Li com interesse esta entrevista de ManuelSobrinho Simões. Achei curioso que depois de analisar com perspicácia muitas
das nossas características culturais, não fosse capaz de formular um
diagnóstico.
MSS apercebeu-se de que os portugueses são
individualistas e minifundiários, que são mais livres e menos formatados do que
os povos do Norte, que são menos vigilantes e reguladores, que não gostam de
colocar questões, e de que há falta de organização e de sistemas de recompensa/
castigo. Mas porquê?
Os leitores do Portugal Contemporâneo sabem a
resposta: porque somos católicos (PA) ou porque estamos mais próximos do
equador (JSC). Qualquer uma destas respostas vai dar ao mesmo. Nós temos uma
cultura do Sul da Europa e as soluções que funcionam na Noruega não resultam em
Portugal.
Não tendo chegado a um diagnóstico, MSS falha
nas propostas. Em resumo, quer mais planeamento, mais vigilância e mais
recompensa/ castigo. Exatamente aquilo que os portugueses não sabem nem
conseguem fazer. Mais Centros de Saúde? Por que não mais “Joões Semana”? Esta
hipótese não lhe ocorre, formatado que está pelos modelos protestantes.
Curioso porém que MSS suspeite, desde logo,
que muitos profissionais continuarão a boicotar o seu maravilhoso SNS. Ora como
lidar com este problema? A resposta está na entrevista: ‹‹É metê-los na
cadeia››. Cá está mais um bumanista disposto a armar a guilhotina.
2 comentários:
Organização, organ, organ...
"Administrar muitos é tão simples como administrar poucos. É tudo questão de organização" - Sun Tzu.
Pressupõe:
a)Conhecimento e realismo perante o país - população e meios;
b)Organização e "controlo";
c)Mentalidade de bem servir, em vez de servir-se.
Ex Hospital militar Lisboa:
a)Incapazes (!), quem (ministro da Saúde? da Defesa? General-chefe?)de ver o óbvio;
b)Militares e familiares, vindos do centro do país (Tomar-Tancos-Santa Margarida) para consultas e ou tratamentos em Lisboa;
c)Com dois grandes H na região, com espaços disponiveis (Abrantes e Torres Novas);
d) Incapazes (!) de ali criar um serviço dedicado, um qq "Centro de Saúde", incluindo médicos militares que os atenda;
Exemplo recente: um sargento 'perde' o dia para vir de Tomar ao Lumiar: consulta de Otorrino, obtida por amigo ali de serviço.
Não há capacidades locais?
Organizem-se. Difícil, com a genética dos indígenas.
O SNS tornou-se um monstro!
Se abrirem mais Unidades de Saúde Familiar dentro em pouco não haverá doentes para todos!
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