17 dezembro 2014

um país diabólico

A maior parte das pessoas que são apanhadas a conduzir com taxas de alcoolemia acima do limite legal não são alcoólicas, nem sequer estão embriagadas.
As taxas foram definidas apenas para garantir uma condução segura. Um tipo que beba dois finos (estou no Porto) pode ultrapassar o limite legal de 0,5 g/l sem quaisquer efeitos visíveis. Apenas tem o "tempo de reação" ligeiramente prolongado.
Um bêbado, cambaleante e eufórico ou choroso, normalmente tem taxas de alcoolemia 3 a 4 vezes superiores aos 1,2 g/l considerados crime.

Não devemos portanto confundir a chamada "Condução Sob a Influência" ou CSI (do inglês DUI) com alcoolismo. A própria expressão - sob a influência - sublinha a diferença.

Chamar alcoólicas às pessoas que estão a CSI é errado. Retirar-lhes "a guarda dos filhos" é diabólico.

PS: Os filhos não estão "à guarda dos pais"; os filhos são dos pais. Os órfãos é que ficam à guarda seja de quem for.

9 comentários:

Anónimo disse...

Questoes fracturantes agora Jaquim...andas a aprender com os nossos politicos :)

Elaites

Anónimo disse...

Pela lógica se for apanhado com filhos no carro a 100 kmh numa zona de 50 também se habilita a ficar sem os filhos

Pedro Sá disse...

Concordo totalmente consigo se exceptuarmos um ou outro pormenor de linguagem. Conduzir alcoolizado não é sinónimo de alcoolismo. Mas, sabemos, alguns querem criar o cidadão perfeito de acordo com os valores deles.

Anónimo disse...

Por acaso ao ver a notícia também me questionei... explicam que a mãe já estava "sinalizada". E mais será que esta força da lei é só para a populaça ou vale para a boa sociedade? Se apanham uns tios com grão na asa à saída de uma festa em Cascais também lhes tiram os filhos?

Je

Luís Lavoura disse...

os filhos são dos pais

Sim, mas não são uma propriedade como outra qualquer. Os pais podem partir um móvel ou matar um gato que sejam deles; mas não estão autorizados a pôr em risco os filhos.

De resto, todos os anos há notícias de desastres nas nossas estradas que mostram aonde chega a lógica do Joaquim. Pais que se matam na estrada e aproveitam para matar o filho também.

Ricciardi disse...

Pois, bem, depende não é?
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Pais que levam crianças ou filhos no carro em estado alcoolico deve ser-lhes retirada a carta de condução. Imediatamente.
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Depois entra o bom senso. Se for devido a dois finos a coisa não é crime nem merece outro tipo de penalização que não seja um multa.
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Se forem pais com histórico e reincidência os filhos devem ser protegidos da animalidade dos pais.
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Afinal de contas trata-se de uma questão de vida ou da morte.
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Os filhos não são, de facto, propriedade de alguém como diz o Pedro Sá. Nem os menores, nem os maiores.
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Os pais são tutores previligiados até à idade adulta.
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A questão do alcool ou drogas parece-me coisa pacifica de resolver. Dependendo da intensidade, se os alcoolizados colocam sistematicamente a vida dos filhos no cepo é coisa moralmente boa e justa proteger os mesmos dos estados de inconsciência dos pais.
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Agora, não podem as leis ir para além da Temperança devida. Retirar os filhos aos pais não pode ser por qualquer coisinha que eventualmente prejudique os filhos. Têm que ser cenas com importancia capital. Pois a natureza não produz igualdade. Produz sempre desigualdades. E temos de saber viver com elas.
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Rb

Anónimo disse...

Em Portugal e em geral nestes países com mania de Estado social, nós não somos nem livres nem proprietários de pleno direito.
Na melhor das hipóteses temos ums competência delegada, ou um usufruto, sempre condicionados ao entendimento do tal Estado e dos que nele se alojam. Mas esses nunca são responsabilizados/áveis. Quem internou aquelas crianças numa Casa pia qualquer, à noite foi jantar bem e os seus problemas só recomeçam às nove do dia seguinte, se não meter a dispensa a que tem legalmente direito.

Anónimo disse...

"Os pais podem partir um móvel ou matar um gato que sejam deles; mas não estão autorizados a pôr em risco os filhos."

Como estás enganado! Se matares um gato é crime!

gaudio

Rocco disse...

É... Temos que ser todos muito bem comportados, até em pensamento.

Não bebo (raramente e pouco pode ser equiparado a "não", acho eu), nem fumo, mas a perseguição a quem o faz, a pretexto do pessoal dos excessos que afectam irresponsavelmente outros, sempre me irritou. São estas coisas que criam o batalhão de "foncionários" públicos que sustentamos.