22 abril 2013

O Zé não é empreendedor



Um dos argumentos comuns para justificar a estagnação económica do país nos últimos 10 anos é a de falta de sentido empreendedor. Os empresários, diz-se, são mal-preparados e fazem os possíveis para fugir aos impostos. Por outro lado, fala-se numa falta de sentido empreendedor da “geração mais bem preparada de sempre”.
Para percebermos um pouco o motivo desta falta de sentido empreendedor, imaginemos o caso do Zé, um jovem engenheiro informático saído da universidade. O Zé desenvolveu um hardware especial adaptado a empresas que fazem apps. Acabado o curso, decidiu começar a comercializar o produto. O negócio começa bem e o Zé já encontrou um cliente disposto a pagar a pagar 3000 euros por mês para comprar uma unidade desse hardware. Nada mau para uma start-up, pensa ele. Precisando de ajuda, ele fala com um dos seus colegas de curso que se dispõe a fazê-lo desde que receba 1000€ líquidos por mês (12 mil € por ano). O Zé tem, portanto, um modelo de negócio que não só irá criar 36000€ de valor acrescentado (PIB) anualmente, como gerará um emprego. Se a coisa correr bem, dentro de alguns anos, a empresa poderá criar muito mais valor e empregar muito mais pessoal qualificado. Criação de riqueza e emprego, precisamente o que a economia portuguesa mais precisa.
O Zé começa então a fazer as contas. O cliente da Zé, Lda avalia o produto em 3000€, mas a empresa apenas receberá 2439€, já que 561€ irão para pagar o IVA. O Zé descobre também que, para que o seu colega de curso receba 12 mil euros por ano, a Zé Lda terá que gastar nada menos do que 20.076€ (1673€ por mês) para cobrir a retenção de IRS, a TSU do empregado e a TSU do empregador.
Eliminados estes custos, o lucro começa a parecer bastante diminuto, mas o Zé ainda é obrigado a pagar IRC sobre esses lucros. Finalmente o Zé, para gozar dos lucros da empresa que montou, ainda tem que pagar IRS sobre os dividendos.
dividendoZe
Feitas as contas, o Zé receberá cerca de 422€, menos do que um salário mínimo. Dos 3000 mil euros de valor acrescentado, o estado absorverá 1578€. Isto sem contar com impostos de selo, taxas diversas e as multas da ASAE por a sua garagem não ter condições para empregar o amigo.
divisao
O Zé precisaria de aumentar a escala da empresa para 3 empregados e 3 produtos vendidos por mês para poder receber 1200€. Mas isso seria demasiado ambicioso para uma start-up. Dizem ao Zé que há empresas grandes que pagam bastante menos impostos recorrendo a truques contabilísticos, mas o Zé não tem grandes condições para contratar contabilistas.
O Zé desiste da ideia e vai trabalhar para um Call Center. Dez anos mais tarde ouve falar da história de um milionário Irlandês que desenvolveu um produto muito semelhante ao do Zé e agora o vende para todo o Mundo. No Prós e Contras dessa semana discute-se a falta de sentido empreendedor dos jovens licenciados.

123 comentários:

Anónimo disse...

Bom post.

Filipe

zazie disse...

Este é um bom post.

Unknown disse...

vou partilhar,,,

xk disse...

Muito bom o post e a demonstração deste caso.

Consegue mostrar como seria este caso noutros paises? (ex: França, Alemanha, Irlanda...)

Seria muito interessante podermos comparar.

Luís Lavoura disse...

Tem que por outro lado contabilizar as inúmeras vantagens que um indivíduo tem por ter uma empresa.
No outro dia falei com um indivíduo, nada pouco rico, que me disse que paga 0 de IRS. Mostrou-me a declaração de IRS dele, fez uma simulação à minha frente, e o resultado foi efetivamente esse: 0. Ele disse que obtem isso por ter uma empresa (unipessoal) e colocar nela todas as despesas da sua vida, inclusivé o seu próprio salário (que é o salário mínimo).

Anónimo disse...

Optimo post! É mesmo assim, só falta ainda mais um elemento a comer o buget da empresa: penso a empresa não pode escapar a contratar um contabilista é obrigada a isso por lei, sendo que o valor da avença mensal tabelado é qualquer coisa entre 50€-100€ mensais...

Je

Vivendi disse...

Só um pormenor. O Zé é obrigado não a ter um contabilista mas um TOC mas que se torna em mais um encargo fixo mensal.

Carlos disse...

"Tem que por outro lado contabilizar as inúmeras vantagens que um indivíduo tem por ter uma empresa."

É pena que neste caso o Zé não possa usufruir dessas "inúmeras vantagens": os 545 euros não chegam para pagar o SMN (acrescido da respectiva TSU).

Cfe disse...

Uma das maiores aberrações do sistema de impostos português é não existir uma categoria onde sociedades de quotas com pequeno faturamento possam fundir a tributação da empresa e dos sócios: não faz sentido algum tributar duas vezes o lucro de pequenos empresários.

E a permissão para "as inúmeras vantagens que um indivíduo tem por ter uma empresa" existe apenas porque muitos cargos - nem precisam ser CEO´S - tem benefícios não contabilizadas como salário: viagens, hospedagens, jantares, prémios, carros, computadores...

Anónimo disse...

Dúvida para Carlos Guimarães Pinto: o valor do IVA indicado está em 20%...não deveráser 23%? Omesmo para o IRS (será só 12%?). É que nesse caso os valores ainda se tornam mais esmagadores.

Je

Cfe disse...

"O cliente da Zé, Lda avalia o produto em 3000€, mas a empresa apenas receberá 2400€, já que 600€ irão para pagar o IVA."

Maneira simples de explicar a relação entre preço de mercado e impostos diretos embutidos nesse preço.

É um mito essa história de que "o cliente paga o IVA". O cliente, se existir, paga tudo.

Fusível Ativo disse...

Falta contabilizar o custo OBRIGATÓRIO de um TOC para se ter a contabilidade organizada, um custo que ronda os 150€ mensais.

PS - Vou roubar o post com as devidas sinalizações para a sua autoria e domínio.

Carlos Guimarães Pinto disse...

Je, de facto o valor de IVA indicado é de 25% (600/2400) que coloquei por engano. Eliminado esse erro, o Zé receberia mais cerca de 25€.

Vivendi disse...

Junte-se também as despesas de energia, comunicações, viatura de serviço, a dificuldade para receber do cliente e percebe-se bem porque nem o Indiana Jones gostaria de ser empreendedor em Portugal.

Vivendi disse...

Um empreendedor em Portugal serve primeiros outros e no fim vê o que sobrou. Mais parece um burro de carga.

Vivendi disse...

E quando o empreendedor ainda tem custos mensais de imobilizado?

Com o banco à perna.

ai ai ai


Aí já vira sado-masoquismo.



Anónimo disse...

e depois veio a economia clandestina e o foram de braço dado ao circo.

xyz

Anónimo disse...

Mas o Ze e um puto que vive na casa dos pais, faz apps porque gosta de passar noitadas com o seu computador.

Um dia o Google repara numa das suas Apps e oferece-lhe 1 biliao de euros pelos direitos.

Elaites

Vivendi disse...

Seguindo a dialética do Sr. "Impulso jovem" é mais cómodo e seguro para um jovem ficar a bater punho em casa dos pais em vez de andar por aí a arriscar a deixar o seu cu a jeito.

zazie disse...

ehehe

E o Zé vai viver para a terra dos cangurus

":O)))))

Vivendi disse...

Verdade Zazie.

Hoje em dia para se ser empreendedor o Zé tem que antes de tudo emigrar.

Anónimo disse...

Eu ainda não sei se bem percebi: o Zé ainda será primo da Zazie? Ou esta relação será uma inferência abusiva?

Acho mas é que vou ver o BigBrother. A brasileira é cá um estouro!

Populaça, albino de baptismo.*

*Nao sei se devo aderir ao novo. Ná sê mesmo. p

jjoyce disse...

bem figurado sim. eu quando compro droga ilegal estou seguro que nem eu nem o meu contratante pagamos tornas a terceiros rentistas!

Anónimo disse...

Ora bem: o CGP ou sabe pouco disto ou está a atirar-nos areia para os olhos.
Em primeiro lugar a história do IVA está mal contada, porque o mecanismo não funciona assim.
No circuito intermédio, sem envolver consumidores finais, o imposto é inócuo: ou seja, fixa-se um preço e acrescenta-se o valor do IVA à taxa correspondente, cujo valor vai ser deduzido na conta corrente da empresa contratante.
Primeira correcção portanto: o valor contratado não são 3000 Euros, mas sim 3000 Euros com IVA incluido. É que o IVA é do Estado não é da empresa. E portanto tem-se que começar por verificar se o valor efectivamente contratado, livre de encargos (3000/1.23)=2.439) é rentável ou não para iniciar o negócio, porque é a partir deste número que começamos a deduzir as despesas.
Depois as contas com o funcionário também não são assim, porque o IRS retido e a parte da segurança social abatem ao ordenado do empregado, não são encargos da empresa. Do modo como as coisas são apresentadas parece que o verdadeiro empresário é o funcionário, a "quem tem que ser garantidos 1000 Euros por mês"!!! Essa agora...
Depois O IRC também não está bem, porque o empresário vai deduzir o seu ordenado de gerência a que tem direito. Certo???
De qualquer maneira, a ilustração prova que nem tudo o que luz é ouro, facto que muita gente impreparada não vê e que tem levado
muitos milhares à desgraça...

Anónimo disse...


Como faço para votar no único deputado conservador que votou contra o OE de 2013? Tenho de emigrar para a Madeira?

Anónimo disse...

Aos custos falta acrescentar pelo menos técnico oficial de contas, renda do espaço, electricidade, água, internet, computadores, software, material para produzir o hardware, etc.

Anónimo disse...

Excelente artigo.

Anónimo disse...

Mas só um gajo é que precisa do produto do Zé? Bolas.. o Zé tem um mau produto...

Anónimo disse...

O anónimo das 10:35, como muitas pessoas (desgraçadamente muitas delas com responsabilidades) vem com a história de que o IVA é um pormenor ultrapassável.

Não é. Só quem nunca teve de conquistar um cliente pensa assim. É esta mentalidade de empregado, que nunca fechou um negócio, que nos condena. É que se o IVa é esse pormenor a que ninguém liga, então que o subam para 100%, solucionavam o défice e viviam felizes para sempre. Mas lhe garanto que se um cliente ( e é uma sorte ter um cliente) tem 10 € no bolso, não adianta pedir-lhe 12,30€. Mesmo que faça muita força.

Esta gente acredita que os clientes são um dado adquirido das empresas. O resultado está à vista.

Je

Anónimo disse...

O Zé não sabe fazer contas.

Em vez de contratar um minion para ficar a coçar a fruta, podia poupar 20k€ e em vez de 400€ de lucro ficava com 20400€. Simples, não?

O Zé é mau gestor. E esse sim, é o verdadeiro retrato do Português que deve ficar aqui exposto.

Unknown disse...

E ainda falta contabilizar o 13º e o 14º mês, mas não vamos ser picuinhas... O outro dizia para se ir vender pipocas, mas no universo dele só mesmo tax free e sem licença e regulamento de venda ambulante... mas não vamos ser picuinhas - até porque se fizesse vendas de 100 euros em pipocas por mês e de forma legal como o "impulsionador jovem" sugeria chegava ao fim do mês com prejuízo, mas não vamos ser picuinhas... aliás até porque o rapaz foi escolhido como exemplo a seguir...

Nuno disse...

Uma história que espelha a carga fiscal sobre as empresas, não é de admirar as falências.

Ser empreendedor não é fácil.

A TSU situa-se nos 23,57%

Temos de dar mais valor a quem cria empregos, quem fomenta as exportações, quem dinamiza a economia. Arriscando o seu património, e quando as coisas correm mal não possuem qualquer protecção.

Votos de sucesso

Anónimo disse...

Ainda falta contabilizar as ajudas do estado ao Zé, por fomentar o emprego..

Cfe disse...


"No circuito intermédio, sem envolver consumidores finais, o imposto é inócuo: ou seja, fixa-se um preço e acrescenta-se o valor do IVA à taxa correspondente, cujo valor vai ser deduzido na conta corrente da empresa contratante."

"Imposto é Inócuo"

Inócuo!?! Vá comprar ou fabricar mercadoria sem olhar ao preço final a ver se não fica com ela dentro da empresa.

Cfe disse...

O pior de tudo é que os gestores públicos pensam exatamente dessa forma. É vê-los a explicar a composição de custos do preço de certas tarifas para ver que não percebem nada.

Ricardo Machado disse...

Hum...

Já agora, não falta ainda contabilizar o ordenado do Zé?
E, salvo erro, o Zé não tem que ter um ordenado superior ao do empregado (o seu amigo) por ser dono da empresa, ou algo assim?

Se assim for, o lucro não chega -.-'

Frederico Lucas disse...

Enquanto isto acontece, os trabalhadores dos transportes fazem greve. A Dívida que geram diariamente não os demove a reclamarem salários 5 a 6 vezes superiores os dos zés.

Anónimo disse...

O verdadeiro problema está no amigo do Zé que, para além de pedir um ordenado exorbitante face ao que o Zé espera ganhar para si, ainda conseguiu uma cláusula de leão ao garantir que o ordenado é líquido. Ou seja, se o governo algum dia aumentar os impostos, este "amigo" vai querer manter o seu ordenado, líquido, alegando que foi isso que contratou, e lá terá o Zé que arcar com um aumento de ordenado bruto para o amigo.
Conclusão: para o amigo do Zé ter um bom emprego, que lhe permite viver acima das suas reais capacidades, o Zé vai ter que suar as estopinhas? O Zé até é um cidadão solidário, mas não tanto, por isso das duas uma, ou arranja um emprego como o amigo, e os outros Zés que se lixem, ou emigra, e lá desaparece o emprego do amigo, uma boa parte de impostos e uma boa parte do PIB.

Paulo Trezentos disse...

1- O Zé devia convencer o amigo a trabalhar 6 meses a troco de equity
2- No início, o Zé podia trabalhar para terceiros e à noite / fds trabalhar no seu projecto
3-O Zé devia falar com a Joana, que tirou Gestão no ISCTE e um MBA Nova/Católica para o ajudar num business plano que permita escalar as operações.
4- o único cliente do Zé vai tentar que o produto dela desenvolvido à sua medida. Deve recusar e fazer um produto que possa chegar ao mercado global
5- O ecossistema de garagem não funciona em Portugal porque não temos meetups técnicas e os empreendedores acabam isolados. Devia falar com o João e ir para a Startup Lisboa ou outra incubadora (betaI,...)
6- Lá, deve evitar a empreendedorite aguda e não andar a saltar de evento e evento. Concentrar no essencial de manha à noite : fazer um grande produto
7- O Zé deve viajar. Ir a São Francisco(640 euros viagem +400 USD estadia). Deve tentar reunir com os seus competidores, potenciais clientes, portugueses que lá estejam para tentar modelar o seu produto.

O Zé sonha. A empresa acontece.
Com as condições que temos ou apesar delas.


Henrique P. disse...

Falta 150€ por mês (€1800) por ano para o TOC e pelo menos mais €1000 por ano para o Pagamento Especial por Conta.
O Zé acaba por não receber nada.

Anónimo disse...

Pelos comentários se conclui que se o Zé for mesmo, mesmo persistente o seu modelo de negócio ainda pode funcionar:

Basta arranjar um amigo para trabalhar de borla, pedir a outros amigos possivelmente mestres ou doutores de uma boa universidade para fazerem um plano de negócio de borla, arranjar um cantinho num ninho de empresas, presume-se que... de borla. Assim poderiam simultaneamente sustentar o estado e sobrevivero.

Ou seja em Portugal muitas startups (que poderiam prosperar) morrem no ovo, sobrevivem as que vivem de borlas e amigos e carolice.

Resta saber se negócios fundados de raiz em borlas adquirem a disciplina necessária para se tornarem negócios viáveis. Até lá este negócio de troca de borlas e carolice até pode pagar impostos mas não gera riqueza para nenhum dos envolvidos. (não icluí aqui os "recursos, fundo e subsídios que os estado diz que dá. Seria já demasiado perverso).

Je

Je

zazie disse...

Basta "convidar" a patroa para sócia e montar uma empresa familiar.

Sempre foi assim que por cá se começou.

Qual empregado de fora, qual carapuça- para alguma coisa existe a famelga.

zazie disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
zazie disse...

Ah, mas esquecia-me: ele não tem patroa porque vive em casa dos pais.

Uma chatice estes empreendedores filhos de empregados.

Assim vai ter de arranjar outro padre patrone.

AdoMarrocos disse...

Seguramente vive num mundo a parte, a historia do iva esta muito bem contada sim, e porquê, o cliente diz que quer o produto mas só pagará 3000€ por mês, nunca mais que isso, ora automaticamente esse valor já está com impostos incluidos, mas influencia e muito a taxa que é praticada, é que nós por exemplo já tivemos a tx de IVA a 16% e quando assim era em vez de ser para a empresa 2439€ como agora eram 2586€, uma diferença de 147€ (coisa pouca segundo lhe parece). Do pessoal diz que o IRS e da Segurança social abatem ao ordenado no empregado, mas não é bem assim, para o negócio em questão que é algo empreendedor precisa gente qualificada, com preparação e que seguramente não existe em qualquer esquina, e por isso o valor a pagar tem que ser negociado, ora se assume que irá pagar 1000€ liquidos de impostos com o trabalhador, todo o resto irá ser a empresa a suportar, e mais da segurança social apenas 11% seriam a abater ao funcionário, a empresa seriam 23.75% sempre. E do IRC está bem sim, porque muita gente para poder fazer frente as despesas que tem com encargos de funcionamento e impostos não tira ordenados, alias se o fizesse ao ver para o esquema teria entendido que o ordenado seria residual, pois teria que sobre ele aplicar 23,75% de segurança social (e aumentava a carga fiscal, e já nem 5742€ lhe restavam, mas sim 438€, e que no final do ano pela legislação actual ainda pagaria de IRS 61€.) E depois a grande questão está que a actual carga fiscal e obrigações acessórias impostas pelo estado, como o exemplo que deu das multas da ASAE provam que, em Portugal, criar um negocio empreendedor não gera riqueza para o seu criador e colaboradores, mas sim para os cofres do estado que o gere mal.

AdoMarrocos disse...

No meu anterior comentário respondia ao anónimo das 10.35h de ontem.

Carlos disse...

Não deixa de ser curioso ver alguns comentadores a dizerem que o problema é o empregado, e não o estado.

Seria interessante saber que comentários farão perante "o discurso da baixa de salários como forma de aumentar a competitividade".

Aposto que aí perdem a vergonha e viram-se, definitivamente, contra o Zé.

zazie disse...

Ah pois viram. Não tenha dúvidas.

Grande parte do problema de Portugal é este.

Anónimo disse...

Portugal? Então é assim:

O estado: clama por mais empreendedorismo, propondo-se estimulá-lo com conversa (de borla). O Zé bem pode esperar, mas toda a política gira em tentar manter um status quo que generosamente (ainda) alimenta os cofres do estado.

O Zé: começa a pensar que a única forma é seguir os conselhos dos treinadores de bancada e chamar amigos para trabalhar (de borla)ou vender pipocas.

O povo: reclama do Zé, que é um capitalista exlorador sem escrúpulos,que não cria empregos e que quando os cria são mal pagos.

As elites: estão esta semana discutir o terrorismo de Boston, ontem foram as eleições americanas ou o raio que os parta, que são liberai, batem no peito pelo liberalismo, mas o Zé pode esperar.

Je

muja disse...

E há mais um pormenor, no meio de tudo. E não tem nada que ver com empregados, nem com patrões, mas com a ladroagem que nos governa.

Pior que impostos elevados, mesmo elevadíssimos, são impostos imprevisíveis.

Falou-se aqui em planos de negócio. Ora, que plano de negócios é possível fazer quando se não pode prever, com um mínimo de segurança, que impostos se terão que pagar dois, três, cinco, dez anos em diante?
Não há modelo de negócio que resista a este absurdo. Como diabo se podem estimar lucros se se não podem prever os impostos sobre as receitas previstas? Ou estimar custos se se não podem prever os impostos que virão aumentar esses custos?


É isso que o bacoco do 'bater punho' não diz. E não diz porque não sabe. Percebe menos de negócio que eu de lagares de azeite.

Anónimo disse...

Ainda falta o IVA que o Ze paga quando quiser comprar alguma coisa com os seus 422 euros.

Anónimo disse...

O Zé pelos vistos não vende a consumidores finais logo a contribuição para o PIB é zero ... falem com um economista que ele explica isso! E já agora perguntem a esse economista a razão de Valor Acrescentado não ser a mesma coisa que PIB!

Anónimo disse...

Será que alguém podia validar as minhas contas por favor?

Se o Zé vende 3000€ (c/IVA incluído) significa que o PVP s/IVA é de 2310€ (IVA 23% de 3000€ é 690€)
De notar que o IVA que o Zé recebe do cliente, deduz do valor que tem de entregar ao Estado de IVA pago nas compras realizadas. Se ele fizer 3000€ de compras, não tem de entregar nada ao Estado.

Se o "amigo" do Zé quiser receber 1000€ por mês líquidos, o Zé vai ter custos com o ordenado dele no valor de 1706,90€ distribuídos da seguinte forma:
Salário Bruto de 1379,31€
Para a TSU, a empresa paga 327,59€ (23,75% sobre o ordenado bruto) e o colaborador paga 151,72€ (11% sobre o ordenado bruto) que são directamente descontados do salário do colaborador.
Ainda paga de IRS 16,5% sobre o ordenado (a contar que o amigo não tem dependentes, senão pagava menos) que resulta num valor de 227,59€
Ou seja, ao valor do salário bruto retira-se os custos suportados pelo colaborador (TSU colaborador + IRS = 151,72€ + 227,59€ respectivamente) que dá 1000€ certos. Mas a empresa ainda tem de pagar a TSU dela que é de 327,59€ que acresce ao salário bruto, totalizando 1706,90€.

Então, após a venda temos de deduzir os custos com ordenados que resulta num lucro da actividade antes de impostos no valor de 603,10€. A este valor, deduz-se 25% de IRC que deixa só 452,33€ e a taxa sobre dividendos que segundo o Orçamento de Estado para 2013 é só de 26,5% o que faz com que o Zé receba apenas 332,46€.

As minhas questões são estas... O Zé fez as contas? porque razão contratou o amigo? só está a contar vender 3000€ por mês? E ele vive dos dividendos? não paga a Seg. Social dele? Não tem ordenado? E não paga a luz, nem os restantes serviços obrigatórios por lei (TOC, Seguro de Acidentes Pessoais, etc)? E não paga renda? E não paga subsídio de alimentação? de férias?
e repito, o Zé fez as contas antes de abrir a empresa? Antes de contratar o amigo? O Zé sabe fazer contas?

Parece-me que não fez contas e se fez não me parece que saiba o que está a fazer.
Resumindo, o Estado come entre o que a empresa e o colaborador desconta, mais de 55% do valor das receitas da empresa. Isto é, andamos a trabalhar para o Estado, estando nós no sector público ou privado. E vendo as coisas como estão, não gostamos muito do nosso patrão! (até rimou!)

Anónimo disse...

"O Zé pelos vistos não vende a consumidores finais logo a contribuição para o PIB é zero"

Sério?!

Portanto a contribuição para o PIB da Cimpor, da TetraPack é zero?! Caro, lá por o PIB ser calculado com base na venda dos produtos finais ( para evitar a dupla contagem), não quer dizer que os bens intermédios não contem. Tomara o PIB português ser movido por grandes produtores intermédios, por exemplo grandes fabricantes de maquinaria industrial, como a Alemanha...

Se preferir pense no Zé a vender 3000 € mês ao consumidor final: as contas alteram-se?

Luís Miguel Sequeira disse...

Pois, eu já fui Zé...

E realmente ainda tive de tirar ao montante final:

- o pagamento aos contabilistas (muito baratinhos no meu caso, mas existe uma tabela mínima)
- o Pagamento Especial por Conta, que se paga quer se tenha lucros, quer não
- as tais múltiplas coimas, etc.

No "meu" caso, tinha duas pessoas a ganhar €500 (vai dar ao mesmo) e até ganhava mais que o Zé. O resultado foi que num ano toda a facturação foi para pagar impostos e custos fixos impostos pelo Estado do ano anterior, que tive de meter no emu bolso. Aliás, tive de arranjar um emprego nesse ano para poder pagar os impostos. No segundo ano, foi tudo para os cofres do Estado, e ninguém que trabalhava na empresa recebeu um tostão. Isso mesmo. E não facturava «apenas» €36.000/ano, mas sim mais do dobro...

Depois, claro, toda a gente me disse que não tinha jeito para empreendedor e que era melhor acabar com a mania de criar empresas. Assim fiz. À excepção de uma, todas as restantes empresas foram «destruídas», directa ou indirectamente, pelo «peso» do Estado.

Claro que isto se aplica apenas ao caso de pico-empresas. Se o Zé conseguisse, logo à partida, dez clientes a pagar €3000 cada, então estava safo: pois há custos fixos que são absolutos, e que se tornam assim reduzidos. Mesmo os custos relativos, em percentagem, quando se aplicam a uma PME que factura imenso, «doiem» menos, no mesmo sentido que alguém que ganha €5000 brutos por mês, se ficar só com €2000 líquidos, ainda tem q.b. para gastar e para fazer uma vida confortável.

Ora não conheço o caso irlandês (pegando no exemplo) — mas conheço o caso americano e inglês. Em ambos países, têm uma política de apoio real às PMEs. Qualquer entidade, singular ou colectiva, que facture menos de €100.000/ano (pouco mais ou menos), não paga impostos. Sei isso porque tenho um amigo que fez uma empresa «irmã» de uma minha, em NY, com colaboração em regime de joint venture. No mesmo ano em que ambas as empresas do lado do Atlântico facturaram uns 70 ou 80 mil Euros, ele pagou de impostos... US$57. Nós do lado de cá, facturando o mesmo, e descontando todas as «obrigatoriedades» dos custos fixos recorrentes, ficámos com zero. Bem, não bem, uma das pessoas ainda levou 4 ou 5 salários mínimos para casa, antes do Estado ficar com o resto. Eu tinha dois empregos para me sustentar enquanto trabalhava de borla para a empresa.

Luís Miguel Sequeira disse...

A moral da história, para mim, foi simples. Se não houver logo uma ideia para se facturar uns 30 ou 40 mil Euros mensalmente, com facturação garantida periodicamente, nem vale a pena começar um negócio. O problema é que nem todas as boas ideias dão para «encaixar» isso logo no primeiro mês. Começa-se como o Zé: um cliente e uns punhados de Euros. E para esse tipo de ideias, o Estado mata-nos logo à cabeça.

Com a agravante de que, ao final dessa «experiência», como o Zé foi um «porco capitalista» (que é assim que os empreendedores são classificados pelo Estado), no final do projecto, quando falir a empresa por incapacidade de pagar ao Estado tudo o que deve — mesmo que não tenha clientes, paga à mesma! — o Zé fica no desemprego sem receber um tostão: o «patronato» não tem direito a subsídio de desemprego ou quaisquer apoios sociais. E é mal visto se se inscrever num Centro de Emprego, que é suposto ser apenas para o «proletariado» e não para os «porcos capitalistas» que vivem de ideias que lhes €422 (ou menos) por mês.

Conclusão: da próxima vez que o Zé tiver uma boa ideia e um potencial cliente, que vá imediatamente para o Reino Unido, ou, melhor ainda, para os Estados Unidos. E pode facturar o cliente, mesmo sendo português, sem qualquer problema. Claro que depois será acusado de «fuga de capitais» e de «fuga de inteligência» por parte dos portugueses. Mas no país onde estabelecer a sua sede social será aclamado como um herói, pois, ao vender para Portugal, passa a ser considerado uma «empresa exportadora», beneficiando a balança de transacções comerciais, e ainda lhe agradecerão por isso, para além de não lhe cobrarem praticamente impostos nenhuns...

Nos Estados Unidos, quando as empresas vão à falência (sem ser por razões criminais... mas sim porque algo correu mal no negócio), os empreendedores não são ostracizados. Em vez disso, recebem uns 20.000 dólares para começarem de novo (depende do estado). A ideia é que as empresas podem falir, mas o espírito empreendedor e de risco é raro, e, como tal, para garantir uma economia dinâmica e inovadora, é preciso captivar os empreendedores. Mas pronto, trata-se de um país capitalista em que ganhar dinheiro é um valor da sociedade que deve ser incentivado :)

No início deste século, até mesmo na vizinha Espanha, a Região Autónoma da Andaluzia — uma das regiões mais pobres de Espanha — incentivava os empresários que se queriam estabelecer lá, dando-lhes um subsídio a fundo perdido de €20.000, e isenção total do pagamento de quaisquer impostos (taxas, segurança social, etc.) durante três anos. Imensos portugueses atravessaram a fronteira para estabelecer lá a sua sede social. Os andaluzes queriam lá saber; as boas ideias dos portugueses eram tão boas como as deles, e o que contava, para o governo andaluz, era dizer que tinham mais empresas inovadoras a facturar em Espanha e a contribuir para o PIB espanhol. Chegaram mesmo a enviar delegações a Lisboa para convencerem empreendedores portugueses a estabelecerem-se no parque tecnológico que tinham construído lá só para albergar este tipo de ideias. Não faço a menor ideia como é que a situação está lá hoje, nem quantos empresários portugueses foram para lá. Sei de alguns. Se calhar foram milhares!

É de admirar que então ninguém queira ser empreendedor em Portugal, mas que não tenha problema algum em ir ser empreendedor «lá fora»?

Vivendi disse...

É tudo muito surreal. Muitas histórias empresariais estão ainda por contar, como ter de devolver o IVA ao estado sem ter recebido ainda do cliente, pagar um imposto anual obrigatório por ser empresa e não estar sediada na off-shore Madeira para ficar isenta e por aí fora...

Os empreendedores tem de ser mais fléxiveis que a própria plasticina e imagine-se agora o status quo da função pública que tem como salário médio nada menos nada mais que 1600 € garantidos ao fim do mês faça chuva faça sol.

E quem defende a importância do papel do Estado na economia esquece-se frequentemente o mais importante:
Os funcionários públicos não pagam impostos.

Os funcionários públicos trabalham para o Estado e o Estado obtém as suas receitas através de impostos, na realidade a Função Pública é simplesmente uma consumidora de impostos e não uma contribuinte de impostos*.

Todo e qualquer corte no estado será sempre benéfico pois trata-se de dinheiro que será devolvido à economia real, aos privados que são quem criam efetivamente a riqueza.


* O funcionário público não paga impostos porque independentemente da quantia que ele receba e supostamente desconta estamos sempre a falar de dinheiro que foi retirado ao setor privado.

Unknown disse...

Em relação à questão do IVA, É ÓBVIO QUE O ARTIGO É ENGANADOR.

O IVA é pago pelo consumidor, e só. Ele é devolvido às Empresas.

O IVA atrapalha empresas que esperam muito para receber. De resto é apenas uma necessidade de tesouraria com um custo financeiro ridículo, e às vezes o contrario até, por exemplo o retalho recebe IVA do cliente a pronto e só o entrega muito mais tarde.

Alexandre disse...

Porque é que o Zé não arranja um estagiário? O amigo querer ganhar 1000€ limpos, saído da faculdade, é esticar a corda. O Zé pode propor uma sociedade ao amigo, cada um ganha 700€ e quando venderem mais uma unidade, já podem ambos ganhar 1000€ e ainda ter lucro a sobrar. Se o produto é bom, não deve ser difícil vender a segunda unidade...

O Zé precisa é de não ter uma visão curta e pensar mais a longo prazo.

Helder Antunes disse...

Realmente dá que pensar, mas há 2 erros nas permissas:

1º um empresa que compra hardware, pode deduzir IVA, logo o preço a que está disposto a pagar é sem IVA, pelo que o correcto é 3000€ + IVA;

2º quando se contrata um trabalhador, o salário base não é o líquido, pois ao salário base há o desconto por parte do empregado de TSU e de IRS, pelo que o valor indicado não é o correcto.

O problema fundamental que se nota, é que realmente os portugueses não têm formação suficiente em fazer um plano de negócios, pelo que deveria haver um módulo em todos os cursos, de forma a dotar os portugueses com mais uma ferramenta que lhes poderá ser útil.

Unknown disse...

Muito bom! Já partilhei!

Anónimo disse...

É espantoso o atrevimento da ignorância. Pessoas que sempre foram empregados a "ralhar" que Zé não sabe fazer contas.

"(IVA)Imposto é Inócuo"

"Inócuo!?! Vá comprar ou fabricar mercadoria sem olhar ao preço final a ver se não fica com ela dentro da empresa.

...como "muitas pessoas (desgraçadamente muitas delas com responsabilidades) assumem que o IVA é um pormenor ultrapassável.

Não é. Só quem nunca teve de conquistar um cliente pensa assim. É esta mentalidade de empregado, que nunca fechou um negócio, que nos condena. É que se o IVa é esse pormenor a que ninguém liga, então que o subam para 100%, solucionavam o défice e viviam felizes para sempre. Mas lhe garanto que se um cliente ( e é uma sorte ter um cliente) tem 10 € no bolso, não adianta pedir-lhe 12,30€. Mesmo que faça muita força.

Esta gente acredita que os clientes são um dado adquirido das empresas. O resultado está à vista."

Força no IVA: para estas pessoas pagar por um bitoque por 10 ou por 20 euros tanto faz.

Impressionante também que são os primeiros a bradar que o empregado ganha demais... se fossem eles empresários pagavam o ordenado mínimo, com sorte.


De novo: o preço final de venda do produto- um elemento chave em qualquer plano de negócio - é 3000€, não 3690€!

Anónimo disse...

É impressionante como se esforçam para tentar tapar o sol com a peneira.. os "erros" que mencionas, não são erros nenhuns, são factos. Eu facilito-te a leitura:
1º A empresa cliente só quer pagar 3000 euros pelo produto, ponto final. Acabou. Não insistas mais.
2º O empregado (qualificado) quer 1000 euros por mês liquidos (o Zé que se amanhe para os conseguir), ponto final. Acabou. Não insistas mais.

ARTUR OLIVEIRA disse...

Caro Carlos Pinto,
Lamento mas as contas estão mal feitas!
1º o Iva é suportado pelo cliente e não pelo Zé.
2ºNão estão contabilizados os custos de fabrico, nem a dedução dos valores referentes a retenção na fonte.
3ºO valor recebido pelo Zé de 422 euros refere-se ao lucro que decvorrente do trabalho do seu empregado e não ao seu sal´rio ou proveitos!
Enfim o que é certo é que o Estado recebe 1578 euros de 2439 e o trabaçho do Zé só dá um lucro final de 422 euros ( já depois de lhe pagar o salário), ou seja o Estado (sem fazer nada) ganha mais que o empresário!
Ora assim até eu,... lloollle!!!
Estas são as contas.
Cumprimentos
Artur Oliveira

Anónimo disse...

Não compreendi porque é q o Zé paga IRC antes de pagar o seu próprio ordenado. Ele só pagará IRC se tiver lucros. Para não o ter de fazer, ele deve apresentar custos que cubram os lucros (os lucros são o preço menos os custo).

Para além do seu custo (o zé poderia não ser trabalhador e apenas sócio, recebendo apenas dividendos ao fim do ano), ainda terá outras despesas (onde inclusive irá recuperar o IVA).

Normalmente o Zé irá colocar uma série de "despesas de representação, etc. que se adiciona ao seu salário (e lhe permite consumir "sem iva" uma série de coisas).

Por fim, o Zé devia saber que o preço resulta do custo + lucro. O Zé deveria ter chegado ao preço fazendo o caminho inverso. Calculando quando lhe custa e vendo qual a procura que consegue a esse valor. Se não tiver concorrentes que consigam fazer a esse preço ele ficará com o cliente. Se houver concorrentes que consigam faze-lo com custos mais baixos e qualidade similar, ele não terá clientes.

O problema, muitas vezes, é que há uma série de Zés na economia que não fazem as contas e destroem o mercado enquanto não vão à falencia. Se não houvesse Zés, o cliente, necessitando mesmo do produto, acabaria por pagar o que ele custa.

Dessa forma, oferta e procura encontram-se entre os custos de produzir pela oferta e o rendimento disponível da procura.

Como todos os concorrentes pagam os mesmo impostos que o Zé, o cliente só encontrará um produto ao preço que cobre os custos.

Tipos como o Zé, que desvirtuam o mercado, ainda que provisoriamente, por não saberem fazer contas, devem ser levados à falencia o mais rapidamente possível (infelizmente isso é o mais comum entre informáticos e designers. Arquitetos e Advogados têm tabelas profissionais q evitam muitos disparates).

É por causa de tipos como o Zé que empresas de informática e de design têm tantos problemas no nosso país. Há sempre um chico esperto que "faz mais barato"

Também é dito que, no capitalismo, em livre concorrência, os lucros tendem a desaparecer já que são alinhados pelo nível dos custos de operação mais o custo de oportunidade (que justifica não termos simplesmente o dinheiro no banco).

Dito isto, o melhor era que Economia fosse uma disciplina do secundário como a Historia e a Fisica.
Podia simplesmente ser, como na Alemanha, que mesmo para se ter uma emrpesa de canalização ou uma padaria (qq "patrão) têm de ter um curso de 6 meses onde aprendem contabilidade e fiscalidade. Só assim podem ter empregados.

Só uma sugestão
(e espero q o Zé refaça as contas e vá falar com o cliente ou saia do caminho)

Anónimo disse...

Não compreendi porque é q o Zé paga IRC antes de pagar o seu próprio ordenado. Ele só pagará IRC se tiver lucros. Para não o ter de fazer, ele deve apresentar custos que cubram os lucros (os lucros são o preço menos os custo).

Para além do seu custo (o zé poderia não ser trabalhador e apenas sócio, recebendo apenas dividendos ao fim do ano), ainda terá outras despesas (onde inclusive irá recuperar o IVA).

Normalmente o Zé irá colocar uma série de "despesas de representação, etc. que se adiciona ao seu salário (e lhe permite consumir "sem iva" uma série de coisas).

Por fim, o Zé devia saber que o preço resulta do custo + lucro. O Zé deveria ter chegado ao preço fazendo o caminho inverso. Calculando quando lhe custa e vendo qual a procura que consegue a esse valor. Se não tiver concorrentes que consigam fazer a esse preço ele ficará com o cliente. Se houver concorrentes que consigam faze-lo com custos mais baixos e qualidade similar, ele não terá clientes.

O problema, muitas vezes, é que há uma série de Zés na economia que não fazem as contas e destroem o mercado enquanto não vão à falencia. Se não houvesse Zés, o cliente, necessitando mesmo do produto, acabaria por pagar o que ele custa.

Dessa forma, oferta e procura encontram-se entre os custos de produzir pela oferta e o rendimento disponível da procura.

Como todos os concorrentes pagam os mesmo impostos que o Zé, o cliente só encontrará um produto ao preço que cobre os custos.

Tipos como o Zé, que desvirtuam o mercado, ainda que provisoriamente, por não saberem fazer contas, devem ser levados à falencia o mais rapidamente possível (infelizmente isso é o mais comum entre informáticos e designers. Arquitetos e Advogados têm tabelas profissionais q evitam muitos disparates).

É por causa de tipos como o Zé que empresas de informática e de design têm tantos problemas no nosso país. Há sempre um chico esperto que "faz mais barato"

Também é dito que, no capitalismo, em livre concorrência, os lucros tendem a desaparecer já que são alinhados pelo nível dos custos de operação mais o custo de oportunidade (que justifica não termos simplesmente o dinheiro no banco).

Dito isto, o melhor era que Economia fosse uma disciplina do secundário como a Historia e a Fisica.
Podia simplesmente ser, como na Alemanha, que mesmo para se ter uma emrpesa de canalização ou uma padaria (qq "patrão) têm de ter um curso de 6 meses onde aprendem contabilidade e fiscalidade. Só assim podem ter empregados.

Só uma sugestão
(e espero q o Zé refaça as contas e vá falar com o cliente ou saia do caminho)

Carlos disse...

Caro mecanosfera,

Conforme fica evidente pelo post, e se dúvidas houvesse, pelo exemplo real aqui trazido pelo Luis Miguel Sequeira, o Zé não tem quaisquer condições de se pagar um ordenado neste caso. Não há dinheiro para isso. A não ser, claro, que o SMN desça :)

Carlos disse...

Isto (do mecanosfera):

"Por fim, o Zé devia saber que o preço resulta do custo + lucro. O Zé deveria ter chegado ao preço fazendo o caminho inverso"

é esclarecedor da forma como se pensa em Portugal. Perceber que uma coisa só vale aquilo que alguém está disposto a pagar por ela é algo que não passa pela cabeça de muito boa gente. Mas não deixa de ser verdade por isso.

João Pires disse...

Boas, não podes dizer que a estagnação económica dos últimos dez anos se deve ao nível de impostos que são usados hoje.
O máximo que podes dizer é que hoje não se produz e cria emprego devido a esses encargos tão elevados.

Wine&Shine - Comunicação ao serviço do vinho disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Caro mecanosfera,

Não sei em que escola o mecanosfera "aprendeu" economia, mas parece a escola económica estalinista.

Vejamos, para si o preço do produto faz-se a partir do custo, não do que o mercado está disposto a oferecer. Depois os preços são tabelados e/ou defendidos por corporações. Fantástico.

Claro que só concebe a produção de produtos já existentes e indispensáveis: nas prateleiras da sua sociedade só há pão e papel higiénico ( e mesmo isso...)

Nesse seu mundo Ipads e Coca Cola são impossibilidades técnicas. Inovação é coisa que nem pode existir.

Com a sua ligeireza lá mandou o Zé sair da frente. Mas nem era preciso: faz tempo que ele saiu da frente. Muitos Zés fecharam ( ou nem abriram) empresas, levaram os empregos a abriram caminho aos mecânicos como você. Força: só espero não estar cá para vê-lo passar da sua teoria à prática.

Anónimo disse...

Caro Carlos,

Não estou certo de ter compreendido as respostas... se me está a escapar algo, peço desde já desculpas pelos meus reparos...

Parece-me que não compreendeu o que estou a dizer.
a) Se o Zé não consegue ter um preço concorrencial, irá à falencia. É bom que assim seja. E que aconteça rápido.

Todos os concorrentes do Zé pagam os mesmo impostos que ele. Se conseguem fazer o mesmo mais barato, então devem ficar com os clientes e o Zé deve desaparecer.

Se o produto do Zé não encontra clientes ao preço que ele consegue fazer (o custo que tem + o lucro que quer ter pelo risco que assume), então não deve avançar.

Isto não é um "Português a pensar". Do que sei, faz parte de compreendermos economia (o que é a "optimização de alocação de recursos sociais").

A questão fiscal é aqui secundária para a competitividade do Zé.

b) Quanto à relação entre o "valor" e o "preço"... parece-me que não leu (ou não compreendeu) a conclusão da frase:

"Se não tiver concorrentes que consigam fazer a esse preço, ele ficará com o cliente. Se houver concorrentes que consigam faze-lo com custos mais baixos e qualidade similar, ele não terá clientes (...) Se não houvesse Zés, o cliente, necessitando mesmo do produto, acabaria por pagar o que ele custa."

Darmos um preço não significa que o consigamos receber. Quer dizer que é com base nele que vamos concorrer com outros. Fazermos um preço abaixo do nosso custo chama-se dumping. Zés que o façam devem ser castigados.

O "valor", como refere é realmente aquele que o cliente está dispost a pagar, perante concorrentes diretos e produtos substitutos (tendo em conta a sua utilidade marginal).

O que o Carlos parece não perceber é que eu provavelmente acho que o Zé não devia ter a empresa porque apenas desvirtua o mercado (dá a impressão ao seu cliente que pode ter algo por um certo preço que, na verdade é apenas resultado da patetice do Zé, em vez de recorrer a uma empresa séria).

Se calhar o "meu caso" é em empresas que têm que se confrontar com todos estes "Zés" chicos espertos que apresentam orçamentos disparatados (e não é apenas por causa dos impostos mas também má avaliação do tempo necessário, dos custos associados, etc etc.

Isto tudo não tem nada a ver com "portugueses a pensar". Tem a ver com economia (penso que não leu com a devida atenção o post e reagiu a frio).

Anónimo disse...

Mas o seu post e o seu comentário são talvez "esclarecedores da forma como se pensa em Portugal." Na sua perspectiva, do que percebo, " se todos escapássemos aos impostos é que éramos competitivos" (esquecendo-se que também os concorrentes deixariam de os pagar e, simplesmente, os preços todos iriam descer para o novo nível de custos, mas com um estado ainda menos capaz).

Parece-me que tem alguma dificuldade em pensar a economia como um sistema.

Deixar de pagar segurança social significa apenas que outra organização qualquer irá prestar esses serviços. Significa que os salários terão que permitir aos seus trabalhadores pagar os seguros privados (e esses irão resultar de um mercado de trabalho, onde se deverá incluir os sindicatos enquanto "traders").

Pode dizer que acha que os privados irão ser mais eficazes na alocação dos recursos, fazendo com que a saúde se torne mais barata, por ex. Mas não tem provas (os EUA não o são. Os países nórdicos também não). É uma profissão de fé.

Podemos não pagar nem para a educação nem para a segurança. Significa apenas que não irá garantir igualdade de oportunidades (para além da igualdade de direitos) e terá uma sociedade em geral menos educada e menos segura (ainda que surjam empresas para o fazer, com custos que alguns ordenados terão de conseguir cobrir). No fim terá provavelmente uma mão de obra menos especializada e custos de segurança superiores (isto acontece nos países de Africa, por ex.)

disse...

os detractores dividem-se:

- uns acusam as contas mal feitas, com alguma razão. mas de pormenor, sem influência na disparidade asfixiante entre custo, imposto, e lucro.

- outros defendem as cunhas e amizades bem colocadas como modus operandi, por um lado,, como se todos as tivessem, e por outro defendem os ordenados baixos e o esclavagismo. há ainda os que defendem que o Zé devia ser chico-esperto e saber contabilidade criativa de ante-mão. que é como quem diz, são chico-espertos e sem pudor em demonstrá-lo.

ou seja, o Zé tem que criar um produto caro para ter lucro. caro significa não-competitivo. não serve para exportar, mais cedo ou mais tarde é esmagado no mercado interno por um produto importado ao preço de pipocas.

ou então, que merda, se calhar o empreendedorismo que este país promove deve partir de quem tem dinheiro e influência para iniciar a produção na escala apropriada, respeitando os próprios trabalhadores através dos ordenados e respeitando o país através dos impostos. estamos bem entregues.

Paulo Trezentos disse...

1- O Zé devia convencer o amigo a trabalhar 6 meses a troco de equity
2- No início, o Zé podia trabalhar para terceiros e à noite / fds trabalhar no seu projecto
3-O Zé devia falar com a Joana, que tirou Gestão no ISCTE e um MBA Nova/Católica para o ajudar num business plano que permita escalar as operações.
4- o único cliente do Zé vai tentar que o produto dela desenvolvido à sua medida. Deve recusar e fazer um produto que possa chegar ao mercado global
5- O ecossistema de garagem não funciona em Portugal porque não temos meetups técnicas e os empreendedores acabam isolados. Devia falar com o João e ir para a Startup Lisboa ou outra incubadora (betaI,...)
6- Lá, deve evitar a empreendedorite aguda e não andar a saltar de evento e evento. Concentrar no essencial de manha à noite : fazer um grande produto
7- O Zé deve viajar. Ir a São Francisco(640 euros viagem +400 USD estadia). Deve tentar reunir com os seus competidores, potenciais clientes, portugueses que lá estejam para tentar modelar o seu produto.

O Zé sonha. A empresa acontece.
Com as condições que temos ou apesar delas.


Paulo Trezentos disse...

1- O Zé devia convencer o amigo a trabalhar 6 meses a troco de equity
2- No início, o Zé podia trabalhar para terceiros e à noite / fds trabalhar no seu projecto
3-O Zé devia falar com a Joana, que tirou Gestão no ISCTE e um MBA Nova/Católica para o ajudar num business plano que permita escalar as operações.
4- o único cliente do Zé vai tentar que o produto dela desenvolvido à sua medida. Deve recusar e fazer um produto que possa chegar ao mercado global
5- O ecossistema de garagem não funciona em Portugal porque não temos meetups técnicas e os empreendedores acabam isolados. Devia falar com o João e ir para a Startup Lisboa ou outra incubadora (betaI,...)
6- Lá, deve evitar a empreendedorite aguda e não andar a saltar de evento e evento. Concentrar no essencial de manha à noite : fazer um grande produto
7- O Zé deve viajar. Ir a São Francisco(640 euros viagem +400 USD estadia). Deve tentar reunir com os seus competidores, potenciais clientes, portugueses que lá estejam para tentar modelar o seu produto.

O Zé sonha. A empresa acontece.
Com as condições que temos ou apesar delas.


Paulo Trezentos disse...

1- O Zé devia convencer o amigo a trabalhar 6 meses a troco de equity
2- No início, o Zé podia trabalhar para terceiros e à noite / fds trabalhar no seu projecto
3-O Zé devia falar com a Joana, que tirou Gestão no ISCTE e um MBA Nova/Católica para o ajudar num business plano que permita escalar as operações.
4- o único cliente do Zé vai tentar que o produto dela desenvolvido à sua medida. Deve recusar e fazer um produto que possa chegar ao mercado global
5- O ecossistema de garagem não funciona em Portugal porque não temos meetups técnicas e os empreendedores acabam isolados. Devia falar com o João e ir para a Startup Lisboa ou outra incubadora (betaI,...)
6- Lá, deve evitar a empreendedorite aguda e não andar a saltar de evento e evento. Concentrar no essencial de manha à noite : fazer um grande produto
7- O Zé deve viajar. Ir a São Francisco(640 euros viagem +400 USD estadia). Deve tentar reunir com os seus competidores, potenciais clientes, portugueses que lá estejam para tentar modelar o seu produto.

O Zé sonha. A empresa acontece.
Com as condições que temos ou apesar delas.


Paulo Trezentos disse...

1- O Zé devia convencer o amigo a trabalhar 6 meses a troco de equity
2- No início, o Zé podia trabalhar para terceiros e à noite / fds trabalhar no seu projecto
3-O Zé devia falar com a Joana, que tirou Gestão no ISCTE e um MBA Nova/Católica para o ajudar num business plano que permita escalar as operações.
4- o único cliente do Zé vai tentar que o produto dela desenvolvido à sua medida. Deve recusar e fazer um produto que possa chegar ao mercado global
5- O ecossistema de garagem não funciona em Portugal porque não temos meetups técnicas e os empreendedores acabam isolados. Devia falar com o João e ir para a Startup Lisboa ou outra incubadora (betaI,...)
6- Lá, deve evitar a empreendedorite aguda e não andar a saltar de evento e evento. Concentrar no essencial de manha à noite : fazer um grande produto
7- O Zé deve viajar. Ir a São Francisco(640 euros viagem +400 USD estadia). Deve tentar reunir com os seus competidores, potenciais clientes, portugueses que lá estejam para tentar modelar o seu produto.

O Zé sonha. A empresa acontece.
Com as condições que temos ou apesar delas.


Carlos disse...

Discute-se imenso aquilo que o Zé devia fazer, ou não fazer (parece ser esta última alternativa a preferida).

Discute-se igualmente o que o empregado do Zé devia aceitar ou não aceitar.

Agora, questionar o desvio brutal de recursos para o Estado (nas contas optimistas do post são 53% do valor gerado), tá quieto. Chega-se ao desplante de dizer que o IVA é inócuo, vejam só. Como alguém aqui já afirmou não sei porque é que não se aumenta esse imposto, afinal, apenas com um "pequeno" aumento de uns 10% (perfeitamente inócuo) resolviamos o nosso problema da divida num instante.

Anónimo disse...

Troca directa de serviços e produtos também é taxada?
Posso trocar as minhas horas de trabalho por libras de ouro? Não havendo transição monetária, mas sim de valor como é que se processam taxas e impostos?

Carlos disse...

Apenas uma nota, mecanosfera, depreendo pela sua resposta aos meus comentários que me está a confundir com o autor do post. Apesar da concidência de pontos de vista e primeiro nome, somos pessoas diferentes :)

Anónimo disse...

O melhor que o zé tem a fazer é pagar a um intérprete e ir fundar a sua empresa na alemanha, operando a partir de portugal.

Anónimo disse...

"Tomara o PIB português ser movido por grandes produtores intermédios, por exemplo grandes fabricantes de maquinaria industrial, como a Alemanha"

Isto são exportações logo contam para o PIB! Que grande confusão vai na cabeça destas inteligências.

PIB = C + I + G + X - M

Vai à Wikipédia.

Cfe disse...

Só pelo tom das afirmações de que o "iva é inócuo" ou "o cliente é que paga o IVA" dá para perceber que essas pessoas nunca trabalharam no setor de vendas.

Uma aulinha para vocês:

http://www.mises.org.br/EbookChapter.aspx?id=478

Cfe disse...

E parem de falar que "o cliente paga o iva" porque o cliente paga a mercadoria e o agente que o vende tem de encaixar todos os fatores no preço.
.
Se a empresa continua aberta e cobre seus custos, o cliente está a pagar tudo. Até as "ofertas"...

Cfe disse...

Se o Iva é inócuo, então porque a medida que taxa sobe a arrecadação cai ?

Porque o preço final - exceção dos monopólios - já está decidido independente da vontade de quem vende.

Anónimo disse...

Fui eu o anónimo que primeiro disse que o Iva é inócuo. E reafirmo, porque a maior parte da gentinha que por aqui anda sabe muito pouco do que seja, nomeadamente português e aritmética (não é matemática), ou seja aquilo que se aprendia antigamente na 4ª classe da primária!!!
E o postador labora no mesmo erro ao desenvolver um raciocínio linear, mas totalmente errado do ponto de vista económico.
Portanto metam na cabeça: no circuito intermédio o IVA só serve para recuperar as deduções a que a empresa tem direito nas suas despesas, entregando o resto ao Estado. Não é um custo, nem é um proveito!!! E o dinheiro do IVA nunca é da empresa, mas sim um imposto que esta arrecada para o Estado! Perceberam sua cambada de nabos! Isto é o abc de qualquer aprendiz de contabilista, empresário ou economista!!! O problema neste País é que ninguém quer ser aprendiz, e depois armam-se todos em doutores a mandar bitaites para a atmosfera!!!
Há um que até diz que o IVA de 3000 euros com imposto incluido é de 690,00 Euros!!! Valha-nos Santo António!...
Agora no preço ao consumidor final o IVA conta claro. Onde está a dúvida?!...
A base disto tudo é um problema de fixação de preços dos produtos ou dos serviços que se prestam ou vendem.
Em qualquer actividade onde se imputem 10 de custos e só se obtenham 9 de proveitos é deficitária e, ou vai à falência ou arranja quem financie!!! Exactamente o mesmo que se passa com o Estado!...
Além disso, há uma outra ideia parva que o posto transmite: é que bastaria ter uma boa ideia e mercado para ela para logo ter sucesso empresarial! Essa agora??? Então parte-se do zero, e quer-se ganhar a lotaria na primeira aposta?!!! Isso é a cultura da facilidade em que toda a gente viveu por anos demais...
Agora é mais sangue suor e lágrimas!...

Anónimo disse...

Já agora uma outra coisinha sff: um serviço ou um produto, mesmo tendo mercado, nas cujo preço final não remunera integralmente a totalidade dos custos, pura e simplesmente não presta, porque não suporta qualquer solução empresarial respeitando a lei e a regras de mercado!...
Certo?...
É claro que se pode sempre enveredar pelo mercado paralelo, como é óbvio!
Também é uma solução.
Mas convinha que então alguém explicasse como é que no futuro se vai arranjar dinnheiro para suportar as despesas do estado de que ninguém quer abdicar: médico e escola de borla, estradas para fazer turismo, reforma aos 50 anos, etc, e tal!...
Isto é uma gaita: em Portugal anda tudo a ver se se "orienta" e depois quando alguém exige (governo, troika, bancos...) aqui del-rei que são todos uns chulos e uns ladrões que nos obrigam a pagar impostos!...

Anónimo disse...

O senhor anónimo de cima pode sempre subir o IVA até, sei lá 100% ou até 1000%, atendendo à gula e necessidade estatal.

Mas se percebe estrangeiro passe antes pela wikipedia, sobre VAT:

"A VAT, like most taxes, distorts what would have happened without it. Because the price for someone rises, the quantity of goods traded decreases. Correspondingly, some people are worse off by more than the government is made better off by tax income. That is, more is lost due to supply and demand shifts than is gained in tax. This is known as a deadweight loss. If the income lost by the economy is greater than the government's income; the tax is inefficient."

Anónimo disse...

Essa é só uma teoria sobre o IVA, como há tantas!...
O problema do IVA é que alargou a base de tributação para níveis nunca antes atingidos e isso permitiu alicerçar um crescimento brutal das despesas do Estado, o que foi um erro crasso.
Como é um imposto variável (tem a ver com a actividade económica), em períodos de abrandamento ou recessão, os valores arrecadados variam em proporção geométrica! Daí o problema geral no financiamento das despesas com o EStado, que, regra geral, andou a basear o seu crescimento ao longo de décadas em impostos variáveis!!!
É um erro brutal financiar despesas fixas com receitas variáveis, mas foi o que se fez!...
Mas quem é que ia explicar às sumidades que nos têm governado esta verdade de La Palisse?!...
E quem é que ia aceitar diminuir o que fosse, quando o crédito e o dinheiro da Europa circulava por aí a rodos?
Pois, mas agora vêm dizer-nos que o Zé, coitado, não consegue trabalhar para pagar os impostos!... nem criar empresas!...

Anónimo disse...

"Dizem ao Zé que há empresas grandes que pagam bastante menos impostos recorrendo a truques contabilísticos, mas o Zé não tem grandes condições para contratar contabilistas."

O Zé se recebe dividendos é porque criou um sociedade anónima logo para além do TOC vai ter de pagar um ROC.

Este Zé é mesmo burro ...

Anónimo disse...

Os custos com o pessoal representam 69% do volume de facturação e o Zé fica admirado por receber apenas €422!?!?
O Zé é como o Estado: 70% é gasto em custos com o pessoal.

Pedro disse...

que coisa tao estupida, entao para aumentar a empresa tambem tem de aumentar um empregado por produto?
Duvido que o "zé" tenha algum curso universitario de ENGENHARIA Informática, pois teria algumas noções básicas, além de que, sendo 1 empregado por produto, significa que o "Zé" não faz nada, porque ao incluir o amigo dele como empregado e trabalhando ao mesmo tempo, seriam 2 produtos e nao um produtor pelos dois, sendo "Zé" inteligente por ter acabado o curso também saberia como poupar em publicidade, lançar-se na internet com publicidade gratuita e aumentar o nº de clientes, se o produto fosse realmente bom e com bastante PROCURA, entao o "Zé" pensaria em contratar mais empregados.


Santa ignorancia... -_-

Cfe disse...


Um bom administrador, não importa em que elo da cadeia atue olha sempre para a relação custo-benefício de tudo o que é adquirido para a empresa.

O fato de algo custar 3000 com iva incluido ou 3000 MAIS iva faz toda a diferença.

Mas pronto... os nabos são os que percebem isto.

Anónimo disse...

Caros, fui buscar dois comentários para incluir aqui: 1 à Montanha de Sisifo, o segundo à notícia que saiu no DV:

"Rodrigo diz:
24 de Abril de 2013 às 7:47

Olá Zé, ser empreendedor não é fácil e concordo contigo que o país onde estamos não ajuda.
Uma pequena comparação para a mesma empresa aberta no Reino Unido:
Constituição da empresa:
- Trabalhador em nome individual: pagamento para a segurança social de 10€ por mês e declaração anual de rendimentos parecido com Portugal;
- Empresa Limitada:
Constituição: 20€ online
TOC: só precisas de TOC/Auditor depois de facturar 2 milhões de euros anuais
IVA: só precisas de te registar para efeitos de IVA quando facturares mais de 80’000€/ ano
IVA: podes optar por pagar o IVA com base nos recebimentos e pagamentos em vez da data de factura como em Portugal
TSU/IRS: Quando tens um empregado o custo para a empresa sobre esse empregado é de cerca de 8%
Contrato de trabalho: não existe nenhuma indemnização de despedimentos, os bons ganham mais (pagamentos com base na produtividade) e os maus tem de procurar trabalho noutro sítio.
IRC: Perto dos 20% mas como estas a criar um produto inovador há um incentivo fiscal que te permite deduzir cerca de 50% a mais dos custos de desenvolvimento do produto (empregado, etc…)

Ao fim ao cabo
Vendas de 3000€
Empregado: 1000€
TSU/IRS: 80€
IVA: 0€
TOC: 0€
IRC: +-15% * 1920€= 190€
Incentivo para o empresário: 1730€
Potencial de atrair investimento: MUITO ALTO
Potencial para vender a ideia/empresa: MUITO ALTO

Sou TOC em portugal e fui director financeiro numa startup em Londres durante 3 anos. Estes valores são reais e podem ser confirmados.
A única relação entre os 2 países é que o Reino Unido não tem um estado social, os benefícios sociais são mínimos, propinas anuais 10’000€ (os estudantes descontam do salário quando começam a trabalhar), não há fundo de pensões publico, os desempregados recebem todos o mesmo independentemente do salário anterior (uns 400€/mês) mas a saúde é 100% grátis, taxas moderadoras não existem, o fosso entre ricos e pobres é proporcional ao esforço e mérito de cada um."

"MJoão Afonso | Comentado em 24/04/2013 às 09h17

Percebo lindamente o desalento do Zé. No ano passado, quando quis começar uma coisa pequena com umas amigas, falei com um TOC que, depois de me explicar todas as legalices necessárias à constituição de uma nano-micro-empresa que desse corpo a um hobby de amigas, basicamente me sugeriu que me mantivesse ilegal. Depois, fui às Finanças onde, ao fim de um tempo de explicações, me declararam: «Oh, minha senhora! Não se meta nisso, deixe-se ficar no desemprego!» Vale a pena continuar? Desisti."

Je

Anónimo disse...

Tente lá contratar alguém por 1000 euros no reino unido...

Anónimo disse...

Olá, o meu nome é Zé e quando saí da universidade também fui empresário, 7 anos, de sadomasoquismo como refere um comentador acima ! Vivi 7 anos sem dormir, a trabalhar para todos menos para mim.

Hoje mudei de nome, chamo-me Zé expatriado, ganho entre euros e dólares (ai câmbio) 5.000,00€/mês e não pago um tostão de impostos em Portugal, tirando mais valias; pois é, hoje o Zé tem acções, obrigações, fundos, contas a prazo em euros e dólares, imobiliária... não muito é verdade mas algum !

Moral da história:

- enquanto houver um estado gordo para sustentar, que se sustentem a eles próprios que de mim ninguém teve pena ! Sorte tem o fisco de eu pela net ainda não ter aberto conta no HSBC ou noutro banco fora daí qualquer, mas ainda vou muito a tempo ! Voltem a abusar e metam-se numa situação idêntica ao Chipre que logo vêm como cantam, e para investir não faltam mercados por esse mundo fora !

Já agora, o Zé expatriado é engenheiro electrotécnico, mestrado na melhor faculdade de engenharia do país com 16 valores e não lhe falta emprego cá fora, continuem a apostar nessa maralha agarrada ao funcionalismo público e sustentada a importos que logo falamos !

David Seraos disse...

Excelente post, o seu autor diz que é um post "simples" que mostra só a realidade. Mas pelos comentários nota-se muita gente que não a conhece ou não a quer conhecer.

Aqui em Portugal somos todos treinadores de bancada, só as nossas "tácticas" são as boas!
E vem logo apresentar as falhas ao exemplo, tem as suas pequenas falhas como tudo no Mundo, mas acredito que quando o autor o criou, tentou-o fazer mais simples e geral possível. E Acho que o conseguiu muito bem.

Agradeço ao anónimo que colocou aqui alguns comentários da Montanha de Sisifo, que nos pode mostrar outras realidades.
E que num empreendimento o Estado tenha mais "lucro" que o empreendedor é algo ultrajante! Pois esse "incentivo" leva à fuga de empreendimentos futuros para onde exista "mais liberdade" dos Estados.

Anónimo disse...

excelente artigo e excelentes comentários. Temos quem saiba ,porque não fazemos?

Anónimo disse...

Porque o Zé não faz sócio o seu amigo em vez de lhe pagar um salário absurdo face ao retorno de comercialização de um único produto? Dois sócios, um de cariz operacional e outro de cariz comercial a dividir os dividendos conforme a participação de cada um (p.e. 50/50???)... Acho os Zés Tugas da "geração mais bem preparada de sempre" têm que deixar o modelo familiar de negócios e aprender a criar empresas em parceria, dividindo responsabilidades e ganhos conforme o contributo de cada um para o negócio.
Seria interessante exatamente o mesmo cálculo para outros países Europeus. Estou desconfiado que sobraria menos, sobretudo nos países a norte com que tanto se gosta de comparar Portugal.

Anónimo disse...

Ora nem mais, aí é que bate o ponto: sociedades em Portugal = tragédia!!!

Anónimo disse...

Leiam o que este senhor fala acerca do empreendorismo Português...estamos ao nivel dos países do 3 mundo...

http://www.jornaldenegocios.pt/opiniao/detalhe/histoacuterias_da_carochinha_para_grauacutedos.html

Anónimo disse...

Há comentários muito validos a que quero juntar também este.

O Zé, esqueceu-se de que o seu empregado receberá 14 meses de ordenado ano. O Zé esqueceu-se de que tem de ter contabilidade organizada e que também tem de sustentar toda uma Assembleia da Republica e que enquanto ele passa fome, estes surtudos comem na cantina por 5 euros diarios

André disse...

Mto bem.

Acrescentar escritório e contab

Anónimo disse...

E porque nem só de Zés vive este País, convido-vos a conhecer a história do Manel, um colega de curso do Zé que empreendeu!

http://www.facebook.com/radardeideias

Anónimo disse...

E porque nem só de Zés vive este País, convido-vos a conhecer a história do Manel, um colega de curso do Zé que empreendeu!

http://www.facebook.com/radardeideias

Anónimo disse...

Parabéns pelo texto! A verdade que está por trás do empreendedorismo e que não contam na comunicação social... Preferem os vendedores do bater punho que mais parecem psicólogos para adolescentes com disfunções sexuais.

sofia disse...

Gostava de utilizar este exemplo num livro. Os autores podem-me contactar pff? Obrigada
Sabedoriaalternativa@me.com

Descontos Bons disse...

Boa abordagem.


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B.Dias disse...

Um exemplo simplista de como o Zé não pode ser empresário porque o Zé não reconhece que não tem produto com mercado que sustente uma empresa com dois trabalhores. (Já nem falo nos inúmeros lapsos contabilísticos...)

Das duas uma, ou o Zé arranja financiamento para poder sobreviver até ter um mercado suficiente rentável (pesquisas de mercado minimamente sérias são um "must") ou tem que reconhecer que o produto não tem valor e tentar outra ideia.

O exemplo prova bem que faltam ao Zé qualidades essenciais para ser um empresário, quanto mais
um empreendedor...

Já agora, não se esqueçam que o Estado, esse papão, lhe proporcionará (a ele e ao empregado) cuidados de saúde, segurança, justiça e foi quem lhes pagou a maior parte da educação. Com um estado neo-liberal, o Zé e o empregado teriam mais lucro, mas teriam que pagar diretamente seguros de saúde, planos de poupança reforma, educação, etc. Façam lá as contas e depois vamos ver se sobra mais...

B.Dias

Anónimo disse...

Rentabilizar o seu dinheiro sem empregados!

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Unknown disse...

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disse...

Boa tarde,
Nao seria mais vantajoso para o Zé,que iniciou agora o seu negocio,começar como ENI e futuramente,caso o volume de negocios se justificasse,constituir empresa?

disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Buno disse...

Então a razão para a falta de empreendedorismo é, uh, existirem impostos? Num modelo provavelmente muito semelhante a qualquer outro país desenvolvido? Bem, posso dizer que na Alemanha a carga fiscal para o trabalhador é tipo 40%. Na Irlanda por exemplo, tanto essa como o IRC são muito mais baixos. Nada disso tem que obrigar ou eliminar a criação de negócios. O mundo simplesmente é assim e por todo o mundo há pessoas a criarem negócios e a terem sucesso, de forma honesta, e pangando impostos.

Fakano disse...

Se desistiu é porque a paixão não estava lá!

Zopa Department disse...

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sinceramente
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Santo António disse...

1-Sobre as despesas do Zé empreendedor ninguém fala da senhora da limpeza, alguém tem de limpar o espaço de trabalho para que o Zé e o seu funcionário trabalhem em higiene e segurança. A não ser que a limpeza seja feita pelo patrão e empregado seguindo modelo japonês.
2-O Zé empreendedor é o escravo mas numa lógica mais sofisticada, não ganha dinheiro pelo trabalho que realiza.
3- O Zé empreendedor poderia assumir o facto de só movimentar dinheiro, podendo algum dia no desenvolvimento do seu trabalho aparecer clientes para honorários mais elevados e assim encontrar o seu lugar ao Sol, mas na desorganização do nosso Portugal em que não existe justiça e em que o país não é independente com uma moeda muito forte, o Zé empreendedor acabará inevitavelmente falido com penhoras para si e sua familia.
4- Se quiserem empreendedorismo revejam primeiro a Lei a começar pela Lei fundamental que é a Constituição, ponham a justiça a funcionar e principalmente a nivel fiscal deixem uma margem de protecção de 3 a 7 pontos percentuais em relação aos valores fiscais praticados na Alemanha que é o maior país em população, o mais organizado e o maior exportador da moeda única. Ou seja se o IVA na Alemanha é de 19% aqui em Portugal deveria variar entre 12% a 16%.
Constata-se que estão a fazer as contas ao contrário, para salvar um status-quo assente numa administração pública pratica-se um suicidio colectivo. Lentamente o sistema vai sendo desmantelado e colectivamente estamos nas mãos de outros.

Richard disse...

Ze's problem is that he isn't actually doing anything. Why is he paying somebody 1000 euros? Why isn't he doing it himself? Just wants to get rich from others' work? Maybe the call centre was the best place for him!

Anónimo disse...

Olá zé ainda estás ai pensei que já tivesses ido á insolvência.
Pagas o IVA,IRS,Previdência, IRC e se ficas com uns trocados vais amealhando no banco e quando pensares em distribuir o conteúdo amealhado do teu esforço, isto é dividendos sacam á partida 28% e ao cair na tua conta pessoal, o dinheiro poupado do teu esforço ainda levas com o IRS pessoal. Olha se te deixarem ficar com algum faz uma viagem ás Caraíbas que bem mereces e mais não digo porque sou analfabeto e de contas nada percebo

Robbin Last disse...




Olá,
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Unknown disse...

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Unknown disse...

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