As pessoas são naturalmente boas, mas
corrompíveis pela força do mal? Ou, pelo contrário, naturalmente más e salvas
apenas pela força do bem? As pessoas são ambas, boas e más. E assim será para
sempre, a não ser que alteremos os nossos genes, porque o “dilema humano” foi
predeterminado na evolução da nossa espécie. Os seres humanos, em sociedade, são intrinsecamente imperfeitos e ainda bem. Num mundo
em constante mudança, precisamos da flexibilidade que só a imperfeição
assegura.
O dilema do Bem e do Mal surgiu da selecção
multiníveis, em que a selecção individual e a selecção de grupo actuou em
conjunto sobre cada indivíduo, mas em grande medida de forma oposta. A selecção
individual é o resultado da competição pela sobrevivência e reprodução entre
indivíduos do mesmo grupo. Determina instintos de natureza egoísta. Pelo contrário, a selecção de grupo consiste na competição entre
sociedades, tanto através do conflito directo como através da diferenciação de
competências para explorar o meio ambiente. A selecção de grupo determina
instintos altruístas (mas não em relação a grupos externos).
A selecção individual é responsável por muito
do que consideramos pecado, a selecção de grupo é responsável por muito do que
consideramos virtude. Em conjunto, a selecção individual e de grupo, geraram o
conflito entre os anjos maus e os anjos bons da natureza humana.
Edward O. Wilson
7 comentários:
http://br.dir.groups.yahoo.com/group/cantinho_das_mensagens/message/5432
Ora, as qualificações de "bem" e de "mal" são inteiramente arbitrárias, portanto...
bump
não é arbitrário , Pedro , é do ponto de vista animal e sobrevivência da espécie , põe a manada à frente do espécime . e a analise do E.O.W aplica-se hoje , sei lá , aos índios do amazonas e aos bosquímanos ? :)
> as qualificações de "bem" e de "mal" são inteiramente arbitrárias
Chiça, as tretas do Nietzche deviam ser substância controlada, não acessível a menores de 45 anos.
Deixam gente ingénua inalar estas coisas, depois só dizem disparates.
As clivagens e dicotomias são demasiado limitadas. Li uma vez um livro na minha adolescência de Oriana Fallaci que era um tratado da natureza humana. A certa altura citava Pascal " L'homme n'est ni ange ni bête et le malheur veut que qui veut faire l'ange fait la bête "
Nada e assim seja (no original em italiano, Niente e così sia ), um livro que andava pela biblioteca do meu avô, isso e o Hemingway, quando os sinos dobram, ensinaram-me quase tudo sobre a "justeza" guerras antes dos meus dezasseis anos
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