21 outubro 2014

com Amor, não por Amor


Qual é o propósito da existência humana? Para que é que nos levantamos de manhã e labutamos todo o santo dia?
Sem responder a esta pergunta não é sequer possível ter uma ideia sobre qualquer outro assunto. Da religião à política, tudo, mas tudo, depende desta resposta.
Resposta que só conseguimos articular se abrirmos os olhos à obra do Criador e vermos o que se passa à nossa volta.
Não somos os únicos animais à face da Terra. De facto, partilhamos este cantinho do Universo com milhares de outras espécies e tudo indica que somos o resultado e o expoente de um processo evolutivo. O nosso desígnio, portanto, tem de estar espelhado no comportamento das outras espécies.
Todas labutam para sobreviver, para quê? Para eternizar os seus genes. Se crescerem e se reproduzirem, os seus genes passam à geração seguinte e dessa à próxima e daí por diante.
Nem todas as espécies têm sucesso, mas todas se focam no mesmo propósito: a eternidade.
A Eternidade, a sobrevivência dos nossos genes, o sucesso da espécie. Eis a resposta à pergunta inicial. É para conquistar essa eternidade que nos levantamos de manhã e esforçamos todo o dia.
Como somos mortais, cada um de nós necessita de se reproduzir para passar metade dos seus genes à geração seguinte. A Eternidade está ao alcance dos genes, não de cada indivíduo que os transporta.
O que conta “é a vida eterna, não é esta passagem pela Terra”. Em termos biológicos: o que conta é o contributo que damos para a sobrevivência da espécie, não o desfrute dos pequenos prazeres mundanos.
O sexo, o cruzamento de um homem com uma mulher, é a via mais direta para a eternidade. Daí ter um toque mágico, quase divino.
O amor não é um fim em si, apenas um meio, entre outros, de assegurar a sobrevivência da espécie. Um meio que pode ser pervertido por relações contranatura que em vez de nos aproximarem de Deus (Eternidade) nos afastam Dele.
Ao ler esta carta de casais católicos e ao acompanhar os trabalhos do Sínodo dos Bispos, parece-me que o amor é demasiado valorizado no contexto do verdadeiro propósito da existência humana. Qualquer um pode alegar que age por amor. Muitas mulheres, por exemplo, têm perecido vítimas de tanto amor e ciúme que os parceiros lhes dedicam.
Na minha opinião, portanto, é sempre preferível concentrarmo-nos no propósito último da existência humana e fazê-lo com Amor, em vez de “por Amor”.

3 comentários:

zazie disse...

Agapê

zazie disse...

http://en.wikipedia.org/wiki/The_Four_Loves

zazie disse...

E mais aqui:

http://en.wikipedia.org/wiki/Greek_words_for_love