05 março 2013

o convocado


Os portugueses são peritos na criação de determinado tipo de figuras, ou personagens, que não existem em nenhum outro país do mundo.
O PA já destacou aqui a figura do “convidado”, todos reconhecemos o “arguido” e eu gostaria agora de acrescentar o “convocado”, a propósito deste meu post.

Noutras países marca-se uma consulta, em Portugal é-se convocado para uma consulta médica, sob pena de coima. O SNS comporta-se perante os cidadãos, que alcunha, com desprezo, de utentes, como uma instância judicial — convoca. E o mesmo faz o sistema de educação, a segurança social, a polícia, e qualquer repartição pública que, deitando as gadunfas ao nosso endereço, logo se arvora em enviar ameaçadoras cartas registadas.

A vítima passa então ao estado de convocado. O mundo pára e o convocado, de rabo entre as pernas, lá abandona os seus afazeres e trata de responder à respectiva convocatória. As deseconomias que estes procedimentos geram são incalculáveis, até porque as instituições que convocam ainda não adoptaram o horário alargado com fins de semana incluídos.

E, com este governo, as coisas não estão a melhorar. Estão a piorar.

4 comentários:

Luís Lavoura disse...

Calma. O SNS só convoca um cidadão para uma consulta quando, antes, esse cidadão pediu para ter tal consulta.
Ou seja, o procedimento é este: o cidadão desloca-se a um hospital a pedir para ter uma consulta de determinada especialidade e depois vai-se embora. Uns dias (ou umas semanas...) depois recebe uma carta em casa a informar a data para a qual a consulta foi marcada e a convocá-lo para nela comparecer.

Anónimo disse...

Caro Luís Lavoura,
O Sr. defende que a culpa é do cidadão, muito bem.
E que tal marcar uma consulta?

Anónimo disse...

O cidadão é pertença do estado ladrão. Ele não escolhe, ele é convocado e tem muita sorte. Beneficia de um serviço nacional de saúde dos melhores do mundo. Até os nossos emigrantes sabem, estão doidinhos por regressar só para terem esse conforto.
Pode até ser que o chamado médico de família lhe receite qualquer coisa sem olhar para ele ao fim de uns largos meses.
Não saberá o cidadão quanto custa ao estado ladrão uma consulta num centro de saúde, nem ninguém sabe ou quer dizer. Em média para cima de 100 euros, no sul mais alto, uma olhadela e já está.Há empresas que nunca entram em falência porque são amigas do povo, o país é que pode e já está em falência mas os credores mauzões vão acabar por perdoar.
Os lavouras adoram e há mais gente pendurada na mesada, há sim senhor.

Anónimo disse...

Ao anónimo acima,


Os portugueses emigram por muitas razões.


O serviço nacional de saúde não é uma delas.