10 outubro 2019

um concludente sim

Existe um post do meu amigo rui a. neste blogue, escrito em 2007, e que ainda hoje é muito partilhado. Tem o título "eutanásia, liberalismo e moral" (cf. aqui) e data da altura em que se começou a discutir no país a questão da morte assistida.

O rui a., para além de ser o fundador deste blogue, é um liberal convicto. Ele define-se como um liberal-conservador, o que eu julgo que é uma contradição nos termos. Mas não é essa a questão que me ocupa aqui. Ele é um liberal e também vota na Iniciativa Liberal (cf. aqui) e, para já, é isso que me basta.

Há muito tempo que eu gostaria de ter discutido aquele argumento do rui a., mas só agora é que chegou a altura, especialmente depois de ter chegado ao último post.

Na sua qualidade de liberal, o rui a. começa por defender a eutanásia. Mas, à medida que o artigo progride, sente-se que o autor vai perdendo a convicção, a tal ponto que, chegando ao fim, fica-se mesmo na dúvida se ele é favorável ou contra a eutanásia. A sua condição de liberal diz-lhe que sim, mas a moral parece dizer-lhe que não.

O ponto que eu queria discutir é, precisamente, este último: de que moral é que ele está a falar?

Está certamente a falar da moral católica (tradicional) na qual foi educado e que constitui a moral da cultura onde nasceu, cresceu e viveu. E, de facto, esta moral, impõe um travão à eutanásia.

A questão é que existem outras "morais", a moral católica não é única nem universal, apesar da sua pretensão católica (universal).

À luz da moral liberal (calvinista), segundo a qual o meu corpo pertence-me a mim, e sou eu que mando nele, a resposta à questão da eutanásia é um concludente sim. Não há hesitação possível.

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