24 maio 2014

inexplicável

Há anos que me interrogo sobre o papel da elite económica na bancarrota do País. Onde passaram os últimos vinte anos? Porque não se manifestaram contra os desvarios socialistas? Não sabiam que seriam os primeiros a sofrer?
Ontem, ao ler o editorial do Pedro Santos Guerreiro no Expresso em que é afirmado que a família Espírito Santo está falida, reverberei este assunto: como é possível?

11 comentários:

Anónimo disse...

A família está falida? Mas há pelo menos um dos membros que não está: é aquele que (habitualmente) se esquece de incluir na declaração de IRS às finanças, não uns euros mas aos cabazes de euros.
Com algum jeitinho ainda vamos ver os piquenos a serem contemplados com algum rendimento de inserção ou quejando.
'tadinhos 'tou me'mo cheio da pena.
pior que os políticos só mesmo este «jornalismo» de fazer chorar as pedras da sarjeta
Jorge

lusitânea disse...

Família falida?Um exagero certamente.Quem deve estar falido são os pequenos accionistas como na crise de 2008...
Tenho a certeza de que o que dá lucro nunca mudará de mãos e estará sempre em boas mãos...e é bom lembrar de que o capital não tem pátria...

Luís Lavoura disse...

Não era o Pedro Arroja quem aqui escrevia, em tempos, que os bancos portugueses, ao contrário dos restantes bancos europeus, estavam sólidos devido à superior cultura católica dos homens que os lideravam?

Anónimo disse...

Venha o corralito na segunda-feira e já veremos quem são as famílias falidas...

zazie disse...

Não, o PA nunca escreveu isso. Disse até que sabia de um que estava praticamente insolvente.

Rui Alves disse...

A mim também não me parece que o Professor Arroja o tenha dito. Pelo contrário, recordo-me de ele dizer, em relação a Portugal, que a crise financeira iria correr com esta geração de banqueiros.

Anónimo disse...

É verdade, Rui Alves, foi isso que eu disse. E que iriam surgir novos bancos na verdadeira tradição portuguesa (como o BES foi em tempos), pessoalizados, pequenos, servindo comunidades locais, emprestando apenas a pessoas ou empresas que conhecem.

O BES foi vítima dos tempos. É uma pena.

PA

zézinho disse...

Falida mas não mal paga.

Anónimo disse...

"Há anos que me interrogo sobre o papel da elite económica na bancarrota do País. Onde passaram os últimos vinte anos?" Onde passaram? Não sabe ou faz que não sabe? Não é preciso ser-se muio inteligente para saber: a levar tudo para offshores e bancos estrangeiros, a fazer negociatas à custa dos dinheiros públicos e ao mesmo tempo a fazerem leis para tornar legais os seus actos criminosos.

Rui Alves disse...

"E que iriam surgir novos bancos na verdadeira tradição portuguesa (como o BES foi em tempos), pessoalizados, pequenos, servindo comunidades locais..." PA

Oxalá, e se tal vier a suceder, acredito que não será só na banca, mas que fará parte de um fenómeno de mudança mais global, de uma mudança de paradigma. Por exemplo, na educação, também acredito que mais cedo ou mais tarde colapsará esta moda absurda dos agrupamentos e dos mega-agrupamentos escolares.

Os pais portugueses valorizam o poder falar com o director da escola cara a cara, com alguém com quem sabem que a autoridade termina ali. É completamente alienígena à nossa cultura ser recebidos por um vice ou por um representante intermédio do agrupamento para esta ou aquela escola, enquanto a autoridade máxima está algures na escola sede do agrupamento, demasiado distante e com assuntos demasiado importantes para escutar os pais.

E se no parágrafo anterior substituirmos a palavra "pais" pela palavra "professores", tudo se mantém igualmente verdadeiro. Com os professores, há outra agravante. Os professores estimam identificarem-se com uma escola onde pertencem (mesmo que lá estejam precários), em vez de terem uma entidade abstracta, chamada direcção do agrupamento, a lhes estabelecerem que de manhã têm que dar aulas numa filial do agrupamento e de tarde têm que ir para outra filial. Além disso, é mais fácil para um professor reconhecer uma e uma só autoridade de uma única escola, em vez de várias, tantas quantas as escolas do seu itinerário semanal. Bem podem fustigar os professores com prosápia de gestão, falando em polivalência e optimização de recursos, mas isso nada colhe junto de uma profissão onde a estabilidade, o carinho e a envolvência humana se anteciparam em muitos séculos às "modernas" teorias de gestão e aos algoritmos de investigação operacional.

Os pais portugueses prezam a escolinha singela e dirigida por uma pessoa que podem conhecer e a quem, se encontrarem na rua, na farmácia ou na padaria, podem cumprimentar e perguntar informalmente pela conduta dos seus infantes. Os professores portugueses querem tratar os alunos pelo nome, ter tempo para lhes dar conselhos paternais (ou maternais, depende), conhecer-lhes os pais, e não aceitam nada bem serem atirados para linhas de montagem de aulas com 500 alunos por semana (os professores de TIC que o digam...).

Pessoalmente, acredito que no dia em que voltarmos aos pequenos banqueiros da esquina, se tal acontecer, também este modelo de agrupamentos escolares mastodônticos, geridos à moda de multi-nacionais, com directores a quem se exigem competências políticas, burocráticas e típicas de um CEO, em desfavor de qualidades educativas, pedagógicas e de identificação com a comunidade, vai irremediavelmente parar ao caixote do lixo da história.

Anónimo disse...

Curioso e acertivo o seu comentário Rui Alves, às escolas, professores e alunos.

Talvez quando os portugueses começarem a votar mais em sintonia com os últimos movimentos europeus, regressemos a situações mais correctas no ensino, finanças, economia, etc.