30 julho 2015

a aposta na educação


Dados da Pordata

No tempo do Estado Novo só 9% dos alunos frequentavam o ensino privado, hoje são 14% (de um universo de alunos ligeiramente menor).

Por favor não nos deem tanta educação

35 comentários:

Unknown disse...

No tempo da outra senhora os rankings eram preenchidos, até ao 50 pelos liceus públicos; hoje com a grande defesa da escola publica"nossa" basta ver os últimos publicados.
E quem teve a sorte de estudar, compara o profissionalismo de então e de hoje e chora.

marina disse...

bem , estou espantadissima : em 1961 havia mais alunos ate ao 9 ano ? o ensino obrigatorio era ate ha 4 classe , non ? um mito o analfabetismo do tempo do salazar ou os tipos da pordata comparam alhos com maças , das duas , uma.😈

marina disse...

ate a 4 classe , omitam o ha , p,ease.

zazie disse...

Creio que havia era mais jovens e mais crianças.

As pessoas reproduziam-se mais.

marina disse...

nem por isso Zazie , fui ver . dos 5 aos 14 eram prai um milhao e 700 mil em 1960 ; em 2011 populaçao menor de 15 e prai um milhao e 500 mil . nao consegui ver ainda sem os menores de 5 anos.

zazie disse...

Então é mesmo assim. A rede escolar de Salazar foi uma grande obra.

Até do ponto de vista da arquitectura aquelas escolinhas à Raul Lino ainda hoje são uma pequena maravilha.

zazie disse...

Para se tirar a carta de condução era obrigatório ter a 4ª classe.

Nos anos 70 o ensino nocturno até à 4ª classe estava mais ou menos generalizado e era fornecido em colégios particulares.

À borla. Sei disso porque as raparigas que trabalharam como criadas em casa da minha família, tiraram todas, no mínimo, a 4ª classe, quando a não tinham. E era assim.

Duas, que me lembre, até andaram na mesma escola onde andou o meu irmão- no colégio do bairro, mas depois do jantar.

zazie disse...

Havai colégios particulares para todas as bolsas.

e havia outra coisa que o Birgolino sabe porque tem idade para isso- havia médicos particulares que iam a casa e cobravam preços para todas as bolsas.

Com a saúde pública alargada ganhou-se muita coisa mas eles também se encostaram e fizeram disso um grande negócio a picarem o ponto num e a sacarem no outro.

zazie disse...

Não sei como é agora mas, há uns anos, em França ainda era hábito este tipo de médicos que iam a casa e chamados no próprio dia.

zazie disse...

Quanto a ensino e qualidade de ensino nem se pode comparar.

Basta ler o jornal para se ver a quantidade de analfas formados.

marina disse...

pois , nisso o Joaquim tem razao . escolaridade ate ao 12 a produzir analfas serve para que? para nos roubar recursos ?

zazie disse...

Podes crer. Para formar gandulagem.

Josand disse...

Tendo em conta o ponto de partida do Estado Novo, Salazar fez um trabalho prodigioso:

Na verdade podemos constatar que em geral, o período correspondente ao Estado Novo foi mais profícuo na aceleração da alfabetização em Portugal do que o período anterior: de 1900 a 1930, a percentagem de portugueses com idades iguais ou superiores a 7 anos que declaram saber ler, passa de 26% para 38%, um ganho de alfabetizados de 12%; no período que vai de 1930 a 1960, os portugueses das mesmas faixas etárias declarados como alfabetos, passam dos 38% antes mencionados para 70%, o que corresponde a um aumento de 32% de alfabetizados, mais do dobro do período anterior

In Alfabetização e escola em Portugal no século XX: Censos Nacionais e estudos de caso
http://www.scielo.gpeari.mctes.pt/pdf/aps/v17n1/v17n1a17.pdf

Alguns quadros ilustrativos:
http://gyazo.com/02f72f81bf5cb40543ffd09caf04dc5a

http://gyazo.com/13828a2f24745986962f7a93e7eeb38b

http://gyazo.com/b9e102b8c9623fa6675a9537d09d11a4

Harry Lime disse...

A zazie tem toda a razão porque os casais faziam mais filhos.

Mas há um dado interessante (e penso que é esse dado que o Jaquim quer ecentuar) que é o facto de haver mais alunos no particular em percentagem do que no publico. (eu conheço as pancadas do Jaquim...)

Ora, a questão que temos de fazer é isso deve-se a uma baixa na qualidade do publico ou a uma percepção da opinião publica em relação à alegada "superioridade" do privado em relação ao publico?

Bem, a mim parece-me a segunda. Por causa da moda dos rankings, os pais estão a trocar a escola publica pela escola privada mal têm algumas posses para isso. O resultado é que uma fatia maior do orçamento familiar é gasto em educação sem melhorias visiveis.

Curiosamente, as unive3rsidades publicas em portugal continuam a ser melhores a todos os niveis: atraem os melhores alunos, os melhores docentes e fazem a melhor investigação.

A não ser que o Jaquim tenha tirado o curso de medicina dele na Lusodfona ou na Moderna....

Rui Silva

zazie disse...

Se eu tenho razão, então as estatísticas é que estão erradas.

O que é estranho, eu ter razão sem ter feito as contas e o Pordata fazendo as contas saber menos que o bitaite que eu mandei sem ter verificado o número.

zazie disse...

Mas recordo-me de já ter lido isto a desmontar o mito do analfabetismo do salazarismo.

Harry Lime disse...

Atenção que no tempo do Estado Novo, havia menos acesso à escolaridade em geral. Ou seja o universo total de crianças e jovens era muito maior mas apenas uma percentagem ia à escola. Hoje em dia toda a gente vai à escola!

Dai que os numeros totais de miudos na escola seja aproximadamente igual. O que dá razão total à zazie! :-) :-)

Por isso, podemos deduzir que os alunos que no Estado Novo iam à escola tinham em media um nivel socio-economico superior ao actual (acho que esta conclusão faz sentido!).

Assim podemos sempre perguntar: se o ensino publico servia aos "meninos finos" de há 50 ou 60 anos atrás porque não serve aos "meninos finos" de agora? Mistério...

Eu por mim digo. apesar de (felizmente!) ter nascido numa familia que até tinha possibilidades, sempre estudei em escolas publicas (excepto no jardim escola :-) ) e nunca tive problemas.

E claro, no final, frequentei a melhor faculdade de engenharia do Pais (o Tecnico). Escola publica também...

Rui Silva

lusitânea disse...

Agora temos 45000 "doutorados" a maioria nas artes internacionalistas salvadoras do planeta.Que acreditam que continuará a cair maná...
Na tropa Salazarista gajo que entrasse sem a 4ªclasse andava por lá até a tirar...mas enfim misso são coisas de ditadores certo?

Harry Lime disse...

A escolaridade até aos 12º poderia ter uma grande utilidade se o ensino profissional fosse bem estruturado.

A ideia é que nem todos podem (nem devem) ter cursos superiores. Mas todos devem ter uma profissão.

Tanto quanto eu sei, no Estado Novo exisita uma Escola Comercial que tinha essa função (e que de onde de resto até saiam por vezes alunos que acabavam por ir para a faculdade).

O nosso presidente, Cavaco Silva, é um optimo exemplo: filho de um gasolineiro, estudou no duro, tirou o curso na Escola Comercial e depois como era inteligente e esforçado, foi em frente: licenciatura, doutoramento, etc, etc. Há muitas coisas que não gosto no nosso Presidente mas a sua biografia e percurso academico demonstram caracter e força de vontade!

Depois da destastrosa grande equalização apos o 25/4 (que destruiu o que de bom tinha sido feito no Estado Novo) tentou-se fazer algo parecido com os cursos tecnico-profissionais. No entanto, mais ou menso na mesma altura, houve o boom da universidades privadas e as pessoas pensaram que bom mesmo era pagar uma fortuna por um canudo que não valia para nada em vez de aprender uma profissão.

Aqui também pesou uma certa atitude social em Portugal em que todos querem ser doutores e preferem um canudo inutil a uma profissão util.

Rui Silva

zazie disse...

Espatifaram o bom do ensino técnico e depois veio a palhaçada das Novas Oportunidades.

Foi o Rui Frácio. E acabaram com essa boa via profissionalizante por causa do mito da igualdade- tinha de ser tudo doutor.

Está à vista o resultado.

Agora são os próprios igualitários que já reconhecem a merda que fizeram.

zazie disse...

Mas sim, creio que tenho razão porque é mesmo demasiado óbvio e reconhece-se por memória como havia muitíssimo mais crianças que agora.

O que aumenta é a imigração e isso serve para o que se sabe.

Mas as escolas particulares também foram fechando porque falta de crianças.
As pessoas reproduziam-se mesmo muito mais e muito mais cedo.

O habitual era ter filhos aos vinte e poucos.
A família foi à vida em nome de parvoeiras.

Os que ainda se reproduzem são de duas classes extremo. No caso das mais baixas ficam geralmente apenas com mãe a tomar conta e depois é também o resultado que está à vista na marginalidade.

zazie disse...

Os pretos que vêm para cá não fazem nada (lá também não, só os que mandam)

E são elas- as pretas- que ficam com a família toda a cargo.

zazie disse...

Basta andar na rua e ir ao Rossio e assim e vê-los a arrastarem-se pelas paredes ou a espreitarem quem entra e sai do metro, o dia inteiro.

zazie disse...

Esse desporto favorito dos tugas sempre me intrigou.

O interesse e prazer que conseguem retirar de coisas tão simples como estar o dia inteiro apoiado a um parapeito de escada a espreitar quem desce e quem sobe.

":O))))))))

Harry Lime disse...

Porque se o Estado Novo fez um trabalho muito bom na alfabetização, esse trabalho por si só não foi suficiente (já não o era nos anos 60 e 70). Mas foi um optimo trabalho e as escolas do Plano dos Centenario são muita giras!

Infelizmente, evoluimos no sentido errado depois do 25/4.
E, ao contrário do que diz o Jaquim, não foi questão de mais estado ou menos estado, essa é conversa de menino da cidade que tirou uns cursos de gestão (MBA?) e leu uns livros americanos de qualidade duvidosa.

Rui Silva

zazie disse...

Sim, de acordo. Não teve a ver com mais Estado ou menos estado mas com a panca do igualitarismo.

As escolinhas eram um encanto. Tal como as estações de comboio.

Josand disse...

Harry Lime
Isto não será inteiramente verdade:
"Atenção que no tempo do Estado Novo, havia menos acesso à escolaridade em geral. Ou seja o universo total de crianças e jovens era muito maior mas apenas uma percentagem ia à escola. Hoje em dia toda a gente vai à escola!"

Dado que em 1940 apenas 33% das crianças entre os 7 e os 9 anos frequentavam a escola e em 1960 já ascendia a 95%. A não ser que os dados estejam errados.
http://gyazo.com/02f72f81bf5cb40543ffd09caf04dc5a

Josand disse...

Ou seja, estava-se a progredir e em bom ritmo

zazie disse...

Caramba, esse gráfico arruma todos os anti-facistas militantes e a Pimentel à cabeça

Josand disse...


Sendo eu nascido após o "25 de Abril" e tendo em conta que a realidade é difícil de apreender em dados objectivos e que há muita coisa que não é objectivável, só mesmo vivendo os tempos, parece-me que tal nuvem negra lançada sobre o Estado Novo, aos olhos de hoje com muitos defeitos mas à época bastante virtuoso ao que me parece, essa nuvem só serve para impedir a criação de estratégias de desenvolvimento mais adequadas À cultura nacional e de manter a aura de "democracia" e de outros conceitos que lhe querem colar mas que nada têm a ver com ela, e que nos impedem de ser melhores.

Sinto-me um pouco isolado nisto visto que é quase um sacrilégio, pelo menos nos meios que frequento, não cuspir para o chão sempre que se fala em Salazar ou Caetano, assim, num misto de estupidez e burrice com sentido de dever em esclarecer a verdade dos factos assim como procurar uma saída para a desmoralização nacional endémica e por estes dias deveras acentuada, tentar encontrar esperança nos antepassados.

Ora parece-me que temos de ser justos e não lançar anátemas sobre o Estado Novo. Terá muitos defeitos mas quanto a indíces de desenvolvimento , a quase todos os níveis, em nenhum altura dos últimos 200 anos os gradientes foram tão positivos como nessa época.

Espero que com o trabalho de divulgação dalguns blogues por ex, como o Dragoscópio e o Portadaloja, cada um à sua maneira, se possa abrir um pouco as mentes.

PS: Zazie já havia aqui colocado o gráfico:

"Anónimo Josand disse...
Tendo em conta o ponto de partida do Estado Novo, Salazar fez um trabalho prodigioso:

Na verdade podemos constatar que em geral, o período correspondente ao Estado Novo foi mais profícuo na aceleração da alfabetização em Portugal do que o período anterior: de 1900 a 1930, a percentagem de portugueses com idades iguais ou superiores a 7 anos que declaram saber ler, passa de 26% para 38%, um ganho de alfabetizados de 12%; no período que vai de 1930 a 1960, os portugueses das mesmas faixas etárias declarados como alfabetos, passam dos 38% antes mencionados para 70%, o que corresponde a um aumento de 32% de alfabetizados, mais do dobro do período anterior

In Alfabetização e escola em Portugal no século XX: Censos Nacionais e estudos de caso
http://www.scielo.gpeari.mctes.pt/pdf/aps/v17n1/v17n1a17.pdf

Alguns quadros ilustrativos:
http://gyazo.com/02f72f81bf5cb40543ffd09caf04dc5a

http://gyazo.com/13828a2f24745986962f7a93e7eeb38b

http://gyazo.com/b9e102b8c9623fa6675a9537d09d11a4


1:38 da manhã"

Harry Lime disse...

Josand,

Quantos é que no tempo do Estado Novo iam até aí fim do Liceu? Ou até ao fim do que na altura se designava por 5o. Ano (actual 9o. Ano)?


Até 1961 a escolaridade obrigatória era de 4 anos. Depois passou para 6 e só nos sóis 80 passou para 9. Esta evolução por si só trouxe muito mais gente para as escusas e leva-me a concluir com segurança que durante o Estado Novo apenas uma percentagem ia além disso (estando naturalmente a classe mais favorecida entre ele)

Rui Silva

Harry Lime disse...

Porque quando falamos em escolaridade ninguém poe em causa a necessidade de frequencia do Ensino Basico. E o estado novo fez um grande a esse nível!

Os problemas nas escolas aparecem a outros níveis e as questoes que tem de ser feitas são: como dar uma profissão a toda a gente? Quem deve ir para a Universidade? Todos? Alguns?

Estas questões foram questões que o Estado Novo nunca teve de resolver porque os que pçiam além do ensino básico eram poucos, os que iam além do 9o. Ano ainda menos e desses eram ainda menos os que chegavam à faculdade.

Rui Silva

Harry Lime disse...

Josand,

Quantos é que no tempo do Estado Novo iam até aí fim do Liceu? Ou até ao fim do que na altura se designava por 5o. Ano (actual 9o. Ano)?


Até 1961 a escolaridade obrigatória era de 4 anos. Depois passou para 6 e só nos sóis 80 passou para 9. Esta evolução por si só trouxe muito mais gente para as escusas e leva-me a concluir com segurança que durante o Estado Novo apenas uma percentagem ia além disso (estando naturalmente a classe mais favorecida entre ele)

Rui Silva

Harry Lime disse...

Josand,

Quantos é que no tempo do Estado Novo iam até aí fim do Liceu? Ou até ao fim do que na altura se designava por 5o. Ano (actual 9o. Ano)?


Até 1961 a escolaridade obrigatória era de 4 anos. Depois passou para 6 e só nos sóis 80 passou para 9. Esta evolução por si só trouxe muito mais gente para as escusas e leva-me a concluir com segurança que durante o Estado Novo apenas uma percentagem ia além disso (estando naturalmente a classe mais favorecida entre ele)

Rui Silva

Josand disse...

Harry Lime: Não percebo bem onde quer chegar.

De qualquer forma acho que todos têm o direito de querer estudar ou trabalhar ou o que quiserem, agora não podem exigir que o Estado planeie recursos a pensar em que toda a gente irá para a Universidade ou que não o Ensino Superior não seja de facto elitista e meritocrático. Elitista no sentido de que só os melhores no Estudo lá podem chegar senão é a verdadeira pocilga. Nem se valoriza quem estuda nem se dá bons exemplos. Duma forma ou doutra é anarquia certa. Não interessa de nada formar magotes de pessoas com qualificações se estas não são aproveitadas de forma maciça. É preciso equilíbrio e perceber que embora a educação seja fundamental esta não pode crescer a um ritmo que quer a qualidade e quantidade do corpo docente não pode acompanhar, quer a capacidade do país seja adequada a suportar isso. Não se pode formar para as estatísticas!

Mas se reparar bem, consultando qualquer anuário estatístico, veria que nos últimos anos do Estado Novo, acompanhando o desenvolvimento económico fulminante , o número de alunos estava a aumentar exponencialmente. Convidava o Harry Lime a mostrar-nos esses valores, numa série dos anos 1960-1974...;)

Ficará surpreendido, ou talvez não se não estiver com boa intenção