11 novembro 2008

tabula rasa II

Nenhum ser humano é uma tábua rasa em que tudo se pode escrever, como supunha o meu colega John Locke. Já nascemos com características genéticas bem determinadas, mas estas só se desenvolvem se o meio ambiente for propício.
O velho debate entre o papel dos genes e do meio ambiente (nature /nurture) tem-se saldado por um certo equilíbrio entre os dois. Vamos a alguns exemplos inquestionáveis.
A inteligência, medida pelo QI, depende em grande parte dos genes, mas na ausência de um ambiente favorável pode nunca atingir o seu potencial. O génio para a música é outra característica hereditária, mas sem educação musical nunca se daria por ele.
Não me choca nada, portanto, que quaisquer tendências homossexuais (até inatas) que existam na população apenas se expressem a partir de determinados níveis de desenvolvimento económico. Penso também que as sociedades mais ricas são mais tolerantes em relação aos desvios e este pode ser outro factor importante a considerar.

Sem comentários: