Qual é o propósito da existência humana? Para
que é que nos levantamos de manhã e labutamos todo o santo dia?
Sem responder a esta pergunta não é sequer
possível ter uma ideia sobre qualquer outro assunto. Da religião à política,
tudo, mas tudo, depende desta resposta.
Resposta que só conseguimos articular se
abrirmos os olhos à obra do Criador e vermos o que se passa à nossa volta.
Não somos os únicos animais à face da Terra.
De facto, partilhamos este cantinho do Universo com milhares de outras espécies
e tudo indica que somos o resultado e o expoente de um processo evolutivo. O
nosso desígnio, portanto, tem de estar espelhado no comportamento das outras
espécies.
Todas labutam para sobreviver, para quê? Para
eternizar os seus genes. Se crescerem e se reproduzirem, os seus genes passam à
geração seguinte e dessa à próxima e daí por diante.
Nem todas as espécies têm sucesso, mas todas
se focam no mesmo propósito: a eternidade.
A Eternidade, a sobrevivência dos nossos
genes, o sucesso da espécie. Eis a resposta à pergunta inicial. É para
conquistar essa eternidade que nos levantamos de manhã e esforçamos todo o dia.
Como somos mortais, cada um de nós necessita
de se reproduzir para passar metade dos seus genes à geração seguinte. A
Eternidade está ao alcance dos genes, não de cada indivíduo que os transporta.
O que conta “é a vida eterna, não é esta
passagem pela Terra”. Em termos biológicos: o que conta é o contributo que
damos para a sobrevivência da espécie, não o desfrute dos pequenos prazeres
mundanos.
O sexo, o cruzamento de um homem com uma
mulher, é a via mais direta para a eternidade. Daí ter um toque mágico, quase
divino.
O amor não é um fim em si, apenas um meio,
entre outros, de assegurar a sobrevivência da espécie. Um meio que pode ser
pervertido por relações contranatura que em vez de nos aproximarem de Deus
(Eternidade) nos afastam Dele.
Ao ler esta carta de casais católicos e ao
acompanhar os trabalhos do Sínodo dos Bispos, parece-me que o amor é demasiado
valorizado no contexto do verdadeiro propósito da existência humana. Qualquer
um pode alegar que age por amor. Muitas mulheres, por exemplo, têm perecido
vítimas de tanto amor e ciúme que os parceiros lhes dedicam.
Na minha opinião, portanto, é sempre preferível
concentrarmo-nos no propósito último da existência humana e fazê-lo com Amor,
em vez de “por Amor”.
3 comentários:
Agapê
http://en.wikipedia.org/wiki/The_Four_Loves
E mais aqui:
http://en.wikipedia.org/wiki/Greek_words_for_love
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