Ontem fui a uma farmácia do Porto que dispõe
de um guiché para condutores a que chamam “Farmadrive” ou qualquer coisa do
género. Têm parque de estacionamento e uma portinhola para atender os clientes
que vão de carro. Uma espécie de MacDrive, pensei... Fixe!
Entrei na garagem e aguardei na portinhola até
ser atendido, felizmente estava sentado... Decorrido algum tempo, saí do
carro e entrei na farmácia para perceber como é que o sistema funcionava, e
nesse sentido questionei uma empregada.
-
O Sr. tem de entrar e tirar uma
ficha e quando chegar a sua vez uma funcionária vai ao posto da Farmadrive
atendê-lo.
-
Mas então tenho de sair do
carro na mesma...
-
É assim que funciona!
Bom, lá saquei da ficha e aguardei pela minha
vez. Por curiosidade, reconfirmei depois com a farmacêutica que me atendeu se
na realidade tinha de sair do carro para tirar a ficha.
-
Tem – Disse-me. - Só se não
estiver nenhum cliente na farmácia é que pode ser atendido diretamente na
Farmadrive sem ficha.
-
Mas nesse caso a Farmadrive não
funciona... Eu vou à McDonald’s e sou logo atendido na McDrive sem sair
do carro...
A farmacêutica deitou-me então aquele olhar e
exclamou em jeito de reprovação:
-
Mas isto não é a McDonald’s, isto
é uma farmácia.
-
Obrigado pelo esclarecimento mas
eu já tinha reparado.
Claro que não há qualquer comparação. A McDonald’s é uma empresa global de
sucesso e as farmácias portuguesas são chafaricas locais que,
ao que dizem, estão meio falidas.
Saí, com as minhas embalagens de Paracetamol e
de Bisoltussin, a pensar com os meus botões: razão tinha o velho Salazar sobre “o delírio burocrático dos portugueses”.
Como é que as farmácias podem prosperar se nem
um cliente conseguem atender na portinhola do parque de estacionamento, sem o
fazerem sair do carro.
Valha-nos Deus e a Virgem Santíssima!
1 comentário:
"Como é que as farmácias podem prosperar se nem um cliente conseguem atender na portinhola do parque de estacionamento, sem o fazerem sair do carro."
Isto é uma parolice srº drº Joaquim. Então porque é que as farmácias criaram esse conceito?
Na minha terra há uma, em que o espaço só serve para o cliente aparcar o pópó. Sai, entra pela porta do cavalo, tira senha e é atendido como qualquer outro.
Uns parolos que nos querem contagiar.
gaudio
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