15 novembro 2018

actividade panfletária

(Tema: Terrorismo Judicial - O Caso do Guardião do Tejo)


O leitor que me tem seguido até aqui sobre este tema já terá compreendido que o foco do meu livro não é o conflito de natureza ambiental entre o Arlindo Marques e a Celtejo, mas o conflito judicial entre a Cuatrecasas e o Arlindo Marques.

E que toda a minha argumentação parte de uma premissa, que é uma certeza - a qual  fundamentarei mais adiante -  de que o Arlindo Marques acabará inevitavelmente absolvido neste processo (ou então o Estado português será condenado no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem por os seus tribunais o terem condenado injustamente).

O processo cível apresentado pela Cuatrecasas no Tribunal de Santarém contra o Arlindo Marques começa por apresentar a Celtejo, descrevendo a sua actividade e o seu historial, e salientando a sua dimensão e importância na economia nacional. São referidos todos os investimentos que nos últimos anos a empresa tem feito para proteger o ambiente e, em particular, o rio Tejo.

A queixa passa, em seguida, a descrever exaustivamente e, nalguns casos,  ao detalhe a multiplicidade de intervenções públicas do Arlindo Marques nas televisões, nas rádios, nos jornais, no facebook, no youtube, enfim, em tudo aquilo que é meio de comunicação social.

Em todas estas intervenções, a Cuatrecasas faz sobressair uma constante. Nos vários episódios de poluição do Tejo na região de Santarém,  a que o Arlindo Marques se refere, ele aponta invariavelmente o dedo às celuloses situadas em Vila Velha de Rodão e, em particular, à Celtejo, que é a maior de todas.

É então que, depois desta descriminação exaustiva, se chega ao parágrafo 88º, onde a Cuatrecasas, pela mão do Dr. José de Freitas, que subscreve a queixa, conclui assim:

"88º - As imputações feitas pelo Réu [Arlindo Marques] à Autora [Celtejo] no que respeita à poluição do rio Tejo são infundadas e não passam de uma gratuita actividade panfletária do Réu na busca de notoriedade e protagonismo".

Por outras palavras, é tudo mentira. E a pergunta que imediatamente ocorre é a seguinte:

-Como é que o Dr. José de Freitas sabe que são infundadas as imputações do Arlindo Marques?  Esteve lá para ver?

-Não esteve. Nos dias que o Arlindo Marques filmou e fotografou as descargas poluentes no Tejo na região de Santarém, o Dr. José de Freitas não estava lá para ver. O Dr. José de Freitas vive no Porto, e muito provavelmente, nem nessa altura nem nunca esteve no local.

-Então, como sabe?

-Não sabe.


Fica-se a pensar o que sentirá um homem que tem dado o que tem, e arriscado o que não tem, para proteger um bem público que lhe é querido, e que, de repente, é confrontado por um advogado, sem qualquer conhecimento directo da situação, a afirmar perentoriamente que tudo o que ele diz é mentira.

Quem fala verdade, afinal,  acerca desta questão - "A Celtejo polui ou não o Tejo?" -, o Arlindo Marques ou o Dr. José de Freitas?

Esta é a questão que, há dois milénios atrás, mudou decisivamente o curso da civilização: Quem falava Verdade, Cristo - que de si próprio dizia ser a Verdade - ou os fariseus?

-Cristo.

-Porquê?

-Porque não tinha nenhuma razão para mentir.

-E o Dr. José de Freitas?

-Esse tem. 

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