Gerir uma economia planificada é como conduzir
um carro com uma venda nos olhos. As decisões são tomadas com base em estudos e
modelos desenhados a régua e esquadro, nos gabinetes ministeriais, com uma cegueira total para o resultado da acção humana, no sentido que a economia austríaca lhe
atribui.
Quando o veículo se esbarra há sempre pânditas
a explicar o sucedido com mil e um motivos. Os travões não funcionaram, os
pneus estavam carecas, havia óleo na estrada, etc. Raros são os que apontam o
óbvio: o condutor ia com os olhos vendados.
Em Portugal, cerca de metade da economia está
sovietizada e é gerida de forma planificada. Refiro-me à saúde, à educação e à
segurança social. Áreas em que, como não podia deixar de ser se acumulam
camadas de erros em cima de erros que contribuíram, e de que forma, para a
bancarrota do País.
Nesta perspectiva, há muito pouca paciência para
discutir as causas próximas das disfunções das áreas económicas planificadas. Só
há é vontade de gritar:- Tirem a m”#$a da venda, porra.
1 comentário:
Na antiga URSS não faltavam anedotas sobre as virtudes do planeamento central:
Após três anos à espera de um automóvel, um homem recebe um telefonema a informá-lo que o carro lhe será entregue no dia 12 de Dezembro do ano seguinte, às 15:00. Atrapalhado, ele responde:
"Mas não dá para mudar? É que nesse dia e a essa hora eu já tenho marcado com o canalizador."
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