10 setembro 2013

não faz sentido

Desde 2010 que a esperança de vida das portuguesas à nascença supera a das suecas, nativas de um país que lidera os indicadores de saúde e bem-estar. A diferença é ligeira - 84 anos para 83,8 em 2011 - mas há um número a cortar qualquer satisfação: as portuguesas até podem viver mais, mas quando se mede a qualidade com que o fazem continuam a gozar menos 12 anos de vida saudáveis que as suecas ou as maltesas. Em relação aos homens, a diferença entre os portugueses e os melhores resultados europeus (também de Malta e da Suécia) é menor, mas também redonda: a esperança de vida na Suécia é 2,1 anos superior para o sexo masculino (79,9 anos para 77,6). Mas os suecos são os que vivem mais anos saudáveis, 71,1, mais dez que os homens portugueses.

Ionline

Este estudo não faz qualquer sentido, se os portugueses fossem menos saudáveis que os suecos não poderiam atingir, ou até superar, a mesma esperança de vida.

O que se passa é que a nossa população, hipocondríaca e histérica, sobrevaloriza qualquer sinal ou sintoma, ao ponto da "invalidez psicológica".

Quando pergunto a uma portuguesa, na casa do setenta (grupo focado no estudo referido no ionline), se é saudável, a resposta é invariavelmente não.
— Então porquê?
— Tenho muitos problemas de saúde Sr. doutor... o colesterol está sempre elevado, doem-me as cruzes, tenho um cansaço nas pernas que não posso fazer nada... vejo cada vez menos, agora sem óculos nem consigo coser. Tenho de andar sempre a fazer análises e exames...
É nesta altura que eu interrompo e digo: — Estou a ver que a Sra. é mas é muito saudável, já não tem é 20 anos.
Depois de alguns risos, procuro, numa perspectiva Randiana, trazer a cliente à realidade objectiva: — Olhe que para mais novos não vamos!
— Pois não Sr. doutor, se virmos assim até tenho de dar graças a Deus...

2 comentários:

zazie disse...

Mas o Joaquim agora deu em médico de família?

Eu pensava que era só laser para varizes de dondocas.

Anónimo disse...

de qualquer modo ele tem razão, não conheço suficientemente bem outros povos, mas em portugal as pessoas, e em especial as mulheres, parecem ter um certo prazer em se queixarem de pequenos problemas de saude... e não só, somos um povo de queixinhas, que gosta de se lamentar, parece que temos medo de nos mostrarmos contentes e que isso provoque a inveja e má vontade do vizinho.


ocni