"Todo o Mundo Moderno se divide entre Progressistas e Conservadores. O papel dos Progressistas é cometer erros continuamente. O papel dos Conservadores é evitar que os erros sejam corrigidos." ChestertonTenho escrito sobre o tema, e o ponto fulcral é que a receita do sistema da segurança social (TSU trabalhador+TSU empresa) e a CGA (contribuições) apenas cobre pouco mais de 50% da despesa (e ainda que esta abarque algumas funções redistributivas que podiam ser autonomizadas no OE).
A total falência do sistema é escondido por transferências do Orçamento de Estado. Na verdade, a totalidade dos cortes de despesa na Saúde e Educação parece não chegar para pagar o acréscimo de despesa na Segurança Social + CGA.
Se juntarmos o problema da natalidade e o que fará ao rácio de trabalhador activo versus trabalhador reformado, percebe-se o problema grave que é escondido por elites disfuncionais (não encontro outra palavra).
Via Pordata:
Pensionistas em % da população activa: total, da Segurança Social e da Caixa Geral de Aposentações
A adicionar ao problema da totalidade da despesa ainda há a comparação de regimes. E os número que saem são:
(http://www.jornaldenegocios.pt/economia/seguranca_social/detalhe/pensoes_da_cga_e_da_seguranca_social_as_diferencas_calculadas_pelo_governo.html)
"Um técnico superior reformado em 2005 pela Caixa Geral de Aposentações (CGA) levou uma pensão de 2.026 euros consigo. Se se tivesse aposentado na mesma altura, com o mesmo salário, pelas regras da Segurança Social, teria levado para casa 1.511,8 euros"
Tenho repetido que o estado social divide a família e comunidade e cria classes reivindicativas que se relacionam com o poder ... como "classe", que passa a ser o seu centro de existência. A sociedade deixa de manter a união pela necessidade e o amor natural no mini-estado-social que cada família e comunidade deve constituir para criar a união estatizada e colectivizada, libertando o indivíduo dos laços disciplinadores, e abraçando-o na sua teia.
O estado social é o maior produtor de individualismo desenraizado e põe em marcha um novo tipo de Homem. É a descivilização.
O fim do estado social é o único meio de salvação. Os conservadores, como apenas sabem "conservar", vão lutar por conservar o instrumento da sua anulação, apenas porque a realidade agora, é esta. Mas é a revolução ao contrário que é necessária. Chesterton pareceu perceber isso muito cedo.
O que nos vale também, é que provavelmente todo o sistema acaba por colapsar.
7 comentários:
Caro CN,
Ainda há bem pouco tempo, neste blogue, foi colocada uma questão interessante: Quem deve gerir o dinheiro em casa? a mulher ou o homem?
O Professor Arroja, dando o seu caso pessoal, diz-nos que deve ser a mulher. No SEU caso é a mulher.
E assim deve ser numa cultura católica.
Eu tenho muitas dúvidas perante esse argumento. Independentemente da cultura julgo que o homem, em termos abstractos, está muito mais qualificado para gerir financeiramente um casal ou a família.
Na generalidade um homem tem uma visão mais abrangente. Consegue analisar os detalhes mas também observar uma realidade macro-económica mais ampla (por exemplo: as politicas monetárias do FED e de todos os bancos centrais, taxas de juro, as implicações de fenómenos como a deflação, etc.).
Sinceramente, e julgando pela minha experiência pessoal que julgo ser comum a todos os homens, não consigo imaginar um grupo de donas de casa a discutirem as minutas publicadas pelo Federal Reserve, as implicações mais profundas das decisões aí tomadas e o que tudo isso pode significar para os mercados globais e o nosso quotidiano.
(...)
D. Costa
Perante esta realidade é muito raro uma mulher tomar uma decisão crítica em termos financeiros sem previamente consultar o marido (mais uma vez falo de experiência certamente comum a todos os homens); por exemplo: fazer uma aplicação a prazo de umas poupanças, comprar um carro, investir numa nova casa, etc.
Mas o inverso nem sempre é verdade. Um homem decide muitas vezes sem dar cavaco à mulher. Ou pelo menos não toma uma decisão financeira de certa envergadura apenas baseado na opinião da mulher. Ele sabe mais e melhor...
(...)
D. Costa
Pois D. Costa, mas a verdade é que a maior parte das casas não são centros de finança.
Na economia do dia-a-dia, bancos centrais, taxas de juro e coisas dessas interessam pouco.
O que interessa não é mais que a receita menos a despesa. Este é o princípio básico.
Ao fim e ao cabo, a verdade está na tesouraria...
Vem isto a propósito de uma pequena experiência pessoal anedótica (embora eu deteste falar em termos pessoais).
Há muitos anos comprei uma empresa. A minha análise "macro-económica" dizia-me que seria um sucesso.
Para mim, na altura, era expectável um crash na Ásia, um retorno de capitais com reflexos industriais na Europa. Quem se posicionasse para tal evento poderia certamente ter condições magníficas de sucesso.
Tudo batia certo. Tinha os capitais necessários, o pessoal, o produto, a estratégia, o plano rigorosamente desenhado.
De chave na mão descrevi à minha mulher a nova oportunidade. "Infalível".
Ela ouviu.
Analisou em silêncio.
Rapidamente percebeu todos os detalhes.
"que achas?" disse eu.
Pensou apenas uns minutos e a
sentença foi e lacónica:
"hmmmmm...
Não faças isso. Não sejas burro"
(...)
D. Costa
Eu persisti. Sabia que não poderia falhar. As minhas observações macro e micro económicas pareciam dar-me razão.
Mas o crash na Ásia nunca
aconteceu. Aconteceu no outro lado do planeta, nos EUA.
A minha analise técnica até estava correcta apenas me enganara num detalhe.
Ao fim de uns anos, com amargura e prejuízos substancias, desisti daquela empresa. Tudo fiz para a salvar: remodelação, mais capital, captação de novos clientes, etc.
Mas os factos eram demasiado evidentes, era um negócio falhado.
Rcordo de ter chegado a casa tarde, cansado, e profundamente desiludido.
Procurava apenas algumas palavras de conforto, algum carinho, ânimo.
Contei à minha mulher. "Acabou. Vou desistir deste negócio".
Ela olhou para mim, ficou em silêncio uns minutos, encolheu os ombros e sentenciou:
"Lembras-te do que eu te disse?...
Como vês eu tinha razão. És burro"
D. Costa
Não sei onde foi arranjar os nºs do último quadro.Estão errados e destinam-se a criar "indignação" que diminua a contestação.Cá por mim aceito um corte de 2,5% como nas "rendas"...
Olhe como sei que é pelo direito de "escolha" ponham lá uma opção para se poder escolher a coluna da direita...se é que esses nºs estão certos...
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