É sabido que em Portugal há uma grande
Distância ao Poder (PDI de Hofstede) mas não está esclarecida a origem deste
fenómeno.
Neste post vou recorrer a um exemplo muito do
agrado do PA para tentar dar uma explicação plausível.
Imaginemos uma família à antiga portuguesa
constituída pelo pai, pela mãe e por 10 filhos. A numerosa prole, educada pela
mãe, desfruta de uma liberdade assinalável. Cada um cultiva as suas
idiossincrasias e maneira de estar própria (característica do povo) e até se ri
da carneirada massificada (as massas do Norte da Europa) - ver este post.
Neste contexto, alguém tem que deitar a mão ao
leme da barca e esse alguém só pode ser o pai. A mãe está ocupada a governar a
casa. Ora ao assumir o papel de timoneiro, o pai tem de se afastar dos
caprichos e birras da canalhada, para tratar todos por igual e assegurar que
não há um naufrágio familiar, com cada um a remar para seu lado.
Este afastamento do pai cria um distanciamento
que depois é transferido da família para todas as outras organizações sociais,
dando origem a um elevado PDI.
Os portugueses aceitam um elevado
distanciamento ao poder porque este lhes permite uma liberdade pessoal quase
ilimitada. Por oposição aos países com baixo PDI e com uma população
massificada.
À medida que a UE nos impuser a sua massificação,
ao estilo alemão, os portugueses vão passar a questionar o poder central, como
nunca se viu entre nós. E isto porque ficaríamos com o pior de dois mundos,
pouca liberdade individual e pouca participação nos processos de decisão.
2 comentários:
É isso mesmo, Joaquim.
É a mãe que introduz a diferença (personalidade). É o pai que introduz a igualdade.
Uma boa educação e uma boa pessoa é feita deste equilíbrio entre opostos - diferença (mãe) e igualdade (pai).
PA
Só quando o poder está distante, eu tenho a liberdade de ser como quero e de fazer como quero.
O poder próximo retira-me toda a liberdade.
Verdadeiramente livre é a nossa cultura, não a dos suecos ou noruegueses (a dos ingleses e americanos está a meio-caminho) .
PA
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