A chamada curva de Laffer não é bem uma curva
e, na realidade, até pode ser uma recta (ex.: um país que passasse de uma taxa
0 a uma taxa de 100%).
O que conta é apenas um princípio apriorístico,
a saber: há uma relação implícita e obrigatória entre as taxas e a colecta, que
começa por aumentar para depois cair.
Qualquer economista da Escola Austríaca aceita
a curva de Laffer. Quem não a aceita são os Keynesianos que acreditam que
“taxar e gastar” produz crescimento económico.
De realçar que cada país, cada economia, tem
uma resistência diferente à carga fiscal e, portanto, a sua própria curva de Laffer. Mas a verdade é como o azeite, vem sempre ao de cima. O aumento da
carga fiscal penaliza o trabalho e a economia e, a partir de certo ponto,
penaliza também a colecta.
Esta semana li um artigo, já não me recordo onde, que observava, com humor, uma contradição em que a esquerda cai com
facilidade. Recomendam o aumento dos impostos sobre os vícios para os diminuir (tabaco,
álcool) mas, em simultâneo, querem-nos fazer crer que o aumento dos impostos
sobre o trabalho ou o investimento têm o efeito oposto.
Enfim, pelo menos lá está a célebre curva para os lembrar
de que há limites à voracidade do Estado.
3 comentários:
Ser ou não ser keynesiano não tem a ver com a aceitação da curva de Laffer.
Nunca li nada do Keynes a dizer que a receita fiscal aumentava indefinidamente com o aumento das taxas de impostos.
O Keynes, pragmatico como era, até era capaz de concordar com o Laffer.
Rui Silva
De qualquer forma, quando o Laffer criou a sua lei estaria a pensar em proteger os "ricos". Isto é, acredittva à boa maneira da direita americana, que impostos sobre os rendimentos mais altos afugentariam o investimento feito principalmente pelas classes mais abastadas (os "ciadores de emprego" sefundo a Fox News). Este era o "principio aprioristico" de que falas. E demonstrou estar errado.
Ora, a unica ocasião em que se verificou a aplicabilidade de uma cruva de Laffer foi agora durante as medidas da troika na Europa: e nestes casos oq ue se virificou não foi uma fuga de invetimentos dpor parte dos "criadores de emprego" foi antes uma contracção violenta no consumo por parte das classes médias e beixas que deprimiram as economias da perifieria europeia ainda mais do que o previsto pelos modelos dos austerianos.
Rui Silva
Mais bizarra ainda é esta crença de que o Keynes era de esquerda... (um perigoso marxista na opinião da Fox NEws, do Hayek e do Jaquim). E logo o Keynes que achava o Marx um chato!
O Keynes era membro do Partido Liberal ingles e era isso mesmo: liberal.
Que um economista eminentemente pragmatico e apolitico seja hoje em dia considerado um perigoso marxista-leninista é sinal de quanto os tempos e as cabeças bem-pnesantes andaram para a direita.
Rui Silve
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