16 outubro 2014

carta ao Ministro Nuno Crato


Sr. Ministro da Educação
Nuno Crato

V.ª Ex.ª deve estar a pensar com os seus botões como caiu tão depressa e tão baixo na estima dos portugueses.
Sendo um homem inteligente e experimentado nas lides políticas deve sentir-se triste e até envergonhado com o seu papel à frente do ME. Entrou e vai sair sem que nada de substancial mude na educação em Portugal e, ainda por cima, carrega agora às costas um estigma de incompetência que lhe vai ser difícil sacudir.
Pois, meu caro, não se sinta só. Muitos, e até melhores do que nós, escorregaram na mesma casca de banana. Deixe-me apenas recordar-lhe alguns incidentes que ofuscam, num segundo, a sua “colocação de professores”: Katrina, Fukushima e agora o Ébola. Em todos estes casos se demonstrou que os governos não estavam preparados e que os seus responsáveis foram incompetentes.
Lembrei-me de si ao ver o Diretor do CDC (Center for Disease Control) meter os pés pelas mãos em direto. Hoje vai prestar declarações ao Congresso dos EUA e imagino que vai sair de lá bastante chamuscado. Irá pedir desculpa, como V.ª Ex.ª? Duvido.
A razão para todos estes fracassos do Estado é inerente ao próprio sistema público: é a comunicação, é o centralismo, é a burocracia infernal. Paul Light, do Instituto Brookings, publicou um livro sobre este tema: “A Cascade of Failures: Why Government Fails, and How to Stop It”. Vem citado neste artigo.
O seu erro, caro Nuno Crato, foi não ter percebido a tempo que tinha nas mãos uma tarefa impossível. O que devia ter feito, que era dar opções de escolha aos cidadãos e descentralizar, não fez e agora é tarde.
Felizmente não há vítimas mortais do ignóbil processo de colocação de professores, talvez apenas alguns chiliques. O que não deixa de ser trágico-cómico no CV de um ex-ministro. Se tivessem morrido uns milhares de professores, V.ª Ex.ª sempre teria direito a um parágrafo na história de Portugal.
Assim, aparece e desaparece sem glória, mas também sem uma calamidade ligada à sua pessoa. O Crato? É aquele tipo que andou no governo no tempo da Troika.
Melhores cumprimentos,

41 comentários:

zazie disse...

Descentralizar para passar a coisa aos caciques locais.

Por cá não dá.

O problema é a disfunção pública dos burocratas do Ministério.

Era fechar aquilo pura e simplesmente

Anónimo disse...

A solução para um problema ao nível do algoritmo não se resolve com mais autonomia nas escolas.
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Resolve-se, isso sim, testando o algoritmo com tempo.
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Isso aplica-se ao ministerio da educação, como ao ministerio da justiça.
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São uns trapalhões sem experiencia de gestão e sem o menor contacto com as coisas normais da vida, como a eventualidade dos sistemas informaticos poderem falhar. É por isso que o pessoal costuma ter um plano B para o caso do plano A correr mal.
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Que bando de governantes havia de nos calhar em sortes. O prejuizo que esta estorieta do Citius está a infligir ao país é tão elevado que nem pode ser medido. É de uma enormidade gritante.
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Uma ministra que não testa (ou não manda testar) os sistemas informaticos antes de os implementar devia ser condenada a pagar indeminização (e servir de exemplo).
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Eles não tiveram azar. Essas avarias e erros acontecem sempre. Não me parece nada plausivel que o Belmiro mandasse mudar o sistema informatico do Continente e pudesse ficar dois meses sem vender um iogurte.
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Que tropa.
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Rb

Anónimo disse...

Eu não creio que uma pessoa que se licencie na arte de pregar um prego seja capaz de o fazer sem ter experimentado colocar um martelo numa mão e um prego na outra.
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O licenciado sabe como pegar num martelo. Conhece os tipos de martelos disponiveis. Sabe que o peso do martelo tem influência na intensidade necessária para uma batida mais contundente no prego. Sabe que a força a usar depende do tipo de pregos a usar. Sabe isso e muito mais, mas a primeira vez que experimenta a teoria da pregação percebe as dificuldades. Nem que mais não seja sente nos dedos os erros de aproximação ao prego.
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Ora bem, esta gente que nos tem governado há 20 anos são todos dotados de excelentes licenciaturas nas artes de pregar pregos e pioneses e taxas, vá, e discorrem maravilhosamente sobre as tecnicas para fazer tal oficio, mas nenhum deles alguma vez governou com a experiencia na arte da martelação efectiva.
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É por isso que nada dá certo. Eles vão ganhar experiência a governar. Não vão governar porque têm experiência e méritos provados. E isto faz toda a diferença.
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Volta Salazar que estás perdoado.
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Rb

zazie disse...

A cena do algoritmo tem barbas. Há 10 anso tiveram de vir os espanhóis para resolver o algoritmo.

A questão parece entrar pelos olhos dentro.

Anda tudo em franchising e so tipos fazem asneira.

Mesmo não fazendo a asneira toda so comunas existem para alguma coisa e vivem dentro dos ministérios.


Retiram-se duas questões daqui:

Os milhares de funcionários do ME não têm préstimo.

Em Portugal a informática deve estar ao nível do terceiro mundo.

É a geração melhor preparada de sempre.

Se nas ditas humanidades já nem se nota, nestas questões técnicas está a ser o descalabro e o efeito da massificação do ensino e facilitarismo.

Ninguém sabe nada daquilo que faz e vende.

Anónimo disse...

O principal erro de Crato foi não ter demolido o edifício da 5 de Outubro no início do mandato.

zazie disse...

eheheh

Mas foi.

Anónimo disse...

A conclusão, Zazie, é a oposta: e é a de que quem governa não sabe o que faz nem lidera. Pessoal competente há aos magotes, como nunca houve. Principalmente na área da informática. Erros há, houve e haverá sempre. Um gestor não pode ignorar e ter fezadas de que vai correr bem sem testar as coisas.
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É mesmo muita falta de experiencia prática. Ninguém faz isso. Só mesmo as deselites que nos governam sem nunca ter pago um salário na vida. Um gajo que nunca pagou um salário e sabe das dificuldades e responsabilidade em não falhar não pode ser governante.
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Rb

Rui Alves disse...

Felizmente não há vítimas mortais do ignóbil processo de colocação de professores, talvez apenas alguns chiliques.

Caro Joaquim

Nessa parte está a banalizar demasiado a questão. Claro que não houve perda de vidas, mas também não foram só chiliques, como diz.

Houve muitas vidas viradas do avesso, desilusões, sofrimento. Este programa tinha impacto na vida de milhares de pessoas, senão dezenas de milhares.

O nível de responsabilidade envolvido não é comparável ao de um sistema de controlo de tráfego aéreo, já se sabe, mas quem concebeu isto tinha obrigação de estar ciente que estava a desenvolver um programa que iria mandar na vida de pessoas e de famílias. Rumos de vida que o programa tinha o poder de alterar e de decidir.

Por conseguinte exigia-se consciência da enorme responsabilidade ética e moral depositada em semelhante trabalho.

Anónimo disse...

Pois claro Rui. Um governante com uma falha destas tinha que ser substituido e levado a justificar-se perante juizes. Isto não é uma opção politica, isto é uma total falta de responsabilidade.
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E depois, claro, depois diz que vai pagar indeminização aos profs. Uma indeminização que não sai do bolso dele, claro.
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Até se pode defender a descentralização educativa e dar às escolas mais autonomia, mas pelas razões correctas. Não por incpontencia e irresponsabilidade de quem governa. Senão começamos a achar que o minsitro faz de propósito para desacreditar o sistema. E se faz de propósito deixa de ter razão.
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Rb

Rui Alves disse...

Rb disse:

Resolve-se, isso sim, testando o algoritmo com tempo.

Precisamente! Ora afinal não estou maluquinho, alguém mais pensa como eu.

Se aquilo tivesse sido um projecto de engenharia de software merecedor desse nome, claro que nada se fazia assim.

Primeiro, teriam concluído uma versão experimental estável e funcional (versão beta) uns três meses antes do concurso do ano passado.

Depois, esses três meses de 2013 serviriam para simulações com dados reais provenientes de concursos anteriores.

A seguir, o teste derradeiro e crucial viria com o concurso de 2013, onde este novo sistema funcionaria em modo simulado, paralelamente ao sistema anterior, mas sem o substituir. Seria o cenário ideal para comparar os respectivos desempenhos de um e outro.

Se a simulação no terreno corresse muito mal, a ponto de não poderem contar com o novo sistema em 2014, adiariam o seu lançamento para 2015.

Sem dúvida que isso seria um contratempo, mas seria um contratempo controlável, que se podia gerir com muito, muito mais discrição e muito menos prejuízo financeiro do que a hecatombe a que estamos a assistir.

Finalmente, se a simulação de 2013 corresse bem e o sistema estivesse apto a funcionar em 2014, ainda assim o sistema antigo tinha que permanecer operacional como solução de reserva.

Rui Alves disse...

Uma ministra que não testa (ou não manda testar) os sistemas informaticos antes de os implementar devia ser condenada a pagar indeminização (e servir de exemplo).

Só aqui é que não concordo inteiramente consigo, pois acho que não compete à ministra gerir as fases de desenvolvimento de um projecto de software. Mas compete-lhe obviamente contratar gestores competentes para o efeito.

Quanto à responsabilização da ministra e consequente indemnização, concordo sem dúvida alguma, desde que com dinheiro do bolso dela. Não sou jurista, mas parece-me que isto não é um mero caso de responsabilidade política, entramos no domínio da responsabilidade civil.

Rui Alves disse...

Cara Zazie

Em Portugal a informática deve estar ao nível do terceiro mundo.

Nem pense nisso! Posso lhe assegurar com conhecimento de causa que na função pública em Portugal existem profissionais muito competentes, excelentes programadores e analistas de sistema.

Mas que só podem fazer aquilo que lhes for permitido...

O Citius é um caso desses. Sabia que foi um programa desenvolvido durante anos dentro do Ministério da Justiça, com a prata da casa? E funcionou sempre bem. Até ao dia em que afastaram a equipa de desenvolvimento, entregaram o código-fonte a uma empresa e contrataram os serviços dessa mesma empresa para lhes fornecer uma versão "melhorada".

Disclaimer: não sou informático na função pública :-)

Rui Alves disse...

À atenção das empresas que desenvolveram (?) o Citius e o programa do concurso de professores, seguem alguns links úteis:

http://en.wikipedia.org/wiki/Software_release_life_cycle

http://en.wikipedia.org/wiki/RC

http://pt.wikipedia.org/wiki/Vers%C3%A3o_beta

http://en.wikipedia.org/wiki/Selenium_(software)

Bem, como dizem cá no Norte, vou parar por aqui porque não precisam saber mais do que eu. :-)


muja disse...

Os computadores são perfeitamente estúpidos: nunca se enganam.

Rui Alves disse...

Caro Rb

Pessoal competente há aos magotes, como nunca houve. Principalmente na área da informática.

Inteiramente de acordo.
Pergunto é durante quanto tempo essa afirmação permanecerá verdadeira, com toda essa valiosa malta jovem a debandar para lugares como Alemanha, Irlanda, e claro, Angola e Moçambique.

zazie disse...

Rui,

Eles contratam empresas. Há maisde 10 anos que esta cena está em franchising.

Eu não sei como é. Sei que dá sempre asneira todos os anos.

E pior. Não há quem saiba emendar.

Se há bons profissionais não são esses que sacam os contratos para fazerem estas coisas.

O que eu sei, por experiência própria, é que neste mundo em que se "franchisa" tudo deixou de haver responsáveis.

Há ciganos a venderem e há responsáveis que só o são de nome porque tudo se vende, tudo se compra, tudo se aliena, a começar pelo mando e pelas consequências do que se faz.

zazie disse...

E o Rui Alves confirma o que eu disse: a partir do moemnto em que é tudo em franchising os responsáveis ficam na mão do que compram.

E acho imbecil terem de comprar a empresas externas com tanto funcionário efectivo só para guarnecer.

zazie disse...

Ma, a verdade é que mesmo com os tais famosos e excelentes técnicos informáticos portugueses, têm sempre de chamar estrangeiros para resolver os problemas.

Isto não é terceiro-mundo?
então o que é?

zazie disse...

De todo o modo, não sei se v.s têm a noção que eles não têm tempo para grandes simulações porque os concursos são feitos praticamente em cima da altura de início do ano lectivo.

Não conseguem sequer ter estatísticas de nºos de alunos ou professõres e depois há os efectivos que vão ficando com horários reduzidos e a quantidade de milhares que vão ter de ser chamados para fazerem o trabalho que os efectivos deixaram de fazer por tarimba.

E há mais questões imprevisíveis num tipo de concurso nacional.

Numa escola particular nada disto acontece porque nem os critérios de seriação de candidatos podem ser os critérios de tarimba.

Uma pessoa licencia-se com 10 valores e só por andar no sistema aos poucos já está com média de 20 e à frente de quem tenha licenciatura com 19.

zazie disse...

Há infinitas anormailidades para qualquer logaritmo quinar.

Por exemplo, ainda soube muito recentemente que uma pessoa com licenciatura em Filosofia (que nunca estudou psicologia, porque agora já nem existe essa cadeira no curso) está à frente de um licenciado em psicologia para dar aulas da dita cuja.

zazie disse...

Finalmente, se a simulação de 2013 corresse bem e o sistema estivesse apto a funcionar em 2014, ainda assim o sistema antigo tinha que permanecer operacional como solução de reserva.

Isto é treta.

Se há coisa que não muda são os burocratas do ministério.

Todos os anos a coisa é igual. Todso os anos falha.

é igual nos critérios mas é absolutamente diferente nas "coordenadas".

Porque nunca se pode ter um resultado de colocação de um ano para outro pois tudo muda de ano para ano- quer os alunos, quer as vagas, quer os professores para as disciplinas, para as escolas e com critérios de colocação geográfica absolutamente distintos.

Porque v.s não entendem é que os concursos são maquiavélicos.

Resumem-se a isto- nada tem a ver com a mera questão de ter uma escola a funcionar no início do ano, com base num prognóstico de x alunos por escola.

Tem a ver com isto- como pôr uma escola a funcionar, com um prognósitico de x alunos, sendo que os professores que a escola vai ter nunca são os mesmos em função do mero critério de mordomias exigidas pelso mais antigos.

zazie disse...

E o Rui a disse lá no Blasfémias que nas Ilhas não houve crise.

Pois não há. Nos Açores então nunca há crise.

Porque há pouco tempo até bastava ter o 12º ano para se conseguir dar aulas por lá.

Nada tem a ver com os critérios nacionais mas com as vagas cativas guardadas para amigos.

zazie disse...

Se descentralizarem, vamos ter cacicagem a fazer isto por Portugal inteiro.

Seria pior do que privatizar tudo.

Rui Alves disse...

Zazie

Se há bons profissionais não são esses que sacam os contratos para fazerem estas coisas.

Claro! No dia em que presenciar isso a acontecer, consulte o seu GPS porque de certeza não está em Portugal. :-)

De todo o modo, não sei se v.s têm a noção que eles não têm tempo para grandes simulações porque os concursos são feitos praticamente em cima da altura de início do ano lectivo.

Não percebi se se refere ao concurso dos professores, ou ao concurso para adjudicar a empresa de informática. Em todo o caso, está a concordar com o que eu disse antes, ou seja, estas mudanças de fundo e estruturais planeiam-se com um horizonte de pelo menos dois anos. Menos do que isso é no mínimo incompetência, quer de quem governa quer da empresa que aceita semelhante incubência irrealista.

Não conseguem sequer ter estatísticas de nºos de alunos ou professõres

Para simular não precisam. Basta produzirem dados considerando os piores cenários. Exemplo: não sabendo se haverão mil ou dois mil horários zero, não interessa, fazem-se testes de carga com cinco mil. É assim, em qualquer ramo da engenharia.

Uma pessoa licencia-se com 10 valores e só por andar no sistema aos poucos já está com média de 20 e à frente de quem tenha licenciatura com 19.

Tem razão, mas também há outra face nessa moeda. Uma pessoa licencia-se nyum bom curso com 10 valores, e após 5 anos de experiência de trabalho, já está atrás de alguém acabado de sair de um fraco curso mas com média de 19.

Anónimo disse...

Há coisas que me intrigam. Como é que há 110 mil professores a leccionar e são pagos salários a 180 mil?
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Deve haver uma explicação, mas à primeira vista andam 70 mil a receber salário sem leccionar. Podem estar destacados para outra coisa qualquer ligado a partidos e fundações e coisas do genero. Mas 70 mil destacados?
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Epá, xacaber, 70.000x1500€x14= 1,4 mil milhoes de euros.
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Nem são disfuncionários. São funcionários fantasma.
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Quanto à descentralização eu sou a favor da concessão das escolas de cidade a privados com bom histórico na área.
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Rb

zazie disse...

Uma pessoa licencia-se nyum bom curso com 10 valores, e após 5 anos de experiência de trabalho, já está atrás de alguém acabado de sair de um fraco curso mas com média de 19.

Experiência de trabalho em tudo menos em dar aulas.

A dar aulas só se desaprende.

Anónimo disse...

Zazie, a questão está precisamente na altura em que se faz o tal concurso. Não percebo porque é que não fazem o concurso logo em Janeiro com efeitos a partir de Setembro.
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Não lembra ao diabo serem colocados em Julho ou Agosto quando o pessoal está de férias e depois tomarem conhecimento que são colocados em Vila de Rei e terem de arranjar casa, escola para os filhos. Não há respeito pelas pessoas. E a falta de respeito é de quem manda.
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Rb

zazie disse...

Dar aulas no Estado é uma treta para entreter.

Ninguém precisa sequer de voltar a ler ou estudar o qeu não estudou na altura em que tirou o curso.

Quem se licenciou com 10 valores, desculpe que lhe diga mas é um analfabeto a quem devia estar barrada a entrada no ensino.

Quem diz 10 diz 12. E quanto mais anda a dar aulas menos sabe.

zazie disse...

Acho que era impossível fazer um concurso em Janeiro para ser válido em Setembro.

Nem numa escola particular, muito menos numa do Estado.

Se o critério fosse em função dos interesses dos alunos, talvez perto disso.

Mas não é. O critério dos concursos de professores são em função dos funcionáriso públicos.

Nem digo de professores porque antes de serem professores são funcionários públicos.

Todos têm uma série de pequenos interesses que vão de quererem ficar com horas de treta em vez de aulas, ou irem apra direcções, ou até salterem para os gabinetes ministeriais.

Depois, os que ainda andam a prazo, têm mil interesses em mudar de escola ou terra.

Tudo isto faz com que nenhuma escola tenha um quadro fixo de professores com que possa contar e muito menos com horas dos mesmos que se distribuam pelas mesmas disciplinas.

zazie disse...

Aliás, aqui para nós-

Os concursos até são praticamente desnecessários.

Há profs a mais.

Só existem concursos porque os que existem conseguem diminuir a carga horária ou dar de chofres para outras tretas menos chatinhas.

Os concursos servem para prometer entrada na função pública.

E quem quer isto são os sindicatos- para terem sempre controlados uma data de grevistas.

zazie disse...

70 mil disfuncionários fantasma, acredita.

e agora a coisa deve estar melhor.

Tu tens a noção do infinito folclore que existe no ensino para qualquer professor conseguir ganhar até mais dando menos aulas?

zazie disse...

Não sei como está este ano. Mas já havia o tacho de delegados para a comunicação social.

Profs que em vez de darem aulas ficavam com horário reduzido para darem entrevistas aos media

ehehehehe

E muito mais. Quem esta´pro dentro a primeira coisa que faz é descobrir as artimanhas para se aliviar do nº de aulas.

zazie disse...

Olha, a Ciência Viva.

Disso cheguei a presenciar. A saber como funcionava o tacho.

Bastava um de biologia inventar um aquário e convencer que com aquilo ia imprescindível para a evolução científica dos alunos e da humanidade em geral que sacava uma pipa em financiamento.

Depois bastava arregimentar umas garinas de letras (tudo menos de biologia para não ter concorrência e poder ter o tacho assegurado) e nem davam aulas.

Andavam lá com os peixes e até conseguiam viagens a Madrid com a peixaria.

Os peixes iam a cenas dessas de trocas de parvoeira inter-pares e depois deitavam-nos para o lixo.

Mas o tacho estava assegurado por muitos e bons anos.

Anónimo disse...

Pois, mas era nessas coisas que um ministro devia agir.
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Esse concursos que deram barraca nem era de funcionário públicos. Era para as necessidades que as escolas tem de profs que o estado vai buscar a um concurso.
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A ideia do concurso não é má. Os profs são colocados em função das notas que tiveram na sua licenciatura e o tempo de serviço. Mérito académico e experiencia.
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O que é mau é as escolas não puderem escolher de entre esses aqueles que mais lhes convém. Pagando mais ou menos para poder ter um quadro de profs estavel.
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Rb

zazie disse...

Ah, mas estás enganado.

Estes profs são canddidatos a funcionários públicos.

E é esta a causa do PCP.

Que mais candidatos a funcionários públicos apareça.

Se forem precisos mais uma vez já devem ser considerados funcionários públicos.

Toda a treta é meramente esta- um mega estado totalitário do ensino.

Quem quiser ir para o particular só tem buracos de li (feitos pelos sindicatos) para se tramar.

"As escolas" é oxímoro. O que existe é um edifício e o resto é funcionário público e aluno.

Quem lá está dentro trata da vidinha.

O Crato o mais que fez foi atribuir umas direcções que foram parar aos retardados mentais das escolas de educação.

(segundo me disseram, também não sei se é bem assim).

Mas, antes disso as escolas estavam nas mãos das ditas "forças vivas da terra"- traduz-se isto por partidos políticos.

E por isso havia e há muito prof a meter putos analfabrutos das jotas a darem palestras lá dentro porque até precisam de estar a bem com essa maltosa toda.

zazie disse...

O que é mau é as escolas não puderem escolher de entre esses aqueles que mais lhes convém. Pagando mais ou menos para poder ter um quadro de profs estavel.

Não tens noção que isto só podia ser uma realidade se as escolas públicas fossem semelhantes ao que eram no Estado Novo?

Nesse tempo havia directores colocados por ministros.

E mandavam na escola mas não para tratarem da sua vidinha e ser tudo colega a fazer o mesmo.

As vagas cativas sempre existiram e continuam a existir.

As directoras concelhia fazem a gestão dessa fraude.

e essa fraude serve para aquilo que tu disseste- "serem as escolas a preencherem as vagas"

E preenchem com analfabetos prativamente sem curso!

Em francês e inglês sei eu que era assim.

Preenchem com amigas que andam metidas na coisa e lá conseguem ir-se safando sem precisarem de ter estudos.

Dantes até colocavam papelinhos nas salas de professores para o caso de haver licença de parto ou algo no género.

zazie disse...

O problema do estatal é este- para quem é bacalhau basta.

Interessa preencher estatísticas de sucesso e que isso seja bom para todos.

O resultado nem é com eles.

zazie disse...

O que o Birgolino diz no post é esse disparate.

Como é toino e morcão acha que tudo passava a ter ordem see fosse por cacique local.

O tanas- a qualidade ainda piorava.

tal como em tudo, quem saca mais ao Estado é quem é medícore.

Se derem autnomia às berças para colocarem lá dentro quem quiserem, vão colocar os medíocres e filhos de medíocres de cujos favores precisam por já estarem enfiados em tachos da Câmara.

zazie disse...

Só há autonomia em havendo uma cabeça de chefia.

O Estado não tem cara. É patrão que está sempre fora e o resto são todos colegas.

zazie disse...

Autonomia implica hierarquia e concorrência.

Implica que quem vá para uma escola esteja interessado em resultados.

Claro que isto nunca poderá existir de forma massificada porque uma boa parcela dos alunos anda lá por obrigação e a perder tempo.

Anónimo disse...

«Só há autonomia em havendo uma cabeça de chefia.»
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De acordo. Perfeitamente de acordo.
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Rb