas.

ocni

Ricciardi disse...

As mulheres influenciam sempre os homens ( e vive versa), mesmo nao que estes nao estejam casados.
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Os papas, os bispos, os pensadores que a Igreja debitou ao longo dos seculos sao homens solteiros. Cristo era solteiro.
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Poder-se-à dizer q esse pessoal só diz asneiras?
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Na minha opiniao o Pedro comete um erro sistematico. Que é avaliar as obras em funcao das condicoes particulares das pessoas q as produzem.
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Por exemplo, induz q do kant nao pode vir coisa boa porque é solteiro. E a obra em si pá?
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Induz q se determinado autor tem uma caracteristica pessoal qualquer, a obra está invariavelmente inquinada por isso.
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Isso verifica-se tambem quando critica uma obra ou teoria baseado no facto do autor ser judeu ou outra coisa qualquer.
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O mesmo é dizer q se o Pedro não soubesse que esses autores eram solteiros ou judeus ou hindus provavelmente nao os criticava.
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Por exemplo, qdo se referiu a Nietzsche a primeira coisa q verificou foi a sua vida pessoal. Se o gajo apanhou sifilis na tropa e ficou meio marado entao toda a sua obra está inquinada. Quando na verdade deve ter sido o gajo mais brilhante de sempre.
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Rb

Ricciardi disse...

Em suma, a sequencia lógica desse raciocinios leva a que possamos afirmar, enato, que mohammed arroja nao pode ser crivel derivado ao facto do pensamento dele estar inquinado pelo rabino arroja.
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Por maioria de razoes, Cristo só podia estar a dizer asneiras pelo facto de ser solteiro.
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Rb

zazie disse...

É mais fácil saber se foi solteiro ou casado do que entender a obra.

zazie disse...

Quanto a influências em decisões, não sei.

Nas mais importantes decisões da minha vida sempre pedi conselhos a homens.

E foram extremamente importantes.

Se os tivesse pedido a mulheres, fazia asneira.

Eles são muito mais racionais e com sentido estratégico.

Pedir conselhos não é necessariamente fazer o que outrem diz- é expor as questões e seleccionar hipóteses.

Anónimo disse...


“Segundo o Kant, então, o casamento tem um conteúdo exclusivamente sexual, um homem casa-se para possuir os órgãos sexuais da mulher e uma mulher casa-se para possuir os órgãos sexuais do marido.” - PA

Apenas gostaria de contribuir com um aspecto importante, pois do ponto de vista filosófico as coisas não podem ser reduzidas a uma afirmação tão redutora.

Sem dúvida alguma as interacções familiares são fundadas, em última análise, na sexualidade que se concretiza em trazer ao mundo crianças. Como tal a sexualidade é um fenómeno biológico que nada tem de especificamente humano. A fornicação é um acto animal.
Mas para Hegel, por exemplo, e de um modo geral, todo o conteúdo da vida humana é uma “humanização” da vida animal. A relação sexual entre humanos converte-se numa relação familiar; não temos assim uma
relação macho/fêmea mas sim a relação marido/mulher.

A família tal como qualquer outra associação humana (o estado, uma sociedade comercial, um grupo politico, etc.) é uma associação humanizada que, no caso concreto, transcende a sexualidade animal. Assim repito, a transcendência da sexualidade no seu estado bruto é um fenómeno puramente humano (um casal homem/mulher é já uma família).
Ainda segundo Hegel foi o homem o responsável, ao longo da história, pela humanização da mulher.

D. Costa

Anónimo disse...


A humanização da mulher ao longo da história pode ser observada na evolução do erotismo por exemplo.
O erotismo deve ser considerado um fenómeno puramente feminino. O erotismo na sua definição mais perfeita será a assexualidade (sublimação) do sexo e como tal não existe no reino animal. Começa onde termina a nossa animalidade.
O erotismo só existe em relações humanizadas, onde existe o interdito e um código de tabus criados em sociedade exclusivamente pelos homens.
De certa forma, ainda, o erotismo está para o cérebro feminino como o pensamento abstracto para o homem. Aquilo a que Georges Bataille por exemplo chamava a “transgressão do olhar” nas mulheres.

Olhemos a um caso prático no nosso quotidiano. Vamos jantar fora com a nossa mulher e um grupo de casais amigos.
Conversas de homens a um canto, conversa de mulheres na outra extremidade da mesa.
Final do jantar retorno a casa.
O marido diz à mulher: “Ouviste o Zé Carlos? Parece que o negócio lhe corre mal. Deve fechar a empresa em breve. É dramático, coitado…”
A mulher para o marido: “tu viste a roupa da Cristina?? A mesma que levou àquele casamento há 15 dias!”, “e os sapatos da Mané? Nem posso acreditar…!”,

Marido – (silêncio)

Mulher – “mas a carteira nova da Suzana era bem gira…”

Marido – (silêncio)

Mulher – “aquele Tiago não tem modos nenhuns à mesa, sempre a falar de boca cheia…”, “viste o carro novo dos Silvas? Também acho que está na altura de trocares de carro…”,

Marido – (rapidamente mudando de conversa): “amanhã sempre vamos almoçar à tua mãe?”

Chegam a casa. O marido boceja e diz sim a tudo…o seu pensamento, há muito, está ausente.
Por momentos ainda fica a pensar na conversa do Zé Carlos. Não observou nada do que se passou no jantar.
Mas sabe que de manhã a mulher voltará à carga com todas as miudezas. Adormece apenas com um pensamento positivo “espero que o faça ao telemóvel...”


D. Costa


Francisco disse...

Numa coisa dou razão ao PA, quando um intelectual fala no indivíduo em termos absolutos e abstractos, em 99% dos casos subconscientemente ou conscientemente está a pensar no homem. Certamente terá a ver com os intelectuais estabelecidos ao longo da história terem sido homens.

Mas isto é tão genérico e abundante, que acusar o Kant em particular é absolutamente inócuo.

Francisco disse...

Filtrando a obsessão pelo Kant, o que resta de interessante aqui é:

até que ponto é que faz sentido andar a fazer teorias em que só existe o indivíduo abstracto sem sexo? E até que ponto essas teorias são enviezadas a favor do homem?

A resposta obviamente depende do contexto e do objectivo pretendido. E se em ciências sociais a distinção parece claramente essencial em muitos casos, no caso da filosofia tenho alguma dificuldade em perceber em que situações é que esta distinção é essencial, se é que pode mesmo ser feita.

zazie disse...

Já que não lêem o original, leiam ao menos uns comentários que não vêm de economista

http://dspace.library.uvic.ca:8080/bitstream/handle/1828/4158/Stacey_Matthew_MA_2012.pdf?sequence=1