15 abril 2015

alcadesa

A Espanha recua ao século XVII

5 comentários:

Luís Lavoura disse...

O catolicismo é realmente uma religião muito curiosa. Embora Maria, a mãe de Jesus, tenha sido uma única mulher, ela - ao contrário do seu filho Jesus - desmultiplicou-se na crença popular em múltiplas "virgens" e "senhoras", todas elas diferentes. E, apesar de essas "virgens" serem todas elas figuras puramente mitológicas, pois que a verdadeira Maria há muito que morreu, elas são tão reais que até podem ser padroeiras de países e alcadesas de municípios!

Euro2cent disse...

> desmultiplicou-se na crença popular em múltiplas

Os sacaninhas dos protestantes têm toda a razão quando se queixam de politeismo na prática. Aliás é por estarem certos que deviam levar porrada no toutiço - um monoteísmo puro vai dar asneira, como eles e outros demonstram.

Por outro lado há snobs como o Gore Vidal, que lamentam a passagem do paganismo clássico, sem reparem na versão revista e melhorada que têm à frente do nariz.

Chiu.

Luís Lavoura disse...

os protestantes têm toda a razão quando se queixam de politeismo na prática

Os muçulmanos queixam-se do mesmo a propósito da Santíssima Trindade.

ARNALDO GLÓRIA disse...

Não percebo qual a razão do suposto "recuo ao séc. XVII", como igualmente não percebo qual a razão de tantos pruridos e de tantas lamentações - sem contar as troças. Estado laico não significa estado ateu, meus caros. Significa tão-somente que o estado é incompetente para arbitrar entre denominações religiosas, não podendo manter uma religião oficial. Mas o estado não pode ser insensível ou ou cego ou mudo à tradição, aos valores e aos marcos civilizacionais do povo. A Espanha, assim como Portugal, foram erigidos à sombra do catolicismo romano, não havendo nada de errado ou de atrasado em que o povo espanhol, ou o português, expresse a sua crença ou proceda de acordo com ela. As comunidades citadas consagraram à Virgem a condição de Alcadesa-mor, mas as instituições do estado laico permanecem funcionando. Qual o problema? Onde a contradição? Os liberais, sempre prontos a se apresentarem como os grandes tolerantes, não suportam a fé religiosa. Como se a liberdade no Ocidente não fosse filha da fé cristã. Para mim, muito mais assustador na notícia é saber que a UE pretende recorrer contra a decisão popular. Parece que a UE não é propriamente neutra em matéria religiosa, ao contrário, ela demonstra ter uma fé muito firme: o ódio à religião. Eis aí o gérmem de um totalitarismo aterrador.

Rui Alves disse...

Caro Arnaldo Glória

"Não há nada tão poderoso como uma ideia cujo tempo chegou"

Vítor Hugo

Por isso não se preocupe. E chegou o tempo de cansaço e de reviravolta dos povos contra o mal disfarçado e manhoso ateísmo de estado. O reverso da frase também é verdade. Não haverá nada tão frouxo como uma ideia cujo tempo caducou. A UE tem os anos contados, o seu ateísmo militante também. O facto de terem que recorrer contra a decisão popular é uma prova de fraqueza, pois tempos houve em que o povo não se atreveria a tal, e se o fizesse, seria o próprio governo a impedir. Parafraseando Thatcher, acabou-se o dinheiro, acabou-se o socialismo europeu. E com ele vão os devaneios megalómanos.