01 janeiro 2015

o delírio burocrático dos portugueses


Ontem fui a uma farmácia do Porto que dispõe de um guiché para condutores a que chamam “Farmadrive” ou qualquer coisa do género. Têm parque de estacionamento e uma portinhola para atender os clientes que vão de carro. Uma espécie de MacDrive, pensei... Fixe!
Entrei na garagem e aguardei na portinhola até ser atendido, felizmente estava sentado... Decorrido algum tempo, saí do carro e entrei na farmácia para perceber como é que o sistema funcionava, e nesse sentido questionei uma empregada.
-       O Sr. tem de entrar e tirar uma ficha e quando chegar a sua vez uma funcionária vai ao posto da Farmadrive atendê-lo.
-       Mas então tenho de sair do carro na mesma...
-       É assim que funciona!
Bom, lá saquei da ficha e aguardei pela minha vez. Por curiosidade, reconfirmei depois com a farmacêutica que me atendeu se na realidade tinha de sair do carro para tirar a ficha.
-       Tem – Disse-me. - Só se não estiver nenhum cliente na farmácia é que pode ser atendido diretamente na Farmadrive sem ficha.
-       Mas nesse caso a Farmadrive não funciona... Eu vou à McDonald’s e sou logo atendido na McDrive sem sair do carro...
A farmacêutica deitou-me então aquele olhar e exclamou em jeito de reprovação:
-       Mas isto não é a McDonald’s, isto é uma farmácia.
-       Obrigado pelo esclarecimento mas eu já tinha reparado.
Claro que não há qualquer comparação. A McDonald’s é uma empresa global de sucesso e as farmácias portuguesas são chafaricas locais que, ao que dizem, estão meio falidas.
Saí, com as minhas embalagens de Paracetamol e de Bisoltussin, a pensar com os meus botões: razão tinha o velho Salazar sobre “o delírio burocrático dos portugueses”.
Como é que as farmácias podem prosperar se nem um cliente conseguem atender na portinhola do parque de estacionamento, sem o fazerem sair do carro.
Valha-nos Deus e a Virgem Santíssima!

1 comentário:

Anónimo disse...

"Como é que as farmácias podem prosperar se nem um cliente conseguem atender na portinhola do parque de estacionamento, sem o fazerem sair do carro."

Isto é uma parolice srº drº Joaquim. Então porque é que as farmácias criaram esse conceito?

Na minha terra há uma, em que o espaço só serve para o cliente aparcar o pópó. Sai, entra pela porta do cavalo, tira senha e é atendido como qualquer outro.

Uns parolos que nos querem contagiar.

gaudio