18 agosto 2014

caça às bruxas


Procuram-se culpados para a falência do BES.

Uma verdadeira caça às bruxas.

Só há um - o Euro.

Quem mais poderia ser?

Em outros países da nossa cultura católica, como a Argentina, que adoptou uma política monetária semelhante à nossa com o Euro, e em que igualmente houve bancos a irem à falência, também era o Dr. Ricardo Salgado o Presidente desses bancos?

Mas então, se os Presidentes dos bancos são diferentes, e aquilo que é comum é a cultura e a política monetária adoptada, de quem é a culpa - dos Presidentes dos bancos ou da política monetária adoptada (já que, quanto à cultura, nada podemos fazer)?

Quem devia estar nas primeiras páginas dos jornais a ser apontado como responsável pela falência do BES é essa  cambada de pacóvios que nos meteram no Euro - alguns eram economistas, mesmo professores de Economia, e um deles, pelo menos, continua a ocupar um alto cargo institucional.

Está tudo dito acerca da capacidade (democrática) dos portugueses para escolher governantes.

17 comentários:

cfe disse...

Ha uma diferença entre a Argentina e Portugal na indexação que fizeram a uma moeda estrangeira
Os portenhos utilizaram o meio para sair do ambiente hiper-inflacionário em que viviam e Portugal para ingressar no paraíso do desenvolvimento. A Argentina tinha uma moeda que ninguém respeita a e uma corrida diária ao dolar. Portugal possuía uma moeda de cara limpa e respeitada

cfe disse...

* respeitava (enviado de um celular)

cfe disse...

Ha um artigo na revista Veja, com o presidente do BC do Brasil na altura do Real, Gustavo Franco, onde chama a atenção para a disparidade de comportamentos que existiria após alguns anos de união monetária na Europa
Ele chamou a atenção para a questão antes da introdução do Euro.

Pedro Sá disse...

Continue lá a inventar desculpas para desculpabilizar a família Espírito Santo só porque é a família tradicional burguesa de banqueiros.

Luís Lavoura disse...

Já houve muitíssimos bancos falidos (incluindo aqueles que não faliram porque o Estado os salvou) em muitíssimos países não católicos. Nos EUA houve-os às dezenas. Na Islândia parece que foram 3. Na França foi o Dexia, na Alemanha nem sei quantos... Na Suécia em 1990 também foi uma razia...

Anónimo disse...

A procura de 'culpados' é normal. O próprio PA encontra um. Aquele que lhe parece o grande culpado. O BCE.
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E eu até concordo com isso, mas usando a mesma argumentação do PA, se existem bancos e banqueiros que operam no mesmo sistema regulado pelo BCE, então a culpa de um deles ter falido seria culpa do banqueiro.
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É uma argumentação manhosa, convenhamos, porque não se refere às causas.
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Agora, o que eu acho que podemos dizer é que o facto de termos aderido ao Euro propiciou comportamentos desviantes por parte de alguns bancos e dos banqueiros que os gerem.
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Rb

lusitânea disse...

O Euro facilitou atarefa de exportar a "massa" sem aqueles artifícios da facturação das mercadorias importadas/exportadas e sempre com a autorização do MF "divisas"
Não estou a ver o império do GES naquela altura...
A malta desatou a alavancar e era tudo possível como nos sistemas ponzi...onde muitos têm que se lixar às tantas..

lusitânea disse...

O Sócrates, através do António Costa, enriqueceu-nos com africanos em bairro social.O Ricardo Salgado preferiu ir salvá-los lá em casa deles...

Cfe disse...

"o que eu acho que podemos dizer é que o facto de termos aderido ao Euro propiciou comportamentos desviantes por parte de alguns bancos e dos banqueiros que os gerem"

Mas é isso mesmo que o PA está a dizer por outras palavras. O ambiente de concorrência obrigou (e provavelmente obrigará ainda) a andar no limite da responsabilidade. Ou seja: Portugal não tem condições de andar a brincar a na
dança financeira que os países do norte europeu e o sistema da Eurolandia não só propicia como obriga.

Anónimo disse...

A ideia, Cfe, era deixar de usar o caso BES para suportar a ideia, com a qual concordo, de que a adesão ao Euro deu nesta trapalhada económica com ramificações agora visiveis ao sector bancário. Porque o caso BES pode não ser um bom exemplo já que pode ter havido procedimentos menos correctos por parte dos gestores.
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Rb

Anónimo disse...

«O Wall Street Journal noticiou na segunda-feira que o Credit terá agrupado títulos emitidos por empresas do Grupo Espírito Santo nestes veículos financeiros – que tinham sede em paraísos fiscais ("offshores"). Depois, esses produtos reagrupados (que continham dívida de empresas do Grupo Espírito Santo foram vendidos aos clientes dos balcões do Banco Espírito Santo. Sem que estes soubessem que havia dívida de empresas do grupo dentro desses veículos - ou seja, sem saberem o risco dos investimentos feitos.» JNegocios
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Está a ver Cfe?
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A adesão ao EURO ou o BCE não tem nada a ver com isto. Isto é procedimento irregular e decorre de decisões particulares de RS e restantes gestores.
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Rb

zazie disse...

Ninguém escolhe nada. Metem-lhes um cardápio já feito à frente.

cfe disse...

Rb, O mercado dita as regras. A questão e que a adesão ao Euro propiciou um ambiente maos largas, de passo maior que a perna. Pode ser que RS tivesse problemas num ambiente mais fechado que o escudo propicia mas acho que ninguém tem duvida que o tamanho do problema seria muito mais pequeno do que ocorreu agora.

cfe disse...

Percebo e concordo com o que diz: foram cometidas irregularidades, independente do Euro. O que eu tenho praticamente certeza e que essas irregularidades são tão comuns , que passaram a ser regra não escrita.

cfe disse...

Reflita um bocadinho: RS faria o que fez se não fosse comum faze-lo ? Se por um momento imaginasse que perderia a joia e o titulo da coroa tomaria tal atitudes?

cfe disse...

Esse crime que RS cometeu são crimes de impulso? São pensados,analisados. Tendo a idade que tem, começou a fazer isso agora? Não acho um fulano com sua trajetória fizesse isso sem a devida pondenraçao

Vivendi disse...

Tal como nos anos 90 assistimos na Europa ao colapso do comunismo (socialismo levado ao extremo), assistimos agora a um colapso do socialismo fabiano ao desastre keynesiano, mas desta vez de uma forma mais dissimulada e imperceptível para a sociedade.

Um socialismo que está em processo de auto-destruição porque entrou em rota de colisão com a mesma democracia que promoveu durante todos estes anos com políticas irresponsáveis, sendo os políticos mais demagogos os grandes responsáveis pelo desastre.

Temos agora uma sociedade que cada vez menos se revê em políticos e partidos e já começa a procurar alternativas. Numa primeira fase as pessoas ainda estão confusas pois todo um modo de vida foi posto em causa e há muito milhões de europeus que saíram fortemente prejudicados com a derrocada socialista mas uma melhor alternativa pode e deve ser encontrada.

E onde está a melhor alternativa para a sociedade?

Na verdade económica, que é o mesmo que, gastar menos daquilo que se produz, poupar e produzir para que possa haver investimento, não inflacionar e manipular juros, não desvalorizar a moeda, não proteger os interesses de grupos próximos ao poder, um sistema bancário que não crie dinheiro a partir do nada, desregular as burocracias, um peso do estado na economia diminuto, descentralização do poder, não invadir outros países, livre mercado...

E neste momento quem está a tentar ser o obreiro da verdade económica?

O €.