31 março 2015

eu sou o mesmo


A minha mulher parece assustada comigo, devido ao meu interesse pela Programação Neurolinguística, pelo Facebook, pelo movimento DishMob, que estou a promover em Viana do Castelo, e pela valorização que tenho vindo a atribuir ao “networking”.
Não subscreve as sinergias que se podem obter da colaboração interdisciplinar e “intergeneracional” e o único motivo que vislumbra em mim é uma espécie de busca insana pela “eterna juventude”.
Nada poderia estar mais longe da verdade. Procurei sempre manter-me na “crista da onda”, como se costuma dizer, em tudo o que faço. E estes meus interesses são o resultado desta predisposição.
O mundo está em constante mudança, como já dizia o poeta, e se não acompanharmos a cultura do tempo transformamo-nos numa espécie de zombies.
Eu não sou tradicionalista nem conservador, já aqui tenho tido oportunidade de o afirmar. O que não me torna melhor nem pior do que todos os outros. Sou apenas EU. E todos podem ficar tranquilos, incluindo a I., porque estou completamente feliz comigo e com todos os que me rodeiam.
:-)

Viana do Castelo: A Bela Adormecida

Viana do Castelo: A Bela Adormecida
Cheguei esta manhã a Viana pelas 8:30, vindo de Seixas. Estacionei e caminhei ao longo da Av. Luís de Camões, no chamado Jardim da Marginal, onde tirei as fotos que publiquei nos últimos posts. A cidade pareceu-me parada no tempo, bonita mas adormecida. Acho que lhe poderíamos chamar "A Bela Adormecida".
Está à espera do beijo de um Príncipe para acordar do seu entorpecimento.

Viana do Castelo 8:30



29 março 2015

panteaolândia

A grande conquista de Abril foi elevar os heróis populares, como Eusébio e Amália, a heróis nacionais e os caciques locais, como Sócrates, a caudilhos nacionais.

não é normal


Os comportamentos pessoais não podem ser equiparados aos comportamentos sociais, nem mesmo quando um comportamento pessoal acarreta consequências sociais tremendas.
O suicídio, exemplo de um comportamento pessoal extremo, é radicalmente diferente do genocídio perpetrado pelos alemães no século XX ou pelo ISIS na atualidade. Ambos são um Mal, mas não são produto do mesmo Mal.
É irracional aceitarmos que um indivíduo perfeitamente saudável – o que a OMS designa de estado de completo bem-estar físico e psíquico – opta, num momento de lucidez, por fazer o “check-out” desta vida. Um instinto de sobrevivência saudável não o permite.
Pelo contrário, num contexto social, pode emergir a tal “normalidade do Mal” da Hannah Arendt. Que pode ir até ao último sacrifício, como o dos pilotos Kamikaze. Sacrifício que, contudo, não pode ser classificado, nesta situação, como comportamento pessoal.
Todos esperamos, dos outros, comportamentos ajustados à chamada natureza humana. Comportamentos que conhecemos tão bem que somos capazes de os prever com grande certeza. A doença mental consiste precisamente num desvio grosseiro do expectável.
O acto do copiloto do avião da Germanwings, neste sentido, é prova irrefutável da sua doença mental.

PS: Comentário a este artigo do P. Gonçalo Portocarrero

28 março 2015

+ 1

Já não sou um liberal

Miguel Esteves Cardoso

consolidar pelo lado da receita

Syriza adopta fórmula do PSD/CDS

é preciso mais cuidado...

... com a responsabilidade que se deposita nas mãos de um jovem de 27 anos

Especialmente quando esse jovem quer mudar o mundo

o Estado dá o exemplo

Quem não gostava de ter um mercado reservado para si, impedindo a entrada de concorrentes e, sobretudo, travando qualquer inovação que possa tornar o serviço mais fácil, mais cómodo, mais conveniente para o utilizador final e até mais barato?
Quem não gostava de operar num sector onde a regulação é muito fraca, a avaliação do mérito e da qualidade são inexistentes e a possibilidade de enganar os clientes em proveito próprio é grande?
Infelizmente são muitos os que gostavam e gostam de operar assim. E os taxistas não são excepção.
Comentário: E o SNS, a educação e a segurança social também, mas infelizmente, em Portugal, só se aponta o dedo aos taxistas.

27 março 2015

naturismo étnico



Comentário: Quando vi hoje a primeira página do Público pensei: será que publicariam uma foto idêntica com caucasianas? Se a resposta for não, tirem as respectivas conclusões.

25 março 2015

Cornell Dean Advises on Starting ISIS Club

adivinhem

Esta fila é:

  • Para a urgência do Amadora-Sintra
  • Para papel higiénico na Venezuela
  • Para a raspadinha

Já têm socialismo, agora só lhes falta o leite...


2 bebés

No portal do Público, a queda do avião da Germanwings merece o seguinte destaque:

UM AVIÃO "PULVERIZADO", 150 MORTOS E TRÊS PAÍSES DE LUTO
O avião da operadora alemã low-cost Germanwings ficou reduzido a pequenos escombros. Entre os mortos estão 16 estudantes alemães do ensino secundário e dois bebés.

Comentário: É por estas e por outras que deixei de comprar este jornal. Do "pulverizado" aos bebés, o Público demonstra o que pensa dos seus leitores. Será um pensamento projectivo?

24 março 2015

Lee Kuan Yew

On giving the masses political power:
“When people say, ‘Oh, ask the people!’, it’s childish rubbish ... They say people can think for themselves? Do you honestly believe that the chap who can’t pass primary six knows the consequences of his choice when he answers a questions viscerally on language, culture and religion? ... we would starve, we would have race riots. We would disintegrate.”
— Quoted in Lee Kuan Yew: The Man and His Ideas, 1998

On valuing prosperity over democracy:
“You’re talking about Rwanda or Bangladesh, or Cambodia, or the Philippines. They’ve got democracy ... But have you got a civilized life to lead? People want economic development first and foremost. The leaders may talk something else. You take a poll of any people. What is it they want? The right to write an editorial as you like? They want homes, medicine, jobs, schools.”
— Lee Kuan Yew, The Man and His Ideas, 1997

On opinion polls:
“I have never been over concerned or obsessed with opinion polls or popularity polls. I think a leader who is, is a weak leader. Between being loved and being feared, I have always believed Machiavelli was right. If nobody is afraid of me, I’m meaningless.”
— The Singapore Story: Memoirs of Lee Kuan Yew, 1997

On his adversaries and critics:
“Because my posture, my response has been such that nobody doubts that if you take me on, I will put on knuckle-dusters and catch you in a cul-de-sac ... If you think you can hurt me more than I can hurt you, try. There is no other way you can govern a Chinese society.”
— Quoted in Lee Kuan Yew: The Man and His Ideas, 1998

On meddling in citizens’ private lives:
“I am often accused of interfering in the private lives of citizens. Yes, if I did not, had I not done that, we wouldn’t be here today. And I say without the slightest remorse, that we wouldn’t be here, we would not have made economic progress, if we had not intervened on very personal matters – who your neighbor is, how you live, the noise you make, how you spit, or what language you use. We decide what is right. Never mind what the people think.” — Speaking to Straits Times newspaper, 1987

On Muslims:
“I think we were progressing very nicely until the surge of Islam came. And if you asked me for my observations, the other communities have easier integration — friends, inter-marriages and so on — than Muslims ... I would say, today, we can integrate all religions and races except Islam.” (Lee later retracted this comment.)
— Lee Kuan Yew: Hard Truths to Keep Singapore Going, 2011

On media freedom:
“We allow American journalists in Singapore in order to report Singapore to their fellow countrymen ... But we cannot allow them to assume a role in Singapore that the American media play in America. That of invigilator, adversary and inquisitor of the administration.”
— Speech to American Society of Newspaper Editors, 1988

http://www.globalpost.com/dispatch/news/regions/asia-pacific/150321/singapore-lee-kuan-yew-quotes

A nova geração está a destruir a língua

 Aí está uma verdade intemporal:

The common language is disappearing. It is slowly being crushed to death under the weight of verbal conglomerate, a pseudospeech at once both pretentious and feeble, that is created daily by millions of blunders and inaccuracies in grammar, syntax, idiom, metaphor, logic, and common sense.... In the history of modern English there is no period in which such victory over thought-in-speech has been so widespread. Nor in the past has the general idiom, on which we depend for our very understanding of vital matters, been so seriously distorted. 
A. Tibbets and C. Tibbets, What's Happening to American English?, 1978

Recent graduates, including those with university degrees, seem to have no mastery of the language at all. They cannot construct a simple declarative sentence, either orally or in writing. They cannot spell common, everyday words. Punctuation is apparently no longer taught. Grammar is a complete mystery to almost all recent graduates. 
J. Mersand, Attitudes toward English Teaching, 1961

From every college in the country goes up the cry, "Our freshmen can't spell, can't punctuate." Every high school is in disrepair because its pupils are so ignorant of the merest rudiments. 
C. H. Ward, 1917


The vocabularies of the majority of high-school pupils are amazingly small. I always try to use simple English, and yet I have talked to classes when quite a minority of the pupils did not comprehend more than half of what I said. 
 M. W. Smith, "Methods of Study in English," 1889

Unless the present progress of change [is] arrested...there can be no doubt that, in another century, the dialect of the Americans will become utterly unintelligible to an Englishman... 
Captain Thomas Hamilton, 1833 

Our language is degenerating very fast. 
James Beattie, 1785

o Estado dá e o Estado tira

Principal cliente: o Estado

23 março 2015

uma crise de humanidade

When we talk about the humanitarian crisis in Greece today – and we have been talking about it a lot recently – we link it exclusively to poverty. We lament the plight of migrants, for example, but the abhorrent terms of their detention are no worse than the conditions under which they are forced to work every day, for years and years. We keep inventing enemies and new conspiracy theories, such as the Europeans who are trying to impose their will on us. We are recreating the conditions that led to the split of society and civil war. Fear alone should be making us ask ourselves what’s going on both around and inside us. Police searching the poultry farm in Achaia found 1.5 million euros. Nevertheless, what we are experiencing is a crisis, which is mainly one of humanity.

Ekathimerini

Comentário: Por que é que não me ocorreu esta perpectiva? A crise que atravessamos é sobretudo uma crise de humanidade. Sem dúvida.

a quem de direito

Esta manhã telefonaram-me deste SPA, para agradecer umas sugestões que deixei na "caixa de comentários".
Esclareceram-me que os requisitos burocráticos são para cumprir uma legislação global que pretende garantir a segurança dos clientes.
É engraçado que alguém acredite na existência de legislação global para dar umas braçadas na piscina, mas enfim.
Expliquei que se assim era, o "healthclub" podia ter funcionários a tomar nota dos dados e sobretudo manter um registo dos clientes para não estarmos sempre a perder tempo.
A menina, muito simpática, foi-me dizendo que sim. Que a minha sugestão era construtiva e que ia levar o assunto "a quem de direito".
Agradeci desejando-lhe um bom dia e cumprimentos "a quem de direito" :-)

PS: É engraçado como, em Portugal, os privados estão contaminados pelo Estado. Eu sempre pensei que "a quem de direito" era uma expressão do Estado Novo, usada para justificar a inação.

22 março 2015

o delírio burocrático dos portugueses


Esta manhã fui com as miúdas a um SPA, para nadar um bocado e descontrair. Logo à entrada a menina foi-me informando que não vendiam entradas para a piscina e que teria de adquirir uma “diária” – um passe para 24 horas – por 25,00 €. As mais pequenitas só pagavam 6,00 €. Enfim, pareceu-me excessivo mas a média era aceitável e aceitei.
De seguida veio a papelada. Tínhamos de preencher uma folha com o nome, contacto e assinatura idêntica ao BI. Ainda, cada um tinha de preencher uma espécie de boletim de saúde com perguntas diversas sobre sermos portadores de doenças infecto-contagiosas, etc.
Expliquei que apenas íamos passar 1 hora na piscina e que esta burocracia me parecia excessiva.
-       Mas é necessária para usar o ginásio – explicou-me a funcionária.
-       Nós não vamos usar o ginásio – disse-lhe.
-       Não interessa, o seu passe dá para tudo.
‹‹Fónix››, disse à I., parece impossível. Nessa altura olhei para as pequenitas e constatei o desapontamento delas. ‹‹Pronto, vão vocês››, resolvi. Fui ler para o bar e deixei-as a tratar da burocracia. Por estas e por outras é que muitos “healthclubs” estão com dificuldades. Que raio de empresa dificulta o acesso dos clientes?
O delírio burocrático dos portugueses é diabólico.

ensinamento milenar

The philosopher Confucius was not a holy man in the model of the great prophets. He was mostly interested in good public administration, and had a brilliant early career as a high minister in the state of Lu before resigning in 497 BC.
Duke Ai asked Yu Zo: “It has been a year of famine and there are not enough revenues to run the state. What should I do?”
Zo said: “Why can’t you use a 10% tax?”
The Duke answered: “I can’t even get by on a 20% tax, how am I going to do it on 10%?”
Zo said: “If the people have enough, what prince can be in want? If the people are in want, how can the prince be satisfied?
Traduzindo: "Se o povo tiver o suficiente, que príncipe pode passar necessidades? Se o povo passar necessidades, como pode o príncipe estar satisfeito?

céptico

Human Emissions Saved Planet
Over the past 150 million years, carbon dioxide had been drawn down steadily (by plants) from about 3,000 parts per million to about 280 parts per million before the Industrial Revolution. If this trend continued, the carbon dioxide level would have become too low to support life on Earth. Human fossil fuel use and clearing land for crops have boosted carbon dioxide from its lowest level in the history of the Earth back to 400 parts per million today.
At 400 parts per million, all our food crops, forests, and natural ecosystems are still on a starvation diet for carbon dioxide. The optimum level of carbon dioxide for plant growth, given enough water and nutrients, is about 1,500 parts per million, nearly four times higher than today. Greenhouse growers inject carbon-dioxide to increase yields. Farms and forests will produce more if carbon-dioxide keeps rising.
We have no proof increased carbon dioxide is responsible for the earth’s slight warming over the past 300 years. There has been no significant warming for 18 years while we have emitted 25 per cent of all the carbon dioxide ever emitted. Carbon dioxide is vital for life on Earth and plants would like more of it. Which should we emphasize to our children?

21 março 2015

lista VIP

Treinador português na lista VIP... do Irão.

Fazer pastéis de bacalhau é tão importante como ler Os Lusíadas


Os pastéis de bacalhau assinalados
Nos piqueniques da praia Lusitana
Por onde nunca foram cozinhados
E degustados ainda além da Taprobana
Em fogões e tachos esforçados
Mais do que prometia a força humana
Entre gente remota edificaram
Tascas que tanto sublimaram
---

Birgolinões, poeta popular


Poema comentário, a esta entrevista do António Lobo Antunes

a perspectiva do gestor


Ontem, neste evento, perguntei ao painel se, no momento actual, não estaríamos perante uma sobrevalorização da perspectiva económica em detrimento das perspectivas de gestão e política.
A economia, a gestão e a política têm âmbitos diferentes e as suas “perspectivas” conduzem a narrativas diferentes, que por sua vez influenciam o pensamento maioritário.
Com vista a simplificar este tema, para quem está a milhas do assunto, deixem-me dar um exemplo do que estou a dizer. Imaginemos uma sociedade (Frangolândia) constituída por dois cidadãos, com um PIB (Produto Interno Bruto) de 1 frango. Nessa sociedade, um dos cidadãos morfa o frango inteiro e o outro fica a chuchar no dedo. Qual seria a perspectiva do economista, do político e do gestor sobre esta sociedade?
·      Economista: A Frangolândia tem um PIB/capita de ½ frango
·      Político: Na Frangolândia há uma péssima distribuição da riqueza
·      Gestor: Metade dos Frangolandeses estão descontentes
Ora é muito fácil de perceber que cada uma destas narrativas nos leva por caminhos diferentes. Para não alongar este post, termino apenas afirmando que me identifico mais com a perspectiva do gestor.

20 março 2015

O Economista Insurgente




Foto do evento a que tive o grato prazer de assistir, hoje em Viana do Castelo. Da direita para a esquerda (sem conotações políticas), André Azevedo Alves, Antero Filgueiras (a alma do Fórum Sociedade e Democracia), Miguel Botelho Moniz e Ricardo Gonçalves Francisco. Obrigado a todos pela excelente prestação.

tia patinhas

Temos os cofres cheios

Aqui está uma observação muito foleira, num país que tem procurado equilibrar as contas públicas pelo lado da receita.
Estado com os cofres cheios e população com os cofres vazios, eis uma realidade confrangedora.

19 março 2015

amo-te


Nunca disse ao meu pai que o amava e, se o tivesse dito, teria de algum modo mentido. Gostava do meu pai e tinha-lhe respeito, mas daí a amá-lo vai uma grande distância.
Perguntei à I se amava o pai dela, para perceber se teria algum problema no relacionamento com o meu. Eis o que me respondeu:
-       Joaquim, sabes bem que o verbo amar se aplica a uma paixão, não se encaixa no chamado amor filial.
-       Então o que sentias em relação ao teu pai? – perguntei.
-       Sentia carinho, admiração, respeito, gratidão...
Fiquei mais tranquilo. Eram os mesmos sentimentos que eu sentia em relação ao “meu velho”, como ele detestava que o chamássemos.
Hoje, passando os olhos no Face, parece normal dizer “amo-te” ao progenitor. Ora se declará-lo em pessoa já me soa a anormalidade, imaginem o que eu penso sobre estas declarações públicas.
E relativamente ao relacionamento com as minhas filhas? Tenho-lhes um profundo e verdadeiro amor, mas nunca lhes disse: ‹‹amo-te››. Declaramos os nossos sentimentos de forma telepática e por ações. Digo-lhes: ‹‹gosto muito de ti››, por vezes: ‹‹love you›› e trocamos coraçõezinhos e “smiles” nas “mnsgs”, mas nada mais.
Não espero que as minhas filhas me amem, do mesmo modo que eu não nutria esse sentimento pelo meu pai. Fico contente com o carinho, a admiração e o respeito que me têm.
Reservei o verbo amar para as paixões que tive a sorte de viver e aí nunca fui reservado, nem tímido, nem calculista. Amo e amei, fui e sou amado, e todos os dias agradeço essa dádiva. Talvez por isso, não quero banalizar o termo, diluindo-o em contextos diferentes.

verdadeiridade


Como traduzir "TRUTHINESS"? O conceito de assumir como verdade uma perceção pessoal, em vez de conceitos ou factos verdadeiros. Eu proponho o termo "VERDADEIRIDADE".

são anarquistas senhor

Com a ascensão do Syriza ao poder, as manifestações de rua deixaram de ser protestos da oposição para serem relegadas para a categoria de motins anarquistas.
Ver aqui e aqui, por exemplo.
Em Portugal, também ocorreu esta mudança de perspetiva: exemplo.

18 março 2015

a TVI é mais solidária do que a Arquidiocese de S. Francisco




A TVI revela mais consideração pelos sem-abrigo do que a Arquidiocese de S. Francisco que mandou instalar um chuveiro por cima da entrada da Catedral de S. Maria para encharcar os pobres desgraçados que aí procuram refúgio. Felizmente que a TVI já não pertence à Igreja e, portanto, está livre para dar um exemplo sério ao Arcebispo de S. Francisco.

Ler notícia aqui

40 anos depois do sonho

... o poder feito galdério, sem limite e sem cautério, todo embófia e sinecura. Esses ricos sem vergonha, esses pobres sem futuro, essa emigração medonha, e a tristeza uma peçonha envenenando o ar puro.

Comentário: É necessário distinguir entre causa e efeito (PNL). O Salazarismo não foi a causa da nossa miséria, foi uma consequência (efeito). Uma vez que o 25 de Abril apenas tratou das consequências e não atacou as causas, volvidos 40 anos estamos a lidar com o mesmo tipo de problemas. Reparem na atualidade do poema do Jorge de Sena.

o que pensaria hoje Jorge de Sena?

Qual a cor da liberdade? 
É verde, verde e vermelha.
Quase, quase cinquenta anos 
reinaram neste pais, 
e conta de tantos danos, 
de tantos crimes e enganos, 
chegava até à raiz.
Qual a cor da liberdade? 
É verde, verde e vermelha.
Tantos morreram sem ver 
o dia do despertar! 
Tantos sem poder saber 
com que letras escrever, 
com que palavras gritar!
Qual a cor da liberdade? 
É verde, verde e vermelha.
Essa paz de cemitério 
toda prisão ou censura, 
e o poder feito galdério. 
sem limite e sem cautério, 
todo embófia e sinecura.
Qual a cor da liberdade? 
É verde, verde e vermelha.
Esses ricos sem vergonha, 
esses pobres sem futuro, 
essa emigração medonha, 
e a tristeza uma peçonha 
envenenando o ar puro.
Qual a cor da liberdade? 
É verde. verde e vermelha.
Essas guerras de além-mar 
gastando as armas e a gente, 
esse morrer e matar 
sem sinal de se acabar 
por politica demente.
Qual a cor da liberdade? 
É verde, verde e vermelha.
Esse perder-se no mundo 
o nome de Portugal, 
essa amargura sem fundo, 
só miséria sem segundo, 
só desespero fatal.
Qual a cor da liberdade? 
É verde, verde e vermelha.
Quase, quase cinquenta anos 
durou esta eternidade, 
numa sombra de gusanos 
e em negócios de ciganos, 
entre mentira e maldade.
Qual a cor da liberdade? 
E verde, verde e vermelha.
Saem tanques para a rua, 
sai o povo logo atrás: 
estala enfim altiva e nua, 
com força que não recua, 
a verdade mais veraz.
Qual a cor da liberdade? 
É verde, verde e vermelha.

Jorge de Sena, 1974

reformas estruturais

O que o FMI faz é tentar incentivar as autoridades portuguesas a actuar rapidamente dizendo que dificilmente se encontrará melhor momento para o fazer do que agora. “Uma confluência de factores externos positivos – uma taxa de câmbio mais favorável do euro, um ambiente de política monetária altamente acomodatício e a descida dos preços do petróleo – proporciona uma excelente janela de oportunidade para a realização de tais reformas”.

Público

Comentário: Estou convencido que estas reformas nunca serão feitas pelos partidos do centro, PSD e PS.

16 março 2015

Medicina Veterinária

O que separa o nosso cérebro de um cérebro de cão?
Parece-me que, acima de tudo, o que separa é a maneira com o homem vê os outros animais e se vê a si próprio. Está por provar que o cão não tem a mesma percepção sobre si próprio e vê o homem como outro animal até um bocadinho mais limitado.
Está por provar que somos mais inteligentes do que os animais?
Acho que está. Claro que depende do conceito de inteligência. Temos um cérebro mais aperfeiçoado para os nossos padrões. Duvido que um cão ache que a nossa linguagem é mais interessante do que a dele ou que a nossa incapacidade de correr à sua velocidade seja melhor.
Mas o cão fará essas considerações?
Aí está, não sabemos. Sei que nós tivemos ao longo da História muita tendência de desvalorizar o outro, até o outro humano quanto mais o outro animal não humano. Não somos assim tão diferentes dos outros animais, temos claramente uma linguagem muito sofisticada que nos permite construir uma cultura, temos mãos que são uma vantagem evolutiva. E juntando a mão a um cérebro robusto construímos uma sociedade. Do nosso ponto de vista somos mais evoluídos e na verdade somos animais de sucesso no mundo. Agora não estou convencido que outros animais sejam incapazes ou não tenham emoções.


Comentário: Sem comentários.

Vou apenas contar uma anedota:

Um estudante de Coimbra desesperado por sacar uma guita ao pai, lá de Viseu, telefonou-lhe com a seguinte história:
- Ó pai, a Universidade de Coimbra tem agora um curso que ensina os cães a falar. Eu gostava de inscrever o Boby porque ia ser um show quando fosse aí de férias. Só que as propinas são 5.000,00 €...
O pai, um labrego certificado, anuiu e lá mandou o cheque.
Decorridos uns meses, o nosso estudante já tinha estourado a guita toda e resolveu telefonar ao pai com nova "proposta":
- Ó pai, a Universidade de Coimbra tem agora um novo curso que ensina os cães a ler e a escrever, só que este ainda é mais caro. São 10.000,00 €...
O pai, deslumbrado com o sucesso que o cão iria fazer em Viseu, concordou e enviou novo cheque.
Chegados ao final do ano letivo, o pai telefonou ao filho:
- Rapaz, está toda a gente incrédula, aqui em Viseu, à espera do Boby...
- Ó pai, só que surgiu um problema - respondeu o estudante. - Ontem, quando cheguei a casa, o Boby estava sentado num sofá a ler o jornal. Virei-me para ele e disse-lhe: ‹‹amanhã vamos para Viseu, o meu pai está todo contente à nossa espera››. E foi aí que ele me perguntou: ‹‹ouve lá, o teu pai ainda anda a comer a vizinha?››.
- Ai o delator! Que fdp... Esse cão tem de levar um tiro nos cornos... - disse o pai.
- Não te preocupes pai, já o abati.

PS: Foi uma pena este cão ter sido abatido porque se perdeu uma oportunidade de ouro para responder às inquietantes perguntas que o neurocientista de Coimbra nos deixou na entrevista que linkei acima. Que percepção têm os cães de si próprios e de nós?