02 janeiro 2014

O salário mínimo como subsídio a grandes empresas

Já tenho dado o exemplo do comércio local (uma boa parte, micro-comércio-local), principalmente no interior do país, que fica em dificuldades crescentes para coexistir com as grandes superfícies, por não poderem manter uma estrutura de custos adaptada à sua realidade (menos estruturada, mas de proximidade). Aqui fala-se no exemplo americano e na sua maior cadeia de distribuição - a Walmart. Aqui em Portugal já se assistiu também à defesa da subida do SMN por empresários. Quais?
"The costs of these socialistic regulations are more easily borne by larger companies than by smaller ones. Case in point, Walmart has pushed for a higher minimum wage. But Walmart already pays above minimum wage, so raising it would barely affect them. But it would impose costs on various Walmart competitors. So Walmart gets to advocate for what looks like social justice, while hobbling its competition. Clearly the minimum wage (and other regulations) is a subsidy to big business, following the logic of those who oppose tax loophole “subsidies,” and thus ought to be eradicated."  Eliminate the Minimum Wage Subsidy to Big Business by STEPHAN KINSELLA 

4 comentários:

Luís Lavoura disse...

Não é um subsídio, na medida em que ninguém está a dar dinheiro.
É apenas uma medida que é mais facilmente satisfeita por umas empresas do que por outras.

Também, devemos refletir sobre se é assim tão lamentável que desapareçam mercearias para dar lugar a grandes superfícies com empregos mais bem pagos. Ao fim e ao cabo, é isso o progresso, não é? Que despareçam empregos ineficientes e mal pagos sendo sunstutuídos por outros mais eficientes e mais bem pagos.

CN disse...

Bonito discurso para transformamos um mundo num lugar de grandes empresas sempre beneficiadas por leis que pretendem mudar o mundo através das cadeias internacionais.

É para onde vamos com salários mínimos europeus e o que mais vier a ser apoiado por espíritos liberais.

Claro que é um subsídio é uma forma de eliminar concorrência e de criar desemprego estrutural em certo tipo de locais e pessoas.

Anónimo disse...

Na minha área de actividade, assisti a isto mesmo nos últimos anos: foi aprovada legislação que apenas veio beneficiar os maiores players do mercado (só eles conseguiam cumprir os novos requisitos).

Resultado: falências dos mais pequenos - o fecho dessas empresas tem relevância social e económica.

Curiosamente, a legislação incidia sobre uma determinada classe de trabalhadores que foi altamente beneficiada no período inicial, mas que está actualmente pior do que na situação de partida...Ironias do destino!

Luís Lavoura; duvido muito que as grandes superfícies paguem melhor do que as lojas tradicionais - além do que, estas últimas, tendem a ter uma força laboral que, usualmente, se confunde com os seus proprietários.

As grandes superfícies são um enorme problema: descaracterizam as cidades, despojam grandes áreas dos centros urbanos do seu comércio de proximidade (com todas as consequências que lhe estão associadas), etc. É algo em que não consigo ter uma abordagem minimamente liberal: a sua tipologia e localização deviam ser altamente reguladas, assim como outras características, como sejam os seus horários de abertura.

Anónimo disse...

A destruição do pequeno comércio em benefício das grandes superfícies, pode ser considerado um retrocesso civilizacional.

Muitos pequenos empresários vão-se proletarizar.