14 setembro 2014

a Monarquia

Recentemente, em duas ocasiões distintas, conversava com  pessoas conhecidas acerca dos problemas de Portugal.

Às tantas, fui metendo o tema da Tradição e, discretamente, acabei por avançar: "Sabe, a nossa tradição é monárquica e devíamos voltar à monarquia...".

Em ambos os casos, a reacção foi de surpresa, acompanhada de um torcer de nariz e de duas ou três observações depreciativas acerca da pessoa de D. Duarte Pio de Bragança.

Mudei rapidamente de assunto, pensando para com os meus botões, em ambos os casos: "Este homem gostava de ser ele a escolher o Rei. Pensa como um republicano. Na República é que as pessoas escolhem o Chefe de Estado. Na Monarquia ele não é escolhido por ninguém. É escolhido por Deus".

E esta é uma das grandes - uma das maiores - vantagens da Monarquia sobre a República. Porque, quando nos pomos a escolher, não só não sabemos escolher - a propósito: se fosse você a escolher o seu Pai teria tido um melhor Pai do que aquele que tem, e que não foi escolhido por si? - como nos dividimos na escolha e nos pomos uns contra os outros. Acabou-se a comunidade.

O regime político da tradição católica é a Monarquia.

Comparado com a República, a Monarquia é o único regime político que preserva o sentimento de comunidade. A Monarquia une. A República divide.

9 comentários:

manel z disse...

Os monárquicos, irmanados por um certo conjunto de ideias, sobem a um monte e constroem lá um castelo.

Depois, metem-se todos lá dentro e declaram-se sitiados.

Em seguida, desatam a disparar sobre toda a gente que se encontra cá em baixo na planície à sua volta.

Não?

Anónimo disse...

Muito bem PA. Certíssimo.

Anónimo disse...

Muito bem PA. Certíssimo.

Rui Alves disse...

Caro Manel Z

Os monárquicos, irmanados por um certo conjunto de ideias, sobem a um monte e constroem lá um castelo.

Ideias com oito séculos e sobre as quais nasceu a nossa nação.

Depois, metem-se todos lá dentro e declaram-se sitiados.

E estão, efectivamente. Sitiados por um regime republicano que precisou de um duplo regicídio seguido de um golpe de estado para se impôr com sangue e armas.

José Lopes da Silva disse...

Mas então os monárquicos actuais são todos republicanos, como os partidos da III República são todos socialistas. Pois não há consenso sobre quem deve ser o Rei. (Eventualmente, necessitaremos novamente de S. Nuno Álvares Pereira, que entre os vários candidatos diga "este é o Mestre e ele deve ser o Rei" e que seja instrumento de Deus nessa escolha. Mas ela não parece estar feita.)

Pedro Sá disse...

Por essa ordem de ideias também não poderíamos escolher entre marcas de detergente porque isso divide as pessoas. Ou seja, exigir-se-á uma lógica norte-coreana.

Emanuel Lopes disse...

Comparar pessoas com detergentes é que é próprio de regimes como o da Coreia do Norte.

muja disse...

Ahahah

Pedro S disse...

Pois, mas Deus disse que a Xesar o que é de Cesar e por isso nao escolhe. Por isso o melhor é nao invocar o nome de Deus em vao e fazermos o nosso trabalho e escolhermos nos. Na monarquia a escolha é passiva, e é automaticamente o descendente do Rei anterior. So que a resposta que lhe deram é que isso era uma ma escolha de forma evidente!

Mas olhe, hoje apareceu-me um anjo em sonhos e disse que o rei era eu. Afinal esta escolhido. Pode ser?