O meu caro amigo Rui Graça Moura, que pontifica no Facebook, sente-se feliz por estarmos a cumprir e até a antecipar o pagamento da dívida. Sinceramente eu não consigo partilhar dessa felicidade, prefiro que sejamos cumpridores a incumpridores, mas ficaria muito mais contente se o Estado, que esbulha os contribuintes, desse o exemplo da austeridade. Exemplo que a própria troika reconhece que não foi dado.
A título de demonstração, devo dizer que me sinto como um dos filhos da triste história (fado) que aqui deixo, com um abraço para o Rui.
A família Calote viveu acima das suas possibilidades durante vários anos e o patriarca José Calote acumulou dívidas que não consegue pagar, em álcool e na jogatina.
Os filhos, felizmente numerosos, são pessoas sérias e assumiram as dívidas do pai. Cada um atirou com 30% do seus rendimentos para uma vaquinha e comprometeram-se com os credores a pagar tudo.
Isto porque o pai se comprometeu também a cortar no despautério (na despesa).
Decorrido algum tempo verificou-se que o sacrifício dos filhos não teve correspondência no comportamento do pai, que continua a gastá-lo como se não houvesse amanhã. Enquanto os filhos apertam o cinto.
Ora é neste contexto que se pergunta: os filhos devem estar contentes com o escrupuloso cumprimento do acordo com os credores?
Fónix! Por amor da Santa. Devem estar tão contentes como uma tipa que todos os dias leva no focinho, do marido, e que não consegue libertar-se dele.
:-)
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