29 agosto 2014

Relações internacionais em fronteiras e soberanias instáveis

Fronteiras e soberanias instáveis, devia ser claro, resultam de estados, que por um motivo ou outro, contêm debilidades fortes na consistência etnica-religioso-cultural-nacionalística das suas populações e na potencial precária sustentação das funções de um Estado. 

É o caso do Iraque (criação desajeitada pelo Império que mais expandiu o território após a Grande Guerra), e por outras razões, é o caso da Ucrânia.

A única forma que a comunidade internacional tem de lidar com este tipo de status quos precários é:

-dar o exemplo (nada o caso pelo Ocidente, que tem actuado como entende).
- depois, não fazer asneiras, com intervencionismos externos vários, no sentido de exponenciar a probabilidade de se desencadear o sectarismo etnico-religioso-nacionalista (o que foi feito na Ucrânia) ou debilitar a estrutura do Estado (Iraque, Líbia).
- se a desordem começar, não se envolver com partes no conflito, numa acção que só vai motivar a(s) outras(s) partes. As guerras civis ou entre Estados a disputar territórios instáveis, são sempre palco dos piores actos, mas para todos efeitos e por desgaste levam algures a um status mais durável que o anterior.
- e, quando nada parece salvar-se, devia existir um mecanismo a ser proposto para realizar referendos de redefinição de soberanias e fronteiras.

O que não precisamos é de veleidades moralistas onde a moral é difícil ou impossível de definir, quanto mais envolver uma guerra não-defensiva a bem de uma teoria das alianças e segurança colectiva que demonstrou o seu pleno desastre-pacto-de-suicídio há 100 anos.

6 comentários:

zazie disse...

Pois logicamente deveria ser assim.

Mas os interesses falam sempre mais alto e agora até se mascaram de "legalismo".

Anónimo disse...

Os ucranianos foram a votos e, pasme-se, decidiram-se por rejeitar regressar para uma federação russa (pudera, não são burros) e votaram para uma candidatura à UE.
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Eles não querem ser russos, nem pertencer a qualquer federação russa.
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É um país reconhecido por todos os paises do mundo com assento nas nações unidas.
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Os interesses da russia sobrepoem-se á legalidade, à moralidade, e à vontade do povo. Os interesses são de ordem geografico-estratégica e, principalmente, por se tratar de um país por onde passa o gas que a russia vende à europa cuja distribuição está a cargo de uma parceria entre a alemanha, a holanda e os russos.
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Há muito tempo que defendo que Portugal e Espanha deviam ter já concluido os gasodutos para fornecer gas à europa via Magrabe e sermos nós a torneira de gas para a Europa.
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Mas não, preferem torrar as massas em inutilidades...
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Era tão giro de vez em quando podermos sermos nós a mandar bitaites aos nórdicos.
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Rb

zazie disse...

Pois era. E tu sabes bem a cena dos gasodutos inimigos. Por isso é que essa boquinha de crocodilo não engana.

O Nabucco ainda é batata quente.

Anónimo disse...

Moral é coisa que te falta. Por ti milhões de pessoas a leste viveriam ainda debaixo da pata do comunismo liderado pelos tiranetes do KGB. Felizmente apareceram homens com tomates grandes que combateram os comunas e os levaram ao tapete.

Anónimo disse...

«O que não precisamos é de veleidades moralistas onde a moral é difícil ou impossível de definir»
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Ai precisamos precisamos. Cada vez mais. Os anarquistas tem pavor a julgamentos morais.
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Mas a moral faz parte do ser humano. O relativismo, anarquista qb, que insiste em desconsiderar a moral, não provem do bem e está na base de muita coisinha má.
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Sem julgamento moral um gajo não passa de uma maquina.
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Rb

Anónimo disse...

É como a estória de não se dever fazer julgamentos morais acerca do direito de um pai não alimentar o filho, não é?
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Rb