26 agosto 2008

primatas

Nós somos indivíduos da espécie Homo Sapiens (subespécie Sapiens). Somo os únicos primatas vivos desta espécie, os únicos que sobreviveram até à actualidade. Os nossos parceiros mais próximos, o Homo Sapiens Neanderthalensis, extinguiram-se há mais de 30.000 anos, ou porque não se adaptaram às mudanças ambientais ou porque o convívio connosco lhes foi fatal.
Mais de 3 milhões de anos nos separam da simpática Lucy, contudo não há uma ruptura entre a sua linhagem e a nossa, apenas uma evolução. Somos mais corpulentos, mais fortes e mais inteligentes, mas partilhamos as mesmas emoções básicas: o amor, o medo, a mágoa e a raiva (William James). Estas emoções, isoladas ou combinadas, orientam o nosso comportamento para um destino comum que é crescermos e multiplicarmo-nos.
E é “crescermos e multiplicarmo-nos” (Génesis) o que temos vindo a fazer, com sucesso assinalável, desde que saímos de África há 200.000 anos. Com tanto sucesso que actualmente somos os mamíferos de grande porte mais representados no mundo (mais de 6,5 biliões).
Qualquer análise filosófica sobre a condição humana, qualquer tratado de política ou de sociologia, tem de partir desta constatação sobre a nossa natureza. Infelizmente, em Portugal, a maior parte dos intelectuais desdenha e ignora olimpicamente a biologia, a genética, a fisiologia, a fisiopatologia, a patologia, a anatomia ou até a psicologia. Por isso, muitas das suas opiniões não passam de construções abstractas que flutuam no éter, sem qualquer ligação à realidade.

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