02 agosto 2014

é preciso fechar hospitais e aumentar os centros de saúde


Li com interesse esta entrevista de ManuelSobrinho Simões. Achei curioso que depois de analisar com perspicácia muitas das nossas características culturais, não fosse capaz de formular um diagnóstico.
MSS apercebeu-se de que os portugueses são individualistas e minifundiários, que são mais livres e menos formatados do que os povos do Norte, que são menos vigilantes e reguladores, que não gostam de colocar questões, e de que há falta de organização e de sistemas de recompensa/ castigo. Mas porquê?
Os leitores do Portugal Contemporâneo sabem a resposta: porque somos católicos (PA) ou porque estamos mais próximos do equador (JSC). Qualquer uma destas respostas vai dar ao mesmo. Nós temos uma cultura do Sul da Europa e as soluções que funcionam na Noruega não resultam em Portugal.
Não tendo chegado a um diagnóstico, MSS falha nas propostas. Em resumo, quer mais planeamento, mais vigilância e mais recompensa/ castigo. Exatamente aquilo que os portugueses não sabem nem conseguem fazer. Mais Centros de Saúde? Por que não mais “Joões Semana”? Esta hipótese não lhe ocorre, formatado que está pelos modelos protestantes.
Curioso porém que MSS suspeite, desde logo, que muitos profissionais continuarão a boicotar o seu maravilhoso SNS. Ora como lidar com este problema? A resposta está na entrevista: ‹‹É metê-los na cadeia››. Cá está mais um bumanista disposto a armar a guilhotina.

2 comentários:

Bmonteiro disse...

Organização, organ, organ...
"Administrar muitos é tão simples como administrar poucos. É tudo questão de organização" - Sun Tzu.
Pressupõe:
a)Conhecimento e realismo perante o país - população e meios;
b)Organização e "controlo";
c)Mentalidade de bem servir, em vez de servir-se.
Ex Hospital militar Lisboa:
a)Incapazes (!), quem (ministro da Saúde? da Defesa? General-chefe?)de ver o óbvio;
b)Militares e familiares, vindos do centro do país (Tomar-Tancos-Santa Margarida) para consultas e ou tratamentos em Lisboa;
c)Com dois grandes H na região, com espaços disponiveis (Abrantes e Torres Novas);
d) Incapazes (!) de ali criar um serviço dedicado, um qq "Centro de Saúde", incluindo médicos militares que os atenda;
Exemplo recente: um sargento 'perde' o dia para vir de Tomar ao Lumiar: consulta de Otorrino, obtida por amigo ali de serviço.
Não há capacidades locais?
Organizem-se. Difícil, com a genética dos indígenas.

Anónimo disse...

O SNS tornou-se um monstro!

Se abrirem mais Unidades de Saúde Familiar dentro em pouco não haverá doentes para todos!