17 janeiro 2015

O que é que Deus pensa disto?

O que pensa Deus disto?

A pergunta pode parecer pretensiosa, sugerindo que eu sou capaz de partilhar, ao menos um pouco, a intimidade de Deus.

E sou?

Sou.

Todas as religiões ensinam, e a Católica não é excepção, que Deus é o Pai. E que a primeira aproximação que nós encontramos na vida à figura de Deus é a figura do nosso próprio pai (Cat: 239).

A religião católica também ensina que "Deus não se impõe", isto é, Deus não anda a dizer aos seus filhos para se comportarem desta ou daquela maneira. Isso seria retirar a liberdade aos homens, e torná-los marionetas de Deus. Deus quis que nós fossemos livres para escolhermos o nosso caminho na vida.

A melhor aproximação a Deus é então a figura do pai de filhos adultos. E eu sou um pai assim. Não me meto na vida dos meus filhos, que já são adultos. Observo-os de longe, sem me imiscuir na vida deles, e estou cá para o caso de um dia eles precisarem de mim.

O que é que eu pensaria se visse um grupo dos meus filhos a ofender, caricaturar, depreciar e agredir as convicções dos outros e, em especial, a relação que eles têm com o pai (que é nisso que consiste uma religião)?

Não gostava, não aprovava. Pensava que lhes ensinei a liberdade e eles estão a utilizá-la para o mal, para dividir a família, ofendendo os outros.

E o que é que eu pensava se estes outros, ou um deles, saturado pelas ofensas, matasse um dos primeiros?

Gostava ainda menos, nenhum pai gosta de ver morrer um filho, ainda por cima às mãos de um irmão.

Talvez um dia, cansados desta luta sem fim - uns ofendem, os outros vingam-se -, me viessem consultar.

O que é que eu diria?

Começaria por dizer aos primeiros que se eles, em primeiro lugar,  não tivessem provocado, nada disto teria acontecido - a violência e a morte.

E se me perguntassem depois como resolver o problema, eu responderia:

Sentem-se a uma mesa e falem. Procurem saber dos vossos irmãos o que é ofensivo para eles, e contenham a vossa liberdade de expressão dentro desses limites.

6 comentários:

Anónimo disse...

Muito bem, é aqui que entra a porporcionalidde. A primeira coisa q eu diria aos filhos é q foi desproporcionada a resposta às ofensas do irmão.
.
Rb

sampy disse...

Caro PA, parece estar a esquecer-se de parte importante da história.

Deus é Pai. O seu único Filho foi morto, acusado de blasfémia.

Anónimo disse...

«Deus é Pai. O seu único Filho foi morto, acusado de blasfémia.»

Pois foi. Foram os palestinianos!...



Ildefonso, Chèf Gourmet

zazie disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

E se possível usem burka.
Vamos ser amiguinhos uns dos outros mas metes a burkinha para nao ofenderes convicções alheias.

Rui Marado Moreira disse...

Cada um é pai como é, mas acho que os filhos que abusaram das bocas levavam uma reprimenda "simpática", os que mataram o irmão levavam um coçório de criar bicho e ainda me iam ver de trombas até que os sentissse verdadeiramente arrependidos. Não sei, digo eu...