31 agosto 2014

Guerras por princípios III

Ideias para neocons levarem o caos a mais um ponto no mundo: ir apoiar  a oposição.

RT @el_pais: Pekín reprime el empuje democratizador de Hong Kong.

já não é controverso


Evidence for Predicting Global Cooling for the Next Three Decades


Não há aquecimento global há17 anos e provavelmente a temperatura da Terra vai continuar a descer até 2030.
Os aquecimentistas reconhecem que "há um hiato no processo de aquecimento antropogénico" e os cépticos pensam que são apenas variações naturais (eu conto-me entre estes últimos).
Uma coisa é certa, os modelos que sustentaram a hipótese do aquecimento global estavam errados. Este é um facto incontestável, reconhecido pelos seus autores.
Nesta fase do campeonato, julgo que a utilidade da chamada "opinião contrária" já é pouca. Ainda este fim de semana, no Expresso, reconhecia-se que há poucas certezas em relação ao clima e que não se sabe bem qual é o papel do CO2.
Assim sendo, vou deixar de me pronunciar sobre este assunto. Vou reservar as minhas opiniões contrárias para temas em que estas ainda constituam blasfémias.

Kosovo payback II

@InternationalBI: Putin Wants 'Statehood' For Southeastern Ukraine

o problema do socialismo é o capitalismo

...
Direitos como as reformas, acesso ao ensino e à saúde, férias pagas, subsídios de doença e desemprego, contratação coletiva ou entraves ao despedimento, são tudo criações legais que podem existir ou não, dependendo da vontade das populações. O que aconteceu no mundo ocidental foi que as indústrias saíram desse espaço para outros onde esses direitos não existem.

Com isso, descapitalizaram o mundo ocidental e tornaram a SD insustentável. Na vida, já se sabe, não há almoços grátis. Se quisermos voltar a ter a SD no ocidente teremos que efectuar alterações profundas na ordem mundial: voltar a impor barreiras alfandegárias (impedindo o dumping social) e controlar os mercados de capitias e os offshore.

Gabriel Leite Mota, Economista da Felicidade - hoje no Público

O socialismo democrático, ou a social-democracia se preferirem, colapsou devido à globalização e aos mercados. Esta perspetiva parece dominar o pensamento maioritário das luminárias da esquerda moderna, protagonizada por figuras como Renzi e Valls.

No texto que reproduzi em cima, o Economista da Felicidade GLM faz eco deste pensamento sugerindo soluções como "barreiras alfandegárias" e "controle dos mercados". Não sei como é que o autor compatibiliza este ataque à liberdade com a felicidade, mas estou certo que deve pensar que é compatibilizável. Os socialistas nunca compreenderam que para se ser feliz temos de ser livres.

O que eu gostaria de destacar é que esta maneira de pensar dos socialistas modernos assenta num pressuposto ridículo, equivalente a afirmar que o problema do socialismo é a existência de capitalismo, LOL. Ou que se todos os países do mundo fossem socialistas o socialismo seria viável, LOL de novo.

30 agosto 2014

Guerras por princípios II

Na Segunda Guerra Mundial, Estaline, invasor da Polónia 15 dias depois de Hitler, e conhecido genocida nos anos 30, ganha em toda a linha e o Império Britânico cai por morte súbita.

Guerra por princípios

Moral, suponho, será um estado de guerra para impedir russos de serem russos. Porquê? Porque fronteiras decidas por Lenine envolvendo populações russas são para serem defendidas pela NATO.

Há 100 anos

Churchill no seu melhor jingoism crónico 

@roadtowar1914: Aug 30th 1914: "If Germany wins" "America will be next".

state of war

Russia’s invasion of east Ukraine is a 'point of no return' and risks a 'state of war' with Europe, European Union leaders warn

Russia invades Ukraine

Russia violates Finnish airspace three times in a week

Europeans have to take the lead in their own security

Don't mess with nuclear Russia

o enredo socialista

Cerca de 60% dos novos empregos criados em Portugal estão a ser pagos pelo Estado

 

Governo aumenta salário mínimo

Rethinking

"Everything US touches turns into Lybia or Iraq" Putin

Será necessário alguma coisa mais para não ficar sujeito a este tipo de acusações fragilizadoras.

29 agosto 2014

Relações internacionais em fronteiras e soberanias instáveis

Fronteiras e soberanias instáveis, devia ser claro, resultam de estados, que por um motivo ou outro, contêm debilidades fortes na consistência etnica-religioso-cultural-nacionalística das suas populações e na potencial precária sustentação das funções de um Estado. 

É o caso do Iraque (criação desajeitada pelo Império que mais expandiu o território após a Grande Guerra), e por outras razões, é o caso da Ucrânia.

A única forma que a comunidade internacional tem de lidar com este tipo de status quos precários é:

-dar o exemplo (nada o caso pelo Ocidente, que tem actuado como entende).
- depois, não fazer asneiras, com intervencionismos externos vários, no sentido de exponenciar a probabilidade de se desencadear o sectarismo etnico-religioso-nacionalista (o que foi feito na Ucrânia) ou debilitar a estrutura do Estado (Iraque, Líbia).
- se a desordem começar, não se envolver com partes no conflito, numa acção que só vai motivar a(s) outras(s) partes. As guerras civis ou entre Estados a disputar territórios instáveis, são sempre palco dos piores actos, mas para todos efeitos e por desgaste levam algures a um status mais durável que o anterior.
- e, quando nada parece salvar-se, devia existir um mecanismo a ser proposto para realizar referendos de redefinição de soberanias e fronteiras.

O que não precisamos é de veleidades moralistas onde a moral é difícil ou impossível de definir, quanto mais envolver uma guerra não-defensiva a bem de uma teoria das alianças e segurança colectiva que demonstrou o seu pleno desastre-pacto-de-suicídio há 100 anos.

o pai-coruja


Não é que MVC seja racista, mas não que ver a filha casada com um tipo oriundo de países com poucas tradições democráticas, em que “o Estado anda sempre em colusão com a sociedade civil” e há “uma constante imprevisibilidade política”.
Por fim, MVC suspeita que um genro com esse pedigree só vem para cá para nos espoliar dos recursos que tanta falta nos fazem.
Li com alguma surpresa esta “confissão” do cronista que mais parece um pai-coruja do que um analista social e económico. Há quanto tempo é que MVC não olha para a sua menina?
Não reparou que a rapariga engordou, que tem um buço horrendo e que despreza os desodorizantes? E nunca ouviu dizer que há sempre um testo para uma panela?
Não é verdade que Portugal é um país “com poucas tradições democráticas, em que o Estado anda sempre em colusão com a sociedade civil e há uma constante imprevisibilidade política”?
É por isso que só aparecem pretendentes com essas características. Diz o testo com a panela. Se a menina emagrecer, se rapar o buço e se começar a usar desodorizante, é possível que apareça aí um boche que a faça feliz. E a si também.

Violaçöes de fronteiras e soberanias reconhecidas

Assim, de repente, pelo "Ocidente", nāo me lembro de nenhuma nova na última meia hora (isto é, para além daquelas que estāo a ocorrer neste momento mas começaram antes).

28 agosto 2014

até o Vaticano

We Muslims believe that one day the whole world will be an Islamic state. Our goal is to make sure that even the Vatican will be Muslim. Maybe I will not be able to see it, but that time will come.

Guerra II (complemento)

Why the Ukraine Crisis Is the West’s Fault? The Liberal Delusions That Provoked Putin.

John J. Mearsheimer, September/October 2014

"Summary: Conventional wisdom in the West blames the Ukraine crisis on Russian aggression. But this account is wrong: Washington and its European allies actually share most of the responsibility, having spent decades pushing east into Russia’s natural sphere of interest"

Ler o restante aqui, onde se propõe realisticamente uma Ucrânia neutral que não seja nem pro-Rússia nem anti-NATO (estatuto semelhante à Áustria durante a guerra fria).

http://m.foreignaffairs.com/articles/141769/john-j-mearsheimer/why-the-ukraine-crisis-is-the-wests-fault

PS: de onde é que pode vir uma tal opinião diferenciada da máquina de Public Relations do intervencionismo, crónico reinante?

John J. Mearsheimer é professor de ciência política na Universidade de Chicago e o qual devido ao seu prestígio acumulado tem conseguido sobreviver a posiçōes nada alinhadas, e que se tornaram especialmente visíveis com a co-autoria de:

The Israel Lobby and U.S. Foreign Policy

Guerra II

Ricardo Arroja no Insurgente quer pôr a NATO a defender intransigentemente as fronteiras (re)desenhadas pela URSS. Não foi mesmo para isso que a NATO foi
constituída?

Ou será aquela ilusào de que um dado Status Quo de fronteiras, seja qual for o processo complexo e contraditório que as tenham originado, é agora sim "sagrado" no firmamento da história e deve permanecer agora imutável? Alguma vez o foi? No Kosovo foi?

A Rússia aceitou a secessão de 15 estados que nunca antes na história tinham sido independentes. Em troca, na altura foi formulado o princípio que a Rússia não seria objecto de "encirclement". Mas isso foi precisamente o que foi feito com o expansionismo da NATO e a estratégia de intervencionismo vários nos processos eleitorais (sempre os "institutos pela democracia", palavra de código para neoconservadores em acção), coisa explosiva quando falamos de um estado dividido etnicamente e assim sempre perto de um reavivar de sectarismo.

Nota: O Leste da Ucrânia, território Russo com população Russa, foi oferecido em 1921 por Lenine para cativar Ucranianos no pico (ou fim) da guerra civil, tal como a Crimeia, foi mais tarde oferecida por Kruschev.

são indústrias


A saúde, a educação e a segurança social, são grandes indústrias nos países capitalistas. Atingiram este estatuto com o desenvolvimento económico e com a transição da indústria para os serviços.
Em Portugal, procuramos também fazer essa transição, mas estamos bloqueados por olharmos para essas áreas como despesa pública, em vez de negócios.
Enquanto esta perspectiva se mantiver que saídas é que ficam para a população? Regressar à agricultura de subsistência? E é assim que se vai financiar o Estado Social?

menos livres

Sendo menos livres temos menos capacidade para competir no mercado global

produtividade


Esta manhã fui multado pela GNR por excesso de velocidade, ia a 82 Km/hora (... dizem que ia) numa zona de 50. Para quem conhece a Invicta, foi na Estrada da Circunvalação em Matosinhos.
Ia no trânsito , nem mais depressa nem mais devagar do que os outros, sem provocar qualquer perigo.
O agente da GNR, de resto muito cortês, fez o favor de me informar que era uma contraordenação muito grave que poderia levar à inibição de conduzir. Paguei 120,00 € de depósito e vou contestar.
Expliquei ao agente que era médico e que tinha doentes à minha espera, pelo que me trataram da multa de forma expedita. A GNR dispõe de computadores online e software próprio; na página aberta podia ler-se: “Folha de Produção”.
Não contesto a necessidade de controlar o trânsito e de aplicar multas aos prevaricadores, mas 25% do SMN não será um pouco excessivo? E porquê a inibição de conduzir a quem nenhum perigo provocou.
Cheguei com meia hora de atraso à clínica. O primeiro doente já tinha adiado a consulta porque tinha de ir trabalhar. Pensei: produtividade...
Quanto custará ao País a produtividade das forças de segurança? Não haverá ninguém no governo  que compreenda que operações stop, às 8 horas da manhã, com multas excessivas e coimas desproporcionadas, prejudicam mais do que beneficiam?

não podemos ser uma ilha

Vivemos numa economia de mercado, num mundo globalizado

Manuel Valls - primeiro-ministro de França

Comentário: É uma realidade incontornável. Neste contexto, o socialismo é maligno, não nos deixa competir.

coligação PSD/CDS deixou-nos menos livres


guerra

Mais ou menos no momento em que o ataque obviamente proporcional e defensivo por Israel ultrapassava as 2000 vitimas e a destruição sistemática de plataformas de lançamento de mísseis em Gaza (sensivelmente qualquer m2 que seja plano), nesse preciso momento dizer (Carlos Abreu Amorim repetindo diligentemente Netanyahu) que o Hamas é Igual ao ISIS, pode ser, vá lá, um pouco forçado. Não sei se o ISIS já tinha aí provocado 2000 mortes...


Há a tese brilhante do MEC. Se o Hamas não o faz, é porque não pode. Vaí daí, qualquer reacção constitui uma resposta antecipada ao que aconteceria se pudessem. O que, explorando a lógica, como numa guerra, um lado quererá no fundo, exterminar o outro, mais valerá exterminar de uma vez.


Mas... vamos ver se a seu tempo, Israel não precisará da ajuda, ainda que indirecta do Hamas... e de Assad...e do Irão.


PS: ISIS Declares War On Hamas And The Muslim Brotherhood

http://shoebat.com/2014/08/23/isis-declares-war-hamas-muslim-brotherhood/


PS2: mísseis do Hamas.



PS3: curiosidade, moeda da Palestina (sabem onde é?), 1927.



27 agosto 2014

«J'aime l'entreprise, j'aime l'entreprise !»

«Quand les entreprises gagnent, c’est la France qui gagne»

«Cessons d'opposer Etat et entreprises, chef d'entreprises et salariés, syndicats et patronat», a d'abord lancé le Premier ministre avant d'enchaîner : «La France a besoin de ses entreprises de toutes ses entreprises (...) car ce sont les entreprises qui, en innovant, en risquant les capitaux de leurs actionnaires, en mobilisant leurs salariés, en répondant aux attentes de leurs clients créent de la valeur, génèrent de la richesse qui doit profiter à tous». 

Parce qu'elles «créent des emplois», parce qu'elles permettent «l'innovation», parce qu'elles structurent «l’organisation, la cohésion, l’identité de nos territoires», parce qu'elles «participent à la force et à l’image de la France dans le monde», les entreprises sont aux yeux du Premier ministre le premier levier du retour de la croissance. «Nous vivons dans une économie de marché, dans un monde globalisé… Si si, dans un monde globalisé. Certains le nient, mais c’est la réalité. Et la France n’a donc pas à faire exception ! Car quand les entreprises gagnent, c’est la France qui gagne», a asséné Manuel Valls, qui aura au total prononcé le mot «entreprise» près d'une cinquantaine de fois.

Le Parisien

PS: Tiro o chapéu ao Manuel Valls

liberdade

sobre a liberdade

A liberdade não consiste em fazer o que nos apetece mas em fazer o que devemos

Papa João Paulo II

A única liberdade digna desse nome é a de poder lutar pelo nosso próprio bem, à nossa maneira, sem limitar o bem dos outros ou os seus esforços para o atingir

John Stuart Mill

as ordem dos factores é arbitrária

Social-democracia = Socialismo democrático

a política é para ajudar os amigos

Por que é que os pânditas insistem em chamar de direita ao governo da coligação PSD/CDS? Penso que para dar um jeito aos amigos do PS.

26 agosto 2014

os liberais devem ser claros


Description: nónimo mm disse...

voce acha mesmo que discutir os problemas do sns, educacao, seguranca social... nos termos que voce usa neste post traz algum benefício para uma discussao séria das questoes que estao realmente em cima da mesa? ou isto é só mesmo masturbacao intelectual para satisfazer a sua veia académica?

Gostaria de destacar este comentário ao meu último post por me parecer que transmite um optimismo que faz falta mas de que, infelizmente, não partilho.
Não conheço o autor, mas presumo que se trata de um homem, na casa dos 40, com filhos, com formação superior, culto e com alguma experiência política. É possível que seja professor universitário, talvez de sociologia ou de ciência política. Também pode ser advogado ou engenheiro, caso em que seria de destacar o seu interesse pelos problemas sociais.
Trata-se de uma pessoa que compreende perfeitamente as dificuldades do País e que sente a urgência de uma discussão séria “das questões que estão realmente em cima da mesa”. E quais são essas questões?
Estamos falidos, carregamos às costas com um Estado Social incomportável e os partidos políticos não têm nenhuma estratégia para descalçar esta bota. Porquê?
Porque a maioria da população é socialista e nenhum partido político tem coragem para dizer com todas as letras: “meus amigos, acabou-se o dinheiro dos outros”. Receiam ser decapitados na praça pública.
Neste contexto como é possível qualquer outra abordagem que não seja “chamar os bois pelos nomes”? Claro que os defensores do SNS, da educação pública e da SS, não são liberais – nem são amigos da liberdade. E claro que estas estruturas soviéticas não têm conserto. Estas minhas afirmações não estão em causa, por que são factuais.
O que me sugere o nosso comentador “mm” é que opte por circunlóquios e metáforas. Que não espante o peru enquanto se prepara a aguardente e o cutelo.
Não faz o meu estilo, nem é hábito dos liberais. Nem estamos a lidar com perus. Se não formos firmes e claros o cutelo vai virar-se contra nós.

liberal ou pateta


Acreditas no SNS?
Então não és liberal
Acreditas no sistema público de educação?
Então não és liberal
Acreditas na Segurança Social?
Então não és liberal
E acreditas que é possível melhorar o SNS, a educação pública e a segurança social, com melhor governação
Então não és liberal, és  pateta
 PS: Ser liberal é acima de tudo amar a liberdade. O socialismo despreza a liberdade

25 agosto 2014

o objectivismo é imbecil

Se fosse necessário mais algum exemplo da imbecilidade do "objectivismo", este texto chegava e sobrava!

Carlos Duarte, nesta caixa de comentários

PS: Os portugueses têm ódio à liberdade - enquanto direito cívico, como eu mencionei neste texto. Apostava que o nosso leitor Carlos Duarte nunca leu um livro da Ayn Rand.

liberdade ou igualdade

...
Indivíduos igualmente livres vão poder agir diferentemente. Dessas diferentes acções, resultarão diferentes resultados. Logo, da liberdade igual perante a lei — um princípio crucial do Estado de direito — resulta a desigualdade de resultados.

Isto significa que uma presunção da liberdade implica uma presunção da desigualdade. Em alternativa, uma presunção da igualdade (como obviamente é a preferência de Thomas Piketty) implica uma negação da presunção da liberdade. É certamente possível negar a presunção da liberdade — mas é preciso dizê-lo abertamente, além de o justificar, o que não é o caso neste livro.

João Carlos Espada, no Público

Líbia

"Beneath the battle against “extremists,” he said, was an even deeper, ethnic struggle: the tribes of Arab descent, like the Zintanis, against those of Berber, Circassian or Turkish ancestry, like the Misuratis" Strife in Libya Could Presage Long Civil War http://nyti.ms/1p5qA9z

Apostio que os a-NATO-serve-para-levar-a-democracia-ao-mundo sabiam montes de coisas sobre isto.

24 agosto 2014

Bardarbunga



Icelandic volcano could trigger Britain's coldest winter EVER this year

rational self-interest II

Selfishness is behavior that is directed at furthering one's own interests, without regard to, or even at the expense of, others'. A selfish person might, for example, eat all of his cookies rather than offering one to a friend, if he has no reason to believe that friend will reciprocate. Economists generally distinguish between selfishness and rational self-interest. A person can engage in unselfish behavior out of rational self-interest because he believes he can gain greater satisfaction from devoting a given resource to improving others' circumstances than to improving his own circumstances.

Mises, in Human Action

rational self-interest



Comentário: O egoísmo para os objectivistas (liberais incluídos) não permite a violação dos direitos dos outros para satisfação própria. Não é o egoísmo do bruto, do vigarista ou do pedinte.

Texto do livro Objectivism, do Leonard Peikoff


23 agosto 2014

tuning sexual



Como passei a tarde de Rodriguez, dediquei-me a ler a Happy, uma tarefa que me está vedada em família por determinação da minha mulher.

O título “Orgasmos Fantásticos – Chegou a Portugal o tratamento que promete revolucionar a vida sexual das mulheres”  estimulou o meu interesse clínico. O novo tratamento , que apenas está disponível no sector privado, custa 599,00 € *, mas a Happy oferece um Voucher que dá direito a 25% de desconto.
O tratamento consiste na injeção de colagénio numa zona sensível da vagina para amplificar as sensações locais e estreitar o canal vaginal de modo a evocar uma virgindade que, pela leitura do artigo, se supõe que tenha ficado numa tenda do primeiro festival de Vilar de Mouros.
O ponto G, esclarece a Happy, foi descoberto por um cientista alemão, o Dr. Ernst Gräfenberg, coisa de que eu devia ter desconfiado dada a propensão da raça germânica para a engenharia. Se o corpo da mulher fosse um Mercedes, estimular o ponto G seria como engatar uma 5º com turbo. E a clínica que procede a este “tuning” sugere que, após o tratamento, é possível passar da 1ª para a 5ª de forma direta, repetidamente e sem embraiagem.
Infelizmente este tratamento, na minha opinião, não vai ter tanto sucesso em Portugal como nos países protestantes. Nas latinas o ponto G só se consegue encontrar na hora H e é de localização variável. Descobre-se como quem toca acordeão, vai-se carregando nos botões até saírem sustenidos, é uma questão de prática.
Quanto à renascida virgindade, minhas amigas, estamos conversados. Larguem esses homúnculos mariquinhas e arranjem uns garanhões a sério. E não cultivem complexos de culpa, a concha não tem conta-quilómetros e a Igreja é misericordiosa.
* Para quando o G-Spot Shot no SNS? Ou os orgasmos fantásticos são só para as ricas?

sobre a natureza do socialismo


O socialismo não é um sistema económico, é a perversão da ordem económica espontânea perpetrada pelo poder político. Este conceito é fundamental para compreender a sociedade socialista.
Os socialistas não estão preocupados com o desenvolvimento económico e a criação de riqueza, se estivessem seriam capitalistas. Estão preocupados, isso sim, com o poder. Com o seu exercício, atribuição e distribuição, e com as respectivas benesses e mordomias.
Basta acompanhar o PS para compreender isto mesmo. Entre Costa e Seguro não há diferenças ideológicas significativas, apenas um confronto de ambições e personalidades.
Os economistas que se proclamam socialistas ou são ignorantes ou charlatões. A “economia socialista” está para a ciência económica como a medicina alternativa está para a ciência médica, é um embuste para néscios.
Quem não enxergue a natureza do socialismo cai com facilidade em erros infantis. O principal é pretender empresarializar as instituições socialistas, como o SNS, as escolas públicas ou a segurança social. Estas instituições não foram criadas para funcionar como empresas.
Pensem por instantes no SNS. Uma vez que o acesso é tendencialmente gratuito, um hospital/empresa pode aumentar a sua produção até ao colapso orçamental - não há mercado.
Mas não, o SNS não procura qualquer eficiência económica. Pretende apenas exercer um poder absoluto (de vida ou de morte) sobre os cidadãos. Pretende controlar as corporações profissionais e, claro está, favorecer os amigos (pessoas, sindicatos, etc.).
É por este motivo que eu penso que um país socialista deve ser gerido por socialistas. Eles sabem melhor do que ninguém qual é o propósito do socialismo.

Anda, atrévete

Foto retirada do El País

... el cuerpo adolescente de Maribel Verdú exhibía una lencería sugerente, mínimas bragas caladas, un sostén rebosante y un mohín oferente entre ingenuo y malvado en los labios. Era entonces Maribel una modelo publicitaria explosiva de 13 años, un auténtico pastel de carne.

22 agosto 2014

sobre o capitalismo e o socialismo em Portugal


O capitalismo é o sistema social e económico que emerge naturalmente numa sociedade livre. O socialismo, pelo contrário, é um sistema político que usa o poder coercivo do Estado para distorcer a ordem espontânea, em benefício de determinados grupos sociais.
Por isso, só há verdadeiro capitalismo em liberdade e o socialismo só é possível quando se cerceia essa liberdade. Normalmente através da violência, seja a que decorre do monopólio de violência do Estado, seja a que decorre da violência perpetrada por organizações sociais que servem desígnios políticos.
A titularidade da propriedade (e dos respectivos meios de produção) não determina se uma sociedade é capitalista ou socialista. No chamado nacional-socialismo, o sector privado foi colocado ao serviço do Estado, sem que tenham tido lugar nacionalizações. Pelo contrário, nos EUA, há uma tradição de instituições públicas que se regem pelo direito privado e que funcionam segundo as regras de mercado.
O ponto fulcral a reter é que a liberdade é o único parâmetro que serve para caracterizar adequadamente o sistema social de um país. Quando é total (em minarquismo) o sistema é sempre capitalista porque é o que emerge espontaneamente. Quando está limitada, chamem-lhe o que quiserem mas capitalista é que não é.
O socialismo, em Portugal, é fruto do desprezo que os portugueses têm pela liberdade. Daí termos passado, sem incidentes, do Estado Novo para “a construção do socialismo”.
Quando falo aqui de liberdade refiro-me à que resulta de respeitarmos os direitos dos outros. Os portugueses prezam a sua liberdade pessoal, estão-se é nas tintas para a dos outros. É por isso que a democracia entre nós funciona mal e é por isso também que o capitalismo não se coaduna com a cultura portuguesa.
Os países do capitalismo, especialmente os anglo-saxónicos, têm uma verdadeira paixão pela “Liberdade”, sentimento totalmente ausente entre nós.
O libertarianismo, ou até o liberalismo, tem poucas possibilidades de ter sucesso em Portugal, pelos motivos que expus. Os liberais serão sempre considerados uns chalados que não percebem o caos em que cairíamos se a sociedade portuguesa fosse verdadeiramente livre. Neste aspecto continuamos salazaristas até à medula.
Tendo vivido nos EUA, habituei-me a que me deem um certo desconto quando me confesso libertário. ‹‹Coitado, está estrangeirado, não conhece a cultura portuguesa››. É como se fosse portador de uma psicose delirante.
Os anos foram passando e eu não mudei de ideias, mas compreendi que ‹‹os portugueses, coitados, querem ser socialistas››.
É por isso, caros amigos da liberdade, que todos os partidos em Portugal são socialistas. Quem compreende o funcionamento dos mercados deve tirar daqui as devidas elações: o liberalismo não vende.

mais estúpidos

Os jovens, na Europa, são mais estúpidos do que nas gerações anteriores

#bitcoin Europa versus Americas


e se ele fala?

Já começou

Ler este artigo: Família Espírito Santo foi a principal financiadora da campanha de Cavaco em 2006

PS: Assim como o Zé Grande, a mulher e os 2 filhos

21 agosto 2014

bicefalia

Por que é que ao ler esta notícia me lembrei do BE, do João Semedo e da Catarina Martins?

PS: Em condições normais o(s) acionista(s) nomeiam uma gestão da sua confiança, com um mandato específico, e não se envolvem no dia-a-dia das empresas. É necessário esclarecer quem manda no BES, em caso de dúvida o actual CEO deve demitir-se o mais rapidamente possível. Como não estamos em condições normais podemos dar algum benefício da dúvida, mas não por muito tempo.

O escudo

Para sobreviver, teria o BdP de gerir reservas significativas em €, as empresas teriam de emitir uma parte da dívida em €, e até o Estado teria de fazer emissões em €.

E mais tarde algo correria mal com a balança de pagamentos (quantas vezes correu?) e o FMI teria de intervir.

So, what´s the point?

faz-lhe saltar a tampa

Nestes últimos 15 anos Portugal experimentou várias maiorias diferentes, conheceu cinco primeiros-ministros distintos, teve governos maioritários e governos minoritários. Nunca, porém, a nossa linha de crescimento do PIB per capita deu reais sinais de querer voltar ao anterior normal, isto é, ao crescimento.

JMF, no Observador

Comentário: E as razões são óbvias, é porque mudamos de primeiros-ministros mas não mudamos de políticas. Como tenho vindo a realçar, não há diferenças significativas entre o PS e a coligação PSD/CDS (ver aqui e aqui, por exemplo)
A arrelia do JMF com o discurso de Costa - que chega a qualificar de horrendo - só pode portanto dever-se a questões pessoais. O Costa faz-lhe "saltar a tampa", como diz a populaça.

 

mais uma prova do alegado aquecimento global

2014 é o ano deste século com menos fogos florestais

Jornal de Notícias

If I were advising

"If I were advising Greece, Portugal or even Spain, I would tell them to prepare contingency plans to leave the euro. There is no point being in EMU if all that happens when you are hit with a shock is that the shock gets worse," he said.
"It would be very costly to leave the euro, a form of default, but staying in the euro is also very costly for these countries. The Europeans have created a system that is worse than the Gold Standard. Countries are in the same position as Latin American states that borrowed in dollars," he said.

20 agosto 2014

não faria pior

António Costa não faria pior, por muito que os liberais arranquem o cabelo. E poderia fazer melhor se o TC fosse mais compreensivo com ele do que com a coligação.

Com moeda própria é assim:

@TuurDemeester: Argentina: peso hits a new low, annualised inflation now 50%
View image on Twitter

PS = Coligação PSD/CDS II


A minha mulher foi a primeira pessoa que conheço a aperceber-se de que o governo da coligação era mais do mesmo, que era mais socialismo. A Maria João Marques foi a segunda, fiz-lhe uma referência neste post de Julho de 2011.
Nessa altura eu ainda alimentava uma vaga esperança de que, por imposição da troika, o governo impusesse um corte significativo na despesa. Tal não aconteceu e eu dei a mão à palmatória. As meninas tagarelas é que tinham razão. Foi mais do mesmo.
Esta reflexão tem importância para compreendermos que o poder, em Portugal, está em mãos socialistas e que todos os partidos representados na AR partilham desta ideologia. Em particular, não há diferença significativa entre PS, PSD e CDS.
É por isso que a luta política se reduziu à luta pelo poder entre diferentes personalidades. Quem é que querem? O Coelho, o Seguro ou Costa?
In the end, it doesn’t make a f”#$%&g difference.

o novo rosto do socialismo na Europa

O fim do milagre económico alemão?

Comentário:

Uma leitura atenta deste artigo revela que os investidores alemães se retraíram, por falta de confiança na política económica do governo alemão.
Destaque para o abandono do nuclear e para a "agressiva estratégia de investimento nas renováveis"; para as restrições ao trabalho temporário; para as reformas antecipadas (aos 63 anos); e para o aumento do salário mínimo (8,5 €/hora).
Um conjunto de políticas socialistas que estão a diminuir o potencial germânico.

MEC deixa escapar a sua religião

"nas guerras, é preciso ser-se de um lado ou de outro"" em Escolher Israel

Vamos passar a apoiar sem neutralidade um dos lados em todos os conflitos nacionalistas por aí foram que não nos dizem respeito, ou, como lhe chamo, as guerras para decidir quem tem o monopólio da violência em que km2 do planeta.

E acrescenta: "É preciso escolher Israel – tanto pela causa de Israel como pela nossa. O resto é cobardia, aldrabice, desprezo e estupidez."

Só falta (será que falta?) a acusação de anti-semitismo a quem quiser (por todos os motivos e mais alguns) manter-se neutral. Ficaria perfeito.

PS = Coligação PSD/CDS

2009

O Ministério da Saúde tem feito "vários contactos em vários países" para colmatar as principais falhas de médicos de família, sendo a contratação externa de clínicos "sempre uma possibilidade em cima da mesa", disse a ministra da Saúde. Falando no final de uma "tertúlia" sobre saúde promovida pelos candidatos do PS às eleições legislativas pelo círculo de Santarém, realizada segunda-feira à noite, Ana Jorge disse esperar que a contratação recente de 44 médicos cubanos responda às necessidades mais prementes do país.

2014

Paulo Macedo importa mais 51 médicos cubanos, a 4.270,00 €/ capita

Comentário: Gostaria de sublinhar, novamente, que não há diferença significativa entre as políticas do PS e da coligação. Este é apenas um pequeno exemplo.
Os liberais que não reconhecem esta realidade alienaram-se de pensar.

19 agosto 2014

o ódio ao sucesso é "xenofobia"


O ódio ao sucesso, que portugueses e espanhóis parecem partilhar, não é inveja, é uma espécie de xenofobia. Não saquem já da pistola e deixem-me explicar.
A inveja é um sentimento universal, mau é verdade, mas presente em todos os seres humanos, tal como a concupiscência ou a agressão. Devidamente orientado pode até tornar-se numa força positiva que estimule a trabalhar mais e melhor.
O ódio ao sucesso não é nada disso, é apenas rancor pela diferença. A maioria dos portugueses e dos espanhóis abominam a personalidade e o estilo de vida dos que têm sucesso. Abominam as 12 horas de trabalho diárias, a ausência de férias, a determinação, a capacidade de estabelecer objectivos e sobretudo o gosto pelo risco.
Os portugueses olham para este tipo de pessoas como se fossem alienígenas de outra galáxia. Não parecem de carne e osso como nós...  não se cansam, nem se desviam do seu caminho. Para quê? Amanhã é outro dia... mañana, como dizem aqui ao lado.
Assim sendo, tratam-nos como se fossem pretos, amarelos ou vermelhos. As pessoas de sucesso são diferentes, são de outra raça, de outra tribo. Não fazem parte da nossa “comunidade” e portanto só merecem indiferença ou desprezo. Quando colocam em xeque o nosso estilo de vida surge o ódio.
Alto aí! Não disparem ainda.
A corroborar a minha tese, acresce que os portugueses e os espanhóis não odeiam a riqueza. Especialmente quando provém de heranças ou quando cai do céu – Euromilhões. Odeiam o sucesso individual, o que resulta do esforço pessoal, o que resulta de um estilo de vida diferente. É uma xenofobia este ódio.
OK, já podem disparar. Desde que sejam tiros virtuais na caixa de comentários. Eu sei que ninguém gosta que se exponha assim o seu ódio de estimação.

a resistência do norte II

O norte era de facto outro país. Perante um sul de funcionários públicos e de latifúndios e grandes empresas — propriedades de velhas famílias protegidas pela ditadura, e depois nacionalizadas pela revolução –, estava este outro país de pequenos agricultores, pequenos empresários e emigrantes, na maior parte self-made men, ciosos das suas propriedades, ligados desde a década de 60 à Europa ocidental pelas exportações e pela migração, e unidos em comunidades ferozmente independentes, à volta das suas autoridades religiosas tradicionais. E curiosamente, era também a norte que estava a maioria da “classe operária”, não em grandes unidades industriais, mas em pequenas fábricas espalhadas pelos campos. Foi esse povo que, no Verão de 1975, saiu em massa à rua, ao toque de sinos, para contestar o comunismo fardado de Lisboa. Em pouco tempo, as sedes do PCP e da extrema-esquerda conheciam, a norte, o destino que, a sul, tinham tido as dos partidos não-socialistas.

Rui Ramos, no Observador

Comentário: Um excelente artigo sobre "a resistência do Norte", um tema a que me referi aqui

moeda parada

Uma das grandes barreiras mentais que induz a opinião maioritária de pessoas e economistas (e estes à partida, deveriam ter o papel de cientista em refutar falácias básicas como antes se preocupavam em demonstrar que a terra não era plana , apesar de parecer, ou que não é o centro do universo, apesar de parecer, tal como parece que a moeda pode estar "parada") a pensar que é benéfico que os depósitos à ordem estejam em risco...em vez de um depósito civil... é a ideia que a moeda assim estaria "parada" (como o estará sempre, pressupõe-se, as notas e moedas físicas).

Ora, em boa verdade, a moeda num dado momento está sempre "parada", ou no bolso A ou no bolso B. A moeda não é um bem de consumo nem um bem de investimento mas faz sim parte de uma terceira categoria - um meio de troca  - que só por isso cumpre uma utilidade máxima: tornar possível a civilização da cooperação pacífica por especialização e troca voluntária. Assim, "parada" em termos de não produzir em pleno um serviço útil é que nunca está.

E ainda que fosse possível dividir a moeda existente entre moeda "parada" e a não "parada" em que é que a moeda "parada" impede a produção e a troca a um certo nível de preços com a moeda "não parada"? Nada.

depois admiram-se da descredibilização do economista

"Menos guerras prejudica a economia? Ninguém defende o conflito armado como estímulo, mas alguns levantam a questão de saber se a desaceleração da economia mundial está relacionada com um período prolongado de paz." negocios.pt

18 agosto 2014

caça às bruxas


Procuram-se culpados para a falência do BES.

Uma verdadeira caça às bruxas.

Só há um - o Euro.

Quem mais poderia ser?

Em outros países da nossa cultura católica, como a Argentina, que adoptou uma política monetária semelhante à nossa com o Euro, e em que igualmente houve bancos a irem à falência, também era o Dr. Ricardo Salgado o Presidente desses bancos?

Mas então, se os Presidentes dos bancos são diferentes, e aquilo que é comum é a cultura e a política monetária adoptada, de quem é a culpa - dos Presidentes dos bancos ou da política monetária adoptada (já que, quanto à cultura, nada podemos fazer)?

Quem devia estar nas primeiras páginas dos jornais a ser apontado como responsável pela falência do BES é essa  cambada de pacóvios que nos meteram no Euro - alguns eram economistas, mesmo professores de Economia, e um deles, pelo menos, continua a ocupar um alto cargo institucional.

Está tudo dito acerca da capacidade (democrática) dos portugueses para escolher governantes.

Vai ser assim


Entre 1991 e 2002 a Argentina adoptou uma política monetária que consistia em manter a paridade do peso em relação ao dólar. Para efeitos práticos esta política é semelhante à Argentina ter adoptado uma moeda única, o dólar, com os EUA.

O sistema ruiu em 2002. Veja a descrição do colapso do sistema. Vê semelhanças com algum país da Zona Euro em 2014? Prepare-se para viver a mesma situação. Vai ser assim o fim  do Euro em Portugal.

Haveria necessidade?

O texto é citado daqui e os bolds são meus.



Desde o início dos anos 90, a Argentina havia acumulado pesada sobre-valorização cambial, parcialmente compensada, porém, pela política cambial do Brasil entre julho de 1994 e janeiro de 1999. A partir de 1999, o panorama cambial se modificou para a Argentina em razão da supervalorização da sua moeda âncora, o dólar, em relação a diversas outras moedas, especialmente o real e o euro. Dado que a lei de conversibilidade imobilizava a taxa de câmbio bilateral com o dólar, o peso argentino foi arrastado para o alto. Um movimento de expressiva valorização cambial era, como já mencionado, exatamente o contrário do que a Argentina precisava. Agravaram-se, com isso, os crônicos problemas de competitividade da economia argentina, o desequilíbrio das contas externas e a dependência em relação a financiamento internacional.

Em 2001 o currency board da Argentina entrou em agonia. Ironicamente, coube a Domingo Cavallo administrar a fase terminal do modelo por ele introduzido dez anos antes. Em abril, já em desespero de causa, o presidente De la Rúa resolvera reconduzi-lo ao cargo de ministro da Economia. A situação beirava o inacreditável: De la Rúa, que havia sido eleito como candidato da oposição a Menem, confiava a condução da economia ao principal responsável pela estratégia econômico-financeira do seu antecessor! A missão do novo ministro, que se transformou imediatamente em uma espécie de primeiro-ministro, era tirar a economia argentina da recessão e, ao mesmo tempo, preservar o regime monetário.

Missão impossível. Os rígidos dispositivos introduzidos em 1991, com o intuito de estimular a confiança e garantir a credibilidade do peso, transformaram-se em fonte de instabilidade e incerteza. Tentativas de flexibilizar pontualmente o modelo monetário-cambial e a política econômica tendiam a despertar ainda mais desconfiança. A incapacidade de pagamento dos governos nacional e provinciais tornou-se indisfarçável. Sucessivas manobras financeiras e fiscais, incluindo empréstimos emergenciais do FMI e de outras fontes oficiais, operações onerosas de troca de títulos públicos e medidas draconianas de ajustamento fiscal, não conseguiram evitar que, no final do ano, o ministro Cavallo tivesse que reconhecer a necessidade de reestruturar as dívidas públicas interna e externa. A dívida interna chegou a ser renegociada, com redução de juros e alongamento de prazos, no apagar das luzes da sua gestão, em dezembro de 2001 (10). Contudo, essas providências não foram mais suficientes para impedir a derrocada do modelo.

Ao longo de 2001, cresceu a desconfiança em relação ao sistema financeiro argentino. Como se podia prever, a recessão prolongada gerou inadimplência dos devedores privados e queda na qualidade dos ativos bancários, abalada também pelas já referidas dificuldades de pagamento do setor público. A desconfiança levou a saques de depósitos e aplicações e à fuga de capitais para o exterior. Essa última foi facilitada, evidentemente, pela livre conversibilidade da moeda. É provável que os próprios bancos, especialmente os estrangeiros, tenham servido de conduto para a fuga de capitais e até remetido recursos próprios para o exterior. Uma corrida bancária em novembro acabou levando o governo a bloquear os depósitos do público, uma das últimas medidas do governo De la Rúa. Essa decisão não só destruiu a confiança no sistema bancário, como acabou sendo um dos principais estopins de uma crise política que levaria ao fim prematuro do governo, dois anos antes do final do mandato para o qual fora eleito.