15 julho 2013

Perigo iminente

migueltiago
Ao contrário do resto do Mundo ocidental, Portugal é um bom local para ser comunista. Talvez porque, à excepção do período 74-75, Portugal tem estado sempre distante do perigo comunista. Chegavam-nos histórias da União Soviética, mas que eram demasiado longínquas para criar as defesas em relação ao comunismo que foram criadas noutras zonas da Europa. Os comunistas, ao contrário dos seu congéneres totalitários de extrema direita, fazem parte do sistema. A ausência prolongada de cargos governativos permitiu-lhes ainda excluir-se de qualquer decisão difícil: os comunistas são sempre o polícia bom do parlamento que exige salários e pensões mais altas, mais redistribuição, mais emprego público, mais dinheiro para a cultura e cada um dos lóbis eleitorais, mas com a possibilidade de se esconder na altura de assumir os custos dessas exigências.
Eles podem sobreviver como partido longe do governo porque tal não os afasta dos tachos necessários à sobrevivência no sistema partidário. Os comunistas beneficiam do tipo de tachos que qualquer partido aspiraria a ter: tachos permanentes não sujeitos ao escrutínio democrático. São os tachos nos sindicatos, em empresas Municipais e associações de “cidadãos” (tudo pago com dinheiro público). Eles não têm votos, mas com uma presença desproporcional nos meios de comunicação social influenciam as decisões políticas ao manipular a opinião pública e, acima de tudo, ao manipular a percepção do que é a opinião pública. Eles não têm votos, mas, tal como no PREC, dominam as manifestações de rua, fazendo crer a muitos (até aos partidos rivais) que a opinião pública quer aquilo que eles acham que deveria querer. Os partidos corruptos do centro farão sempre aquilo que acharem que lhes garante mais votos e são os comunistas, através do domínio da rua, que manipulam essa percepção. À falta de poder democrático, os comunistas dominam o maior lóbi do país, a função pública, e têm, através desse domínio, impedido qualquer reforma, contribuindo como ninguém para o empobrecimento do país. Os partidos corruptos do centro podem dominar o espaço governativo, mas são eles, os comunistas, que mais influenciam as políticas.
Mas que não se iludam aqueles que pensam que os comunistas tendo tanto a ganhar com o sistema actual, não deitariam tudo a perder em nome da ideologia. Eles são acima de tudo uma seita que acredita nos benefícios da sua ideologia totalitária, apesar de todas as evidências em contrário. Não se deixem iludir pela fachada democrática que assumem durante tempos mais serenos. Eles andam aí, prontos a aproveitar uma crise no sistema para atacar, prontos para utilizar a insatisfação em relação ao sistema que minaram por dentro durante anos para nos imporem a solução final de Cuba ou da Coreia do Norte. Não se iludam aqueles que pensam que bastava esperar que os velhos líderes morressem: há aí uma nova geração de Miguel Tiagos, criada entre as seringas da Festa do Avante, pronta a assaltar o país. É importante não baixar as defesas: o perigo do totalitarismo e escravidão comunistas não desapareceu.

18 comentários:

Anónimo disse...

Análise correcta.

A corja comuna possui na sociedade uma influência enorme muito superior aos resultados eleitorais.

Há muita gente que não tem noção disto e olha para eles com muita complacência e alguma simpatia, achando que nada têm a ver com o estado em que a Nação se encontra.

Mas têm e muito mais que qualquer outros.

Assim Seja

jsp disse...

Excelente.
E esta canalha ainda beneficia da publicidade redigida com que os caneiros televisivos, e as folhas de couve domésticas, diàriamente nos bombardeiam...

Anónimo disse...

É por isso que os gregos fecharam a televisão pública. Não são burros, não...

lusitânea disse...

Os arautos da entrega do império em concluío com os guerrilheiros que formaram agora viraram para a nossa colonização mas com direitos.Já temos mais africanos do que brancos havia ma África toda.E pobres como convém a obter as mais valias que nos pagam a pensão...
A guerra de guerrilhas devidamente organizada sai dentro de momentos

Anónimo disse...

O autor do post não quereria dizer "iminente"?

Anónimo disse...

Já podemos colectivizar a mota do excelentíssimo deputado?...

Anónimo disse...

As saudades que tenho de ver as sedes do PCP a arder...

Anónimo disse...

Assim se explica o rasgar de vestes perante as palmas da missa do Patriarca: afinal, ainda há um sítio ou outro que os comunas não controlam.

Carlos Guimarães Pinto disse...

Iminente, não. Graças a Deus.

Anónimo disse...

Se em 74/75, com
- o desmoronar do fassismo,
- a URSS ainda a dar cartas,
- a "cóltura" e as universidades totalmente marxizadas,
-a direita e as empresas em fuga para parte incerta,
- domínio total do espaço público e dos media

o melhor que conseguiram foi pouco mais de 10%, acho que o perigo não será tão iminente quanto isso...

Faz parte do nosso encanto, tal como somos anticlericais e católicos, também somos estatistas e anticomunistas...


Miguel D

Anónimo disse...

Por altura da fase de queima da sedes do PCP, quando foi o bloqueio de Rio Maior, na região do Oeste perguntava-se a um rural "És capaz de matar um homem?". Se a resposta fosse afirmativa levavam-no para Rio Maior com uma caçadeira e um cinto de munições.
Isto ouvi com estes com que os bichos da terra se hão-de refastelar.
para que conste,
abraço do eao

zazie disse...

Absolutamente certo, CGP.
O José, do Portadaloja, tem andado a fazer o levantamento histórico da influência deles por cá.

Luís Marvão disse...

"Eles não têm votos, mas com uma presença desproporcional nos meios de comunicação social".

Tem dados de apoio a tal informação? Ou é mais uma profissão de fé?

Sobre o domínio do PC na Função Pública, tem ideia de como votam os funcionários públicos? Espreite o Blog Margens de Erro, e terá uma surpresa ;)

O Miguel Tiago poderá dar muitos votos ao PCP, por isso é mesmo para levar a sério. Talvez neste ponto estejamos de acordo.

zézinho disse...

Ó Marvão, tens cá uma rima... que eu diria irresistível

Pedro Sá disse...

Está enganado, e por duas razões:

1ª A grande maioria do eleitorado não militante e uma parte dos militantes do PCP são indubitavelmente mais democratas que o eleitorado sociológico de direita.

2ª O PCP não tem nenhum peso desproporcionado nos media, ao contrário do BE.

lusitânea disse...

O Manuel Tiago é filho de comunista antigo de certeza.Na folha de serviço constará que bebeu o nome do Cunhal o respectivo santo da sua fé...
O partido comunista actualmente é um meio de vida como outro qualquer.E alguns fizeram boas vidinhas.Vivem em localizações capitalistas, bons carros.Não devem estar interessados em revoluções...

Anónimo disse...

A corja que se refugia na Constituição que se ponha a pau. É que se o meu direito à propriedade privada, ao lucro, à integridade física e moral não valem nada, então, também os seus direitos a saúde, educação, pensão, trabalho e habitação públicos deixam de valer.
E nós pagamos para eles!

Anónimo disse...

Mas qual direito ao trabalho? Miguel Tiago nascido em 1979, deputado a partir de 2005, ou seja com 26 anos!!, nunca trabalhou na puta da vida, nem quer trabalhar!... eis um genuíno produto dos jotinhas do PC.