28 junho 2015

leitura indispensável


Dominique Strauss-Kahn avança então com a sua proposta para o desbloqueio da situação grega: “Não deve ter acesso a mais financiamento da UE ou do FMI mas deverá receber uma extensão generosa das maturidades e uma redução significativa da sua dívida nominal”, sugere. “Insistir em mais ajustamentos orçamentais no actual ambiente económico é irresponsável” politica e economicamente e só a ideia “de oferecer mais assistência apenas para a Grécia pagar créditos já existentes é simplesmente insana”.
Recorda depois a promessa do Eurogrupo à Grécia, de Novembro de 2012, quando se comprometeu “a tomar as medidas necessárias para assegurar a sustentabilidade da dívida grega” e diz que chegou a hora de “cumprir essa ambígua mas construtiva promesa”. Também o FMI deve fazer o mesmo e adiar os pagamentos devidos por Atenas nos próximos dois anos, ou refinanciar os mesmos com os fundos remanescentes no programa de assistência, defende DSK. Desta forma, a Grécia ficava liberta das suas obrigações nos próximos dois anos mas continuava obrigada a manter um orçamento equilibrado.
“Sem acesso aos mercados e a novos financiamentos da UE ou FMI terá que equilibrar o seu balanço sozinha. Os gregos terão que tomar decisões orçamentais difíceis mas seriam pelo menos as suas próprias decisões.” Para o conseguir, Atenas teria que “enfrentar os oligarcas, interesses instalados e o próprio Estado”, factores que “estão a ampurar o potencial formidável” do país. O Banco Mundial, a OCDE e a Comissão Europeia poderiam então apoiar Atenas na resolução destes problemas, “mas num contexto radicalmente diferente, de cooperação construtiva e não de um condicionalismo antagónico”.
A redução gradual da dívida nominal grega, avançaria posteriormente à medida que o governo grego fosse conseguindo atingir as metas das reformas desenhadas pelo próprio país, país que DSK descreve como “pobre e altamente endividado”. DSK assegura que esta estratégia já foi implementada pelo FMI em inúmeros países em desenvolvimento.
Para resolver no imediato os problemas e datas que o governo grego enfrenta, DSK pede a devolução à Grécia dos “dez mil milhões reservados para a recapitalização do sector bancário”, o que permitiria ao BCE prolongar a linha de liquidez e enfrentar uma maior corrida aos depósitos.
Strauss-Kahn assume que nada disto “é garantido que funcione”, porém “vale a pena tentar porque as alternativas são piores. Forçar o governo grego a ceder seria um trágico precedente para a democracia europeia e poderia desencadear uma reacção em cadeia incontrolável. Por outro lado, prolongar o programa actual, falhado, e estender a dureza económica além da razão e prolongar a agonia e tensões será desastroso”.
DSK termina: “A Europa já experimentou estes erros demasiadas vezes na sua história. Dito tudo isto, apelo a todos os meus amigos e ex-colegas que não continuem num caminho que aparenta ser um beco sem saída.”

6 comentários:

JoaoMiranda disse...

No fundo, o Strauss-Kahn defende o mesmo que o Tsipras: mandem dinheiro (ou o que é equivalente, não o peçam de volta ) sem condições.

Anónimo disse...

«“Sem acesso aos mercados e a novos financiamentos da UE ou FMI terá que equilibrar o seu balanço sozinha. Os gregos terão que tomar decisões orçamentais difíceis mas seriam pelo menos as suas próprias decisões.”»

Completamente de acordo, e deverá ser mesmo isso que vai acontecer. Nessa altura é que se vai ver mesmo a postura "reformista" do Syriza. Vai ser "engraçade".

Harry Lime disse...

O DSK tem toda a razão. Não vejo onde está o stress.

Rui Silva

Harry Lime disse...

O DSK tem toda a razão. Não vejo onde está o stress.

Rui Silva

Harry Lime disse...

O DSK tem toda a razão. Não vejo onde está o stress.

Rui Silva

marina disse...

nao se percebe pq n poem as rotativas a trabalhar e n dao mais umas monopoly massas aos gregos para estes pagarem a monopoly divida :) ou so os emprestadores eh q tem direito a massa criada do nada ? esquisitooooooooo