11 julho 2014

tirem a venda, porra


Gerir uma economia planificada é como conduzir um carro com uma venda nos olhos. As decisões são tomadas com base em estudos e modelos desenhados a régua e esquadro, nos gabinetes ministeriais, com uma cegueira total para o resultado da acção humana, no sentido que a economia austríaca lhe atribui.
Quando o veículo se esbarra há sempre pânditas a explicar o sucedido com mil e um motivos. Os travões não funcionaram, os pneus estavam carecas, havia óleo na estrada, etc. Raros são os que apontam o óbvio: o condutor ia com os olhos vendados.
Em Portugal, cerca de metade da economia está sovietizada e é gerida de forma planificada. Refiro-me à saúde, à educação e à segurança social. Áreas em que, como não podia deixar de ser se acumulam camadas de erros em cima de erros que contribuíram, e de que forma, para a bancarrota do País.
Nesta perspectiva, há muito pouca paciência para discutir as causas próximas das disfunções das áreas económicas planificadas. Só há é vontade de gritar:

- Tirem a m”#$a da venda, porra.

1 comentário:

Rui Alves disse...

Na antiga URSS não faltavam anedotas sobre as virtudes do planeamento central:

Após três anos à espera de um automóvel, um homem recebe um telefonema a informá-lo que o carro lhe será entregue no dia 12 de Dezembro do ano seguinte, às 15:00. Atrapalhado, ele responde:
"Mas não dá para mudar? É que nesse dia e a essa hora eu já tenho marcado com o canalizador."