18 janeiro 2016

austeridade e exportações

Vendeu-se a ideia de que, encolhendo a procura interna, as empresas vão exportar mais e que é por isso que as empresas estão a exportar mais. As exportações cresceram muito em Portugal na última década, mas os quatro anos em que as exportações mais cresceram sabe quais foram? Foram 2006 e 2007, 2010 e 2011. Entre 2012 e 2015 cresceu-se abaixo da média de 2005 a 2011. A contracção da procura interna em nada ajudou as nossas empresas exportadoras. Algumas empresas que dependiam do mercado interno e do mercado externo, com a contracção do mercado interno, ficaram com menos recursos para se internacionalizar. Não houve uma aceleração das exportações durante o período do ajustamento. Houve uma manutenção do crescimento das exportações à custa de um esforço muito grande das empresas.

Entrevista de Manuel Caldeira Cabral ao Público

6 comentários:

Anónimo disse...

Mas o que este imbecil diz interessa para quê?

Deve haver "filas", "filas" de "empresas" estalando para investir em Portugal só por causa do caril e do Caldeira Cabral.

Peçam para cagar e saiam, pá!

zazie disse...

Mas o que é que este anormal sabe para palrar?

Anónimo disse...

O Cabralito e os seus sofismas, a mostrar-se esquecido de que os resultados das exportações na primeira década se devem unicamente ao crédito fácil e a rodos...

Anónimo disse...

Na minha consciência, 80% dos portugas são estúpidos. Dos restantes 20%, 15% são ignorantes. Safam-se 5% que, em geral, não são políticos pois é uma actividade para -erdosos.

Ricciardi disse...

O défice externo esbateu-se consideravelmente durante o período de ajustamento. O abrandamento nas importações e o turismo foram as rubricas mais importantes. As exportações aumentaram, mas a um ritmo inferior ao desejável.

Sobretudo a um preço fracote. Sobrevivencia oblige.

Com o colapso da procura interna as empresas escoaram os seus produtos para o exterior a um preço baixinho. Eu ainda apanhei essa fase em angola. O desespero nos empresários para escoar produto era de tal forma que eu me dava ao luxo de contratar importações (para angola) a preços a roçar o preço de custo. Os meus fornecedores portugueses vendiam mesmo a perder dinheiro.
.
O caso mais visível é o da Galp. Para manter o mesmo nível de vendas aceitou refinar petróleo com margens reduzidissimas. Sem acrescentar grande Valor à refinação.
.
Os produtores de produtos alimentares também. Nas bebidas e nos entalados as margens praticadas era para ver se sobreviviam.
.
.
As exportacoes no periodo 2011/2014 foram efectuadas, segundo o BP, em 94% por empresas constituídas antes de 2007. Como não podia deixar de ser. Ninguém começa a exportar porque lhe apetece. É preciso muito trabalho de preparação.
.
O incentivo para exportar não foi o melhor. Nem pelas melhores razões. O incentivo coelhino foi o mais iliberal possível. Subtrair rendimento às pessoas para que os empresários se sintam tão aflitos que tenham de vender ao exterior como unica alternativa. A qualquer preço. Os empresários não ganharam mais massa. Pelo contrário. Perderam muita massa. Viraram-se para o exterior para não morrer logo. A ver se a crise passava. O volume de negócios na indústria desceu sempre e de forma contundente.
.
Os exportadores relevantes e que pesam em mais de 60% da balança nao são mais de 40 empresas. Faliram milhares pequenotas. As grandes aguentaram o barco a perder dinheiro.
.
O ritmo de crescimento das exportações de facto desevoluiu de 2011 para 2015. Com tendência para desevoluir mais nos próximos anos.
.
Chegamos mesmo a ter trimestres onde as exportações líquidas (exportações - importações) foram negativas. Valeu-nos o turismo. Não por qualquer medida em especial mas fundamentalmente porque aumentou a procura turística para o destino Portugal. Provavelmente como efeito na redução de turistas no magrebe. O que me deixa ligeiramente apreensivo.
.
Em todo caso, no turismo, o governo não estragou. Pelo contrário fez boa política. Ao contrário daquilo que fez com a a indústria portuguesa.
.
Rb

Anónimo disse...

Os comentários citados aplicam-se a todo o crescimento linear (em progressão aritmética): em cada ano o crescimento percentual é inferior ao do ano anterior. Pelo que, desvalorizar o crescimento só pelo facto de ser linear constitui uma pura manipulação de números. Ou será que, para o seu autor, o crescimento só é bom se for exponencial (em progressão geométrica)?
Já a natureza do crescimento, a tipologia das empresas exportadoras, as margens praticadas, os mercados-alvo, eventuais alterações no peso relativo dos sectores de actividade, ou seja, uma análise mais fina da realidade exportadora, podem ajudar a compreender a sua evolução.
AS