24 agosto 2015

QE do povo

Corbynomics: fabricar dinheiro para financiar obras públicas

13 comentários:

Harry Lime disse...

Jaquim,

Se fosse fabricar dinheiro para financiar guerras do outro lado do Mundo não tinhas problema nenhum com isso.

Rui Silva

Ricciardi disse...

Caro Joachim. O único problema de imprimir dinheiro é o perigo de um aumento de preços acentuado. Não vejo outro tipo de problema q possa advir dessa prática. A inflação (alargamento da base monetária) nem sempre gera aumento de precos, como pode verificar nos EUA e na UE q já imprimiram mais dinheiro em 4 anos do q nos últimos 40 anos.
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Foi a política dos bancos centrais gringo e recentemente da UE q sustiveram um aprofundar da maior crise de q há memória. Os gringos actuaram logo e o país recuperou imediatamente. A UE demorou demasiado tempo e ainda não conseguiu obter os níveis pre-crise.
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Rb

Ricciardi disse...

Noutros tempos reanimou-se a economia com obras públicas. Obras q tiveram impacto no desenvolvimento de negócios através das melhorias ferroviárias, portuárias, rodoivuarias. Hoje podia e devia investir-se dinheiros públicos doutra forma. Não nas facilidades do transporte q aproximaram produtores e clientes, mas sim no desenvolvimento da ciencia e conhecimento e ou inovação. A ver se a UE volta a dominar a economia do futuro.
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Rb
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Ricciardi disse...

Os centros tecnológicos criados há 15 anos no sector do calçado deram bons resultados. Em Braga está o centro de Nanotecnologia ibérico. Falta investir em muitos centros deste tipo para outros sectores de actividade. O estado pode fazer isso sem entrar na gestao e sair num prazo definido. Mas há coisas q se não for o estado a fazer ninguém faz. Na América o estado puxa pelos privados mas não prescinde de impulsionar. As NASA por exemplo. Na Alemanha o estado entra e sai de projectos amiúde. Desde a 2a guerra q o faz.
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A diferença é no modo como financiam projectos.
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Rb

Harry Lime disse...

É aqui que eu começo a discordar um pouco do Ricciardi.

Não na sua analise que é optima! Nem na sua opinião de que em principio, o investimento publico ajuda.

O problema aqui é um problema de escolha de areas de investimento: investimento em infraestruras à moda antiga ( estradas, aeroportos, TGV, etc) parece-me esgotado a não ser que seja para manutençao dos equipamentos. Esta era a estartégia do Socas 44. o que aconteceu foi que o retorno total associado de cada nova autoestrada é cada vez pequeno (até ao momento em que é nulo e nem compensa os custos).

Assim onde fazer investimento publico? Problema bicudo! Eu gostariua muito que o governo voltasse a agarrar no famoso estudo do Porter e olhasse a sério para aquilo.

Teriamos de responder honestamente à seguintes perguntas: em que áreas é que que possuimos caracterisiticas dificilmente repordutiveis pelos outros (vulgo vantagem competitivas)? quanto valem essas vantagens competitivas? Que clusters é que se podem criar à volta deles?

E depois o governo deveria dar incentivos (o investir ele propior!) para o investimento nessas áreas.

Na altura do relatorio Porter, lembro-me que toda a gente (eu incluido!) ficou chocada por o Sr. Porter não falar em "novas tecnologias" e "internet" (então na infancia) ou "multimedia" mas falar simplesmente em investir nas coisas que fazemos bem.

Hoje em dia por necessidade as pessoas estão a perceber isso: por isso estmos a virarmos para o turismo, para a agriculutra que sabemos fazer bem (vinho, azeite..), calçado...

Não é glamoroso mas parece-me a unica estratégia em que o estado pode consguir "bang for the buck". Investir em infraesturas "à moda antiga" por si so não me parece levar muito longe. Os exemplos mais recentes são sintomaticos: os estadios do Euro estão vazios: durante 3 semanas o Euro gerou de facto riqueza em cidades como Aveiro, Leiria ou Portimão mas depois o que ficou foram estadios vazios que custaram milhoes ao erario publico.

Rui Silva

Harry Lime disse...

Agora o Jaquim dirá à boa maneira Hayekiana que o empreendendor privado está em melhor posiç~eos para detectar essas oportunidades do que o "estado socialista" porque está mais proximo do terreno.

E eu reposndo, isso será verdade nalguns casos, será menos verdade noutros. Noutros ainda, o empreendendor precisará da ajuda do estado. Haverá ainda outros casos em poderá ser o estado socialista a detectar essas areas e a direccionar para lá o investimento.

Não sabemos e como não sabemso deveremos pelo menos começar a pensar no sentido de maximizar as nossas oportunidades em vez de excluirmos à partida opções só porque um austriaco qualquer há 90 anos escreveu umas cenas.

Rui Silva

Anónimo disse...

Caro Rui,

Fico contente com o seu divórcio do socratismo. Foi muito doloroso pk foi enganado e isso custa muito.
Já percebi que se está a tornar um perigoso neoliberal e isso deve ainda custar mais. Uma dissonância entre a razão e a emoção, é terrível.

Joaquim

Ricciardi disse...

Isso Harry. Eu disse atrás q obras à moda antiga já não eram necessárias. O q me parece imprescindível é avançar para outro nível. A economia do futuro. E sim, apoiar os sectores onde podemos ter vantagens comparativas. Os tradicionais também. Mas é preciso olhar para o amanhã. Ao nível da Energia, Nanotecnologia, robótica...
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Ao nível da economia tradicional há muita coisa a ser feita. Tenho um amigo empresário em França q produz tomates cherry q vende para a América. Factura dezenas de milhões o moço. Tem estufas do tamanho de campos de futebol por kilometros. Todas climatizadas ao ponto dos funcionários andarem d manga curta no inverno. Perguntei-lhr porque é q não faz o mesmo no Alentejo e poupava na energia. Respondeu-me q o sistema de escoamento não funcionava em Portugal. Ele tem acesso por via férrea directa da sua produção a um pequeno aeroporto de cargas. Diz que existem dezenas de pequenos aeroportos só para cargas agrícolas. De forma q produz, embala e exporta no mesmo dia. Enquanto os toamtes cherry tugas ficariam uma semana em contentores de frio à espera de vez, os deles vao de imediato. Com o custo acrescido de ter d pagar camiões para os levar.
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Não sei para q serve o aeroporto de Beja. Qdo lá passei estava vazio. Dêm-lhe uso para o comércio. Façam vias férreas para vagoes de contentores das periferias até lá. Aproveitem e façam passar a porra do TGV mercadorias por lá rumo á Alemanha.
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Aproveitem e revitalizam as cooperativas de pequenos produtores e facam-lhes um upgrade qualitativo. Que passem de cooperativas de produtores para cooperativas comerciais onde o focus se centra no desenvolvimebto do produto, no marketing, marca e promoção no exterior.
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Rb

Ricciardi disse...

Eu acho q os nossos ministros andam entretidos com coisas acessórias. Burocracias europeias. E não param para pensar nas potencialidades de cada regiao e executar políticas q facilitem os negócios.
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Há uns tempos li um especialista em agricultura q estudou is solos e climas de cada zona de cada região. E apontou q tipo de produções agricolas se podiam fazer em cada uma.
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O governo só tem q ler esse estudo e reunir com empresários e cooperativas e elaborarem estratégias para produzir o q pode ser produzido e dotar as zonas com meios logística para o efeito. Só depois é q podiam elaborar a porra dos fundos comunitários à medida. E apoiar com racionalidade os investimentos propostos.
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Por exemplo, ao nível da produção de carne no Alentejo. Quantos kilometris tem de pagar os produtores de camiões para o matadouro e dali retornar para a embalagem e daí pagar de novo para vender?
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Um gajo começa a fazer contas e desiste.
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Porque não fazem is matadouros perto da produção e incentivando a verticalização dos negocios?
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Que se domine o negócio da raiz até ao topo. A montante e a jyzante e q se faça um manguito aos intermediários.
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Um dedo à lá Varoufakis tb serve.
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Rb

Harry Lime disse...

Jaquim,

Não se trata de abandonar o socratismo.

O problema do Socrates (e já agora do Durao Barroso...) é que qualquer "investimento produtivo" foi tornado incomportavel depois dos aumentos dos custos de produção após a nossa entrada eno Euro (devido à valorização excessiva em relação ao escuydo)

Assim, só havia tres maneiras de por a economia a funcionar (porque sendo as unicas que podiam dar taxas de renatbilidade decenetes eram as unicas nas quais o investimento (nacional e estrangeiro) poderia ser canalizado.

a) obras publicas

b) imobiliario

Por isso, apostou-se nas obras publicas e imobiliario. O Socas investiu em obras publicas porque simplemsnte não tinha alternativa 8ok, e era mais porreiro para as cenas dele...)

Duvido que nas circunstancias alguem pudesse sequer ter imaginado fazer diferente (a Manela Ferreira Leite era a excpeção no arco da governação, como soi dizer-se). Lmebremo-nos apenas dum facto: o Socrates foi eleito derrotando o Santana Lopes que, recordemos, tinha uma agenda para o "creseimento" contra o "Portugal de Tanga" da Manuel Ferreira Leite (uma senhora!).

Hoje em dia estamos num clima em que pura simplesmente estamos obrigados a fazer diferente! É tão simples como isto.

A grande tragedia é que para chgar aqui tivemos de enviar centenas de milhar para o desmeprego (porque para inovar não era estritamente necessário aruinar o pequeno comercio e exterminar empregos de pessoas!) e tivemos de aturar idiotas.

Rui Silva

Harry Lime disse...

Alias, os grandes programa de obras publicas: autoestradas, Euro 2004 , Expo 2008 (que acabou por dar dinheiro!) foram iniciados antes do Socas 44. Pelo que existia uma "cultura do betão" que atravessou todo o arco da governação nos últimos 30 anos.

O Socas 44 limitou-se adar-lhe continuidade.

O problema é que por tras de todas as boas intenções (e também das más) essa cultura está esgotada: já não consegue dar os resultados que deu nos anos 80 e 90 ("law of the diminishing returns" como se diz em americano!9.

Rui Silva

PS. Eu estudei estas coisa em ingles por isso às vezes saem este palavroes em ingles :-):-)

Ricciardi disse...

Nem é preciso estudar laws. É uma questão prática, pragmática e de bom senso. Já se fizeram estradas suficientes.
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A investir deve ser no conhecimento. Já q temos estradas, escolas e hospitais em boa conta, agora q já podemos transportar, educar e tratar da saúde, é o tempo de desenvolver Valor.
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Rb

Euro2cent disse...

> A investir deve ser no conhecimento.

Ah, a paixão da inculcação.

Para podermos exportar enfermeiros para Inglaterra, engenheiros para a Alemanha, e médicos sei lá para onde.

E substituir o povo por outro, que este não merece os governos que tem, como explicou o Brecht.