13 setembro 2014

um castelo

Numa certa fase da minha vida e da minha carreira académica participei e assisti a várias conferências e reuniões de organizações como o Instituto von Mises, incluindo este.

Nunca consegui aderir a nenhuma.

Porquê?

Era um sentimento que  essas organizações produziam em mim, que durante vários anos eu não consegui racionalizar e só com o tempo se veio a tornar explícito no meu espírito.

É o seguinte.

Uns tipos, irmanados por um certo conjunto de ideias, sobem a um monte e constroem lá um castelo.

Depois, metem-se todos lá dentro e declaram-se sitiados.

Em seguida, desatam a  disparar sobre toda a gente que se encontra cá em baixo na planície à sua volta.

6 comentários:

zazie disse...

ehehehehehe

ras disse...

Lembrei-me de si, ontem, ao ler isto: http://www.nytimes.com/2014/09/14/magazine/the-death-of-adulthood-in-american-culture.html?smid=tw-share

Vivendi disse...

A mim também não me fecham no castelo por mais apreço que possa ter por certas organizações.

As organizações para serem benéficas devem ser enquadradas com a comunidade e com a cultura local senão não passam de seitas (importadas).

E uma seita será sempre uma seita, seja do bem ou do mal. Acabam sempre fechadas no seu mundo e perdem a ligação com a realidade julgando-se que são felizes com as suas verdades e com o seu mundinho.

Anónimo disse...

Um dia, a rosa encontrou a couve-flor e disse:
- Que petulância te chamarem de Flor! Veja sua pele áspera e a minha lisa e sedosa. Veja seu cheiro desagradável e meu perfume sensual e envolvente.Veja seu corpo grosseiro e o meu delicado e elegante... Eu, sim, sou uma flor!
E a couve-flor respondeu:
- Querida....o que adianta ser tão linda se ninguém te come..."

Vivendi disse...

Já quando falamos de corporativismo orgânico a conversa é outra...

O Foralismo Contra o Estado Centralizador
Ao longo dos tempos o sistema liberal tem vindo a fazer tábua rasa das liberdades municipais. Os Foros durante séculos foram figuras muito importantes das nossas instituições, símbolos da liberdade e da verdadeira participação política dos indivíduos que, contrariamente ao que nos quer impor o demo-liberalismo, começa na família e continua nas câmaras municipais.
O sistema instituído, de forma hipócrita, por um lado pede o voto ao indivíduo, por outro deixa-o sem qualquer possibilidade de decidir os problemas que o afectam directamente no seu município.
Os Foros eram exemplos de liberdade desde a época medieval, foram aplicados em toda a Península e não há razão lógica para a sua radical eliminação pelo liberalismo, com a aplicação do chamado direito novo.
Tanto o “sociedalismo” orgânico de Vazquez de Mella como o seu conceito de Tradição têm as suas raízes na ideia de que a sociedade se fundamenta na natureza do homem. Segundo Aristóteles, o homem é um “animal social” e isto foi ignorado tanto pelo racionalismo liberal, como pelo socialismo estatista.
Estas instituições naturais e fácticas exigem unidade e direcção que devem ser asseguradas pelo Estado. “Todas as instituições legítimas têm a sua origem numa necessidade da natureza humana e o Estado tem a faculdade de conhecer a pessoa colectiva, mas não tem o direito de criá-la, segundo a teoria de que só o Estado existe por direito próprio e as outras instituições aparecem por sua concepção e tolerância.”
O tradicionalismo com o seu “sociedalismo” (corporativismo orgânico), propõe a reconstituição orgânica da sociedade, sendo os Municípios fundamentais, mas enquanto estes forem tão centralistas como o Estado centralizador liberal, tudo será inútil.

Guilherme Koehler

Anónimo disse...

Meus senhores eu sou a água
que lava a cara, que lava os olhos
que lava a rata e os entrefolhos
que lava a nabiça e os agriões
que lava a piça e os colhões
que lava as damas e o que está vago
pois lava as mamas e por onde cago.

Meus senhores aqui está a água
que rega a salsa e o rabanete
que lava a língua a quem faz minete
que lava o chibo mesmo da raspa
tira o cheiro a bacalhau rasca
que bebe o homem, que bebe o cão
que lava a cona e o berbigão.

Meus senhores aqui está a água
que lava os olhos e os grelinhos
que lava a cona e os paninhos
que lava o sangue das grandes lutas
que lava sérias e lava putas
apaga o lume e o borralho
e que lava as guelras ao caralho

Meus senhores aqui está a água
que rega rosas e manjericos
que lava o bidé, que lava penicos
tira mau cheiro das algibeiras
dá de beber ás fressureiras
lava a tromba a qualquer fantoche e
lava a boca depois de um broche.



"A Água", de Manuel Maria Barbosa du Bocage.