12 julho 2015

carta aos Tsipras e Varoufakis europeus


O que é que os gregos querem?
Os gregos querem ser livres, como quaisquer outros povos ou apenas pessoas. Querem que os deixem governar as suas vidas, querem liberdade para buscar a sua felicidade.
Mas a liberdade, como canta Janis Joplin, em “Me & Bobby McGee”, é apenas outra palavra para quem não tem nada a perder. E no mundo Ocidental, todos temos tanto a perder que a liberdade míngua a um ponto desesperante. Tão desesperante que por vezes apetece voltar as costas a tudo e começar de novo.
Se o fizéssemos, contudo, os que mais sofreriam seriam os que menos podem desfrutar dessa mesma liberdade: as crianças, os velhos e, de um modo geral, os menos-válidos.
Voltar as costas a tudo e começar de novo seria um acto bárbaro de violência social, que equivaleria a sobrepor a liberdade a todos os outros valores que também nos são queridos.
Temos portanto de fazer concessões e de sofrer com essas concessões, por um valor mais alto que é o Bem Comum.
O que nos sobra porém de liberdade deve ser de cada um para usufruir como lhe aprouver. E nenhum governo tem legitimidade para extorquir esse resto de liberdade.
Hayek afirmou que ‹‹quanto mais o Estado planeia menos os cidadãos podem planear as suas vidas››. Isto hoje é tão claro que parece profético. Os governos devem focar-se em devolver a iniciativa aos cidadãos em tudo o que seja possível, sob pena de extinguirem o sonho de um futuro melhor.
Os povos Europeus cederam parte da sua soberania ao projecto comum que é a UE. Nesse processo perderam liberdade por troca com novos horizontes e economias de escala. É muito importante que a soberania e a liberdade que sobra não sejam usurpadas pelos governos nacionais. Se tal acontecer, não haverá democracia que resista na Europa.
Um governo revolucionário, na UE, é um governo de devolve ao povo o máximo de liberdade possível. O contrário é ilegítimo e, em última análise, destrói o próprio projecto europeu.

Um governo revolucionário é um governo de liberdade ao serviço do Bem Comum. 

6 comentários:

Anónimo disse...

Ter 50 motoristas para cada carro oficial é certo? Ter 2000 funcionários PÚBLICOS pra cuidar dum lago seco é certo? Se "revolução" é mamar nas tetas do governo às custas de dinheiro tomado emprestado dos vizinhos, então abomino as tais "revoluções".

Bmonteiro disse...

Bem...o gabinete do PM num país do sul, conta com dez assessores e dez secretárias, além de uma outra mão cheia de recursos humanos.
Automóveis a condizer.
Em Belém, a segurança e o protocolo do Exmo PR, está alargado a uma 'coorte' de assessorias civis e militares, que nem no tempo do Império. Dá para um Governo-sombra no palácio.

Unknown disse...

Um governo incompetente demora muito menos tempo a detectar.Os factos mesmo "trabalhados" falam por si.

Anónimo disse...

E que não viesse alguém defender a Grécia. Mostram bem o "respeito" que têm por Portugal. Há estrangeiros que têm mais consideração por Portugal do que alguns portugueses...

Ora então o que aconteceu foi que o Syriza fez um "manguito" à zona euro e a seguir foi pedir um terceiro resgate. Teria sido consequente se abandonasse o euro por sua iniciativa, mas fazer um plebiscito para dizer Não ao que veio propor dois ou três dias depois, só de gente no mínimo irresponsável. Pois a paga agora está aí. Ou a Grécia sai já do euro, ou vai ter de implementar as reformas primeiro e vai recebendo o dinheiro do terceiro resgate à medida em que há progressos. Acabaram-se por isso os cheques em branco, e vai continuar também o "corralito", pois ninguém quer o BCE a meter dinheiro na banca grega para os gregos irem a correr levantar o dinheiro e o sistema financeiro grego continuar a ser um poço sem fundo.

Agora podem começar as "carpideiras" em Portugal a defender a IMBECILIDADE do Syriza, em particular um indivíduo chamado Costa (nem de propósito, este apelido também é grego), para a gente se rir. Havia de ser "engraçade" Portugal metido nesta alhada por alinhar com a Grécia...

Euro2cent disse...

> um governo de liberdade ao serviço do Bem Comum

"Does not compute", como diria o Spock.

marina disse...

carta ao Joaquim , de parte de emmanuel todd :

http://www.liberation.fr/monde/2015/07/10/emmanuel-todd-une-autodestruction-de-l-europe-sous-direction-allemande_1345917

n da para por a entrevista no belga le soir pq eh so para assinantes , mas fica o resumo . os franceses nao gostaram nada da opiniao do emmanuel..

comecem a fazer as malas pq temos de sair deste comboio fantasma .