Os textos bíblicos estão focados
essencialmente no homem, desde a sua origem – meticulosamente detalhada no
Génesis – até Jesus Cristo.
Penso que este facto não é de estranhar
porquanto a população humana, à altura da escrita, era muito reduzida. Estima-se
que não ultrapassasse os trinta milhões na época de Moisés e teria apenas atingido
os duzentos milhões no tempo de Cristo. No século XIX atingiu um bilião e no
século XX os seis biliões.
Ora os problemas com que se defronta uma
população global de trinta milhões são muito diferentes dos atuais. Deus bem podia
pôr à disposição do homem todas as plantas e animais da Terra (Génesis), sem
receio que (nessa altura) esgotássemos os recursos naturais.
A realidade moderna, porém, é bem diversa. Há
ecossistemas ameaçados, espécies em vias de extinção e até dúvidas sobre a
sustentabilidade dos recursos energéticos.
O Homem, criado à imagem de Deus, deve agora
preocupar-se, não apenas consigo mas, também com todos os outros seres vivos e
com o meio ambiente. Não numa atitude fundamentalista, mas com a consciência de
que vivemos num equilíbrio delicado na Terra e que temos de o preservar para
garantir a nossa própria sobrevivência.
Se o Messias voltasse à Terra é provável que
abandonasse o discurso dos pobrezinhos porque a humanidade já descobriu a
maneira de acabar com a pobreza extrema: chama-se capitalismo. Talvez focasse a
sua atenção é no respeito pelas outras formas de vida e pelo meio ambiente.
Tal como um carpinteiro era uma pessoa culta
há dois mil anos, um Messias moderno seria versado em filosofia, biologia,
física e cosmologia. Posso imaginá-lo a escorraçar dos laboratórios os
cientistas que clonam animais para alimentação humana e posso até imaginá-lo
condenado à morte, não numa cruz, mas por injeção letal nos EUA ou executado a
tiro na China.
‹‹Amai a Deus e ao próximo›› disse Jesus e eu
acrescentaria: e respeitai todas as formas de vida e o meio ambiente.
6 comentários:
Chama-se caridade. Muita gente desconhece-a.
LEITURA OBRIGATÓRIA
A indústria naval e a Esquerda nacional
http://portadaloja.blogspot.com/2014/01/a-industria-naval-e-esquerda-nacional.html
> eu acrescentaria: e respeitai todas as formas de vida
Oi, o pézinho a pisar a relva ... alivie aí, s.f.f.
E é melhor atestar de clorofila e começar a dar na fotossíntese, porque isso de bifes com batatas é muito pouco respeitador.
Depois, cuidado para não espalhar demasiado os galhos, que pode fazer sombra a algum repolho.
(Só para adiantar já no contraditório, os argumentos de Lebensraum ficaram mal vistos o século passado. Por isso é que quem percebe da poda não se mete por estes caminhos.)
O que é que se está a passar aqui Joaquim?...
Tem aí os bifes com batatas... que tal é estar do outro lado do espelho?
De facto as batatas se as comer, elas morrem... mas a questão do bife... Ah! Para eu comer um bife, é necessário matar o animal, mas não torturá-lo... este é um conceito que em 2014 continua a escapar a muita gente... -- JRF
um carpinteiro era uma pessoa culta há dois mil anos
Há quem argumente que São José não seria de facto carpinteiro, mas antes dono de uma empresa de construção civil. Parece que as ambiguidades na tradução da Bíblia dão espaço para isso.
Ou seja, Jesus não proviria de uma família pobre mas sim de uma relativamente abastada, e portanto potencialmente culta.
pobre = ignorante ?
preconceito.
ocni
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